Your browser doesn't support javascript.
loading
Mostrar: 20 | 50 | 100
Resultados 1 - 20 de 102
Filtrar
Mais filtros

Intervalo de ano de publicação
1.
Pediatr Blood Cancer ; 71(7): e31017, 2024 Jul.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-38706206

RESUMO

BACKGROUND: National sickle cell disease (SCD) guidelines recommend oral hydroxyurea (HU) starting at 9 months of age, and annual transcranial Doppler (TCD) screenings to identify stroke risk in children aged 2-16 years. We examined prevalence and proportion of TCD screenings in North Carolina Medicaid enrollees to identify associations with sociodemographic factors and HU adherence over 3 years. STUDY DESIGN: We conducted a longitudinal study with children ages 2-16 years with SCD enrolled in NC Medicaid from years 2016-2019. Prevalence of TCD screening claims was calculated for 3 years, and proportion was calculated for 12, 24, and 36 months of Medicaid enrollment. Enrollee HU adherence was categorized using HU proportion of days covered. Multivariable Poisson regression assessed for TCD screening rates by HU adherence, controlling for age, sex, and rurality. RESULTS: The prevalence of annual TCD screening was between 39.5% and 40.1%. Of those with 12-month enrollment, 77.8% had no TCD claims, compared to 22.2% who had one or higher TCD claims. Inversely, in children with 36 months of enrollment, 36.7% had no TCD claims compared to 63.3% who had one or higher TCD claims. The proportion of children with two or higher TCD claims increased with longer enrollment (10.5% at 12 months, 33.7% at 24 months, and 52.6% at 36 months). Children with good HU adherence were 2.48 (p < .0001) times more likely to have TCD claims than children with poor HU adherence. CONCLUSION: While overall TCD screening prevalence was low, children with better HU adherence and longer Medicaid enrollment had more TCD screenings. Multilevel interventions are needed to engage healthcare providers and families to improve both evidence-based care and annual TCD screenings in children with SCD.


Assuntos
Anemia Falciforme , Antidrepanocíticos , Hidroxiureia , Ultrassonografia Doppler Transcraniana , Humanos , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Anemia Falciforme/epidemiologia , Anemia Falciforme/diagnóstico por imagem , Criança , Hidroxiureia/uso terapêutico , Feminino , Masculino , Adolescente , Pré-Escolar , Estudos Longitudinais , Antidrepanocíticos/uso terapêutico , Medicaid/estatística & dados numéricos , Adesão à Medicação/estatística & dados numéricos , Acidente Vascular Cerebral/epidemiologia , Acidente Vascular Cerebral/prevenção & controle , Estados Unidos/epidemiologia , Seguimentos , North Carolina/epidemiologia , Prognóstico
2.
J Pediatr Hematol Oncol ; 46(4): 181-187, 2024 May 01.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-38551912

RESUMO

Adults and children with sickle cell disease (SCD) are predominantly African American, with pain-related health disparities. We examined opioid prescription fill patterns in adults and children with SCD and compared factors associated with fills in North Carolina Medicaid enrollees. Our retrospective cohort study included 955 enrollees diagnosed with SCD having at least one opioid fill. Associations were measured between two cohorts (12 and 24 mo of continuous enrollment) for the following characteristics: sex, age, enrollee residence, hydroxyurea adherence, comanagement, enrollment in Community Care North Carolina, prescription for short versus short and long-acting opioids, and emergency department reliance. The majority of individuals did not have an opioid claim over a 12 or 24-month period. Claims increased at ages 10 to 17, peaking at ages 18 to 30. The increased number of claims was associated with the following factors: increasing age, male, short versus long-acting opioids, and Medicaid enrollment for 24 versus 12 months. Community Care North Carolina enrollees in the 12-month cohort had higher opioid days of supply per month; the inverse was true of the 24-month cohort.


Assuntos
Analgésicos Opioides , Anemia Falciforme , Medicaid , Humanos , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Medicaid/estatística & dados numéricos , Masculino , North Carolina/epidemiologia , Criança , Adolescente , Analgésicos Opioides/uso terapêutico , Feminino , Adulto , Estudos Retrospectivos , Estados Unidos , Adulto Jovem , Pré-Escolar , Dor/tratamento farmacológico , Dor/etiologia , Transtornos Relacionados ao Uso de Opioides/epidemiologia , Pessoa de Meia-Idade
3.
Brasília; CONITEC; fev. 2024.
Não convencional em Português | BRISA | ID: biblio-1551259

RESUMO

INTRODUÇÃO: Atualmente, a hidroxiureia é disponibilizada no SUS como cápsula de 500 mg, entretanto, foram submetidas para a análise do Comitê de Medicamentos da Conitec duas demandas para a incorporação desse medicamento nas formas farmacêuticas de comprimidos de 100 e 100 mg, o que motivou a elaboração desse relatório técnico. A primeira demanda partiu do grupo de especialistas que participam do processo de atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Doença Falciforme (PCDTDF). Para essa primeira demanda, o objetivo foi analisar somente o impacto orçamentário de uma possível incorporação da hidroxiureia nas concentrações de 100 e 1000 mg para o tratamento de indivíduos com pelo menos 9 meses de idade. A análise apenas do impacto orçamentário foi realizada porque o referido grupo elaborador do PCDTDF também solicitou a avaliação da ampliação de uso da hidroxiureia para todas as crianças entre 9 meses e 2 anos de idade independentemente de critérios de inclusão, que hoje é a regra para o fornecimento de hidroxiureia nesta


Assuntos
Humanos , Lactente , Hidroxiureia/administração & dosagem , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Sistema Único de Saúde , Brasil , Eficácia , Análise Custo-Benefício/economia
4.
Brasília; CONITEC; fev. 2024.
Não convencional em Português | BRISA | ID: biblio-1551255

