RESUMO
Este trabalho tece reflexões sobre a importância do conhecimento das origens no contexto da adoção e analisa sua repercussão na subjetividade da criança. Destaca que a revelação de sua condição de adotada não se reduz a uma informação pontual, tratando-se de um processo de complexidade gradativa que se estenderá ao longo da relação pais/filhos adotivos. Conclui trazendo ponderações sobre a importância de os pais reverem os seus próprios mitos de origem, para poderem viabilizar à criança o livre acesso a esse conhecimento.
Assuntos
Humanos , Criança , Adolescente , Adoção/psicologia , Relações FamiliaresRESUMO
A partir da pesquisa de mestrado da autora, este trabalho ressalta alguns aspectos da subjetividade dos pais adotivos envolvidos com a experiência da adoção que podem culminar na devolução da criança adotada. Analisa as repercussões da infertilidade e o contexto da adoção sobre pais e filhos, compreendendo que a possibilidade da adoção vir a ser ou não uma experiência criativa depende da dinâmica do casal e da família. As motivações subjetivas dos pais para a adoção, a infertilidade e a alteridade da origem da criança são fatores dentre outros que, somados, tendem a intensificar os conflitos já existentes na relação e, em alguns casos, podem levar à devolução da criança adotada. O estudo conclui sobre a necessidade dos adotantes superarem as dores relacionadas à ausência do filho concebido biologicamente e da elaboração dos conflitos gerados pelas origens do filho adotivo para que possam assegurar-se nos lugares da paternidade/maternidade.