RESUMO
ABSTRACT Objective Evaluate short stature as a possible explanation for obesity, and identify if consumption of energy, protein, carbohydrate, and lipids were associated to higher risk for obesity in Brazilian adults (20-59 y) living in household food insecurity. Methods Cross-sectional study from 2017/2018 Household Budget Survey (N=28,112). Food insecurity was measured with the Brazilian Household Food Insecurity Measurement Scale. Short stature was used as an indicator of malnutrition at the beginning of life, which characterizes metabolic alterations resulting from the presence of food insecurity (cuts off women ≤149cm; men ≤160cm). Body mass index (kg/m2) was estimated from self-reported weight and body height. The average food intake was estimated from a 24-hr recall. The weighted means and standard error of the food security/insecurity categories were assessed according to height, mean energy intake and protein(g), carbohydrate(g) and lipids(g) intake, stratified by gender and nutritional status. Results Both men and women with obesity and food insecurity had significantly lower average height in comparison with those in food security status (p-value <0.01). The prevalence of obesity 1 (BMI 30-34.9kg/m2) increased significantly with the food insecurity among women. There was a trend towards short stature among obese women from families with food insecurity, as well as lower intake of energy. Among both men and women, the lowest intakes of protein and the highest intake of carbohydrates were observed in the underweight group (BMI <18.5kg/m2). Conclusion In women, the risk of obesity may depend on the metabolic background, since who presents food insecurity and develop obesity have low stature and lower energy intake.
RESUMO Objetivo Avaliar a baixa estatura como possível explicação para a obesidade, e identificar se o consumo de energia, proteína, carboidrato e lipídios esteve associado ao maior risco de obesidade em adultos brasileiros (20-59 anos) que vivem em domicílios em insegurança alimentar domiciliar. Métodos Estudo transversal realizado com dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017/2018 (N=28.112). A Insegurança alimentar domiciliar foi medida pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. A baixa estatura (mulheres ≤149cm; homens ≤160cm) foi utilizada como indicador de alterações metabólicas decorrentes da presença de insegurança alimentar. O índice de massa corporal (kg/m2) foi estimado a partir do peso e altura autorreferidos. A média de ingestão alimentar foi estimada a partir do recordatório de 24 horas. As médias ponderadas e o erro padrão das categorias de segurança/insegurança alimentar foram avaliadas segundo estatura, médias de ingestão energéticas e de proteínas(g), carboidratos(g) e lipídios(g), estratificado por sexo e estado nutricional. Resultados Homens e mulheres com obesidade e insegurança alimentar apresentaram a média de estatura significativamente menor em comparação aqueles com segurança alimentar (p-valor <0,01). A prevalência de obesidade 1 (índice de massa corporal 30-34,9Kg/m2) aumentou significativamente com a insegurança alimentar entre as mulheres. Houve tendência de baixa estatura entre mulheres obesas de famílias com insegurança alimentar, bem como menor ingestão de energia. Entre homens e mulheres, a menor ingestão de proteína e a maior ingestão de carboidratos foram observadas no grupo de baixo peso (índice de massa corporal <18,5Kg/m2). Conclusão Nas mulheres, o risco de obesidade pode depender do metabolismo, pois quem apresenta insegurança alimentar e desenvolve obesidade possui baixa estatura e menor ingestão energética.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Estatura/fisiologia , Insegurança Alimentar , Obesidade/epidemiologia , Ingestão de Energia , Carboidratos da Dieta , Proteínas , Índice de Massa Corporal , Estudos Transversais/métodos , Adulto , Ingestão de Alimentos , Abastecimento de Alimentos , LipídeosRESUMO
ABSTRACT Objective: To prospectively analyze changes in the frequency of individual food consumption of adults/elderly people according to different food insecurity outcomes over time. Methods: Population-based longitudinal study carried out in 2011 (358 individuals) and 2014 (301 individuals) in a municipality in the northeastern semi-arid region. The frequency of food consumption of 37 foods in adults/elderly was assessed using the Food Frequency Questionnaire and food insecurity using the Brazilian Food Insecurity Scale. Differences in the proportion of frequency of consumption of each food at baseline (2011) and follow-up (2014) were calculated according to longitudinal categories of change in food insecurity. The McNemar test for paired samples was applied to estimate differences between 2011 and 2014. Results: Among the individuals studied, 38.9% and 30.6% were classified in food security and food insecurity in the two periods (2011 and 2014), respectively, and 23.2% changed from food insecurity in 2011 to food security in 2014. Increase in the frequency of food consumed in the three groups of food insecurity outcomes. Only in the food insecurity group at both times, an increase in the consumption frequency of soft drinks and industrialized juices was observed. In the three groups, when comparing 2011 and 2014, there was an increase in the consumption of local agricultural foods, such as mangoes, sweet potatoes and a decrease in the consumption of pumpkin. Conclusion: Overcoming food insecurity results in positive changes in food consumption, and seasonality is a factor that promotes and limits food consumption.
RESUMO Objetivo: Analisar prospectivamente mudanças na frequência do consumo alimentar individual de adultos/idosos segundo diferentes desfechos de insegurança alimentar no tempo. Métodos: Estudo longitudinal de base populacional realizado em 2011 (358 indivíduos) e 2014 (301 indivíduos) em um município do semiárido nordestino. Foi avaliada a frequência de consumo alimentar de 37 alimentos em adultos/idosos por Questionário de Frequência Alimentar e a insegurança alimentar pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. Foram calculadas as diferenças na proporção da frequência de consumo de cada alimento no baseline (2011) e follow-up (2014) segundo categorias longitudinais de mudança na insegurança alimentar. Foi aplicado o teste de McNemar para amostras pareadas para estimar diferenças entre 2011 e 2014. Resultados: Dentre os indivíduos estudados, 38,9% e 30,6% foram classificados em segurança e insegurança alimentar nos dois tempos (2011 e 2014), respectivamente, e 23,2% mudaram da insegurança alimentar em 2011 para segurança alimentar em 2014. Houve aumento na frequência dos alimentos consumidos nos três grupos de desfechos da insegurança alimentar. Apenas no grupo insegurança alimentar nos dois tempos, observou-se aumento na frequência alimentar de refrigerantes e sucos industrializados. Nos três grupos, ao comparar 2011 e 2014, houve aumento no consumo de alimentos da vocação agrícola local, como manga, batata-doce e diminuição do consumo de jerimum/abóbora. Conclusão: A superação da insegurança alimentar resulta em mudanças positivas no consumo de alimentos, e a sazonalidade é um fator promotor e limitante do consumo de alimentos.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Ingestão de Alimentos/etnologia , Insegurança Alimentar , Estações do Ano , Estudos Longitudinais , Abastecimento de AlimentosRESUMO
Abstract Brazil is characterized by strong social inequalities and differences in access to quality food and sufficient quantities of it, which represent a violation of the human right to adequate food. The aim was to assess food expenditures according to the social profiles of the head of the households. Data from the cross-sectional Brazilian Household Budget Survey (2017/2018) were used with a nationally representative sample of household survey participants (n=52,917). Poisson regression was used to estimate prevalence ratios (PR) to assess the association of different social profiles with the acquisition of food. The profile characterized by woman self-classified as white, with a higher education, which characteristics were positively and significantly associated with more acquisition of fruits (PR=1.22; CI95% 1.09-1.36) and vegetables and greens (PR=1.24; CI95% 1.09-1.41). Black women with low education levels showed a negative association with the consumption of soda (PR=0.53; CI95% 0.45-0.62), and prepared food (PR=0.52; CI95% 0.37-0.74). The results reveal great inequalities in the purchase of food between the social profiles of the heads of the family.