RESUMO

INTRODUÇÃO: As manifestações clínicas da doença falciforme (DF) estão relacionadas à anemia hemolítica e aos efeitos da falcização intravascular repetida, resultando em vasooclusão e lesão isquêmica, além de morbidade e mortalidade consideráveis em idade precoce. Atualmente, a hidroxiureia é o padrão de tratamento para prevenir crises de dor vasoclusivas na DF, sendo recomendada para crianças entre 9 e 24 meses de idade, quando apresentam determinados sintomas ou complicações. Considerando que o uso precoce desta tecnologia (antes de 2 anos de idade) pode evitar o comprometimento a longo prazo relacionados à evolução da DF, o objetivo do presente relatório é analisar as evidências científicas sobre eficácia, efetividade, segurança, bem como evidências econômicas relacionadas ao uso de hidroxiureia para o tratamento de indivíduos com doença falciforme (SS, Sbeta0 e SD Punjab) entre 9 e 24 meses de idade, independentemente de sintomas e complicações. PERGUNTA: O uso de h


Assuntos
Humanos , Lactente , Hidroxiureia/uso terapêutico , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Sistema Único de Saúde , Brasil , Eficácia , Análise Custo-Benefício/economia
5.
Clin Pharmacol Ther ; 115(5): 1114-1121, 2024 May.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-38229405

RESUMO

Three sickle cell disease (SCD) treatment strategies, stabilizing oxygenated hemoglobin (oxyHb), lowering 2,3-BPG, and inducing fetal hemoglobin (HbF) expression aim to prevent red blood cell (RBC) sickling by reducing tense-state sickle hemoglobin that contributes to polymer formation. Induction of 30% HbF is seen as the gold standard because 30% endogenous expression is associated with a lack of symptoms. However, the level of intervention required to achieve equivalent polymerization protection by the other strategies is uncertain, and there is little understanding of how these approaches could work in combination. We sought to develop an oxygen saturation model that could assess polymerization protection of all three approaches alone or in combination by extending the Monod-Wymann-Changeux model to include additional mechanisms. Applying the model to monotherapies suggests 51% sickle hemoglobin (HbS) occupancy with an oxyHb stabilizer or lowering RBC 2,3 BPG concentrations to 1.8 mM would produce comparable polymerization protection as 30% HbF. The model predictions are consistent with observed clinical response to the oxyHb stabilizer voxelotor and the 2,3-BPG reducer etavopivat. The model also suggests combination therapy will have added benefit in the case of dose limitations, as is the case for voxelotor, which the model predicts could be combined with 20% HbF or 2,3-BPG reduction to 3.75 mM to reach equivalent protection as 30% HbF. The proposed model represents a unified framework that is useful in supporting decisions in preclinical and early clinical development and capable of evolving with clinical experience to gain new and increasingly confident insights into treatment strategies for SCD.


Assuntos
Anemia Falciforme , Hemoglobina Falciforme , Pirazóis , Humanos , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Benzaldeídos/uso terapêutico , Hemoglobina Fetal/metabolismo , Pirazinas/uso terapêutico
6.
Pediatr Blood Cancer ; 71(2): e30728, 2024 Feb.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-38069808

RESUMO

Hydroxyurea is highly effective in sickle cell disease, but it is still underutilized. Reports of hydroxyurea utilization largely use Medicaid data, and socioeconomics is often cited as a barrier. To address whether patient demographics influenced the high hydroxyurea usage rate recently reported for the pediatric sickle cell program of Northern Virginia, analysis of data from 2011 to 2021 revealed no statistical difference in hydroxyurea usage rate between Medicaid and non-Medicaid, African American and African, or age less than 13 and age greater than or equal to 13 years cohorts, demonstrating that hydroxyurea can be successfully implemented across demographic groups.


Assuntos
Anemia Falciforme , Hidroxiureia , Estados Unidos/epidemiologia , Humanos , Criança , Hidroxiureia/uso terapêutico , Hospitalização , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Medicaid , Demografia , Antidrepanocíticos/uso terapêutico
7.
Am J Hematol ; 99(2): E37-E41, 2024 Feb.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-37950855

RESUMO

Using disproportionality analysis, this study compared the adverse events (AEs) associated with the use of the new agents (e.g., L-glutamine, voxelotor, and crizanlizumab) to the commonly used medication, hydroxyurea, in sickle cell disease. We found that the most frequent drug-related AEs observed in this real-world study were consistent with those in the HOPE (voxelotor) and SUSTAIN (crizanlizumab) trials, but the rates of AEs were lower. Our study demonstrates that the most common AEs and symptoms of an increased risk associated with the individual drugs varied by treatment. Disproportionate reporting signals of drug-related AEs may also capture information that is independent of subjective measures of patient-reported symptoms. Our study highlights the important need for facilitating patient-physician communication in routine clinical care to understand patient-reported symptoms.


Assuntos
Anemia Falciforme , Anticorpos Monoclonais Humanizados , Benzaldeídos , Hidroxiureia , Pirazinas , Pirazóis , Humanos , Hidroxiureia/efeitos adversos , Glutamina , Farmacovigilância , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Anemia Falciforme/complicações
8.
Blood Adv ; 8(1): 224-233, 2024 01 09.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-37991988

RESUMO

ABSTRACT: Sickle cell disease (SCD) is a rare but costly condition in the United States. Super-utilizers have been defined as a subset of the population with high health care encounters or expenditures. Although super-utilizers have been described in other disease states, little is known about super-utilizers among adults with SCD. This study aimed to characterize the differences in expenditures, overall health care encounters, and pain episode encounters between super-utilizers (top 10% expenditures) and lower-utilizers with SCD (high, top 10%-24.9%; moderate, 25%-49.9%; and low, bottom 50% expenditures). A retrospective longitudinal cohort of adults with SCD were identified using validated algorithms in MarketScan and Medicare claim databases from 2016 to 2020. Encounters and expenditures were analyzed from inpatient, outpatient, and emergency department settings. Differences in encounters and expenditures between lower-utilizers and super-utilizers were compared using logistic regression. Among super-utilizers, differences in encounters and expenditures were compared according to incidences of pain episode encounters. The study population included 5666 patients with commercial insurance and 8600 with Medicare. Adjusted total annual health care expenditure was 43.46 times higher for super-utilizers than for low-utilizers among commercial-insured and 13.37 times higher in Medicare-insured patients. Among super-utilizers, there were patients with few pain episode encounters who had higher outpatient expenditures than patients with a high number of pain episode encounters. Our findings demonstrate the contribution of expensive outpatient care among SCD super-utilizers, in which analyses of high expenditure have largely focused on short-term care. Future studies are needed to better understand super-utilizers in the SCD population to inform the effective use of preventive interventions and/or curative therapies.


