RESUMO
Introduçäo: a artrite reumatóide é uma doença inflamatória crônica com curso e prognóstico heterogêneos. O fator antiperinuclear (APF) e o anticorpo antiestrato córneo (AEC) foram pesquisados em uma amostra de pacientes com AR e em controles, com o intuito de avaliar seu papel como preditores de atividade e gravidade de doenças em comparaçäo com o fator reumatóide (FR) e com os parâmetros tradicionais de avaliaçäo de atividade e gravidade da artrite reumatóide. Material e método: APF, AEC e FR foram pesquisados no soro de 174 pacientes com AR. A atividade de doença foi definida por meio de um índice combinado compreendendo cinco parâmetros: número de juntas inflamadas, número de juntas dolorosas, rigidez matinal, escala visual analógica de dor e velocidade de hemossedimentaçäo (VHS). Remissäo de doença foi definida de acordo com os critérios de Pinals. A capacidade funcional foi medida pelo índice HAQ e pelo índice funcional de Steinbrocker modificado. Erosäo e pinçamento articular foram graduados pelo índice de Sahrp modificado. A análise estatística empregou os testes de Qui-Quadrado, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. Resultados: Atividade de doença foi detectada em 66 por cento dos pacientes, enquanto remissäo de doença, definida pelos critérios de Pinals, foi identificada em apenas 9 pacientes (5,7 por cento). Nenhum dos três anticorpos demonstrou associaçäo significativa com atividade ou remissäo de doença. A classificaçäo funcional de Steinbrocker também näo se associou a qualquer dos três auto-anticorpos. O índice de HAQ näo se correlacionou com duraçäo de doença ou com os auto-anticorpos, mas associou-se nitididamente à atividade da doença. A VHS foi significantemente maior nos pacientes portadores do FR. Os índices de Sharp para erosÝo e pinçamento näo se associaram a APF ou AEC. Por outro lado, os pacientes portadores do FR apresentaram progressäo significantemente maior da erosäo articular que os pacientes seronegativos. Tal associaçäo näo foi evidenciada para pinçamento articular. Conclusäo: Embora o APF e o AEC apresentem boas propriedades diagnósticas para AR, eles parecem näo estar associados à atividade da doença e näo mostraram implicaçäo prognóstica convincente. O FR demonstrou associaçäo significante com doença mais erosiva. O índice HAQ näo se correlacionou com a duraçäo da doença ou com o índice de Sharp, mas associou-se significantemente com atividade da doença, enfatizando a capacidade de adaptaçäo...
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Artrite Reumatoide , Autoanticorpos , Fator ReumatoideRESUMO
Introduçäo: O fator antiperinuclear (APF) é um anticorpo dirigido contra proteína (pró-filagrina) presente nos grânulos quérato-hialinos das células da mucosa oral humana. O anticorpo antiestrato córneo (AEC) é dirigido contra proteína (filagrina) presente na camada superficial do epitélio do esôfago de rato. Considerados altamente específicos para a artrite reumatóide (AR), APF e AEC têm-se mostrado bastante úteis no diagnóstico dessa condiçäo. Objetivos: Avaliar o desempenho diagnóstico do APF e AEC na AR e estabelecer comparaçäo com o fator reumatóide (FR). Métodos: APF, AEC e FR foram pesquisados no soro de 176 pacientes com AR, 170 com outras doenças reumáticas e 104 indivíduos normais. Avaliaçäo comparativa do desempenho diagnóstico dos testes foi feita mediante cálculo dos diversos índices diagnósticos e da curva ROC. A análise estatística foi feita utilizando os testes do qui-quadrado, exato de Fisher e Mann-Whitney. Resultados: A sensibilidade/especifidade do APF, AEC e FR para o diagnóstico da AR foi de 59 por cento/95 por cento, 40 por cento/98 por cento, 68 por cento/91 por cento, respectivamente. O desempenho do APF, avaliado através da curva ROC, foi