RESUMO
Summary Introduction: Surveys are a useful tool in primary care. However, low response rates can introduce selection bias, impairing both external and internal validity. The aim of this study was to assess the average response rate in surveys with Portuguese general practitioners (GPs). Method: We searched the Medline, Web of Science, Scopus, Embase, PsychInfo, SciELO, IndexRMP, RCAAP, Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Acta Médica Portuguesa and the proceedings of conferences of general practice from incepton to December 2016. We included all postal, e-mail, telephone and personal surveys to primary care physicians without language restrictions. We did not assess risk of bias of included studies, since the main outcome was survey response rate. We performed planned subgroup analyses of the use of monetary incentives, the use of non-monetary incentives, survey delivery modes and prior contact with participants. Results: A total of 1,094 papers were identified and 37 studies were included in this review. The response rate in surveys done to Portuguese GPs was 56% (95CI 47-64%). There was substantial heterogeneity among included studies (I2=99%), but subgroup analysis did not explain this heterogeneity. Conclusion: Consistent with other published studies, the average response rate in surveys done with Portuguese GPs was 56%, with substantial variation among studies. Use of monetary incentives, one of the most effective strategies to increase response rates, was not present in any of the included studies.
Resumo Introdução: Questionários são úteis na investigação em cuidados de saúde primários. Contudo, baixas taxas de resposta podem introduzir um viés de seleção, prejudicando a validade externa e interna. O objetivo deste estudo foi identificar a taxa de resposta média a questionários aplicados a médicos de família (MF) portugueses. Método: Foram pesquisadas as bases de dados Medline, Web of Science, Scopus, Embase, PsychInfo, SciELO, IndexRMP, RCAAP, Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Acta Médica Portuguesa e resumos em conferências de medicina familiar do início até dezembro de 2016. Incluiram-se estudos realizados a médicos de família portugueses independentemente de sua tipologia, do tipo de entrega (correio, e-mail, pessoalmente e por telefone) e do idioma do artigo. Não foi avaliado o risco de viés dos artigos porque o principal resultado considerado foi a taxa de resposta. Foram efetuadas análises de subgrupos sobre a utilização de incentivos monetários, de incentivos não monetários, o modo de entrega e o contato prévio com os participantes. Resultados: Foram identificados 1.094 artigos e incluídos 37 estudos. O número de participantes em cada estudo variou entre 13 e 2.815 participantes. A taxa de resposta média foi de 56% (IC95% 47-64%). Identificou-se uma heterogeneidade substancial (I2=99%) não explicável pela análise de subgrupos. Conclusão: A taxa de resposta média a inquéritos realizados a MF portugueses foi de 56%, o que corresponde aos valores identificados em revisões internacionais, apesar da variação significativa entre os estudos englobados nesta revisão. O uso de incentivos monetários, uma das estratégias mais eficazes para aumentar as taxas de resposta, não foi identificado em qualquer dos estudos incluídos.
Assuntos
Humanos , Pesquisas sobre Atenção à Saúde/estatística & dados numéricos , Médicos de Atenção Primária/estatística & dados numéricos , Portugal , Reembolso de Incentivo/estatística & dados numéricos , Correspondência como Assunto , ComunicaçãoRESUMO
Resumo Pretende-se conhecer as dificuldades sentidas pelos médicos de família (MF) na abordagem dos doentes com transtornos mentais (TM) e conhecer as suas propostas para melhorar os cuidados os cuidados de saúde mental (CSM). Estudo qualitativo. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas e audio-gravadas a 10 MF. Com análise de conteúdo identificaram-se oito categorias temáticas: condições de trabalho percecionadas; formação em saúde; terapêuticas usadas para tratamento dos TM; instrumentos de saúde mental usados na consulta; TM abordados na atenção primária (AP) e referenciadas a cuidados hospitalares; reação do doente à referenciação; articulação da atenção primária com a psiquiatria; propostas para melhorar os CSM na AP. A articulação com os serviços de saúde mental é deficiente pela falta de acessibilidade, comunicação unidirecional e atraso na resposta. Para melhorar os MF propõem criação de consultorias; equipes multidisciplinares; plataformas que permitam a comunicação bidirecional; aprendizagem contínua com a discussão de casos. O MF presta CSM, o que exige trabalho em equipe, com elementos da comunidade e dos hospitais. Os serviços devem organizar-se como sistemas aprendentes que permitam a progressiva melhoria dos profissionais e o aperfeiçoamento das interfaces entre os mesmos.
