RESUMO
Investigamos publicações científicas sobre o padrão prescritivo de medicamentos para hipertensão arterial sistêmica e uso de diretrizes na atenção primária em saúde por revisão sistemática e meta-análise. Os artigos foram selecionados nas bases de dados PubMed, Web of Science e LILACS, de acordo com as declarações PRISMA, de 2004 a 2020. A revisão sistemática mostrou um padrão de prescrição superior para terapia combinada (52,9%). A metanálise confirmou a superioridade para a terapia combinada (OR 1,76; IC 1,29 - 2,41). Foi observada maior prevalência de monoterapia no estudo Sueco (98%) e terapia combinada no Nigeriano (98%). Maior frequência prescritiva de inibidores da enzima de conversão da angiotensina em Trinidade (64%); diuréticos (64%), betabloqueadores (63%) e bloqueadores dos canais de cálcio (53%) na Nigéria; e bloqueadores dos receptores da angiotensina (43%) em Portugal. Quanto ao uso das diretrizes, 53% dos estudos relataram a sua utilização na prescrição de anti-hipertensivos na atenção primária em saúde.
We investigated scientific publications on the prescription pattern of systemic hypertension drugs and use of guidelines in primary health care by systematic review and meta-analysis. Articles were selected in the PubMed, Web of Science and LILACS databases, according to the PRISMA statements, from 2004 to 2020. The systematic review showed a higher prescription pattern for combination therapy (52,9%). The meta-analysis confirmed the superiority of prescription for combination therapy (OR 1.76, CI 1.29 - 2.41). Was observed higher monotherapy prevalence in the Swedish study (98%) and combined therapy in Nigerian (98%). Higher frequency prescriptive of angiotensin-converting enzyme inhibitors in Trinidad (64%); diuretics (64%), beta blockers (63%), and calcium channel blockers (53%) in Nigeria; and angiotensin-receptor blockers (43%) in Portugal. Regarding the use of guidelines, 50% the studies reported their use for the prescription of antihypertensive in primary health care.
RESUMO
OBJECTIVE: To identify factors associated to medicine use among children from the 2004 Pelotas Birth Cohort, Brazil. METHODS: Prospective study to evaluate medicine use in children aged 3, 12 and 24 months regardless of the reasons, therapeutic indication or class. The study included 3,985 children followed up at three months of age, 3,907 at 12 months, and 3,868 at the last follow-up time of 24 months. Mothers were interviewed to collect information on medicine use during the recall period of 15 days prior to the interview. The outcome was studied according to sociodemographic and perinatal variables, mother's perception of child's health and breastfeeding status. Crude and adjusted analyses were performed by Poisson regression following a hierarchical model. RESULTS: The prevalence of medicine use ranged from 55% to 65% in the three follow-ups. After controlling for confounders, some variables remained associated to medicine use only at the three-month follow-up with greatest use among children of younger mothers, those children who had intrapartum complications, low birthweight, were never breastfed and were admitted to a hospital. Greatest medicine use was also associated with being a firstborn child at 3 and 12 months; mother's perception of their child health as fair or poor and children whose mothers have private health insurance at 12 and 24 months; highest maternal education level at all follow-up times. CONCLUSIONS: Different variables influence medicine use among children during the first two years of life and they change as the child ages especially maternal factors and those associated to the child's health problems.
OBJETIVO: Identificar fatores associados ao uso de medicamentos nas crianças da coorte de nascimentos de 2004 de Pelotas, RS. MÉTODOS: Estudo de delineamento prospectivo, utilizando como desfecho o uso de medicamentos pelas crianças aos três, 12 e 24 meses (independentemente do motivo, indicação ou grupo terapêutico). O estudo inclui 3.985 crianças no seguimento aos três meses, 3.907 no de 12 meses e 3.868 no último seguimento aos 24 meses. Foi realizada entrevista com as mães, referente ao uso de medicamento durante período recordatório de 15 dias anteriores. O desfecho foi analisado de acordo com variáveis sociodemográficas, perinatais, da percepção materna de saúde da criança e de amamentação. Foram realizadas análises bruta e ajustada utilizando regressão de Poisson e seguindo um modelo hierarquizado de análise. RESULTADOS: A prevalência do uso de medicamentos variou entre 55% e 65% nos três seguimentos. Após análise ajustada, algumas variáveis permaneceram associadas ao uso de medicamentos apenas no acompanhamento dos três meses, com maior utilização entre as crianças com mães mais jovens, quando houve algum problema de saúde no momento do parto, baixo peso ao nascer, nas crianças que nunca mamaram e quando houve internação hospitalar da criança. Também se associou ao maior uso de medicamentos: aos três e 12 meses o fato de ser primogênito; aos 12 e 24 meses a percepção de saúde da criança pela mãe como regular ou ruim e o fato de a mãe possuir plano de saúde; e nos três acompanhamentos, a maior escolaridade das mães. CONCLUSÕES: Variáveis diferentes influenciam a utilização de medicamentos nos primeiros dois anos de vida em função do avanço da idade da criança, sobretudo fatores associados à mãe da criança e a problemas de saúde da criança.