Resumo O Brasil é caracterizado por fortes desigualdades sociais e diferenças no acesso a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, o que representa uma violação do direito humano à alimentação adequada. O objetivo foi avaliar os gastos com alimentação de acordo com o perfil social do responsável pelo domicílio. Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares Brasileiros de corte transversal (2017/2018) foram usados com uma amostra nacionalmente representativa de participantes da pesquisa domiciliar (n=52.917). A regressão de Poisson foi utilizada para estimar razões de prevalência (RP) para avaliar a associação de diferentes perfis sociais com a aquisição de alimentos. O perfil caracterizado pela mulher auto classificada como branca, com maior escolaridade, cujas características estiveram positiva e significativamente associadas a maior aquisição de frutas (RP=1,22; IC95% 1,09-1,36), verduras e legumes (PR=1,24; IC95% 1,09-1,41) e queijo (RP=1,32; IC95% 1,09-1,59). Mulheres negras com baixa escolaridade apresentaram associação negativa com o consumo de refrigerantes (RP=0,53; IC95% 0,45-0,62) e alimentos preparados (RP=0,52; IC95% 0,37-0,74). Os resultados revelam grandes desigualdades na aquisição de alimentos entre os perfis sociais dos chefes de família.
RESUMO
Resumo O objetivo deste estudo foi descrever as mudanças na frequência do consumo de refeições de adolescentes residentes na região metropolitana do Rio de Janeiro, em período de 5 anos. Utilizaram-se dados de dois estudos transversais, de base populacional, que foram realizados por meio de visitas domiciliares. Em 2005, a amostra final foi de 1089 domicílios com 511 adolescentes (de 12 a 18 anos), e em 2010 de 1121 domicílios com 314 adolescentes. A frequência do consumo de refeições foi obtida por meio de questionário autopreenchido e a avaliação da adequação de peso dos adolescentes foi realizada com base nos pontos de corte do IMC por sexo e faixa etária. Houve aumento da substituição diária do almoço tradicional por lanche (3,7% para 13,7%) e no consumo do jantar tradicional (62,9% para 72,0%). Os adolescentes com sobrepeso consumiram o desjejum com menor frequência do que aqueles sem sobrepeso (2005: 68,3% vs 79,3% p=0,02, 2010: 59,5% vs 77,4% p=0,03). Conclui-se que houve aumento da substituição diária do almoço tradicional por lanche e no consumo do jantar tradicional no período de 5 anos. Ademais, a prática do desjejum diário se associou com a classificação de IMC nos dois momentos do estudo, de modo que aqueles com sobrepeso consomem o desjejum com menor frequência.
Abstract This study described changes in meal frequency over a 5-year period among adolescents living in the Rio de Janeiro metropolitan region. The data used were from two cross-sectional, population-based studies conducted by home visits. In 2005 the final sample was 1089 households with 511 adolescents (aged 12 to 18 years) and in 2010, 1121 households with 314 adolescents. Meal frequency was obtained through self-administered questionnaire and the adolescents were assessed for appropriate weight by BMI cut-off points, by sex and age group. Increasingly, traditional daily lunch was replaced by snacks (from 3.7% to 13.7%) and traditional dinner was eaten (62.9% to 72.0%). Overweight adolescents ate breakfast less often than those not overweight (in 2005, 68.3% and 79.3%, p=0.02 and, in 2010, 59.5% and 77.4%, p=0.03). Traditional daily lunch was increasingly replaced by snacks and consumption of traditional dinner increased over the 5-year period. Also, eating breakfast every day was associated with BMI classification at both study times: those who were overweight consumed breakfast less frequently.
Assuntos
Humanos , Comportamento Alimentar , Refeições , Brasil/epidemiologia , Índice de Massa Corporal , Estudos TransversaisRESUMO
Objective: This study aimed to evaluate sociodemographic and economic differences among Brazilian older adults according the region they live in. Methods: This cross-sectional, descriptive-analytical study included older adults aged ≥ 60 years, based on a secondary analysis of public data from a nationally representative survey called the Family Budget Survey. The data were disaggregated according to the 5 regions of the country and associated with sociodemographic and economic characteristics. Analyses of categorical and numerical variables and their associations were performed using multinomial logistic regression. Results: Among all participants in the Family Budget Survey, 26 199 (15%) were older adults. The southeast and south regions were found to had better living conditions and higher proportions of older adults. Regarding race, the southern region had the highest proportion of self-declared Whites, the southeastern region had the highest mean education level, and the northern and northeastern regions had the lowest levels of education and household income. Conclusions: The results suggest that the aging process is heterogeneous due to marked regional inequalities, which are related to social issues. Regional differences can be determinant in socioeconomic and demographic inequalities among the older population.
Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar as diferenças sociodemográficas e econômicas entre idosos brasileiros de acordo com as macrorregiões. Metodologia: Estudo transversal, descritivo-analítico, realizado com indivíduos com ≥ 60 anos de idade, com base na análise secundária de dados públicos de um inquérito nacionalmente representativo denominado Pesquisa de Orçamentos Familiares. Os dados foram separados de acordo com as cinco regiões do País e foram associados a características sociodemográficas e econômicas. Realizaram-se análises de variáveis categóricas e numéricas e de suas associações por meio de regressão logística multinomial. Resultados: Entre todos os participantes da Pesquisa de Orçamentos Familiares, 26.199 (15%) eram idosos. Constatou-se que as regiões Sudeste e Sul apresentaram melhores condições de vida e maiores proporções de idosos. Em relação à raça/cor, a região Sul apresentou a maior proporção de autodeclarados brancos, a região Sudeste apresentou a maior média de escolaridade e as regiões Norte e Nordeste apresentaram os menores níveis de escolaridade e renda familiar. Conclusões: Os resultados sugerem que o processo de envelhecimento é heterogêneo em razão das acentuadas desigualdades regionais, que estão relacionadas a questões sociais. As diferenças regionais podem ser determinantes nas desigualdades socioeconômicas e demográficas entre a população idosa.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Fatores Socioeconômicos , Disparidades nos Níveis de Saúde , Brasil , Estudos Transversais , Inquéritos EpidemiológicosRESUMO
A insegurança alimentar e seus determinantes se distribuem de forma desigual entre as macrorregiões brasileiras. O objetivo deste estudo foi investigar as intersecções de gênero e raça/cor da pessoa de referência na ocorrência de insegurança alimentar em domicílios nas diferentes regiões do Brasil. Foram utilizados os microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2018, com amostra de 57.920 domicílios. Os níveis de insegurança alimentar foram considerados com análises em relação aos perfis criados a partir da intersecção do gênero (homem e mulher) e raça/cor: homem branco, mulher branca, homem pardo, mulher parda, homem preto e mulher preta. Razões de prevalência (RP) foram estimadas por meio de modelos de regressão de Poisson para investigar a associação dos perfis com a insegurança alimentar moderada/grave, estratificados por macrorregião. O Norte apresentou as piores proporções de todos os níveis de insegurança alimentar (57%), seguido do Nordeste (50,4%). As regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste apresentaram prevalência de insegurança alimentar moderada/grave até 5 vezes maior entre domicílios chefiados por mulheres comparados aos chefiados por homens (p < 0,001). A insegurança alimentar moderada/grave esteve mais associada aos domicílios chefiados pelas mulheres negras em todas as macrorregiões do Brasil, porém, no Sudeste, a RP foi mais elevada, quando comparada às demais regiões, para a mulher parda (RP = 1,16; IC95%: 1,13-1,20), enquanto na Região Sul a RP foi maior para a mulher preta (RP = 1,17; IC95%: 1,13-1,21). Os achados sugerem que o debate interseccional sobre os dados de insegurança alimentar no Brasil, considerando o gênero, a raça/cor da pele e a região de residência, deve ser somado ao tema das políticas voltadas para redução da insegurança alimentar e das iniquidades relacionadas.
Food insecurity is distributed unequally throughout Brazilian regions. This study aims to investigate the intersections of gender and skin color/race in the cases of food insecurity in households across Brazil. Microdata from the 2018 Brazilian Household Budgets Survey (POF) were used, with a sample of 57,920 households. Food insecurity levels were compared to profiles created from the intersection of gender (man and woman) and skin color/race: white man, white woman, mixed-race man, mixed-race woman, black man, and black woman. Prevalence ratios (PR) were estimated using Poisson regression models to investigate the association of profiles with moderate/severe food insecurity, separated by macroregion. The North had the worst proportions of all food insecurity levels (57%), followed by Northeast (50.4%). The North, Northeast, and Central-West macroregions had prevalence of moderate/severe food insecurity up to five times higher among households headed by women compared to those headed by men (p < 0.001). Moderate/severe food insecurity was associated to households headed by black women in all macroregions of Brazil, but prevalence ratios in Southeast were higher compared to other regions for mixed-race women (PR = 1.16; 95%CI: 1.13-1.20), while the PR was higher in South for black women (PR = 1.17; 95%CI: 1.13-1.21). Outcomes suggest that the intersectional food insecurity data in Brazil - focused on gender, skin color/race and macroregion of residence - should be considered for policies aimed at reducing hunger and related issues.
La inseguridad alimentaria y sus determinantes está distribuida desigualmente por las macrorregiones de Brasil. El objetivo de este estudio fue investigar las intersecciones de género y raza/color de piel de la persona de referencia en la ocurrencia de inseguridad alimentaria en hogares de diferentes regiones brasileñas. Se utilizaron microdatos de la Encuesta de Presupuestos Familiares (POF) de 2018 de una muestra de 57.920 hogares. Se consideraron los niveles de inseguridad alimentaria con relación a los perfiles creados desde la intersección de género (hombre y mujer) y raza/color de piel: hombre blanco, mujer blanca, hombre pardo, mujer parda, hombre negro y mujer negra. Las razones de prevalencia (RP) se estimaron por modelos de regresión de Poisson para evaluar la asociación de los perfiles con inseguridad alimentaria moderada/grave, estratificados por macrorregión. La Región Norte tuvo las peores proporciones en todos los niveles de inseguridad alimentaria (57%), seguida del Nordeste (50,4%). Las regiones Norte, Nordeste y Centro-oeste mostraron prevalencias moderada/grave de inseguridad alimentaria hasta 5 veces mayores entre los hogares con mujeres como jefas del hogar en comparación con los hogares liderados por hombres (p < 0,001). La inseguridad alimentaria moderada/grave se asoció más en los hogares donde las mujeres negras eran las jefas del hogar en todas las macrorregiones de Brasil, sin embargo, en el Sudeste la RP fue mayor en comparación con las demás regiones para las mujeres pardas (RP = 1,16; IC95%: 1,13-1,20), mientras que en la Región Sur la RP fue mayor para las mujeres negras (RP = 1,17; IC95%: 1,13-1,21). Los hallazgos sugieren que el debate interseccional sobre los datos de inseguridad alimentaria en Brasil, considerando el género, la raza/color de piel y la región de residencia, debe agregarse al tema de las políticas destinadas a reducir la inseguridad alimentaria y sus inequidades asociadas.
