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1.
Cad. saúde colet., (Rio J.) ; 20(3): 297-304, jul. 12. tab
Artigo em Português | LILACS-Express | LILACS | ID: lil-684836

RESUMO

O município de Monte Alegre, Pará, está localizado próximo de uma região de ocorrência uranífera e tem sido alvo de denúncias relativas a um possível aumento no número de casos de câncer em decorrência da exposição à radioatividade natural. Este estudo objetivou realizar uma avaliação epidemiológica quanto à distribuição de casos de câncer em Monte Alegre. Foram avaliados o padrão de mortalidade, incidência e prevalência de câncer no município de Monte Alegre e em municípios vizinhos que não apresentam elevação radioativa (Prainha e Alenquer), os quais foram utilizados como controle. O padrão de mortalidade foi avaliado por meio das Razões Padronizadas de Mortalidade (SMR) e das Razões de Chances de Mortalidade por Câncer (CMOR). Para estimar a incidência de câncer, três diferentes abordagens foram utilizadas: foram obtidos dados de diagnósticos de câncer nos centros de referência regional; dados de Autorização de Internação Hospitalar de registros do Sistema Único de Saúde (SUS); e dados primários obtidos em um inquérito populacional realizado em três municípios. Tomando como referência a mortalidade por câncer na população geral do Estado do Pará, foi observada uma SMR reduzida para neoplasias, tanto em Monte Alegre (SMRMA=41,3, IC95% 34,9?48,5) quanto nos municípios controle (SMRMC=35,2, IC95% 30,1?41,0). O padrão de incidência estimada de câncer, prevalência e mortalidade em Monte Alegre foi similar aos municípios controle. Não existem evidências de que os residentes de Monte Alegre tenham um risco de mortalidade e incidência por câncer mais elevados que aqueles esperados na região.

2.
Rio de Janeiro; s.n; 2004. 77 p. tab, graf.
Tese em Português | LILACS | ID: lil-415918

RESUMO

Níveis elevados de concentração de radônio foram encontrados no subsolo de uma mina subterrânea de carvão, no estado do Paraná que está em atividade desde 1942. Muitos destes mineiros estiveram expostos por um longo período de tempo a um ambiente de trabalho com elevada concentração de radônio e seus produtos de decaimento. Desta forma, decidiu-se construir uma coorte histórica com o universo de trabalhadores desta mineração (subsolo e superfície) a fim de se avaliar os possíveis efeitos à saúde decorrentes desta exposição, através de um estudo retrospectivo de mortalidade. Através de múltiplas estratégias de seguimento, foi possível rastrear o status vital de 91.5 por cento da coorte. As causas dos óbitos foram identificadas através de busca das Declarações de óbito nas Secretarias Estaduais de Saúde do Paraná e outros estados. A taxa de sucesso na identificação das causas de óbitos foi de 100 por cento. A coorte final incluiu 1946 trabalhadores de subsolo e 910 de superfície. A análise das Razões Padronizadas de Mortalidade (SMR) mostrou uma menor mortalidade para todas as causas para ambos trabalhadores de subsolo (SMR=88, 95 por cento CI=78-98) e superfície (SMR=96, 95 por cento CI=81-113). Uma elevação significativa na SMR foi observada para Pneumonia como causa de morte entre os trabalhadores de superfície (SMR=284, 95 por cento CI=118-684) e de subsolo (SMR=254, 95 por cento CI=140-459), enquanto um significante aumento no risco de mortalidade por câncer de pulmão foi observado nos trabalhadores de subsolo (SMR=177, 95 por cento CI=105-299) com uma tendência de aumento significativa em relação ao tempo de serviço no subsolo. Tendo em vista que a mortalidade por outros tipos de câncer relacionados ao fumo não se apresentou elevada nos trabalhadores de subsolo e que durante o tempo de trabalho na mina não foram utilizados equipamentos a diesel, pode-se sugerir que o a exposição ao radônio e seus produtos de decaimento seja o responsável pelo incremento significativo da mortalidade por câncer de pulmão nos trabalhadores de subsolo. Este trabalho consiste na primeira coorte histórica brasileira envolvendo mineiros expostos ao radônio e uma das poucas coortes históricas acompanhadas no Brasil. Estima-se que muitos trabalhadores de minerações subterrâneas no Brasil possam estar expostos a níveis de concentração de radônio elevados e conseqüentemente sujeitos a um maior risco de mortalidade por câncer de pulmão.


Assuntos
Humanos , Minas de Carvão , Neoplasias Pulmonares , Exposição Ocupacional , Radônio , Estudos de Coortes , Mortalidade
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