RESUMO
OBJECTIVE: To analyze the impact of a participatory sexual health promotion program implemented in a poor community and describe how the use of public and private spaces for sex is a factor that exacerbates vulnerability to HIV/Aids. METHODS: This ethnographic study was conducted in a Rio de Janeiro shantytown in 2002. Six thousand people live in precarious living conditions in which the lack of public policies, health posts, recreational activities, employment opportunities, and security consolidates power in criminal groups. Issues related to sexual health were addressed in addition to a participatory sexual health program implemented by a Community HIV Prevention Center established by a non-governmental organization. After two months of participatory observation, 35 semi-structured in-depth interviews were conducted with community members between the ages of 17 and 65. Eleven life histories of community leaders and HIV prevention promoters and seven focus groups formed from pre-existent community groups were analyzed. The material was categorized and analyzed qualitatively. RESULTS: The precarious nature of living conditions contributes to increased exposure to sexual practices while also enhancing the stigma experienced by the community for living in a shantytown. Through the implementation of the program by the Community HIV Prevention Center, children, teenagers and adults have become familiar with and knowledgeable of HIV/AIDS prevention; and teenagers and adults gained access to condoms. CONCLUSIONS: Although vulnerability to HIV was not affected, research results reveal that HIV prevention can become part of the local culture. HIV/AIDS prevention can be fomented by a local approach based on community participation and strengthening collective organizing.
Assuntos
Participação da Comunidade , Infecções por HIV/prevenção & controle , Educação em Saúde , Promoção da Saúde , Populações Vulneráveis , Síndrome da Imunodeficiência Adquirida/prevenção & controle , Síndrome da Imunodeficiência Adquirida/transmissão , Adolescente , Adulto , Idoso , Brasil , Centros Comunitários de Saúde , Feminino , Infecções por HIV/transmissão , Conhecimentos, Atitudes e Prática em Saúde , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Áreas de Pobreza , Política Pública , Pesquisa Qualitativa , Características de ResidênciaRESUMO
Resumo O consumo de drogas por mulheres jovens tem apresentado índices cada vez mais próximos aos dos homens, chegando a atingir índices superiores dependendo da substância em análise. Levando-se em conta a escassez de pesquisas realizadas com usuárias de drogas, em especial com as pertencentes às camadas socioeconômicas mais altas, a questão central neste trabalho é o gênero no uso de drogas. Este texto é baseado em etnografia realizada em bares e boates da Zona Sul e Centro da cidade do Rio de Janeiro e de entrevistas com jovens - homens e mulheres - pertencentes às camadas médias cariocas. Argumentamos que as relações desiguais de gênero e os modelos normativos de feminilidade e masculinidade são reproduzidos na iniciação e manutenção do uso de drogas, o que evidenciará particularidades de gênero, inclusive no que diz respeito às consequências danosas à saúde e sociais do uso para as mulheres. Identificamos que o uso de drogas por jovens é feito num ir e vir de contestações e acomodações em relação às normativas de gênero, no entanto, usuárias são mais estigmatizadas e marginalizadas socialmente, dependem do homem para acesso a droga e experienciam violência de gênero por parte parceiro sexo-afetivo e nos pontos de venda de drogas.
Abstract Drug use by young women has shown rates increasingly closer to those of men, or even higher depending on the substance. Considering the scarcity of research conducted with female drug users, especially those of higher socioeconomic status, this study focused on gender and drug use. Ethnographic research was conducted in bars and nightclubs in the southern and downtown regions of the city of Rio de Janeiro. We argue that unequal gender relations and normative models of femininity and masculinity are reproduced in the initiation and maintenance of drug use, revealing gender specificities, including the harmful health and social consequences of drug use for women. Although drug use by young adults alternates between challenging and accepting gender norms, female users are more stigmatized and socially marginalized, depend on men for access to drugs, and experience gender- based violence from their intimate partners and at drug sales points.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adolescente , Classe Social , Adolescente , Transtornos Relacionados ao Uso de Substâncias , Identidade de GêneroRESUMO
Apesar da crítica à concepção cartesiana do ser humano, faltam modelos teórico-conceituais que superaram suas limitações, a despeito do destaque dado à integralidade no Brasil. A base filosófica que fundamenta as abordagens dominantes é implícita, até nos modelos orientais importados como nas medicinas tradicionais e Práticas Integrativas Complementares (PICs) que, a partir de 2006, são promovidas no SUS pela Política Nacional das Práticas Integrativas Complementares e portarias. Descontextualizadas, as adaptações e criações de novas modalidades de PICs orientais se desfiguram a partir de interesses comerciais e desconhecimento de seu histórico. A integralidade é perdida, pois a PIC é fragmentada e isolada no modelo biomédico mecanicista e biologicista. Este artigo objetiva apresentar as premissas filosóficas indianas dos tantras em seu contexto histórico, como fundamento para o Ayurveda, e as práticas contemplativas que visam o desenvolvimento espiritual. Sua breve contextualização baseia-se nas análises acadêmicas de textos históricos em sânscrito, como também de autores e mestres de tradições espirituais asiáticos e ocidentais. Os conceitos de mente, corpo, awareness e energia integram esta abordagem não dual, onde predomina a imanência. Revelam uma compreensão da natureza humana integrada com o universo de modo complexo e dinâmico, desenvolvida e pesquisada ao longo de milhares de anos.(AU)