RESUMO
Resumo O trabalho analisa a insegurança alimentar (IA) nas áreas urbana e rural da região Nordeste do Brasil e sua associação com fatores sociais e o acesso a benefícios/programas governamentais. Foram avaliados dados sobre IA da Pesquisa de Orçamentos Familiares (2017-2018), considerando variáveis socioeconômicas e o acesso a benefícios/programas governamentais de transferência de renda (Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada, Cartão Alimentação e Cesta de Alimentos). Modelos de regressão logística multinomial tendo IA como desfecho foram utilizados para avaliar a relação com os programas governamentais. Metade das famílias se encontrava em IA, sendo maior a prevalência e gravidade nos domicílios rurais. A composição da família por ao menos um indivíduo aposentado reduziu significativamente a probabilidade de ocorrência dos níveis mais severos da IA. O acesso à Cesta de Alimentos (em dinheiro) e ao Bolsa Família associou-se como fator de proteção para a IA grave na área rural; na área urbana, o benefício Cartão Alimentação foi o principal fator de proteção. Programas de transferência de renda e o acesso a benefícios sociais contribuíram para o enfrentamento da IA, destacando a relevância da manutenção e ampliação dessas iniciativas para populações vulnerabilizadas.
Abstract This paper analyzes food insecurity (FI) in urban and rural areas of the Northeast region of Brazil associated with certain social determinants and access to governmental benefits/programs. Data about FI from the National Household Budget Survey (2017-2018) were analyzed, including socio-economic variables and access to government benefits/programs of supplemental income (Bolsa Família, Ongoing transfer benefits, Food voucher and Food basket). Multinomial logistic regression models were performed to assess the relationship between FI and access to government programs/benefits. Half of the families in the Northeast were classified as being subject to FI, the prevalence and severity being higher in rural households. The composition of the family, with at least one retired individual, significantly reduced the probability of being FI at all levels of severity. Access to the Food basket (in cash) benefit and Bolsa Família was associated with being a factor of protection against severe FI in rural areas, while in urban areas the food voucher benefit was the main factor of protection. Income transfer programs and access to social benefits contribute to combatting FI, highlighting the importance of maintaining and scaling-up these initiatives for vulnerable populations.
RESUMO
This study ascertained changes, over 5 years, in the prevalence of overweight in adolescents and associations with socio-demographic variables and food insecurity. Two cross-sectional population-based studies were conducted with 511 (2005) and 314 (2010) adolescents resident in Campos Elíseos (Duque de Caxias-RJ). Overweight was evaluated by sex and age specific cut-off points of BMI (weight/height²). The prevalence of food insecurity was investigated using the Brazilian Food Insecurity Scale. Logistic regression was used to determine the association between changes in overweight over time and sex, age, skin colour, and food insecurity. Overweight was found to increase significantly, between 2005 and 2010, in boys who were younger (from 20.1% to 49.5%), black or brown (22.2% to 37.3%), those with per capita income of up to half a minimum wage (13.6% to 32.5%) and those experiencing moderate or severe food insecurity (9.2% to 36.3%). It was concluded that overweight increased significantly in adolescents living in an area of food insecurity, and that younger, black or brown, lower-income adolescents, and those living with moderate and severe food insecurity, were more exposed to that increase.
O objetivo deste estudo foi verificar as mudanças na prevalência do excesso de peso em adolescentes e sua associação com variáveis sociodemográficas e insegurança alimentar em período de 5 anos. Foram realizados dois estudos transversais com 511 (2005) e 314 (2010) adolescentes de 12 a 18,9 anos residentes de Campos Elíseos (Duque de Caxias-RJ). Excesso de peso foi avaliado por meio do IMC (peso/estatura²). A insegurança alimentar foi investigada por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Utilizou-se regressão logística para verificar a associação entre as mudanças temporais de excesso de peso segundo sexo, idade, cor da pele, e insegurança alimentar. Quanto à evolução do excesso de peso pode se notar que nos meninos houve aumento significativo para os mais novos (20,1% para 49,5%), os de cor preta ou parda (22,2% para 37,3%), os que tinham renda per capita de até ½ salário mínimo (13,6% para 32,5%) e os que apresentavam insegurança alimentar moderada e grave (9,2% para 36,3%) entre 2005 e 2010. Conclui-se que o aumento do excesso de peso foi expressivo nos adolescentes residentes em área de insegurança alimentar, e os meninos mais novos, pretos ou pardos, de menor renda e residentes em lares com insegurança alimentar moderada e grave estão mais expostos a este aumento.
Assuntos
Abastecimento de Alimentos , Sobrepeso , Adolescente , Estudos Transversais , Insegurança Alimentar , Humanos , Masculino , Sobrepeso/epidemiologia , Prevalência , Fatores SocioeconômicosRESUMO
Resumo O objetivo deste estudo foi verificar as mudanças na prevalência do excesso de peso em adolescentes e sua associação com variáveis sociodemográficas e insegurança alimentar em período de 5 anos. Foram realizados dois estudos transversais com 511 (2005) e 314 (2010) adolescentes de 12 a 18,9 anos residentes de Campos Elíseos (Duque de Caxias-RJ). Excesso de peso foi avaliado por meio do IMC (peso/estatura²). A insegurança alimentar foi investigada por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Utilizou-se regressão logística para verificar a associação entre as mudanças temporais de excesso de peso segundo sexo, idade, cor da pele, e insegurança alimentar. Quanto à evolução do excesso de peso pode se notar que nos meninos houve aumento significativo para os mais novos (20,1% para 49,5%), os de cor preta ou parda (22,2% para 37,3%), os que tinham renda per capita de até ½ salário mínimo (13,6% para 32,5%) e os que apresentavam insegurança alimentar moderada e grave (9,2% para 36,3%) entre 2005 e 2010. Conclui-se que o aumento do excesso de peso foi expressivo nos adolescentes residentes em área de insegurança alimentar, e os meninos mais novos, pretos ou pardos, de menor renda e residentes em lares com insegurança alimentar moderada e grave estão mais expostos a este aumento.
Abstract This study ascertained changes, over 5 years, in the prevalence of overweight in adolescents and associations with socio-demographic variables and food insecurity. Two cross-sectional population-based studies were conducted with 511 (2005) and 314 (2010) adolescents resident in Campos Elíseos (Duque de Caxias-RJ). Overweight was evaluated by sex and age specific cut-off points of BMI (weight/height²). The prevalence of food insecurity was investigated using the Brazilian Food Insecurity Scale. Logistic regression was used to determine the association between changes in overweight over time and sex, age, skin colour, and food insecurity. Overweight was found to increase significantly, between 2005 and 2010, in boys who were younger (from 20.1% to 49.5%), black or brown (22.2% to 37.3%), those with per capita income of up to half a minimum wage (13.6% to 32.5%) and those experiencing moderate or severe food insecurity (9.2% to 36.3%). It was concluded that overweight increased significantly in adolescents living in an area of food insecurity, and that younger, black or brown, lower-income adolescents, and those living with moderate and severe food insecurity, were more exposed to that increase.