Assuntos
Anemia Falciforme , Medicare , Idoso , Adulto , Humanos , Estados Unidos/epidemiologia , Estudos Retrospectivos , Gastos em Saúde , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Dor/tratamento farmacológico , Dor/etiologia
9.
Brasília; CONITEC; 2024.
Não convencional em Português | BRISA | ID: biblio-1553749

RESUMO

INTRODUÇÃO: A doença falciforme (DF) se refere a um grupo de hemoglobinopatias nas quais a mutação na hemoglobina (Hb) associada à falcização das hemácias é co-herdada com mutações em outras beta globinas. A doença evolui com vaso-oclusão e outras complicações crônicas, graves e multissistêmicas. Uma das principais complicações da DF ­ que ocorre especialmente em pessoas com os genótipos HbSS e HbSbeta0 ­ é a nefropatia falciforme, que pode evoluir desde quadros assintomáticos até doença crônica renal (DRC). Além do tratamento padrão com hidroxiureia e transfusões sanguíneas, diretrizes internacionais recomendam o tratamento com agentes estimulantes da eritropoiese (AEE), como a alfaepoetina para pacientes com comprometimento renal. O uso desse medicamento está consolidado para tratamento da anemia em DRC em pacientes sem DF, estando incorporada ao SUS como pó para solução injetável e em solução injetável para o tratamento desta condição clínica. PERGUNTA: Alfaepoetina em associação ao cuidado-padrão comparada ao cuidado-padrão, é eficaz, efetiva, segura, custo-efetiva e viável economicamente para o tratamento de adultos com DF que apresentam comprometimento renal associado à piora do quadro de anemia? EVIDÊNCIAS CLÍNICAS: Foram incluídos oito estudos observacionais que apresentaram os resultados por meio de análises antes/depois de parâmetros clínicos e hematológicos. O uso de alfaepoetina esteve associado à melhora significativa estatisticamente na concentração de Hb (variação de 4 a 32,8% de aumento nos níveis de Hb comparados aos valores da linha de base, p<0,05), nos níveis percentuais de Hb-F (a diferença variou de 5,2 a 17,1% entre os estudos, p<0,05) e na redução da necessidade de transfusões sanguíneas (resultados quantitativos não reportados). Não houve aumento de crises vaso-oclusivas (CVO) ou tromboembolismo venoso (TEV), sugerindo que o tratamento com alfaepoetina pode ser seguro (resultados quantitativos não reportados). A certeza na evidência pelo GRADE foi muito baixa para todos os desfechos, com preocupações relacionadas ao risco de viés e imprecisão. Ao considerar apenas a evidência para um subgrupo de pacientes (n=4) com comprometimento renal para o desfecho de concentração de Hb (aumento de 29,0%) a certeza na evidência permanece muito baixa, apesar de não haver, neste caso, rebaixamento da qualidade da evidência por evidência indireta. AVALIAÇÃO ECONÔMICA (AE): Foi elaborada uma análise de custo-efetividade/utilidade a partir de modelo de árvore de decisão com horizonte temporal de um ano para avaliar as consequências da alfaepoetina na redução da necessidade de transfusões sanguíneas em termos de custos e ano de vida ajustado por qualidade (QALY). A análise demonstrou que a alfaepoetina + cuidado padrão para o tratamento de adultos com DF apresentando declínio da função renal e piora dos níveis de hemoglobina, quando comparado ao cuidado padrão, apresenta modesto benefício clínico (incremental de 0,033 QALY e redução de custo - R$ 11.564). A alfaepoetina permaneceu como alternativa dominante nas simulações realizadas nas análises de sensibilidade. ANÁLISE DE IMPACTO ORÇAMENTÁRIO (AIO): O tamanho da população elegível foi estimado por demanda aferida combinada à demanda epidemiológica, sendo identificado em média 5.274 pacientes por ano. A taxa de difusão de alfaepoetina variou de 10% a 50% entre primeiro e último anos. O custo direto com aquisição da alfaepoetina variou de R$ 806.129 no primeiro ano a R$ 4.853.242 no quinto ano de incorporação. A AIO construída, atrelada à análise de custoefetividade, sugeriu uma economia de R$ 96.545.791 acumulada em cinco anos. Esta economia é decorrente da efetividade do medicamento em reduzir a necessidade de transfusões frequentes, uma vez que este procedimento está associado a altos custos, como os custos da terapia de quelação de ferro. As análises de sensibilidade reforçaram estes resultados. MONITORAMENTO DO HORIZONTE TECNOLÓGICO: Foram identificadas 2 tecnologias para o potencial tratamento de pessoas com doença falciforme, apresentando declínio da função renal e piora dos níveis de hemoglobina. Crizanlizumabe, anti-P selectina, com registro na Anvisa, EMA e FDA. Voxelotor, registrada na EMA e FDA. PERSPECTIVA DO PACIENTE: Foi aberta Chamada Pública nº 35/2023 para inscrição de participantes para a perspectiva do paciente, durante o período de 21 a 27/09/2023, e 11 pessoas se inscreveram, mas nenhuma atendia aos critérios da chamada. A Secretaria-Executiva da Conitec realizou uma busca ativa junto a especialistas, associações de pacientes e Centros de Tratamento para identificar um usuário do SUS que pudesse fazer o relato na reunião da Conitec. Em sua fala, o participante informou que há 10 anos apresentou elevação nas taxas de potássio, necessitando fazer, na época, uso do medicamento denominado "sorcal" (poliestirenossulfonato de cálcio). Há cerca de cinco anos começou a fazer uso da alfaepoetina. O medicamento, segundo ele, mantém a insuficiência renal controlada sem provocar efeitos adversos. Há algum tempo, entretanto, vem apresentando queda nas taxas de hemoglobina, necessitando receber transfusões de sangue a cada dois meses, procedimento que até então não era rotineiro. Não sabe dizer se o declínio das taxas de hemoglobina se deve ao uso da alfaepoetina. RECOMENDAÇÃO PRELIMINAR DA CONITEC: Os membros do Comitê de Medicamentos presentes na 16ª Reunião Extraordinária da Conitec, realizada no dia 01 de novembro de 2023, deliberaram por unanimidade, que a matéria fosse disponibilizada em consulta pública com recomendação preliminar favorável à incorporação ao SUS da alfaepoetina (rHuePO, eritropoietina humana recombinante) para adultos com doença falciforme, com comprometimento renal associado à piora do quadro de anemia. Discutiu-se a necessidade de estabelecer, no contexto da atualização do PCDT, critérios objetivos de declínio da função renal, queda de hemoglobina e níveis de eritropoetina endógena para compor critérios de uso do medicamento. Sugeriu-se o uso de critérios relativos, como queda de 25% ou mais na TFGe em relação ao valor basal. Ademais, frente às incertezas quanto às evidências de benefício, especialmente no longo prazo, recomendou-se que sejam definidos no PCDT da DF, além dos critérios para uso, critérios de interrupção do tratamento na ausência de benefício clínico. CONSULTA PÚBLICA: A consulta pública nº 56 foi realizada entre os dias 26/12/2023 e 15/01/2024 e recebeu uma contribuição técnico-científica e oito contribuições de experiência e opinião. A contribuição técnico-científica foi emitida pela Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH), que se posicionou favoravelmente à incorporação, destacando que a tecnologia irá impactar positivamente a qualidade de vida dos pacientes, possibilitando a redução das transfusões de hemácias e da quelação de ferro, e, consequentemente, reduzindo custos associados às complicações. Especialistas participantes do processo de atualização do PCDT da DF contribuíram apresentado critérios de uso e interrupção do tratamento, tendo em vista as discussões realizadas durante a reunião de apresentação da demanda. Em relação às contribuições recebidas pelo formulário de experiência e opinião, observou-se que em uma delas havia um anexo, o qual, por se tratar de artigo científico, foi encaminhado para ser incorporado à análise das contribuições de natureza técnico-científica. Todas as contribuições concordaram com a recomendação preliminar da Conitec, que foi favorável à incorporação da tecnologia avaliada. A eficácia da tecnologia, a melhora da qualidade de vida e a importância do acesso por meio do SUS foram mencionados como pontos a favor da incorporação. Como resultados positivos e facilidades da tecnologia em avaliação, foram mencionadas a eficácia do medicamento e a importância de estar disponível no SUS. Quanto aos efeitos negativos, ao lado da consideração da inexistência de efeitos negativos, foi mencionada a dificuldade de acesso ao medicamento. RECOMENDAÇÃO FINAL DA CONITEC: Após apreciação das contribuições recebidas na Consulta Pública, os membros do Comitê de Medicamentos presentes na 126ª Reunião Ordinária da Conitec deliberaram, por unanimidade, recomendar a incorporação da alfaepoetina para o tratamento de pacientes com doença falciforme apresentando declínio da função renal e piora dos níveis de hemoglobina conforme Protocolo Clínico do Ministério da Saúde. Foi assinado o Registro de Deliberação nº 871/2024. DECISÃO: incorporar, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS, a alfaepoetina para o tratamento de pacientes com doença falciforme apresentando declínio da função renal e piora dos níveis de hemoglobina, conforme Protocolo Clínico do Ministério da Saúde, publicada no Diário Oficial da União, nº 66, seção 1, página 109, em 05 de abril de 2024.