superior ao do FR. Na AR de até dois anos de evoluçÝo, a sensibilidade do FR foi significantemente menor que nas demais faixas evolutivas estudadas, fato este näo observado para o APF e o AEC. O APF foi positivo em 50 por cento dos pacientes FR-negativos com AR de início precoce (< 2 anos). Títulos de FR > 1/640 foram específicos para AR, mas foram detectados em apenas 12 por cento dos casos. Títulos de APF > 1/80 foram exclusivos da AR e encontrados em 62 por cento dos pacientes. Conclusäo: O APF foi o teste de melhor desempenho diagnóstico para AR e o AEC, o teste mais específico. O FR foi significantemente menos prevalente na AR de até dois anos de evoluçäo. A positividade do APF e AEC foi similar nos diferentes grupos evolutivos estudados
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Artrite Reumatoide , Autoanticorpos , DiagnósticoRESUMO
Procedeu-se a ensaio imuno-histoquímico para detecçao de IL-1 alfa e TNF-alfa em amostras de cartilagem de 24 pacientes com artrite reumatóide (AR), 12 pacientes com osteoartrose (OA) e 12 pacientes sem sinais de doença articular (grupo-controle normal). As amostras de pacientes em fases iniciais de AR apresentaram intensa imunoexpressao de IL-1 alfa e TNF-alfa. Amostras de pacientes em fases avançadas de AR apresentaram fraca imunoexpressao dessas citocinas. Nas amostras de dois pacientes, nao se detectou a presença de nenhuma das duas citocinas. Em relaçao à cartilagem artrósica, observou-se fraca imunoexpressao de ambas as citocinas em amostras de sete pacientes, enquanto amostras de cinco pacientes nao apresentavam essas citocinas. No grupo-controle normal, amostras de três pacientes nao apresentaram imunoexpressao de TNF-alfa. Intensa im unorreatividade para ambas as citocinas foi observado nas demais amostras. A imunorreatividade ocorreu sempre no citoplasma e cápsula pericelular dos condróci tos, nao se observando imunorreatividade na matriz extracelular e na superfícies cartilaginosa. Houve nítida correlaçao entre a intensidade da imunorreatividade e o grau de preservaçao da cartilagem, em que as amostra degeneradas apresenta vam imunorreatividade fraca ou ausente. Amostras de pacientes em fases tardias de AR apresentaram um padrao focal de distribuiçao da imunorreatividade. Por ou tro lado, amostras de AR precoce apresentaram distribuiçao homogênea, semelhante ao observado em amostras de cartilagem normal e artrósica. Estes dados sao com patíveis com a idéia de que IL-1 alfa e o TNF-alfa participam dos mecanismos re gulatórios da cartilagem normal e que a habilidade de expressao dessas citocinas pelos condrócitos é prejudicada pelo processo degenerativo próprio da AR e OA
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Humanos , Artrite Reumatoide , Cartilagem , Citocinas , Interleucina-1 , Fator de Necrose Tumoral alfaRESUMO
Objetivo: Estudar as alteraçoes hemodinâmicas no LES mediante bioimpedância torácica. Pacientes e métodos: Foram estudados 29 pacientes com LES - dois homens e 27 mulheres - com idade média de 31,5 anos. Os pacientes foram divididos em três grupos de acordo com o grau de atividade do LES e a presença ou nao de insuficiência cardíaca (grupo I - pacientes com Sledai < ou = 8,grupo II - Sledai > 8 e grupo III - pacientes com insuficiência cardíaca). Foramexcluídos do estudo os pacientes com comprometimentos que pudessem levar a alteraçoes hemodinâmicas independentes da atividade de LES ou dificultar a obtençao de dados fidedignos da bioimpedância torácica. O estudo foi realizado com aparelho de bioimpedância NCOM3 Boomed acoplado a eletrocardiograma Funbec, modelo 4. Resultados: O grupo I foi constituído de 16 pacientes; o grupo II, de oito e o grupo III, de cinco. Os índices sistólico (stroke volume/superfície corporal e car díaco (débito cardíaco/superfície