Assuntos
Humanos , Masculino , Adolescente , Sobrepeso/epidemiologia , Abastecimento de Alimentos , Fatores Socioeconômicos , Prevalência , Estudos Transversais , Insegurança AlimentarRESUMO
ABSTRACT Objective To evaluate the relationship between sociodemographic characteristics and food insecurity in quilombola communities in Brazil. Methods Microdata from the 2011 Quilombola Census "Assessment of the food and nutritional security situation in titled quilombola communities" were evaluated. The Brazilian household food insecurity measurement scale was used to evaluate household food insecurity status. Multinomial regression models were used to test the association between sociodemographic characteristics and food insecurity. Results The prevalence of food insecurity was 86.1% (mild: 30.2%; moderate/severe: 55.9%). In the final adjusted model, the factors significantly associated with moderate/severe food insecurity (p-value<0.001) were: head of household being single or divorced, head of household with 1-7 years of schooling, a larger domicile size, households with children under 5 years of age, precarious sanitation, a household income of less than the minimum wage, and being from a quilombola communities in the North of the country. Conclusion The results indicated that the prevalence of food insecurity among quilombola households is high, requiring the implementation of public policies to promote food and nutritional security and to mitigate the historical social injustices suffered by this population.
RESUMO Objetivo Avaliar a relação entre características sociodemográficas e insegurança alimentar em comunidades quilombolas no Brasil. Métodos Os microdados do Censo Quilombola de 2011, "Avaliação da situação de segurança alimentar e nutricional nas comunidades quilombolas tituladas", foram analisados. A Escala Brasileira de Insegurança Alimentar foi usada para avaliar o nível de insegurança alimentar dessa população. Modelos de regressão multinomial foram utilizados para testar a associação entre características sociodemográficas e insegurança alimentar. Resultados A prevalência de insegurança alimentar foi de 86,1% (leve: 30,2%; moderada/grave: 55,9%). No modelo final ajustado, verificou-se que as residências cujos responsáveis eram solteiros/divorciados, com escolaridade entre 1-7 anos, aquelas onde havia maior aglomeração familiar, presença de crianças menores de cinco anos, com precário saneamento básico, da macrorregião Norte do país e famílias com renda mensal familiar inferior a um salário mínimo apresentaram associação significativa com insegurança moderada/ grave (p-valor <0,001). Conclusão Os resultados indicaram que as famílias quilombolas apresentavam elevada prevalência de insegurança alimentar, sendo necessária a implementação de políticas públicas para promoção da segurança alimentar e nutricional e que minimizem as históricas injustiças sociais sofridas por essa população.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Fatores Socioeconômicos , Etnicidade/estatística & dados numéricos , Abastecimento de Alimentos/estatística & dados numéricos , Insegurança Alimentar , Brasil , Prevalência , CensosRESUMO
ABSTRACT: Introduction: The relationships between the social indicators (SIs) that determine food insecurity (FI) have not been described yet. This systematic review aims to identify which SIs are associated with FI in Brazilian households and how these relationships are explained. Methods: The research protocol was registered on the International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO - CRD42018106527). Three independent researchers performed the search in the Latin American and Caribbean Health Sciences Literature (LILACS) and National Library of Medicine (PubMed) databases (June/2018). The study included articles that used the Brazilian Household Food Insecurity Measurement Scale (Escala Brasileira de Insegurança Alimentar - EBIA) to assess FI and that evaluated the association between SIs and FI. Results: We included 18 articles in this review. The Kappa concordance index between the researchers was 0.72 (95%CI 0.42 - 1.00). Most articles were cross-sectional and used multivariate regression for the statistical analysis. At least one income-related SI had a significant association with FI, and, in most studies, they presented the highest values of association measures. We organized the authors' explanation about the relationships between SIs and FI in a conceptual model. The study identified three possible justifications for the association between SIs and FI: direct relationship, relationship mediated by income, or relationship mediated by another SI and income. Conclusion: Income assumed a central role in the mediation between several SIs and FI. However, the analysis methods of the studies did not allow us to investigate this mediation. Therefore, improving data analysis to isolate and understand the effect of SIs on FI is still necessary.
RESUMO: Introdução: As relações existentes entre os indicadores sociais (IS) que determinam a insegurança alimentar (IA) ainda não foram descritas. Esta revisão sistemática se propõe a identificar os IS que se associam com a IA em domicílios brasileiros e como essa relação é explicada. Metodologia: O protocolo de pesquisa foi registrado no PROSPERO (CRD42018106527). A busca dos artigos foi realizada por três pesquisadoras independentes nas bases Lilacs e PubMed (junho/2018). O estudo incluiu artigos que utilizaram a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) para avaliar a IA e que analisaram a associação entre IS e IA. Resultados: 18 artigos foram incluídos nessa revisão. O índice de concordância Kappa entre as pesquisadoras foi de 0,72 (IC95% 0,42 - 1,00). A maioria dos artigos foram do tipo transversais e utilizaram regressão multivariada para análise de dados. Pelo menos um IS relacionado à renda teve associação significativa com a IA e, na maioria dos estudos, eles foram os que apresentaram os maiores valores das medidas de associação. A justificativa dos autores sobre as relações entre IS e IA foram organizadas em um modelo conceitual. O estudo identificou 3 possibilidades de explicar a associação entre IS e IA: relação direta, relação mediada pela renda, ou por outro IS e renda. Conclusão: A renda assumiu um papel central na mediação de diversos IS com IA. Entretanto, os métodos de análise dos estudos não possibilitaram lidar com essa mediação, portanto aprimoramentos nas análises de dados são necessários para isolar e compreender o efeito dos IS na IA.