Assuntos
Humanos , Hemoglobinas/deficiência , Eritropoetina/uso terapêutico , Insuficiência Renal/etiologia , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Avaliação em Saúde/economia , Sistema Único de Saúde , Brasil , Análise Custo-Benefício/economia
11.
Blood Adv ; 7(20): 6140-6150, 2023 Oct 24.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-37585480

RESUMO

Patients with sickle cell disease (SCD) are at a risk of thromboembolism (TE), and use of hormonal contraception can further increase that risk. This study aims to assess patterns of hormonal contraceptive use and compare risk of contraception-related TE between combined hormonal contraceptives (CHCs) and progestin-only contraceptives (POCs). Patients with SCD aged between 12 and 44 years with a new prescription of a hormonal contraceptive in the Centers for Medicare and Medicaid Services Medicaid Analytic eXtract database (2006-2018) were followed up to 1 year. We identified 7173 new users: 44.6% initiated CHC and 55.4% initiated POC. Combined oral contraceptive pills (OCPs; 36.5%) and progestin-only depot medroxyprogesterone acetate (33.9%) were the most frequently prescribed agents. A total of 1.8% of contraception users had a new diagnosis of TE within 1 year of the first identified contraception prescription. There were no significant differences in TE event rates between CHC and POC users (17.2 and 24.7 events per 1000 person-years, respectively). In patients prescribed OCP, there were no differences in TE event rates based on estrogen dose or progestin generation. Transdermal patch had a 2.4-fold increased risk of TE as compared with that of OCP. Although limited by the retrospective study design and use of administrative claims data, this study found no significant differences in TE rates between new users of CHC and POC in patients with SCD. Careful evaluation of underlying TE risk factors should be considered for each patient with SCD before initiation of hormonal contraception.