OBJETIVO: Identificar factores asociados al uso de medicamentos en los niños de la cohorte de nacimientos de 2004 de Pelotas, Sur de Brasil. MÉTODOS: Estudio de delineamiento prospectivo, utilizando como resultado final el uso de medicamentos por los niños a los tres, 12 y 24 meses (independientemente del motivo, indicación o grupo terapéutico). El estudio incluye 3.985 niños en el seguimiento a los tres meses, 3.907 en el de 12 meses y 3.868 en el último seguimiento a los 24 meses. Se realizó entrevista con las madres, con relación al uso de medicamento durante el período recordatorio de 15 días anteriores. El desenlace fue analizado de acuerdo con variables sociodemográficas, perinatales, de la percepción materna de salud del niño y de amamantamiento. Se realizaron análisis bruto y ajustado utilizando regresión de Poisson y siguiendo un modelo jerarquizado del análisis. RESULTADOS: La prevalencia del uso de medicamentos varió entre 55% y 65% en los tres seguimientos. Posterior al análisis ajustado algunas variables permanecieron asociadas al uso de medicamentos sólo en el acompañamiento de los tres meses, con mayor utilización entre los niños con madres más jóvenes, cuando hubo algún problema de salud en el momento del parto, bajo peso al nacer, en los niños que nunca mamaron y cuando hubo internación hospitalaria del niño. También se asoció al mayor uso de medicamentos: a los tres y 12 meses el hecho de ser primogénito, a los 12 y 24 meses la percepción de salud del niño por la madre como regular o mala y el hecho de la madre poseer seguro de salud; y en los tres acompañamientos, la mayor escolaridad de las madres. CONCLUSIONES: Variables diferentes influencian la utilización de medicamentos en los dos primeros años de vida en función del avance de la edad del niño, en particular factores asociados a la madre del niño y a problemas de salud del niño.
Assuntos
Adulto , Pré-Escolar , Feminino , Humanos , Lactente , Adulto Jovem , Tratamento Farmacológico , Preparações Farmacêuticas , Brasil , Proteção da Criança , Estudos de Coortes , Fatores de Risco , Fatores SocioeconômicosRESUMO
OBJETIVO: Descrever a utilização de medicamentos em crianças aos três, 12 e 24 meses de idade. MÉTODOS: Estudo transversal utilizando dados da Coorte de Nascimentos de Pelotas, RS, de 2004. Foram incluídas 3.985 crianças aos três meses, 3.907 aos 12 meses e 3.868 aos 24 meses de idade. O desfecho considerado foi o uso de medicamentos pelas crianças nos 15 dias anteriores à entrevista. Informações sobre as variáveis independentes (medicamentos utilizados, fonte de indicação, forma de aquisição, regularidade do uso e grupos terapêuticos) foram coletadas por meio de questionário padronizado, em entrevista aos pais nos domicílios. RESULTADOS: As prevalências de uso de medicamentos aos três, 12 e 24 meses foram de 65,0 por cento (IC 95 por cento: 63,5;66,5), 64,4 por cento (IC 95 por cento: 62,9;65,9) e 54,7 por cento (IC 95 por cento: 53,1;56,2), respectivamente. Com o avanço da idade observou-se diminuição no número total de medicamentos utilizados e aumento na automedicação, essa última chegando a 34 por cento aos 24 meses. Também, a freqüência do uso de medicamentos em caráter eventual aumentou e diminuiu a de uso contínuo. Os medicamentos foram adquiridos principalmente com recursos próprios e cerca de 10 por cento foi adquirido pelo Sistema Único de Saúde. Observou-se mudança no perfil dos grupos terapêuticos mais utilizados em função da idade. Aos três meses, o maior uso foi de medicamentos dermatológicos (36 por cento); aos 12 meses, de medicamentos para o sistema respiratório (24 por cento); e, aos 24 meses, de analgésicos (26 por cento). Comparando-se o uso aos 24 meses com o dos três meses de idade observou-se diminuição na utilização de: medicamentos destinados ao trato alimentar e metabolismo, aos órgãos dos sentidos, sistema cardiovascular e produtos dermatológicos. Houve aumento na utilização de: medicamentos anti-infecciosos sistêmicos, destinados ao sistema musculoesquelético, ao sistema respiratório, analgésicos, antiparasitários...
