RESUMO
Introdução: A Organização Mundial de Saúde identificou que o uso abusivo de álcool e outras drogas está entre os principais problemas de saúde no mundo. Estudos demonstram, entretanto, a dificuldade dos profissionais da saúde ao lidar com usuários de tais substâncias. Objetivo: Conhecer os sentimentos dos profissionais da estratégia saúde da família frente à demanda de usuários de álcool e outras drogas no município de Teresina (PI). Materiais e Métodos: Estudo descritivo transversal, cujo universo foram as 250 equipes de Estratégia Saúde da Família. Foram escolhidas duas categorias profissionais de nível superior: médicos e enfermeiros. Calculou-se um número amostral de 203 entrevistas para cada categoria profissional. Resultados: Foram abordados 406 profissionais e obtidas 86 questionários respondidos. A coleta de dados foi por meio de questionário individual estruturado. O grupo foi composto predominantemente por mulheres 71 (82,56%); 51 (59,3%) pós-graduados, sendo 49 (57%) enfermeiros; 51 (59,3%) com 06 ou mais anos no serviço. Os sentimentos tristeza, desconforto, compaixão, insegurança, medo e receio foram os destaques para ambas as categorias profissionais e em todos os períodos de atuação na Estratégia Saúde da Família. Conclusão: Apesar das limitações desse estudo é necessário pensar nos modos de produção do cuidado que levem em conta os sentimentos e angústias dos profissionais de saúde, a fim de se desmistificar as práticas e, sobretudo ajudar os trabalhadores na complexa tarefa de cuidar do outro.
Introduction: The World Health Organization has identified that alcohol and drug abuse is among the major health problems in the world. Studies show, however, the difficulty of health professionals in dealing with users of such substances. Objective: To know the feelings of family health strategy professionals regarding the demand of users of alcohol and other drugs in the municipality of Teresina (PI). Materials and Methods: Descriptive cross-sectional study, whose universe consisted of 250 Family Health Strategy teams. Two higher level professional categories were chosen: doctors and nurses. A sample of 203 interviews was calculated for each professional category. Results: 406 professionals were approached and 86 questionnaires answered. Data collection was through a structured individual questionnaire. The group consisted predominantly of women 71 (82.56%); 51 (59.3%) postgraduates, 49 (57%) nurses; 51 (59.3%) with 06 or more years in the service. The feelings of sadness, discomfort, compassion, insecurity, fear and fear were the highlights for both professional categories and in all periods of activity in the Family Health Strategy. Conclusion: Despite the limitations of this study, it is necessary to think about the modes of care production that take into account the feelings and anxieties of health professionals, in order to demystify practices and, above all, help workers in the complex task of caring for others.