Assuntos
Anemia Falciforme , Tromboembolia , Estados Unidos/epidemiologia , Feminino , Humanos , Idoso , Criança , Adolescente , Adulto Jovem , Adulto , Progestinas/efeitos adversos , Contracepção Hormonal , Anticoncepcionais Orais Hormonais/efeitos adversos , Estudos Retrospectivos , Medicare , Tromboembolia/epidemiologia , Tromboembolia/etiologia , Anemia Falciforme/complicações , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Anemia Falciforme/epidemiologia
12.
Pharmacoeconomics ; 41(12): 1603-1615, 2023 Dec.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-37462838

RESUMO

BACKGROUND AND OBJECTIVE: The disease burden of sickle cell anemia (SCA) in sub-Saharan African (SSA) countries is substantial, with many children dying without an established diagnosis or proper treatment. The global burden of SCA is increasing each year, making therapeutic intervention a high priority. Hydroxyurea is the only disease-modifying therapy with proven feasibility and efficacy suitable for SSA; however, no one has quantified the health economic implications of its use. Therefore, from the perspective of the health care provider, we estimated the incremental cost-effectiveness of hydroxyurea as a fixed-dose regimen or maximum tolerated dose (MTD) regimen, versus SCA care without hydroxyurea. METHODS: We estimated the cost of providing outpatient treatment at a pediatric sickle cell clinic in Kampala, Uganda. These estimates were used in a discrete-event simulation model to project mean costs (2021 US$), disability-adjusted life years (DALYs), and consumption of blood products per patient (450 mL units), for patients between 9 months and 18 years of age. We calculated cost-effectiveness as the ratio of incremental costs over incremental DALYs averted, discounted at 3% annually. To test the robustness of our findings, and the impact of uncertainty, we conducted probabilistic and one-way sensitivity analyses, scenario analysis, and price threshold analyses. RESULTS: Hydroxyurea treatment averted an expected 1.37 DALYs and saved US$ 191 per patient if administered at the MTD, compared with SCA care without hydroxyurea. In comparison, hydroxyurea at a fixed dose averted 0.80 DALYs per patient at an incremental cost of US$ 2. The MTD strategy saved 11.2 (95% CI 11.1-11.4) units of blood per patient, compared with 9.1 (95% CI 9.0-9.2) units of blood per patient at the fixed-dose alternative. CONCLUSIONS: Hydroxyurea at MTD is likely to improve quality of life and reduce the consumption of blood products for children with SCA living in Uganda. Compared with a fixed dose regimen, treatment dosing at MTD is likely to be a cost-effective treatment for SCA, using realistic ranges of hydroxyurea costs that are relevant across SSA. Compared with no use of the drug, hydroxyurea could lead to substantial net savings per patient, while reducing the disease morbidity and mortality and increasing quality of life.


Assuntos
Anemia Falciforme , Hidroxiureia , Criança , Humanos , Hidroxiureia/uso terapêutico , Análise Custo-Benefício , Qualidade de Vida , Uganda , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico
13.
Exp Biol Med (Maywood) ; 248(10): 897-907, 2023 05.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-36941786

RESUMO

Intravascular hemolysis results in the release of cell-free hemoglobin and heme in plasma. In sickle cell disease, the fragility of the sickle red blood cell leads to chronic hemolysis, which can contribute to oxidative damage and activation of inflammatory pathways. The scavenger proteins haptoglobin and hemopexin provide pathways to remove hemoglobin and heme, respectively, from the circulation. Heme also intercalates in membranes of blood cells and endothelial cells in the vasculature and associates with other plasma components such as albumin and lipoproteins. Hemopexin has a much higher affinity and can strip heme from the other pools and detoxify plasma from cell-free circulatory heme. However, due to chronic hemolysis, hemopexin is depleted in individuals with sickle cell disease. Thus, cell-free unbound heme is expected to accumulate in plasma. We developed a methodology for the accurate quantification of the fraction of heme, which is pathologically relevant in sickle cell disease, that does not appear to be sequestered to a plasma compartment. Our data show significant variation in the concentration of unbound heme, and rather unexpectedly, the size of the unbound fraction does not correlate to the degree of hemolysis, as measured by the concentration of bound heme. Very high heme concentrations (>150 µM) were obtained in some plasma with unbound concentrations that were several fold lower than in plasma with much lower hemolysis (<50 µM). These findings underscore the long-term effects of chronic hemolysis on the blood components and of the disruption of the essential equilibrium between release of hemoproteins/heme in the circulation and adaptative response of the scavenging/removal mechanisms. Understanding the clinical implications of this loss of response may provide insights into diagnostic and therapeutic targets in patients with sickle cell disease.


Assuntos
Anemia Falciforme , Heme , Humanos , Hemólise , Hemopexina/metabolismo , Hemopexina/farmacologia , Hemopexina/uso terapêutico , Células Endoteliais/metabolismo , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Hemoglobinas
14.
Biosens Bioelectron ; 222: 114921, 2023 Feb 15.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-36521205

RESUMO

Neutrophil recruitment to the inflamed endothelium is a multistep process and is of utmost importance in the development of the hallmark vaso-occlusive crisis in sickle cell disease (SCD). However, there lacks a standardized, clinically feasible approach for assessing neutrophil recruitment to the inflamed endothelium for individualized risk stratification and therapeutic response prediction in SCD. Here, we describe a microfluidic device functionalized with E-selectin, a critical endothelial receptor for the neutrophil recruitment process, as a strategy to assess neutrophil binding under physiologic flow in normoxia and clinically relevant hypoxia in SCD. We show that hypoxia significantly enhances neutrophil binding to E-selectin and promotes the formation of neutrophil-platelet aggregates. Moreover, we identified two distinct patient populations: a more severe clinical phenotype with elevated lactate dehydrogenase levels and absolute reticulocyte counts but lowered fetal hemoglobin levels associated with constitutively less neutrophil binding to E-selectin. Mechanistically, we demonstrate that the extent of neutrophil activation correlates with membrane L-selectin shedding, resulting in the loss of ligand interaction sites with E-selectin. We also show that inhibition of E-selectin significantly reduces leukocyte recruitment to activated endothelial cells. Our findings add mechanistic insight into neutrophil-endothelial interactions under hypoxia and provide a clinically feasible means for assessing neutrophil binding to E-selectin using clinical whole blood samples, which can help guide therapeutic decisions for SCD patients.