OBJECTIVE: To describe medicine use by children at three, 12 and 24 months of age. METHODS: Cross-sectional study using data from the 2004 Pelotas Birth Cohort (Southern Brazil), including: 3,985 children at three months, 3,907 children at 12 months, and 3,868 children at 24 months of age. The outcome investigated was use of medicine in the 15 days preceding the interview. Information on independent variables (medicine used, who indicated it, how it was obtained, periodicity of use, and therapeutic group) were collected using a standardized questionnaire administered during a home interview with the child's parents. RESULTS: Prevalence of medicine use at three, 12, and 24 months was 65.0 percent (95 percent CI: 63.5;66.5), 64.4 percent (95 percent CI: 62.9;65.9), and 54.7 percent (95 percent CI: 53.1;56.2), respectively. As age increased, there was a reduction in the total number of medicines used and an increase in self-medicine, which reached 34 percent at 24 months. Furthermore, frequency of sporadic medicine use increased, while that of continuous use decreased. Medicine was purchased mainly using private resources, with roughly 10 percent of drugs being purchased through the Brazilian National Health Care System. The profile of medicine types used also changed with age. The type of medicine most frequently used were dermatological products (36 percent) at three months; respiratory system drugs (24 percent) at 12 months; and analgesics (26 percent) at 24 months of age. Compared to three months, medicine use at 24 months was characterized by decreased use of digestive tract and metabolism drugs, drugs for the sensory organs, cardiovascular system drugs, and dermatological products, and an increase in systemic anti-infectious drugs, medicine for the skeletomuscular and respiratory systems, analgesics, insecticides, and repellents. CONCLUSIONS: Medicine use in this cohort was high and indicates the need for prioritizing rational use...
OBJETIVO: Describir la utilización de medicamentos en niños a los tres, 12 y 24 meses de edad. MÉTODOS: Estudio transversal utilizando datos de la Cohorte de Nacimientos de Pelotas, Sur de Brasil, de 2004. Fueron incluidas 3.985 niños a los tres meses, 3.907 a los 12 meses y 3.868 a los 24 meses de edad. El hecho considerado fue el uso de medicamentos por los niños en los 15 días anteriores a la entrevista. Informaciones sobre las variables independientes (medicamentos utilizados, fuente de indicación, forma de adquisición, regularidad en el uso y grupos terapéuticos) fueron colectadas por medio de cuestionario estandarizado, en entrevista a los padres en los domicilios. RESULTADOS: Las prevalencias en el uso de medicamentos a los tres, 12 y 24 meses fueron de 65,0 por ciento (IC 95 por ciento: 63,5;66,5), 64,4 por ciento (IC 95 por ciento: 62,9;65,9) e 54,7 por ciento (IC 95 por ciento: 53,1;56,2), respectivamente. Con el avance de la edad se observó disminución en el número total de medicamentos utilizados y aumento en la automedicación, ésta última alcanzando el 34 por ciento a los 24 meses. También, la frecuencia en el uso de medicamentos en carácter eventual aumentó y disminuyó con relación al uso continuo. Los medicamentos fueron adquiridos principalmente con recursos propios y cerca de 10 por ciento fue adquirido por el Sistema Único de Salud. Se observó cambio en el perfil de los grupos terapéuticos más utilizados en función de la edad. A los tres meses, el mayor uso fue de medicamentos dermatológicos (36 por ciento); a los 12 meses, de medicamentos para el sistema respiratorio (24 por ciento); e, a los 24 meses, de analgésicos (26 por ciento). Al compararse el uso a los 24 meses con el de los tres meses de edad se observó disminución en la utilización de: medicamentos destinados al tracto alimenticio y metabolismo, a los órganos de los sentidos, sistema cardiovascular y productos dermatológicos. Hubo aumento en la utilización...
