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Prevalência de eventos cardiovasculares tardios após radioterapia para câncer de mama em pacientes acima de 65 anos / Prevalence of late cardiovascular events after breast cancer radiotherapy in patients over 65 years
São Paulo; s.n; 2021. 45 p. ilust, tabelas.
Tese em Português | Inca | ID: biblio-1247911
Biblioteca responsável: BR30.1
Localização: BR30.1
RESUMO

INTRODUÇÃO:

Câncer de mama é a forma mais frequente de câncer feminino. Com a melhora gradativa dos métodos de diagnóstico e de tratamento, espera-se aumento da sobrevida e do crescimento das doenças cardiovasculares nessa população. O tratamento dessa neoplasia pode levar à cardiotoxicidade.

OBJETIVOS:

Avaliar a evolução cardiovascular em pacientes submetidas à radioterapia para tratamento de tumores primários da mama, acompanhadas no A.C.Camargo Cancer Center.

MÉTODOS:

Estudo de coorte retrospectivo, a partir de dados de prontuários, com análise em amostra de conveniência e não sequencial. Incluídas pacientes com neoplasia de mama, com idade maior ou igual a 65 anos e de qualquer tipo histológico e estadiamento no momento do diagnóstico, tratadas de 2002 a 2013, que permaneceram vivas após 1 ano do diagnóstico, e que tiveram, no mínimo, 1 ano de acompanhamento na instituição.

RESULTADOS:

Do total de 201 pacientes, a idade média no momento do diagnóstico foi de 72,2 + 4,8 anos e o tempo médio de seguimento de 68 + 32 meses. Fatores de risco para desenvolvimento de doença cardiovascular (DCV) estavam presentes em 165 pacientes (82,1%) ao diagnóstico do câncer e 31 pacientes (15,4%) já apresentavam histórico de DCV. A Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo (FEVE) média após tratamento foi de 66 + 8 (p<0,001). Trinta e cinco pacientes (17,4%) apresentaram pelo menos um Evento Cardiovascular (ECV). O tempo médio entre diagnóstico do câncer e ocorrência de ECV foi de 34,6 + 35,6 meses. A mortalidade total foi de 9% (n=18), sendo de causa cardiovascular em 3 pacientes (1,5%). A sobrevida estimada pelo método de Kaplan-Meier foi significantemente afetada pela ocorrência de ECV (p=0,012). Na análise por regressão logística simples, hipertensão arterial sistêmica (HAS) provocou significante aumento da chance de ECV (OR=3,4; 95% IC 1,3-9,4; p=0,014), bem como a presença de doença cardíaca prévia (OR=4,03; 95% IC 1,7-9,4; p=0,001). Em regressão logística múltipla, HAS apresentou OR=2,7 (95% IC 0,9-7,6; p=0,057) para ocorrência de ECV, enquanto que presença de doença cardíaca prévia resultou em uma OR=3,1 (95% IC 1,3-7,6; p=0,009). Uso de drogas cardioprotetoras ao diagnóstico do câncer não apresentou relação com a incidência de ECV. A frequência de ECV foi maior nos pacientes submetidos ao tratamento com antracíclicos (n=64), porém sem diferença estatística em relação a quem não o fez (42,9% vs 30,2 %; p=0,2). A frequência de queda da FEVE maior do que 10% nos ecocardiogramas pré- e pós-tratamento foi mais alta nos pacientes que utilizaram antraciclina (9,3% vs 4,7%; p=0,004). A frequência de ECV foi significantemente maior entre aqueles com quedas maiores do que 10% na FEVE (16,6% vs 9%, p=0,033). Lateralidade, dose total de radiação e uso de terapia hormonal não afetaram a frequência de ECV.

CONCLUSÕES:

A frequência encontrada de novos eventos cardiovasculares em pacientes portadoras de doença cardiovascular antes do início do tratamento oncológico reforça a importância da presença de um time de especialistas em cardio-oncologia em centros oncológicos, com elaboração de rotinas para atuação em todos os níveis de cuidado com os pacientes com câncer
ABSTRACT

INTRODUCTION:

Breast cancer is the most common form of female cancer. With the gradual improvement of diagnostic and treatment methods, it is expected to increase the survival and growth of cardiovascular diseases in this population. The treatment of this cancer can lead to cardiotoxicity.

OBJECTIVES:

To assess cardiovascular evolution of patients that underwent radiotherapy for the treatment of primary breast cancer and are followed up at the A.C.Camargo Cancer Center.

METHODS:

Retrospective cohort study, based on the review of from medical records from a convenience and non-sequential non-breast cancer patient sample. We included patients with breast cancer, aged 65 years or older, and with any histological breast carcinoma subtype and staging at the time of diagnosis, treated from 2002 to 2013, who remained alive after 1 year of diagnosis, and who had, at least, 1 year of follow-up at the institution.

RESULTS:

Among 201 patients, the average age at the time of diagnosis was 72.2 + 4.8 years and the average follow-up time was 68 + 32 months. Risk factors for the development of cardiovascular disease (CVD) were present in 165 patients (82.1%) at the time of cancer diagnosis and 31 patients (15.4%) already had a history of CVD. The mean left ventricular ejection fraction (LVEF) after treatment was 66 + 8 (p<0.001). Thirty-five patients (17.4%) had at least one Cardiovascular Event (ECV). The average time between cancer diagnosis and the occurrence of ECV was 34.6 + 35.6 months. Total mortality was 9% (n=18), being of cardiovascular cause in 3 patients (1.5%). The estimated overall survival was significantly affected by the occurrence of ECV (p=0.012). In the analysis by simple logistic regression, hypertension caused a significant increase in the chance of ECV (OR=3.4; 95% CI 1.3-9.4; p=0.014) and the presence of previous heart disease increased chance of ECV (OR=4.03; 95% CI 1.7-9.4; p=0.001). After multivariate logistic regression, hypertension resulted in an OR=2.7 (95% CI 0.9-7.6; p=0.057), while the presence of previous heart disease resulted in an OR=3.1 (95% CI 1.3-7.6; p=0.009). Use of cardioprotective drugs at the diagnosis of cancer was not associated with the incidence of ECV. The frequency of ECV was higher in patients undergoing treatment with anthracycline (n=64), but this difference was not statistically different (42.9% vs 30.2%; p=0.2). The frequency of LVEF fall greater than 10% in pre and post-treatment echocardiograms was higher in patients who used anthracycline (9.3% vs 4.7%; p=0.004). The frequency of ECV was significantly higher among those with falls greater than 10% in LVEF (16.6% vs 9%, p= 0.033). Laterality, total radiation dose and use of hormone therapy did not affect the frequency of ECV.

CONCLUSIONS:

The frequency found of new cardiovascular events in patients with cardiovascular disease before the start of cancer treatment reinforces the importance of the presence of a team of specialists in cardio-oncology in oncology centers, with the elaboration of routines to work at all levels of care for cancer patients
Assuntos
Texto completo: Disponível Temas: Cuidados Paliativos / Geral / Saúde da Mulher / Mama / Tipos de Câncer / Mama / Outros Tipos / Tratamento / Radioterapia Base de dados: PrevCan Assunto principal: Radioterapia / Neoplasias da Mama / Doenças Cardiovasculares / Sobreviventes Limite: Idoso / Aged80 / Feminino / Humanos Idioma: Português Ano de publicação: 2021 Tipo de documento: Tese

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