RESUMO
As hepatites virais são doenças que apresentam elevado impacto de morbimortalidade no mundo, sendo assim, consideradas um grave problema para a saúde pública. Nos últimos anos o enfrentamento das hepatites virais tem sido um grande desafio, principalmente para os países com alta prevalência de vulnerabilidades sociais. Medidas de controle e prevenção da doença devem ser tomadas, por isso torna-se necessário a realização de estudos que contemplem conhecimentos sobre a dinâmica epidemiológica das hepatites para demonstrar sua importância em relação a saúde pública. Objetivo: O objetivo nesta pesquisa foi analisar o perfil epidemiológico das hepatites virais no Brasil, no período de 2010 a 2021. Método: Realizou-se um estudo transversal, descritivo, retrospectivo e qualiquantitativo que utilizou como unidades de análise as unidades federativas brasileiras. Os dados foram coletados a partir das informações disponíveis no site TABNET/DATASUS, DCCI, e a estimativa da população anual absoluta foi obtida no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Resultados: No período analisado foram registrados 476.981 casos de hepatites virais no Brasil, destacando-se a notificação de casos de hepatite C, seguida pela hepatite B, A e D. Com relação a taxa de incidência, a Região Norte destacou-se para hepatite A e D, e a Região Sudeste para hepatite B e C. O sexo do indivíduo acometido em todos os tipos de hepatite virais analisados que se destacou foi o masculino, mas com pouca diferença do feminino. Foram registrados 25.553 óbitos, sendo 78,3% devido à hepatite C. A presente pesquisa nos permitiu concluir que o tipo de hepatite mais relatada no Brasil é a tipo C, assim como a que mais provoca óbitos. Todas as hepatites virais apresentaram queda nas notificações no ano de 2020 e 2021 e por isso este fato deve ser analisado pelos setores de vigilância pois pode se tratar de subnotificações, principalmente devido a situação do país neste período, que enfrentava a pandemia de COVID-19
Viral hepatitis is a disease with a high impact on morbidity and mortality worldwide and hence considered a serious problem for public health. Fighting viral hepatitis has been a major challenge in recent years, especially for countries with a high prevalence of social vulnerabilities. Measures to control and prevent the disease must therefore be taken, so studies that include knowledge about the epidemiological dynamics of hepatitis are warranted to demonstrate its importance to public health. In the objective of the present study was to analyze the epidemiological profile of viral hepatitis in Brazil in the period from 2010 to 2021. A cross-sectional, descriptive, retrospective, and qualitative-quantitative investigation was carried out using the federative units of Brazil as units of analysis. Data were collected from information available on the TABNET/DATASUS, DCCI website, and the absolute annual population estimate was obtained from the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). In the analyzed period, 476,981 cases of viral hepatitis were recorded in Brazil, the majority of which referred to hepatitis C, followed by hepatitis B, A, and D. As regards the incidence rate, the north region stood out with hepatitis A and D; and the southeast region with hepatitis B and C. Males prevailed between the genders of individuals affected, considering all types of viral hepatitis analyzed, but with little difference from females. A total of 25,553 deaths were recorded, 78.3% of which were due to hepatitis C. Conclusions: The present study allowed us to conclude that the most reported type of hepatitis in Brazil is type C, which is also the most death-causing. There was a drop in notifications of all viral hepatitis in 2020 and 2021, and this fact should be analyzed by surveillance sectors as it may be a situation of underreporting, due mainly to the COVID-19 pandemic crisis the country was facing in the period
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Perfil de Saúde , Hepatite/epidemiologia , Hepatite D , Brasil/epidemiologia , Indicadores de Morbimortalidade , Hepatite E , Prevenção de DoençasRESUMO
Considerada uma das mais graves doenças tropicais negligenciadas (DTN) do mundo, a raiva promove grande impacto à saúde pública devido a sua evolução letal e ao elevado custo social e econômico. O objetivo desta pesquisa foi descrever o perfil epidemiológico das agressões por animais potencialmente transmissores de raiva, no estado de Mato Grosso do Sul, durante os anos de 2019 a 2021. Foi realizado um estudo epidemiológico retrospectivo, transversal, qualiquantitativo, com dados secundários codificados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação: ano e mês, município e zona de ocorrência, idade, sexo, raça, escolaridade, tipo de exposição, região anatômica atingida, características do ferimento, espécie e condição do animal agressor e tratamento preconizado. Foram registradas 24.362 notificações de agressões, com prevalência média de 8,7/1.000 hab. Janeiro apresentou o maior número de notificações. Destacaram-se, entre os agredidos, crianças entre 1 e 9 anos de idade do sexo masculino. A zona de ocorrência de 89,5% dos agravos foi urbana e 81,7% foram provocados por cães. Dentre os indivíduos agredidos, 79,2% receberam tratamento antirrábico pós-exposição com uso de imunobiológico. O estado registrou baixa prevalência de agravos por animais. Notaram-se falhas de preenchimento das fichas de notificação e nos critérios de inclusão de agravos com animais potencialmente transmissores da raiva.
Considered as one of the most serious neglected tropical diseases (NTD) worldwide, rabies greatly impacts public health due to its lethal evolution and high social and economic cost. Given this scenario, this study describes the epidemiological profile of attacks by potential rabies-transmitting animals in the state of Mato Grosso do Sul, Brazil, from 2019 to 2021. A retrospective, cross-sectional, qualitative-quantitative epidemiological study was conducted with secondary data obtained from the Information System for Notifiable Diseases, namely: year and month; municipality and area of occurrence; age; gender; race; education; type of exposure; anatomical region affected; characteristics of the wound; species and condition of the animal; and recommended treatment. A total of 24,362 notifications of animal attacks were reported, with average prevalence of 8.7/1000 inhabitants. January registered the highest number of notifications. Among the victims, male children aged one to nine years stood out. Of the total injuries reported, 89.5% occurred in urban areas and 81.7% were done by dogs. Among the attacked individuals, 79.2% received post-exposure anti-rabies treatment with immunobiological drugs. The state recorded a low prevalence of animal attacks. Results revealed poorly filled out forms and issues with the inclusion criteria used for classifying injuries caused by potential rabies-transmitting animals.
Considerada una de las enfermedades tropicales desatendidas (ETD) más graves del mundo, la rabia tiene un gran impacto en la salud pública debido a su evolución letal y alto costo social y económico. El objetivo de esta investigación es describir el perfil epidemiológico de las agresiones por animales potencialmente transmisores de la rabia, en el estado de Mato Grosso do Sul (Brasil), durante los años de 2019 a 2021. Se realizó un estudio epidemiológico retrospectivo, transversal, cualicualitativo, con datos secundarios codificados del Sistema de Información de Enfermedades de Declaración Obligatoria que contienen: año y mes, municipio y zona de ocurrencia, edad, sexo, raza, nivel de educación, tipo de exposición, región anatómica afectada, características de la herida, especie y condición del animal agresor y tratamiento recomendado. Se registraron 24.362 notificaciones de agresiones, con una prevalencia media de 8,7/1.000 hab. Enero tuvo el mayor número de notificaciones. Entre las víctimas se destacaron niños de entre 1 y 9 años de edad y varones. El área donde ocurrieron el 89,5% de las lesiones fue urbana, y el 81,7% de ellas fueron causadas por perros. Entre los agredidos, el 79,2% recibió tratamiento antirrábico postexposición con uso de inmunobiológicos. El estado registró una baja prevalencia de lesiones causadas por animales. Se observaron fallas en el llenado de los formularios de notificación y en los criterios de inclusión de enfermedades con animales potencialmente transmisores de la rabia.