Assuntos
Humanos , Abastecimento de Alimentos/estatística & dados numéricos , Fatores Socioeconômicos , Brasil , Estudos Transversais , Renda/estatística & dados numéricosRESUMO
ABSTRACT OBJECTIVE To determine the trans fatty acids content of processed foods frequently consumed by adults living in a Rio de Janeiro, Brazil, after the enactment of a mandatory trans fatty acids labelling policy. METHODS Between February 2014 and January 2015, a specifically dietary questionnaire was completed by 107 adults to assess the frequency of processed foods consumption. The most commonly consumed products from the survey, including vegetable oils, margarine, biscuits, snacks, cheese bread (pão de queijo), french fries, cheeseburger and ice cream, were then analyzed for their trans fatty acids content using gas chromatography with a flame ionization detector. RESULTS Differences in the levels of trans fatty acids were observed among 22 products analyzed, considering that trans fatty acids content ranged between 0.0 g/100 g in samples of cream cracker biscuit 1 and olive oil to 0.83 g/100 g in samples of cheeseburger (fast food), 0.51 g/100 g in samples of frozen pão de queijo and 12.92 g/100 g in samples of chocolate sandwich cookies with cream filling 2. The overall trans fatty acids content of the different samples of margarine brands was 0.20 g/100 g for brand 1 and 0.0 g/100 g for brand 2. These data are significantly lower than those observed in a survey conducted in 2003, when the regulation had been enacted. CONCLUSIONS Our data indicate that Brazilian regulation is very likely implicated in the observed drop in trans fatty acids of the most processed foods but has yet to eliminate them, which reinforces the urgent need to revise the legislation, since a minimum amount of trans fat does not mean that the food product does not contain this type of fat.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Adulto Jovem , Gorduras na Dieta/análise , Indústria Alimentícia/legislação & jurisprudência , Política Nutricional/legislação & jurisprudência , Ácidos Graxos trans/análise , Rotulagem de Alimentos/legislação & jurisprudência , Brasil , Estudos Transversais , Política Nutricional/tendências , Rotulagem de Alimentos/normas , Pessoa de Meia-IdadeRESUMO
Resumo: O objetivo foi investigar diferenças de gênero e idade na associação entre dimensões do apoio social e índice de massa corporal (IMC) com amostra de 1.465 adultos (20 a 59 anos) de estudo de base populacional realizado em Duque de Caxias, Rio de Janeiro, Brasil. Antropometria foi realizada por avaliadores treinados e o apoio social obtido pelo Medical Outcomes Study, adaptado e validado para a população brasileira. Análises foram conduzidas por meio de regressões lineares múltiplas, estratificadas por sexo e faixa etária, considerando o fator de expansão da amostra e desenho complexo. A prevalência de obesidade foi de 28% entre mulheres e de 16,2% entre homens. Ajustando para fatores de confusão, observou-se associação negativa para apoio social e IMC entre homens de 40-49 anos, nos apoios emocional/informação (β = -2,04) e interação social positiva (β = -2,40). Associação positiva para apoio social e IMC entre homens de 50-59 anos no apoio emocional/informação (β = 1,84). O estudo indica que o apoio social pode ser protetor para obesidade para homens em algumas dimensões e faixas etárias. Porém, o apoio social não parece ser fator de proteção entre as mulheres.
Abstract: The objective was to investigate gender and age differences in the association between dimensions of social support and body mass index (BMI) in a sample of 1,465 adults (20 to 59 years) in a population-based study in Duque de Caxias, Rio de Janeiro State, Brazil. Anthropometry was conducted by trained evaluators and social support obtained by the Medical Outcomes Study, adapted and validated for the Brazilian population. The analyses were performed with multiple linear regressions, stratified by gender and age bracket, considering the sample’s expansion factor and complex design. Obesity prevalence was 28% in women and 16.2% in men. After adjusting for confounders, a negative association was observed between social support and BMI in men 40-49 years of age, and in emotional support/information (β = -2.04), and positive social interaction (β = -2.40). There was a positive association for social support and BMI in men 50-59 years of age in emotional support/information (β = 1.84). The study indicates that social support can protect against obesity in men in some dimensions and age brackets. However, social support does not appear to be a protective factor in women.
Resumen: El objetivo fue investigar las diferencias de género y edad en la asociación entre dimensiones del apoyo social e índice de masa corporal (IMC) con una muestra de 1.465 adultos (20-59 años) de un estudio de base poblacional que fue realizado en Duque de Caxias, Río de Janeiro, Brasil. La antropometría se realizó mediante evaluadores entrenados y el apoyo social se obtuvo por el Medical Outcomes Study, adaptado y validado para la población brasileña. Los análisis se realizaron mediante regresiones lineales múltiples, estratificadas por sexo y franja de edad, considerando el factor de expansión de la muestra y el diseño complejo. La prevalencia de obesidad fue de un 28% entre mujeres y de un 16,2% entre los hombres. Ajustando factores de confusión, se observó una asociación negativa en el apoyo social e IMC entre hombres de 40-49 años, en los apoyos emocional/información (β = -2,04) e interacción social positiva (β = -2,40). La asociación positiva en el apoyo social e IMC entre hombres de 50-59 años en el apoyo emocional/información (β = 1,84). El estudio indica que el apoyo social puede ser protector para la obesidad para hombres en algunas dimensiones y franjas de edad. No obstante, el apoyo social no parece ser un factor de protección entre las mujeres.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Apoio Social , Índice de Massa Corporal , Inquéritos Epidemiológicos , Relações Interpessoais , Obesidade/epidemiologia , Fatores Socioeconômicos , Brasil/epidemiologia , Modelos Lineares , Fatores Sexuais , Prevalência , Fatores Etários , Distribuição por Sexo , Distribuição por Idade , Obesidade/psicologiaRESUMO
This study aimed to assess whether physical intimate partner violence affects the nutritional status of adult women with different levels of body mass index (BMI). This was a population-based cross-sectional study with 625 women selected through complex multistage cluster sampling. Information on physical intimate partner violence was obtained with the Revised Conflict Tactics Scales, and nutritional status was measured as BMI (kg/m2). A quantile regression model was used to assess the effect of physical intimate partner violence at all percentiles of BMI distribution. Physical intimate partner violence occurred in 27.6% of the women (95%CI: 20.0; 35.2). Mean BMI was 27.9kg/m2 (95%CI: 27.1; 28.7). The results showed that physical intimate partner violence was negatively associated with BMI between the 25th and 85th percentiles, corresponding to 22.9 and 31.2kg/m2. The findings support previous studies indicating that physical intimate partner violence can reduce BMI in low-income women. .
