A
autonomia do
paciente que se encontra em fase terminal em uma
UTI pode ser demonstrada por meio do
respeito à sua
tomada de decisão quanto às
condutas terapêuticas a serem seguidas.
Condutas terapêuticas de
fim de vida englobam tanto a opção por limitações dos esforços terapêuticos (
LET ) como pela
adoção dos
cuidados paliativos . A
comunicação de boa
qualidade , notadamente a
comunicação de más notícias, é considerada uma importante ferramenta utilizada pelo
profissional de saúde para estabelecer uma boa relação com seu
paciente e deve ser compreendida como um valioso núcleo de
habilidade clínica desses
profissionais . A
qualidade dessa
comunicação tem relação direta com a capacidade que esses
pacientes possuem para decidir sobre os
cuidados de saúde que desejam receber no fim de suas vidas e, por consequência, com o
respeito à sua
autonomia . Com o objetivo de avaliar, à
luz da
bioética , a
qualidade da
comunicação entre o
médico intensivista e o
paciente , ou o seu representante legal, no contexto de
LET e
cuidados paliativos em
UTI , buscou-se analisar criticamente, sob a ótica dos
médicos entrevistados, os
elementos de conflitos vivenciados por eles nesse contexto e propor uma linha de ação para apontar
soluções para o problema bioético da falta de
qualidade da
comunicação entre
médicos e
pacientes apresentada nesse contexto. Para isso, foi realizada uma
pesquisa empírica qualitativa com incursão em campo, nos anos de 2013 e 2014, em
hospitais públicos e privados, e uma
pesquisa documental sobre as
resoluções do
Conselho Federal de
Medicina que tratam do tema estudado pela presente
pesquisa . A
amostragem foi de conveniência e tanto
médicos que trabalham em UTIs públicas, como os que atuam em UTIs
privadas no DF, com o mínimo de um ano de experiência de
trabalho em
UTI e pertencentes a diversas
especialidades médicas , foram escolhidos para responder ao
questionário cujas respostas passaram pelo
método de
análise qualitativo com
análise de conteúdo. Pode-se concluir que a
pesquisa respondeu aos seus
objetivos , pois tanto foi possível constatar que há, nas UTIs do DF, uma má
qualidade da
comunicação de más notícias entre
médicos e
pacientes como foi possível observar e a necessidade de
diretrizes ou
protocolos que orientem os
profissionais de saúde , que, como foi observado nas entrevistas, referem uma heterogeneidade de condutas e falta de
orientação quanto à
comunicação com o
paciente inserido no contexto de
cuidados de fim de vida .(AU)