Assuntos
Anemia Falciforme , Técnicas Biossensoriais , Humanos , Selectina E/uso terapêutico , Células Endoteliais/metabolismo , Infiltração de Neutrófilos , Adesão Celular , Endotélio/metabolismo , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Anemia Falciforme/metabolismo , Dispositivos Lab-On-A-Chip , Hipóxia
15.
Pediatr Blood Cancer ; 70(3): e30152, 2023 03.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-36579749

RESUMO

BACKGROUND: There have been significant changes in clinical guidelines for sickle cell disease (SCD) over the past two decades, including updated indications for hydroxyurea, transfusions, and iron overload management. In practice however, there are few studies that examine SCD care utilization over time. METHODS: We conducted a serial cross-sectional cohort study of pediatric SCD patients from 2004 to 2019 using Georgia Medicaid claims data. For each year, we reported receipt of any transfusion, chronic transfusion, or three or more filled hydroxyurea prescriptions. For children receiving chronic transfusion (six or more annual transfusions), we evaluated iron overload diagnosis, monitoring, and chelation use. Among children with sickle cell anemia (SCA), we examined rates of transfusions and hydroxyurea use. The Cochran-Armitage test was used to assess trend. RESULTS: There were 5316 unique children 2-18 years old with SCD enrolled in Georgia Medicaid from 2004 to 2019. Children receiving any transfusion increased from 2004 to 2010, then stabilized. In SCA patients, chronic transfusions initially increased from 2004 to 2010, then stabilized from 2010 to 2019. For chronically transfused children, monitoring of iron burden and filled chelator prescriptions both increased significantly. Hydroxyurea use in SCA patients increased from 12% to 37%, with increases noted within each age group, most notably from 21% to 60% in the 13-18-year-old cohort. CONCLUSION: We demonstrated changes in SCD care utilization over time, including increased hydroxyurea use, changes in transfusion rates, and increased attention to iron overload management. While trends in clinical management do follow updates in treatment guidelines, there is still delayed and suboptimal uptake of guideline recommendations in pediatric SCD patients.


Assuntos
Anemia Falciforme , Sobrecarga de Ferro , Acidente Vascular Cerebral , Criança , Humanos , Pré-Escolar , Adolescente , Hidroxiureia/uso terapêutico , Medicaid , Estudos Transversais , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Transfusão de Sangue , Sobrecarga de Ferro/tratamento farmacológico , Sobrecarga de Ferro/etiologia
16.
Eur Rev Med Pharmacol Sci ; 26(20): 7506-7513, 2022 10.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-36314321

RESUMO

OBJECTIVE: Painful crises represents a predominant complication of sickle cell disease (SCD). The only approved treatments for painful crises in many countries are hydroxyurea plus potent analgesics. Our earlier clinical trial concluded that omega-3 and vitamin D had a potential therapeutic impact on painful crises. However, there is limited research evaluating their therapeutic applications and cost-effectiveness. This paper aims at comparing the cost-effectiveness of omega-3 and vitamin D supplementation to the standard therapy in treating painful crises among children with SCD. PATIENTS AND METHODS: Cost-effectiveness analyses of daily supplementation of omega-3 and vitamin D were performed. The economic evaluation was based on data derived from a prospective 10-month randomized clinical trial (n = 165 patients; 15 patients dropped). 50 patients were recruited into the omega-3 + standard therapy group (hydroxyurea and folic acid daily with ibuprofen as needed), 50 patients into the vitamin D + standard therapy group, and 50 patients receiving standard therapy alone served as a control group. Outcome measures from the randomized clinical trial were used to determine incremental effectiveness. Cost estimates were calculated from the healthcare payer's perspective. The analysis considered the improvement in various outcome measures and are presented here as percent change from baseline to determine the incremental effectiveness and the incremental cost for the treatment of both interventions. RESULTS: Adding omega-3 or vitamin D to the standard therapy was more cost-effective than standard treatment alone. Vitamin D was a cheaper but less cost-effective alternative for most outcomes between the two treatments, including LDL-C and HDL-C. It was also more cost-effective but less clinically effective in reducing vaso-occlusive crisis episodes and pain severity. Omega-3 supplementation was significantly more cost-effective than vitamin D supplementation and the standard treatment for those measures. CONCLUSIONS: The present study showed that using vitamin D and omega-3 as add-on treatments for a painful crisis in pediatric sickle cell disease could have overall cost-saving and clinical benefits. However, further studies with a longer treatment duration are needed to establish more significant effects of the interventions for better policy and clinical decision-making.


Assuntos
Anemia Falciforme , Ácidos Graxos Ômega-3 , Criança , Humanos , Hidroxiureia/uso terapêutico , Análise Custo-Benefício , Estudos Prospectivos , Anemia Falciforme/complicações , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Dor/tratamento farmacológico , Vitamina D/uso terapêutico , Ácidos Graxos Ômega-3/uso terapêutico , Suplementos Nutricionais
17.
Brasília; CONITEC; set. 2022.
Não convencional em Português | BRISA | ID: biblio-1443194