Abstract This study seeks to understand the difficulties experienced by family physicians (FP) in the management of mental disorders (MD) and their proposals to improve the quality of care. It is qualitative study with semi-structured interviews with ten family physicians. These were recorded, transcribed and their content analyzed. Eight thematic categories were identified: perceived working conditions and available resources; perceived level of training in mental health; therapies used for treatment of MD; mental health instruments used in consultation; MD addressed in Primary Health Care (PHC) and referral to hospitals; patient's reaction to referral; articulation of PHC with hospitals; proposals to improve mental health care in PHC. Articulation with the Mental Health Services suffers from lack of accessibility, one-way communication and delayed response. The FP propose creation of consultancies; multidisciplinary teams in the community; creating a two-way communication platform; continuous learning through discussion of cases. The FP have responsibilities in providing MHC. This requires working in a multidisciplinary team. Services should be organized to function as a learning system that allows the progressive improvement of the professionals and the improvement of the interfaces between them.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Médicos de Família/estatística & dados numéricos , Medicina de Família e Comunidade/métodos , Medicina Geral/métodos , Transtornos Mentais/terapia , Equipe de Assistência ao Paciente/organização & administração , Médicos de Família/normas , Atenção Primária à Saúde/métodos , Atenção Primária à Saúde/normas , Qualidade da Assistência à Saúde , Encaminhamento e Consulta , Entrevistas como Assunto , Medicina de Família e Comunidade/normas , Medicina Geral/normas , Acessibilidade aos Serviços de Saúde , Serviços de Saúde Mental/normas , Serviços de Saúde Mental/organização & administração , Pessoa de Meia-IdadeRESUMO
Objetivo: O presente estudo objetivou avaliar a proporção de pacientes com queixas físicas, sem explicação orgânica, que foram identificados pelos médicos de família de uma unidade prestadora de cuidados de saúde primários de uma zona urbana de Portugal. Além disso, pretendeu-se avaliar a evolução deste tipo de queixas após 6 meses de observação. Métodos: Durante uma semana, oito médicos de família identificaram os pacientes que consultaram e que apresentaram queixas físicas para as quais não previam uma justificativa orgânica. Seis meses depois, os pacientes foram avaliados quanto à evolução dos seus sintomas. Resultados: Em 864 consultas, 73 (8%) pacientes apresentaram queixas físicas para as quais não havia previsão de explicação orgânica. Estes tinham maior probabilidade de terem depressão, ansiedade e síndrome do cólon irritável. Depois de 6 meses, apenas em 3 pacientes, foi identificada uma doença orgânica e 21 (33%) mantiveram-se com sintomas inalterados ou agravados. Conclusões: Os pacientes com sintomas físicos sem doença orgânica são frequentes nas consultas de medicina familiar. A maioria evolui para a remissão completa e o clínico tem uma pequena probabilidade de omitir um diagnóstico orgânic
Objective: This study aimed to estimate the proportion of patients with physical complaints, not attributable to organic causes, presented to family physicians working in an urban Portuguese primary care center and to evaluate the outcome of these clinical cases after 6 months of observation. Methods: For a week, eight family physicians were asked to identify consulting patients whose physical complaints did not seem to have organic causes. These patients were re-evaluated six months later to determine the outcome of their symptoms. Results: The eight physicians conducted 864 appointments during the study period and identified 73 patients (8%) with physical complaints for which no organic explanation was found. These patients were more likely to suffer from depression, anxiety, headache, and irritable bowel syndrome. After six months of follow-up, an organic cause was identified in only three of these patients, while 21 out of 73 patients (33%) had persistent unexplained symptoms. Conclusions: Patients with unexplained physical symptoms are frequently encountered in family practice. Most symptons resolve completely and clinicians have a small probability of missing a significant organic diagnosis in these patients.
Objetivo: El presente estudio buscó evaluar la proporción de pacientes con síntomas físicos sin explicación orgánica, identificados por los médicos de medicina familiar que trabajan en una unidad de atención primaria de la salud en una zona urbana de Portugal. Además se pretendió evaluar la evolución de este tipo de quejas después de 6 meses de observación. Métodos: Durante una semana, ocho médicos de medicina familiar identificaron los pacientes que refirieron problemas físicos para los cuales no se encontró justificativa orgánica. Seis meses después, los pacientes fueron evaluados con relación a la evolución de sus síntomas. Resultados: En 864 consultas, 73 (8%) eran pacientes con síntomas físicos para los que no se encontró explicación orgánica. Estos eran más propensos a tener depresión, ansiedad y síndrome de intestino irritable. Después de 6 meses, una enfermedad orgánica fue diagnosticada en sólo 3 pacientes y los síntomas se mantuvieron inalterados o sin agravarse en 21 pacientes (33%). Conclusiones: Los pacientes con síntomas físicos sin enfermedad orgánica son frecuentes en las consultas de medicina familiar. La mayor parte evoluciona hacia la remisión completa y el clínico tiene una pequeña probabilidad de omitir un diagnóstico orgánico.