El objetivo de este trabajo es evaluar si la experiencia de violencia física entre parejas sentimentales interfiere en el estado nutricional de las mujeres adultas con diferentes niveles de índice de masa corporal (IMC). Se trata de un estudio transversal de base poblacional con 625 mujeres, seleccionadas a través de una muestra compleja por conglomerados. La información sobre violencia física entre parejas sentimentales se obtuvo a través de la Revised Conflicts Tactics Scales. El estado nutricional se evaluó mediante el IMC en kg/m2. Para evaluar el efecto independiente de la violencia física entre parejas sentimentales en diferentes percentiles de la distribución del índice de masa corporal se utilizó el modelo multivariado de regresión cuantil. La violencia física entre parejas sentimentales se produjo en un 27,6% (IC95%: 20,0; 35,2) de las mujeres y el IMC promedio fue 27,9kg/m2 [IC95%: 27,1; 28,7]. Los resultados indican que la presencia de violencia física entre parejas sentimentales se asoció negativamente con el IMC entre las mujeres con un IMC entre 25 y 85 percentiles de la distribución del IMC, que corresponden a los valores de 22,9 y 31,2kg/m2. .
O objetivo do artigo foi avaliar se a violência física entre parceiros íntimos interfere no estado nutricional de mulheres adultas com diferentes níveis de índice de massa corporal (IMC). Trata-se de um estudo transversal de base populacional com 625 mulheres selecionadas por uma amostragem complexa por conglomerados em múltiplos estágios. As informações sobre a violência física entre parceiros íntimos foram obtidas por meio do Revised Conflict Tatics Scales. O estado nutricional foi avaliado pelo IMC em kg/m2. Para avaliar o efeito independente da violência física entre parceiros íntimos em diferentes percentis da distribuição do IMC, utilizou-se o modelo de regressão quantílica multivariado. A violência física entre parceiros íntimos ocorreu em 27,6% (IC95%: 20,0; 35,2%) das mulheres e a média do IMC foi de 27,9kg/m2 (IC95%: 27,1; 28,7%). Os resultados indicam que a presença da violência física entre parceiros íntimos associou-se negativamente ao IMC em mulheres com valores entre os percentis 25 e 85 de sua distribuição, que correspondem aos valores 22,9 e 31,2kg/m2. Os resultados corroboram estudos anteriores que indicam que a violência física entre parceiros íntimos pode reduzir o IMC em mulheres de baixa renda.
Assuntos
Adulto , Feminino , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Índice de Massa Corporal , Pobreza/psicologia , Maus-Tratos Conjugais/psicologia , Brasil , Estudos Transversais , Modelos Teóricos , Estado Nutricional , Fatores SocioeconômicosRESUMO
OBJETIVO: Analisar a associação entre variáveis sociodemográficas e hábitos de vida com Inatividade Física de Lazer, entre os sexos, em população de baixa renda. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional, em Duque de Caxias, Rio de Janeiro (2005). A coleta de dados constou de visita domiciliar e amostra de 1 113 adultos. Foram avaliados alguns dados sobre Atividade Física de Lazer, informações sociodemográficas, hábitos de vida (hábito de fumar, consumo de refrigerantes) e medidas antropométricas. Na análise de dados foi empregado o modelo hierárquico, utilizando a regressão de Poisson e a Inatividade Física de Lazer (indivíduos que responderam não praticar nenhum tipo de Atividade Física de Lazer) como desfecho. O primeiro nível do modelo considerou variáveis sociodemográficas e o segundo, o estado nutricional (índice de massa corporal em kg/m² (baixo peso <18,5; eutrófico ≥18,5 e <25,0; sobrepeso ≥25,0 e <30,0; e obeso ≥30,0), hábitos de vida e consumo alimentar. RESULTADOS: A prevalência de Inatividade Física de Lazer foi de 33,0% (IC95%: 28,6-37,6) para os homens, e 67,0% (IC95%: 62,3-71,3) para as mulheres. No modelo final, entre os homens, a Inatividade Física de Lazer foi associada com excesso de peso (sobrepeso: RP=1,50, obesidade: RP=1,50, p-valor=0,004) e cor de pele (pretos/pardos: RP=0,71, p-valor=0,003). Entre mulheres, a Inatividade Física de Lazer foi associada com escolaridade (RP=1,15, p-valor=0,019), perímetro de cintura (RP=0,87, p-valor=0,042), hábito de fumar (RP=1,17, p-valor=0,003) e maior ingestão de refrigerantes (RP=1,22, p-valor=0,015). CONCLUSÃO: Os fatores associados com a Inatividade Física de Lazer diferiram entre os gêneros. As mulheres possuíam estilos de vida não saudáveis, ou seja, fumavam, consumiam mais refrigerantes, e eram mais inativas fisicamente...
OBJECTIVE: To identify gender-specific sociodemographic and lifestyle variables associated with leisure-time physical inactivity in a low-income population. METHODS: This cross-sectional, population-based study conducted in Duque de Caxias, Rio de Janeiro (2005), collected the following data from 1113 adults in home interviews: leisure-time physical activity, sociodemographic information, lifestyle habits (smoking, soda intake), and anthropometric measurements. The hierarchical Poisson regression modeling was used for data analysis setting leisure-time physical inactivity (individuals who did not practice any type of leisure-time physical activity) as outcome. The first level of the model included the sociodemographic variables and the second, lifestyle habits, food intake, and nutritional status according to body mass index (kg/m²) as follows: underweight <18.5; 18.5≤ normal weight <25.0; 25.0≤ overweight <30.0; and obese ≥ 30.0. RESULTS: The prevalence of leisure-time physical inactivity was 33.0% (CI95%: 28.6-37.6) for men and 67.0% (CI95%: 62.3-71.3) for women. In the final model, leisure-time physical inactivity in males was associated with overweight (overweight: PR=1.50, obesity: PR=1.50, p=0.004) and skin color (black/brown: PR=0.71, p=0.003); and in females, with education level (PR=1.15, p=0.019), waist circumference (PR=0.87, p=0.042), smoking (PR=1.17, p=0.003), and higher soda intake (PR=1.22, p=0.015). CONCLUSION: The factors associated with leisure-time physical inactivity vary between genders. The women had unhealthy lifestyles: they smoked, consumed soda, and were more inactive...