RESUMO

CONDIÇÃO CLÍNICA: O termo doença falciforme representa um grupo de doenças hereditárias, com apresentação multissistêmica, caracterizada por hemácias de formato anormal (em formato de foice) resultante de uma alteração na estrutura da hemoglobina (Hb). As células afetadas apresentam uma maior fragilidade e são removidas da circulação e destruídas. Esse grupo de doenças se manifesta com episódios de agudização e traz repercussões que causam danos progressivos à maioria dos órgãos, incluindo cérebro, rins, pulmões, ossos e sistema cardiovascular. A anemia falciforme, um dos tipos de doença falciforme, é um dos distúrbios monogênicos graves mais comuns em todo o mundo. A anemia falciforme é causada pela presença de hemoglobina-S (HbS), ou hemoglobina falciforme, em homozigose (HbSS). A HbS ocorre quando há a substituição de uma única base nitrogenada no gene que codifica a subunidade beta da hemoglobina (ß-globina), levando a substituição de ácido glutâmico por valina na cadeia dessa proteína. Quando a HbS é desoxigenada, a troca dos aminoácidos gera interação hidrofóbica com outra molécula de hemoglobina, desencadeando uma agregação em grandes polímeros. A polimerização da HbS é o evento primário na patogênese molecular da doença falciforme, o que causa a distorção da forma da hemácia e diminuição acentuada de sua plasticidade com consequente rigidez celular. Essa rigidez prejudica a capacidade de as hemácias transitarem por pequenos vasos, o que causa vaso-oclusão, seguida de isquemia e infarto tecidual. O infarto pode ocorrer em qualquer parte do corpo e é responsável pela manifestação clínica mais precoce: a crise de dor aguda. TRATAMENTO: O gerenciamento da doença falciforme visa a melhora na perfusão tecidual, controle de dor e prevenção, e manejo de complicações associadas à anemia, crise vaso-oclusiva (CVO) e infecções. A terapia modificadora de doença com hidroxiureia é o tratamento mais eficaz para doença falciforme até o momento. O efeito primário da terapia com hidroxiureia está relacionado ao aumento da produção da hemoglobina-fetal (HbF), reduzindo os níveis de HbS e, consequentemente, a falcização de hemácias e vaso-oclusão. De acordo com uma revisão sistemática da Cochrane de estudos clínicos randomizados e quase-randomizados, os benefícios clínicos esperados do tratamento com hidroxiureia incluem a diminuição na frequência de episódios de dor, melhora nos valores de hemoglobina fetal e contagem de neutrófilos, redução de episódios de síndrome torácica aguda e da necessidade de transfusões sanguínea. ESTRATÉGIA DE BUSCA: Uma busca foi realizada no banco de dados eletrônico ClinicalTrials.gov, no dia 28 de março de 2022. O termo empregado foi "Sickle cell" visando a maior sensibilidade da busca. Foram considerados os ensaios clínicos de fase 2/3 e 3 de avaliação de medicamento para o tratamento da doença falciforme. Dos 893 cadastros de estudos, 92 atendiam ao critério de elegibilidade referente à fase da pesquisa. Destes, os estudos em andamento ou concluídos nos últimos cinco anos foram selecionados, restando 35 registros. Desses registros, foram excluídos aqueles que não envolviam medicamentos ou não estavam relacionados à causa-base da doença. Também foram excluídos registros envolvendo o medicamento hidroxiureia, uma vez que esse tratamento já está disponível no SUS. Deste modo, sete substâncias foram selecionadas. Uma oitava tecnologia, a L-glutamina, foi incluída por ter recebido autorização recente da FDA para a indicação abordada neste documento, embora seus registros de estudos não se enquadrem nos critérios de fase ou tempo de início e conclusão em cinco anos. MEDICAMENTOS: TECNOLOGIAS NOVAS: L-glutamina: A L-glutamina é um precursor para a síntese de glutationa, nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD) e arginina, substâncias que protegem os eritrócitos do dano oxidativo. No organismo, o NAD está presente em uma forma oxidada (NAD+) e reduzida (NADH). Ele é um cofator de oxidorredução (redox) onipresente nas hemácias e desempenha um papel central na manutenção do equilíbrio redox. É sabido que o estresse oxidativo contribui na fisiopatologia da doença falciforme. Crizanlizumabe: O crizanlizumabe é um anticorpo monoclonal humanizado seletivo de IgG2 kappa que promove a redução da frequência de CVOs e a inibição das interações multicelulares adesivas mediadas pela P-selectina. Esse medicamento está registrado nas agências pesquisadas, com a indicação para pacientes adultos e pediátricos a partir de 16 anos de idade com doença falciforme. Sua eficácia e segurança foram avaliadas no estudo pivotal SUSTAIN (NCT01895361), um estudo clínico de fase 2, multicêntrico, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, que avaliou 198 pacientes com doença falciforme e com histórico de CVOs, por um período de 52 semanas. Voxelotor: O voxelotor é um inibidor da polimerização da HbS, desenvolvido para o tratamento da doença falciforme em adultos e crianças. No FDA está indicado para crianças de 4 a 11 anos. Na EMA está indicado como opção terapêutica em pacientes a partir de 12 anos de idade. O HOPE (NCT03036813), estudo que embasou os registros nas agências EMA e FDA é um estudo de fase 3, multicêntrico, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, projetado para avaliar a eficácia e segurança do voxelotor. TECNOLOGIAS EMERGENTES: LentiGlobin BB305 (bb1111): A terapia gênica lovotibeglogene autotemcel (LentiGlobin; bb1111), desenvolvida pela bluebird bio®, é um tratamento experimental para a doença falciforme. Até a última atualização deste informe, não havia registro deste medicamento nas agências regulatórias pesquisadas. O FDA, no entanto, concedeu designação de medicamento órfão, fast track, terapia avançada de medicina regenerativa e de doença pediátrica rara para o lovotibeglogene autotemcel para doença falciforme. CTX-001: A CTX-001 é uma terapia celular geneticamente modificada investigada como tratamento potencial voltado para doenças de causas genéticas. O medicamento recebeu designação de droga órfã pela EMA53 e FDA, que também concedeu designação de terapia avançada de medicina regenerativa e fast track54,55. Até a última atualização desse informe, o medicamento não havia recebido registro nas agências pesquisadas. Etavopivat: O etavopivat é um ativador da piruvato quinase eritrocitária (PKR), que está sendo investigado pela Forma Therapeutics® como terapia modificadora de doença para o tratamento da doença falciforme e de outras hemoglobinopatias. Que recebeu designação de droga órfã pelas agências EMA e FDA e fast track pelo FDA60,61. Até a última atualização deste informe, a terapia não possuía registro nas agências pesquisadas. Inclacumabe: O inclacumabe é um anticorpo monoclonal IgG4 totalmente humanizado investigado para a potencial redução da frequência de CVOs causadas pela doença falciforme e internações hospitalares associadas. O medicamento promove a diminuição da formação de agregados plaquetas-leucócitos mediada pela p-selectina, reduzindo a frequência e gravidade das CVOs63,64 . Até a última atualização deste informe, o inclacumabe ainda não possuía registro nas agências FDA e EMA. Mitapivat: O mitapivat é um ativador de piruvato quinase, que recebeu designação de droga órfã pelo FDA para o tratamento da doença falciforme. A ação do mitapivat para o tratamento da doença falciforme baseia-se na ativação alostérica da piruvato quinase de eritrócitos, promovendo a redução dos níveis de 2,3-DPG e da falcização das hemácias. Os resultados sobre o mitapivat publicados até o momento são referentes segurança e tolerabilidade em diferentes doses, obtidos através de um estudo de fase 1, intervencional e não randomizado (NCT04000165), realizado em 17 indivíduos entre 18 e 70 anos de idade, com diagnóstico confirmado de anemia falciforme. Estudos em andamento Os dados dos estudos em andamento e sem resultados publicados sobre o LentiGlobin BB305, crizanlizumabe, voxelotor, etavopivat, inclacumabe e mitapivat. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Crizanlizumabe (SEG101), L-glutamina e voxelotor são as três tecnologias recentemente aprovadas pelas agências FDA e/ou EMA para o tratamento da doença falciforme. Esses medicamentos estão associados à boa tolerabilidade apesar da alta incidência de EAs. Seus benefícios clínicos relacionam-se à diminuição de crises de dor, CVOs e aumento dos níveis de hemoglobina. As evidências acerca das demais tecnologias discutidas neste informe devem ser analisadas com cautela uma vez que, mesmo aparentemente bem toleradas e com resultados clínicos que demonstram melhora no quadro da doença, precisam de resultados mais robustos para que seja possível estabelecer um perfil concreto a respeito da segurança e benefícios esperados. Para que ocorra a oferta desses medicamentos no SUS, é necessária a análise pela Conitec, conforme disposto na Lei nº 12.401/2011, que alterou a Lei nº 8.080/1990. Os relatórios de recomendação da Conitec levam em consideração as evidências científicas sobre eficácia, a acurácia, a efetividade e a segurança do medicamento, e, também, a avaliação econômica comparativa dos benefícios e dos custos em relação às tecnologias já incorporadas e o impacto da incorporação da tecnologia no SUS.


