RESUMO
Os autores relatam um paciente com 11 dias de vida, internado em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal devido a múltiplas malformações congênitas, apresentando sepse e endocardite bacteriana. Entre os fatores de risco para endocardite foram destacados o cateterismo venoso central, hemocultura com crescimento de Staphylococcus aureus e ventilação mecânica. O diagnóstico foi realizado no 61§ dia de internação devido a presença de febre persistente e aparecimento de sopro cardíaco sistólico. O ecocardiograma mostrou trombo em átrio direito, medindo 1,9 x 0,7mm sendo realizada antibioticoterapia e ressecção cirúrgica, com melhora clínica. No 125§ dia de internação ocorreu óbito devido à sepse e abscesso cerebral. Na necrópsia não foram observados malformações cardíacas. Os autores concluem ser de grande importância o conhecimento das complicações potenciais das técnicas invasivas utilizadas em recém-nascidos criticamente doentes. A suspeita clínica de endocardite deve ser realizada em todos os neonatos com sepse, internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal por tempo prolongado.