corporal) de pacientes do grupo II foram significantemente maiores que os do grupo I. Os índices de funçao sistólica (valores de pico de fluxos, índices de funçao ventricular esquerda e do trabalho cardíaco esquerdo) dos pacientes do grupo II foram significantemente maiores do que os do grupo I, mostrando maior desempenho ventricular esquerdo e diminuiçao significante do índice de resistência vascular sistêmica, o que caracteriza estado hi perdinâmico. Este ocorreu principalmente devido ao aumento da funçao sistólica; registrou-se taquicardia em apenas um paciente do grupo II e em todos os com baixo débito, com exceçao de um. Conclusoes: A análise conjunta do grau de ativida de da doença e alteraçoes hemodinâmicas permitiu distribuir os pacientes com LES em três classes: a) pacientes com baixos escores de atividade de doença e parâ metros hemodinâmicos normais; b) pacientes com alto índice de atividade de doen ça e com estado hiperdinâmico; e c) pacientes com déficit de funçao sistólica ventricular esquerda' caracterizando insuficiência cardíaca, independente do grau de atividade. A presença de estado hiperdinâmico em pacientes com LES, na ausência de insuficiência cardíaca, deve trazer a suspeita de atividade da doen ça de base
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Humanos , Feminino , Masculino , Adulto , Cardiografia de Impedância , Lúpus Eritematoso Sistêmico , Índice de Gravidade de DoençaRESUMO
Setenta farmácias localizadas no município de Sao Paulo foram selecionadas aleatoriamente e visitadas por sete pesquisadores. Cada pesquisador se apresentou a determinada farmácia como cliente com um conjunto de sintomas padronizados de acordo com um cenário previamente definido. Esse cliente solicitou ao vendedor medicamentos para aliviar sua dor ou desconforto. Depois de o balconista sugerir algum(ns) medicamento(s), o cliente solicitou a compra de dois produtos selecionados de uma lista contendo 30 drogas comumente prescritas a pacientes com artrite ou doenças músculo-esqueléticas. Esses medicamentos deveriam ser vendidos somente com a apresentaçao de prescriçao médica. Em apenas 12,8 por cento das farmácias o balconista sugeriu que o cliente fosse procurar atendimento médico. O balconista "prescreveu" antiinflamatórios nao hormonais (AINH), vitaminas, analgésicos e corticosteróides (CO) em respectivamente 42,8 por cento, 20,0 por cento, 14,3 por cento e 5,7 por cento das visitas. Com relaçao aos medicamentos solicitados ativamente pelo cliente, este obteve o AINH em 67,7 por cento das vezes em que o solicitou, CO em 65 por cento e sedativos em 20,0 por cento das vezes, sem apresentar prescriçao médica. Os balconistas de farmácias atendem a solicitaçoes de seus clientes sem a apresentaçao de receita médica. Novos estudos devem ser realizados com o objetivo de avaliar intervençoes para reduzir a venda de drogas que necessitem prescriçao médica
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Humanos , Analgésicos , Anti-Inflamatórios não Esteroides , Artrite , Tratamento Farmacológico , FarmacopeiaRESUMO
Objetivo: Avaliar o papel do fator de von Willebrand (vWf:Ag) como possível marcador sorológico de atividade ou gravidade na esclerodermia sistêmica. Métodos: Determinaçao do vWf:Ag pela técnica de ELISA em 26 portadores de esclerodermia sistêmica que preenchiam os critérios do Colégio Americano de Reumatologia e sua correlaçao com vários parâmetros clínicos e laboratoriais. Especial atençao foi dada a parâmetros de extensao (forma limitada x difusa, número de sistemas envolvidos) e gravidade (escore clínico de gravidade, velocidade de progressao) da doença. Foi utilizado grupo-controle com 46 indivíduos saos,doadores de sangue. A significância estatística foi determinada pelo teste do qui-quadrado ou