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Atividade Motora , Estilo de Vida , Identidade de GêneroRESUMO
OBJETIVOS: Avaliar prevalência, atividades praticadas no tempo destinado ao lazer (AFL) e suas variáveis associadas, entre gêneros, em Duque de Caxias/Rio de Janeiro, Brasil. Material e métodos: Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, composto por 1246 adultos. Durante as visitas domiciliares foram aplicados questionários avaliando a prática de AFL, fatores sociodemográficos e medidas antropométricas. RESULTADOS: A inatividade física foi elevada (70 por cento) (p-valor <0,001) sendo os homens mais ativos (43,3 por cento) que as mulheres (20 por cento) (p-valor < 0,0001). Homens praticaram significativamente mais AFL competitivas e do universo masculino. Tomar conta de crianças foi um fator que aumentou a chance dos homens se engajarem em AFL (OR=2,75, p-valor=0,034), enquanto que entre as mulheres, aquelas que dispendiam menos tempo em atividades domésticas (OR=0,99, p-valor=0,016), não fumavam (OR=2,63, p-valor=0,039) e que apresentavam maior acúmulo de gordura abdominal (OR=2,72, p-valor=0,023), tinham mais chance de praticarem AFL. CONCLUSÃO Conclui-se que homens repetiram modelo de escolhas de AFL consideradas masculinas. Fatores sócio-demográficos e medidas antropométricas se associaram com AFL de forma diferente entre gêneros.
OBJECTIVES: To evaluate the prevalence and associated variables in leisure-time physical activity (LTPA), by gender, in Duque de Caxias/Rio de Janeiro, Brazil. Methods: This is a population-based cross-sectional study with 1,246 adults. During home visits, questionnaires were applied on LTPA, socio-demographic factors and anthropometric examinations were performed. RESULTS: Physical inactivity was high (70 percent) (p-value <0001) and men were more active (43.3 percent) than women (20 percent) (p-value <0.0001). Men practiced significantly more competitive and male-associated LTPA. Taking care of children was a factor that increased the likelihood of men engaging in LTPA (OR = 2.75, p-value = 0.034), whereas among women, those who spent less time on domestic activities (OR = 0.99, p-value = 0.016), did not smoke (OR = 2.63, p-value = 0.039) and had greater accumulation of abdominal fat (OR = 2.72, p -value = 0.023), practiced LTPA. CONCLUSION: Men chose LTPAs considered masculine. Socio-demographic and anthropometric measures had different associations with LTPA between the genders.
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Adulto , Feminino , Humanos , Masculino , Adulto Jovem , Atividades de Lazer , Atividade Motora , Brasil , Estudos Transversais , Fatores Sexuais , Fatores SocioeconômicosRESUMO
OBJECTIVE: To analyse changes and predictors of change in self-reported food intake among Brazilian families that benefitted from conditional cash transfer (CCT) implemented in the Programa Bolsa Família of the Brazilian Federal Government. DESIGN: A cross-sectional survey. SETTING: The study was conducted from September to October 2007 in a nationwide representative household sample of families included in the CCT. Socio-economic variables, perception of food consumption and food insecurity were evaluated via questionnaire, which was completed during face-to-face interviews. SUBJECTS: Five thousand households were selected from the CCT registry. RESULTS: Families reported increased consumption of all food groups analysed, mainly cereals, processed foods, meat, milk and dairy, beans and sugar. The degree of dependence on income from the CCT was positively associated with increased self-reported intake of food items such as sugar and soft drinks. A Poisson regression revealed that the fourth quartile of CCT dependence demonstrated a twofold increase in the self-reported intake of soft drinks (relative risk (RR) = 2·3, 95% CI 1·8, 2·9) and sugar (RR = 2·5, 95% CI 2·1, 3·1) compared with the first quartile of CCT dependence. CONCLUSIONS: Greater purchasing power of poor families increases unhealthy food choices; thus public policies should emphasise the availability of healthy food.
Assuntos
Dieta , Abastecimento de Alimentos/estatística & dados numéricos , Comportamentos Relacionados com a Saúde , Pobreza , Assistência Pública , Brasil , Estudos Transversais , Dieta/economia , Dieta/estatística & dados numéricos , Dieta/tendências , Feminino , Abastecimento de Alimentos/economia , Humanos , Masculino , Programas Nacionais de Saúde , Avaliação de Programas e Projetos de Saúde , Sistema de Registros , Fatores Socioeconômicos , Inquéritos e QuestionáriosRESUMO
This study focused on the association between food insecurity and children's dietary intake in a representative sample of children in an area with high food insecurity in Duque de Caxias, Rio de Janeiro State, Brazil. This was a cross-sectional, population-based study with a probabilistic cluster sample of 402 families with children ranging from six to 30 months of age. Food insecurity was assessed based on the Brazilian Food Insecurity Scale (EBIA), and children's dietary intake was evaluated with two 24-hour recalls. Intake levels for food groups, energy, and nutrients were compared according to food insecurity status. Intake of sugar/sweets and fat was high, regardless of food insecurity status, and coffee intake was significantly higher among children with food insecurity. In the energy-adjusted linear regression model, protein intake was inversely associated with the EBIA (p = 0.005). The results suggest that family food insecurity jeopardizes the quality of children's diet, reducing the consumption of protein and increasing the consumption of coffee and high energy density foods.
O objetivo deste artigo foi descrever a associação entre insegurança alimentar e consumo alimentar de crianças no Município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro, Brasil. Trata-se de estudo transversal de base populacional, com amostra probabilística de domicílios; com 402 famílias compostas por crianças de 6 e 30 meses de idade. Insegurança alimentar foi avaliada com base na Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) e o consumo alimentar das crianças foi estimado por dois recordatórios de 24 horas. Comparou-se o consumo dos grupos de alimentos, de energia e de nutrientes entre as categorias de insegurança alimentar. O consumo de doces e de gorduras foi elevado, independentemente do grau de insegurança alimentar, e o consumo de café foi significativamente maior entre crianças com insegurança alimentar. No modelo de regressão linear ajustado por energia, o consumo de proteínas associou-se de forma inversa com a EBIA (p = 0,005). Os resultados encontrados sugerem que a insegurança alimentar das famílias compromete a qualidade da dieta infantil, reduzindo o consumo de alimentos protéicos, aumentando o consumo de café e de alimentos de alta densidade energética.