Assuntos
Pré-Escolar , Humanos , Lactente , Recém-Nascido , Medicamentos sob Prescrição/uso terapêutico , Automedicação , Brasil , Estudos de Coortes , Estudos TransversaisRESUMO
O artigo apresenta as bases éticas e legais da ortotanásia. A busca de conhecimentos esteve baseada em dados disponíveis online e na literatura impressa, tendo como critério de inclusão a relevância dos artigos para a discussão da ortotanásia. Discute-se a ortotanásia tantono campo da medicina quanto no da bioética. São debatidas as leis, a ética e o critério da dignidade quanto à prática da ortotanásia. Reflete-se sobre a morte, os dilemas éticos e as ações dos profissionais em contextos de doentes terminais. O prolongamento da vida do paciente instaura situações muito complexas, mas o limite para investir deve ser definido pela concepção de morte digna, aliada à plena consciência da limitação das intervenções. A solução mais correta para cada situação está diretamente ligada à dignidade da pessoa que sofre o inevitável processoda morte, respeitando suas decisões.
Assuntos
Humanos , Assistência Terminal/tendências , Bioética , Padrões de Prática Médica , Morte , Direito a Morrer/ética , Eutanásia Passiva/legislação & jurisprudência , Futilidade Médica , Cuidados Paliativos , Suicídio Assistido/ética , Doente Terminal , Eutanásia/legislação & jurisprudência , Pessoal de Saúde/ética , Literatura de Revisão como AssuntoRESUMO
Estimou-se a prevalência de capacidade mastigatória insatisfatória referida e fatores associados entre a população de 65 a 74 anos no Brasil. Este estudo faz parte da pesquisa Condições de Saúde Bucal da População Brasileira com 5.124 idosos de 250 municípios. Os dados foram coletados nos domicílios incluindo exame dentário e entrevista. A análise utilizou regressão de Poisson, 2.546 pessoas (49,7 por cento; IC95 por cento: 47,5-51,8) referiram capacidade mastigatória insatisfatória. Na análise ajustada, estavam associadas as variáveis: cor da pele negra (RP = 1,13; IC95 por cento: 1,02-1,26); baixa renda (RP = 1,22; IC95 por cento: 1,12-1,33.); ter dor de dente nos últimos meses (RP = 1,47; IC95 por cento: 1,39-1,57), nunca ir ao dentista (RP = 1,26; IC95 por cento: 1,10-1,44), não receber orientações preventivas (RP = 1,09; IC95 por cento: 1,02-1,17) ter dentes perdidos (RP = 1,66; IC95 por cento: 1,02-2,66), cáries não tratadas (RP = 1,16; IC95 por cento: 1,08-1,25), usar prótese parcial (RP = 0,87; IC95 por cento: 0,76-0,99) ou total (RP = 0,81; IC95 por cento: 0,75-0,88) e necessitar prótese dentária parcial (RP = 1,13; IC95 por cento: 1,03-1,25) ou total (RP = 1,27; IC95 por cento: 1,16-1,39). Assim, aponta para a priorização dos idosos levando-se em consideração seus fatores associados.
We estimated the prevalence of poor self-rated mastication and associated factors among Brazilian elders. The study used data from a national survey of 5,124 Brazilian elderly in 250 cities. Data collection included dental examinations and household interviews with the elderly. The outcome was self-rated mastication. Data analyses used Poisson regression, and the prevalence of poor self-rated mastication was 49.7 percent (95 percentCI: 47.5-51.8). Adjusted analyses showed that increased prevalence was associated with: black color/race (PR = 1.13; 95 percentCI: 1.02-1.26); low income (PR = 1.22; 95 percentCI: 1.12-1.33.); high rates of tooth loss (PR = 1.66; 95 percentCI: 1.02-2.66); untreated caries (PR = 1.16; 95 percentCI: 1.08-1.25); never having visited a dentist (PR = 1.26; 95 percentCI: 1.10-1.44); toothache (PR = 1.47; 95 percentCI: 1.39-1.57); use of partial (PR = 0.87; 95 percentCI: 0.76-0.99) or total prostheses (PR = 0.81; 95 percentCI: 0.75-0.88); and need for partial (PR = 1.13; 95 percentCI: 1.03-1.25) or total prostheses (PR = 1.27; 95 percentCI: 1.16-1.39). The high prevalence emphasizes the dental care needs of this older group. Policies to deal with the problem should take the associated factors into account.