Assuntos
Humanos , Imunoglobulina G/uso terapêutico , Terapia Genética/instrumentação , eIF-2 Quinase/uso terapêutico , Terapia Baseada em Transplante de Células e Tecidos/instrumentação , Glutamina/uso terapêutico , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Brasil , Eficácia , Análise Custo-Benefício , Projetos de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação
18.
Expert Rev Pharmacoecon Outcomes Res ; 22(6): 891-911, 2022 Sep.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-35363602

RESUMO

INTRODUCTION: Sickle cell disease (SCD) is a rare genetic disease with limited therapeutic options. Gene-based therapies are being investigated in clinical trials to evaluate their curative potential. The expected life-long benefits of one-time administration of genetically corrected stem cells present uncharted challenges in estimating value of these treatments. Our objective is to conduct a landscape analysis of clinical trials and prompt a discussion estimating the value of gene therapy as a therapeutic option for SCD. AREAS COVERED: We searched Clinicaltrials.gov to identify and characterize clinical trials in gene therapies for SCD. We report available results and discuss current concerns and elements of value necessary to consider as these products come to market. EXPERT OPINION: Gene therapies could represent a major advance in SCD treatment. Although clinical trials are ongoing, reports of serious adverse events have led to pause of these trials, emphasizing the need to prove long-term tolerability. Measured using the methods of health economic evaluation, we anticipate high up-front costs may be offset by potential life-long benefits of these treatments. During development and after treatment approval, attention should be focused on ensuring adequate availability and equitable access to emerging therapies in underserved areas and low-middle-income countries (LMIC).


Assuntos
Anemia Falciforme , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Anemia Falciforme/terapia , Análise Custo-Benefício , Humanos
19.
BMC Health Serv Res ; 22(1): 42, 2022 Jan 08.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-34998394

RESUMO

BACKGROUND: The costs associated with the treatment of sickle cell disease (SCD) are understudied in low and middle-income countries (LMIC). We evaluated the cost of treating SCD-related acute complications and the potential cost-savings of hydroxyurea in a specialized hematology center in Brazil. METHODS: The costs (US dollars) of emergency department (ED) and hospitalizations from SCD-related complications between 01.01.2018 and 06.30.2018 were ascertained using absorption and micro-costing approaches. The reasons for acute hospital visits were grouped as: 1) vaso-occlusive (VOC) pain, 2) infection, 3) anemia exacerbation, and 4) chronic organ damage complications. Hydroxyurea adherence was estimated by medication possession ratio (MPR) during the study period. RESULTS: In total, 1144 patients, median age 17 years (range 0-70), 903 (78.9%) with HbSS/HbSß0-thalassemia, 441 (38.5%) prescribed hydroxyurea, visited the ED, of whom 381 (33%) were admitted. VOC accounted for 64% of all ED visits and 60% of all admissions. Anemia exacerbation was the most expensive reason for ED visit ($321.87/visit), while chronic organ damage carried the highest admission cost ($2176.40/visit). Compared with other genotypes, individuals with HbSS/HbSß0-thalassemia were admitted more often (79% versus 21%, p < 0.0001), and their admission costs were higher ($1677.18 versus $1224.47/visit, p = 0.0001). Antibiotics and analgesics accounted for 43% and 42% of the total ED costs, respectively, while housing accounted for 46% of the total admission costs. Costs of ED visits not resulting in admissions were lower among HbSS/HbSß0-thalassemia individuals with hydroxyurea MPR ≥65% compared with visits by patients with MPR <65% ($98.16/visit versus $182.46/visit, p = 0.0007). No difference in admission costs were observed relative to hydroxyurea use. DISCUSSION: In a LMIC hematology-specialized center, VOCs accounted for most acute visits from patients with SCD, but costs were highest due to anemia exacerbation. Analgesics, antibiotics, and housing drove most expenses. Hydroxyurea may reduce ED costs among individuals with HbSS/HbSß0-thalassemia but is dependent on adherence level.


Assuntos
Anemia Falciforme , Adolescente , Adulto , Idoso , Anemia Falciforme/tratamento farmacológico , Anemia Falciforme/epidemiologia , Criança , Pré-Escolar , Custos e Análise de Custo , Serviço Hospitalar de Emergência , Hospitalização , Humanos , Hidroxiureia/uso terapêutico , Lactente , Recém-Nascido , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem
SELEÇÃO DE REFERÊNCIAS
DETALHE DA PESQUISA