pelo exato de Fisher. Resultados: O vWf:Ag estava significativamente aumentado nos pacientes esclerodérmicos, quando comparado a controles normais (p<0,01). Nao houve diferença estatisticamente significante entre pacientes em atividade quando comparados àqueles em remissao (p=0,07) ou quando comparamos: extensao (difusa x limitada, p=0,33) ou gravidade (grave x moderada, p=0,65) da doença. Também nao encontramos correlaçao entre aumento vWf:Ag e qualquer outra alteraçao clínica ou laboratorial, em especial as clássicas provas de atividade inflamatórias (p=0,62). Conclusoes: O aumento do vWf:Ag encontrado na ES parece se dever à lesao vascular presente nesta doença e nao a uma simples reaçao de fase aguda. O reduzido número de nossa amostra e a nao disponibilidade de gold standard confiável podem ser sido em parte responsáveis pela falha em estabelecer um papel marcador de atividade para o vWf:Ag. Mais estudos, com ampliaçao do número de casos, fazem-se necessários
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Humanos , Masculino , Feminino , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Escleroderma Sistêmico , Vasculite , Fator de von WillebrandRESUMO
Anticorpos anti-Ro/SS-A sao observados no soro de pacien tes com diferentes doenças reumáticas, com maior prevalência no lúpus eritemato so sistêmico, síndrome de SjÖgren primária e lúpus neonatal com bloqueio cardía co congênito. Várias técnicas com diferentes níveis de sensibilidade e especifi cidade têm sido utilizadas para detecçao de anticorpos anti-Ro/SS-A. O objetivo deste estudo foi desenvolver um ensaio imunoenzimático (ELISA) para detecçao e semiquantificaçao de anticorpos anti-Ro/SS-A. Cromatografia de imunoafinidade anti-Ro/SS-A foi utilizada para purificar o antígeno Ro/SS-A de baço de vitelo. Na eletroforese em gel de poliacrilamida, o antígeno purificado migrou como bandas de 60 e 52 kDa e foi utilizado como substrato no ELISA. Por este período, anti corpos anti-Ro/SS-A foram detectados em 35,8 por cento (43/120) dos pacientes com diferentes doenças reumáticas, em contraste com 29,2 por cento quando utili zada imunodifusao dupla (IDD). Anticorpos anti Ro/SS-A nao foram detectados nos 30 controles normais, tanto no ELISA como na IDD. ELISA para detecçao de anticorpos anti-RO/SS-A mostrou ser mais vantajoso que a IDD, devido à sua maior sensi bilidade, sua capacidade de fornecer resultados semiquantitativos e a possibili dade de ser adaptado como procedimento semi-autorizado
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Humanos , Anticorpos Antinucleares , Autoantígenos , Cromatografia de Afinidade , Ensaio de Imunoadsorção Enzimática , Doenças ReumáticasRESUMO
Objetivo: Avaliar a eficácia do difosfato de cloroquina (DFC) em: a) controlar a atividade do lúpus eritematoso sistêmico (LES), b) diminuir o número de exacerbaçoes da doença e c) diminuir a dose de corticosteróides em pacientes com LES sem manifestaçoes graves. Métodos: Estudo clínico randômico, duplo cego de 37 pacientes com LES (segundo critérios de classificaçao do Colégio Americano de Reumatologia), que estavam em uso de no máximo 0,5mg/kg/d de prednisona. Aleatoriamente, 20 pacientes foram colocados no grupo DFC e receberam 250mg/d de cloroquina e 17 no grupo PL receberam 1cp/d de placebo. Todos fizeram avaliaçao clínica e laboratorial bimestralmente por 6 meses. Resultados: O número de reativaçoes do LES foi significantemente maior nos pacientes do grupo PL quando comparados aos do grupo DFC. Comprometimento cutâneo ocorreu em 58 por cento no grupo PL e em 10 por cento no grupo DFC, acometimento articular foi observado em 41 por cento no grupo PL e em 5 por cento no grupo DFC, enquanto hipocomplementemia ocorreu em 35 por cento e 5 por cento, respectivamente no grupo PL e DFC. Estas diferenças foram estatisticamente significantes. Setenta e cinco por cento dos pacientes do grupo DFC e apenas 23 por cento do grupo PL conseguiram reduzir a dose de prednisona e esta diferença também foi estatisticamente significante. Conclusoes: O uso de DFC preveniu reativaçoes do LES e permitiu a reduçao da dose de prednisona, durante os seis meses de seguimento
