Um dos públicos de maior interesse para a
publicidade de alimentos é o infantil. A
regulação da
publicidade de alimentos tem
papel estratégico na
proteção à
saúde . O objetivo da
pesquisa foi caracterizar a perspectiva
ética presente no
discurso contrário à
regulação pelo
Estado , com fins de compreender o contexto de
produção e o modo como o
discurso gera sentidos. A
metodologia adotada foi qualitativa, com
análise documental e utilização de conceitos e
procedimentos da
Análise de
Discurso . As
lentes que pautaram a
análise e a discussão foram o
pensamento de Hans Jonas e seu Princípio Responsabilidade e, de Garrafa e Porto, a
Bioética de Intervenção. A
análise do
discurso da autorregulamentação caracterizou uma perspectiva
ética em que predominam relações de
consumo sobre a
vulnerabilidade de
crianças e
adolescentes . É constante o excesso de retórica e recursos de
naturalização , inverossimilidade, dissimulação ideológica e eufemização. Estão
presentes o apagamento de conflitos sociais e a desvalorização de perspectivas históricas. O
discurso não se alinha ao princípio responsabilidade de Jonas nem aos princípios da
bioética de intervenção. A argumentação apresenta duplo paradoxo, pois a origem empresarial apaga sua raiz competitiva e se metamorfoseia em
discurso ético.