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Humanos , Feminino , Masculino , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Antimaláricos , Cloroquina , Ensaios Clínicos como Assunto , Lúpus Eritematoso SistêmicoRESUMO
Objetivos: avaliar os fatores que possam estar relaciona dos ao prognóstico de vida em pacientes com LES. Materiais e métodos: Participa ram do estudo 201 pacientes (184 do sexo feminino e 132 do masculino, de cor branca) com LES, com quatro ou mais critérios do CAR, em seguimento no serviço de Reumatologia da EPM/UNIFESP entre 1989 e 1994. Dezessete pacientes (9 por cento) faleceram e 27 (13 por cento) deixaram de fazer seguimento durante este perío do. Foram analisadas as manifestaçoes clínicas e laboratoriais dos pacientes que faleceram e dos que continuavam vivos. Utilizou-se o teste do qui quadrado para a análise estatística e considerou-se significante p<0,05(5 por cento). Resultados: Entre os 17 pacientes que faleceram, 12 eram do sexo feminino e dez, de cor nao branca. A idade desses pacientes variou de 16 a 59 anos, com média de 35 anos; a média da idade do início da doença foi de 29,7 anos e o tempo de seguimento variou de um a 16 anos, com média de cinco anos. Nao houve diferença significante quanto a estas variáveis, quando se comparou pacientes que faleceram com os que nao faleceram. Infecçao e atividade do LES foram as causas mais freqüentes de óbito. Cor nao branca (p=0,026) e sexo masculino (p=0,001) apresentaram correlaçao estatisticamente significante com óbito. Obito associou-se significantemente com vasculite digital (p=0,017), comprometimento do sistema nervoso central e/ou periférico (p= 0,017), comprometimento do sistema nervoso central e/ou periférico (p= 0,006), convulsao (p= 0,003), hipertensao arterial (p< 0,001), proteinúria (p<0,001) e insuficiência renal transitória ou definitiva (p<0,001). Conclusao: O risco de óbito foi nove vezes maior em pacientes com insuficiência renal, 8,5 vezes com proteinúria, 4,4 vezes com convulsao, 3,4 vezes com comprometimentos neurológico, 2,8 vezes com vasculite digital, quando comparado aos pacientes sem estas manifestaçoes. Obito ocorreu 4,1 vezes mais frequentemente entre os homens do que entre as mulheres e 2,8 vezes mais entre os pacientes de cor nao branca do que branca
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Humanos , Feminino , Masculino , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Prognóstico Clínico Dinâmico Homeopático , Lúpus Eritematoso Sistêmico/mortalidadeRESUMO
Com o objetivo de se determinar se o tratamento com etidronato poderia prevenir ou reverter a perda de massa óssea em mulheres com osteoporose pós-menopausa, foi realizada análise retrospectiva do efeito do tratamento com etidronato, vitamina D e cálcio em pacientes sem fraturas, com densidade mineral óssea na coluna menor que 2,5 desvios-padroes do esperado para mulher jovem e saudável. Quatorze mulheres receberam etidronato oral (400mg/dia) do 1§ ao 15§, 400UI de vitamina D e 500 a 1.000mg de cálcio de 16§ ao 90§ dias, repetindo este esquema quatro vezes, até completarem um ano de tratamento. Dez pacientes-controles receberam apenas cálcio (500 a 1.000mg/dia durante o mesmo tempo). Todas as pacientes tinham pelo menos duas medidas da densidade óssea na coluna e regiao proximal do fêmur: no início e após um ano de tratamento. O grupo tratado com etidronato apresentou aumento significante da densidade óssea na coluna (0,73+ou - 0,11 vs 0,78 + ou - 0,10g/cm2; p<0,0001), enquanto na regiao proximal do fêmur nao houve alteraçao significante. O grupo-controle apresentou perda significante da massa óssea na coluna (0,83 + ou - 0,05 vs 0,79 + ou - 0,07; p<0,01) e nenhuma alteraçao significante na regiao proximal do fêmur. Os autores concluíram que o etidronato oral intermitente é efetivo no tratamento de mulheres com osteoporose pós-menopausa, aumentando a massa óssea na coluna, devendo ser considerado como mais uma opçao terapêutica parao tratamento desta incapacitante doença
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Humanos , Feminino , Densidade Óssea , Ácido Etidrônico , Osteoporose Pós-Menopausa/terapiaRESUMO
Objetivo: Verificar o significado da dosagem plasmática do antígeno do fator von Willebrand (vWf:Ag) em doenças reumáticas como marcador de lesao vascular e como reagente de fase aguda. Material e métodos: Determinaçao do vWf:Ag, pela técnica de ELISA, em portadores de LES (31 pacientes) e AR (26 pacientes) e sua correlaçao com vários parâmetros clínicos e laboratoriais. Foi utilizado grupo-controle com 46 indivíduos saos, doadores de sangue. A significância estatística foi determinada pelo teste do qui quadrado ou pelo exato de Fisher. Resultados: Os títulos de vWf:Ag mostraram-se significantemente alterados apenas nos pacientes com LES em atividade (p<0,001). Nos pacientes com AR sem vasculopatia, nao houve aumento estatisticamente significante, mesmo naqueles em franca atividade. Nao houve correlaçao significante entre os títulos de vWf:Ag e outros parâmetros clínicos e laboratoriais, em especial com a velocidade de hemossedimentaçao (VHS). Conclusao: Os autores concluem que o vWf:Ag pode se constituir em marcador plasmático útil de lesao vascular e nao parece comportar-se como mero reagente da fase aguda
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Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Proteínas de Fase Aguda , Artrite Reumatoide , Lúpus Eritematoso Sistêmico , Vasculite , Fator de von WillebrandRESUMO
Objetivo: Estudar a densidade óssea na coluna lombar e no colo do fêmur de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) na pré-menopausa e avaliar a influência de corticoterapia e de outros fatores de risco para osteoporose nestas pacientes. Pacientes e métodos: A densidade mineral óssea na coluna lombar (L1-L4) e no colo do fêmur foi medida por densitômetro de dupla emissao com fontes de raios X em 40 pacientes com LES, na pré-menopausa, caucasóides, com média de idade 32,4 anos e média de tempo do doença de 6,8 anos, e no grupo-controle, constituído por 53 mulheres na pré-menopausa, caucasóides, saudáveis, com média de idade 32,5 anos. Resultados: A densidade óssea na coluna lombar foi significativamente menor nas pacientes com LES quando comparada ao grupo-controle. Ao dividirmos as pacientes com LES segundo a dose total e a dose média diária de glicocorticóide (GC) utilizada no último ano, nao houve diferença estatisticamente significante entre as densidade ósseas dessas pacientes. Ao avaliarmos outros fatores que pudessem ter interferido na reduçao da massa óssea da pacientes com LES, nao encontramos associaçao entre densidade óssea e tempo de doença, idade de início da doença, menarca, paridade e ingestao de leite e café. Conclusao: Pacientes com LES apresentaram diminuiçao da densidade mineral óssea na coluna que nao parece estar relacionada à dose de GC e esta diminuiçao talvez seja decorrente da própria doença, devido à açao dos mediadores da inflamaçao
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Humanos , Feminino , Adulto , Densidade Óssea , Glucocorticoides , Lúpus Eritematoso Sistêmico , Pré-MenopausaRESUMO
Quarenta e nove pacientes com lúpus eritematoso sistêmico foram prospectivamente e sequencialmente classificados quanto ao grau de atividade da doença. Os níveis séricos de CH50, C3, C4 e C2 foram dosados em diversos momentos, de modo a permitir uma observaçao dinâmica do comportamento desses parâmetros ao longo do processo de mudança de atividade de doença. C2 esteve diminuído na maioria dos pacientes com atividade precoce de doença, enquanto C3, C4 e CH50 ainda apresentavam níveis normais em vários dos pacientes nessa fase. Por outro lado, C2 persistiu abaixo dos níveis normais em vários dos pacientes em processo de saída de atividade da doença ou em remissao clínica recente. C3 foi o melhor parâmetro para detectar a mudança para remissao clínica, seguido de perto pelo CH50. C4 teve o pior desempenho tanto em relaçao à transiçao para atividade quanto na transiçao para remissao da doença. Este é o primeiro relato do significado clínico da dosagem de C2 no acompanhamento de pacientes lúpicos. Os resultados sugerem que a dosagem combinada de C2 e C3 ou CH50 possa ser a melhor abordagem para detecçao precoce de atividade de doença e de remissao clínica, respectivamente
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Humanos , Ensaio de Atividade Hemolítica de Complemento , Proteínas do Sistema Complemento , Lúpus Eritematoso SistêmicoRESUMO
Com o intuito de se avaliar possível correlaçao entre a microangiopatia periungueal e visceral na esclerose sistêmica, foram estudados 29 pacientes esclerodérmicos (20 com a forma limitada e nove com a forma sistêmica). Os testes clínicos e laboratoriais acusaram alteraçoes pulmonares e esofagianas, mas nao se detectou envolvimento renal, cardíaco, muscular ou articular. Foram também registradas as microulceraçoes e reabsorçao de falange distal. A desvascularizaçao periungueal foi medida pela contagem de número de capilares por milímetro e pelo registro do índice de desvascularizaçao. O alargamento de capilares foi registrado pela contagem do número de alças capilares alargadas e pelo número de megacapilares. A forma difusa de esclerose sistêmica apresentou maiores graus de desvascularizaçao em relaçao à forma limitada (p< 0,025). Associaçao significante foi encontrada entre o comprometimento pulmonar, evidenciado pelas provas de funçao ventilatória, e maiores índices de desvascularizaçao, tanto na forma difusa (p< 0,025) como na limitada (p< 0,01). Ademais, observou-se maior número de capilares alargados em pacientes com ausência de microulceraçoes de polpas digitais e/ou reabsorçao de falange distal, o que parece sugerir um papel protetor para o fenômeno de alargamento capilar
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Humanos , Microcirculação , Escleroderma SistêmicoRESUMO
O lepidóptero Premolis semirufa habita os seringais da regiao Amazônica. Os seringueiros denominam pararama a forma larval do inseto e pararamose a doença ocupacional causada pelo contato acidental com cerdas da larva ou casulo durante a coleta do látex. Os sintomas imediatos que se seguem ao contato sao locais e consistem em prurido intenso, edema e dor, que sao geralmente transitórios e desaparecem em poucos dias. Entretanto, em algumas circunstâncias, o processo torna-se crônico, podendo evoluir para a deformidade e imobilizaçao da articulaçao afetada, lembrando, sob alguns aspectos, artrite reumatóide. O estudo da açao in vitro de cerdas e substâncias solúveis associadas sobre o sistema complemento humano mostrou que tanto cerdas quanto extrato salino inativam complemento total e o componente C2, geram C3d a partir de C3, sem afetar os níveis de Clq. Estes resultados sugerem que a via clássica de ativaçao do complemento nao está envolvida no processo. A inativaçao direta de C2 e a geraçao de C3d sao compatíveis com a presença de substâncias solúveis com açao lítica associadas às cerdas, embora nao tenha sido excluída ativaçao paralela da via alternativa como mecanismo de produçao de C3d
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Humanos , Proteínas do Sistema Complemento , Doenças Profissionais/parasitologia , LepidópterosRESUMO
Pararamose é uma doença ocupacional dos seringueiros da regiao Amazônica, de natureza inflamatória, causada pela penetraçao acidental de cerdas da "pararama", nome vulgar da lagarta do lepidóptero Premolis semirufa, durante a coleta do látex. As cerdas ocorrem tanto na superfície da lagarta quanto de seu casulo; contato manual repetido com as mesmas pode causar processo crônico articular. Este estudo teve por objetivo investigar a evoluçao da artropatia causada pelas cerdas usando o rato como modelo experimental. O processo inflamatório foi induzido por injeçao de suspensao salina de cerdas no dorso ou na pata de ratos submetidos ou nao a contato com a suspensao. Os aspectos histopatológicos observados sugerem a participaçao de mecanismos de hipersensibilidade na manutençao do processo inflamatório
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Animais , Doenças Profissionais , Lepidópteros , Doenças ReumáticasRESUMO
Há poucos estudos qualitativos envolvendo pacientes com espondilite anquilosante (EA), sendo sua maioria relacionada a aspectos socioeconômicos da doença. Devido ao fato de os pacientes com EA e quadros clínicos semelhantes apresentarem diferenças de comportamento quanto ao bem-estar físico, social e emocional, propusemos a avaliaçao qualitativa dos mesmos, através de instrumentos específicos, relacionados à capacidade funcional, desamparo frente à doença, sexualidade e identificaçao de distúrbios psiquiátricos que melhor explicasse a diversidade de comportamento. Além disso, com a finalidade de levantar informaçoes outras dos pacientes, que normalmente nao sao obtidas através de questionários, propusemo-nos a utilizar um método abrangente de pesquisa qualitativa, denominada Grupo Focal. Quinze pacientes seguidos no Ambulatório de Reumatologia da Escola de Medicina da Universidade Federal de Sao Paulo (EPM) foram selecionados consecutivamente para participarem do estudo e foram divididos em dois grupos, de acordo com a metodologia do Grupo Focal. Todos os pacientes eram homens e tiveram seu diagnóstico estabelecido de acordo com os critérios de New York de 1966. A idade dos pacientes variou entre 21 e 54 anos (média = 34 anos) para o primeiro grupo, e entre 24 e 39 anos (média = 31,2 anos) para o segundo. A duraçao da doença variou entre seis e 29 anos (média = 14 anos) para o primeiro e cinco e 25 anos para o segundo (média = 12,8 anos). Treze dos 15 pacientes eram casados e todos pertenciam a uma mesma camada social e cultural. Os 15 pacientes estudados mostraram comprometimento moderado quanto à capacidade física (Health Assessment Questionnaire: média = 1,2) e nível moderado de desamparo frente à doença (Arthritis Helplessness Index: média = 33,4). Eles pareceram ajustados sexualmente à sua condiçao física e mostraram alta incidência de distúrbios psiquiátricos nao psicóticos, apesar da pequena amostragem. Observamos também, através das reunioes do Grupo Focal, que: a) os pacientes acreditam que sua doença iniciou-se após algum tipo de trauma físico; b) há deficiência no sistema de atendimento médico levando a grandes falhas quanto ao diagnóstico, orientaçao medicamentosa e fisioterápica; c) nao há correlaçao entre atividade clínica da doença, segundo padroes pré-fixados, e "crises" de piora clínica pelos pacientes; d) o método mostrou-se capaz de ressaltar a necessidade de nossos pacientes em obter alternativas de trabalho, a fim de lhes proporcionar melhor bem-estar psíquico e social