Abstract Despite the widespread critique of the hegemonic Cartesian view of human nature, no alternatives adequately surpass its limitations in the field of health. The philosophical base which informs these western dominant approaches is implicit, even when eastern health practices are imported. These have been acknowledged and promoted in the public healthcare system in Brazil since the 2006 health policy and later government decrees. Adaptations and western creations based on eastern practices are severed from their original tenets, fueled by commercialism and ignorance of its history. In the process, its integrative approach is lost, as the complementary health practice is used in psychology or in the mechanical and biologizing biomedical model. This article thus presents the philosophical Indian tenets of the Tantras in their historical context, as a foundation for Ayurveda and the contemplative practices aimed at spiritual development. Its brief and necessarily incomplete contextualization is based on academic analysis of historical sanskrit texts by scholars, Indian, American and Tibetan authors and teachers of lineage traditions. The concepts of mind, body, awareness and energy compose this nondual approach to human nature integrated with the universe in a complex and dynamic way, developed and researched throughout thousands of years.(AU)
Assuntos
Yoga , Meditação , Relações Metafísicas Mente-Corpo , Ayurveda , ÍndiaRESUMO
OBJETIVO: Analisar o impacto da implementação de um programa participativo de promoção da saúde sexual em uma comunidade empobrecida, e descrever como o uso dos espaços públicos e privados para práticas sexuais constitui-se um fator que exacerba a vulnerabilidade ao HIV/Aids. MÉTODOS: Estudo etnográfico conduzido em 2002, em favela localizada no município do Rio de Janeiro. Os 6.000 moradores viviam em condições de vida deficitárias em que se verificou a ausência de políticas públicas, postos de saúde, lazer, oportunidades de emprego e segurança, o que consolida o poder de grupos criminosos. Foram abordadas as condições referentes à saúde sexual e à implantação do programa participativo de promoção da saúde sexual pelo Núcleo Comunitário de Prevenção, criado por uma organização não-governamental. Após dois meses de observação participante, foram realizadas 35 entrevistas semi-estruturadas em profundidade com moradores com idade entre 17 e 65 anos. Foram analisadas 11 histórias de vida de líderes comunitários e agentes comunitários de prevenção e sete grupos focais formados a partir dos grupos pré-existentes na comunidade. O material foi categorizado e analisado qualitativamente. RESULTADOS: A precariedade das moradias favorecia maior exposição às práticas sexuais, acentuando o estigma de ser morador de favela vivenciado pela comunidade. Com a implantação do programa do Núcleo, crianças, jovens e adultos se familiarizaram e passaram a ter conhecimento sobre prevenção do HIV/Aids; e jovens e adultos passaram a ter acesso a preservativos. CONCLUSÕES: Os resultados decorrentes da intervenção mostraram que embora a vulnerabilidade permaneça, a prevenção pode ser inserida na cultura local. A prevenção da Aids pode ser fomentada por meio de uma abordagem territorial com base na participação dos moradores e no fortalecimento da organização coletiva.
OBJECTIVE: To analyze the impact of a participatory sexual health promotion program implemented in a poor community and describe how the use of public and private spaces for sex is a factor that exacerbates vulnerability to HIV/Aids. METHODS: This ethnographic study was conducted in a Rio de Janeiro shantytown in 2002. Six thousand people live in precarious living conditions in which the lack of public policies, health posts, recreational activities, employment opportunities, and security consolidates power in criminal groups. Issues related to sexual health were addressed in addition to a participatory sexual health program implemented by a Community HIV Prevention Center established by a non-governmental organization. After two months of participatory observation, 35 semi-structured in-depth interviews were conducted with community members between the ages of 17 and 65. Eleven life histories of community leaders and HIV prevention promoters and seven focus groups formed from pre-existent community groups were analyzed. The material was categorized and analyzed qualitatively. RESULTS: The precarious nature of living conditions contributes to increased exposure to sexual practices while also enhancing the stigma experienced by the community for living in a shantytown. Through the implementation of the program by the Community HIV Prevention Center, children, teenagers and adults have become familiar with and knowledgeable of HIV/AIDS prevention; and teenagers and adults gained access to condoms. CONCLUSIONS: Although vulnerability to HIV was not affected, research results reveal that HIV prevention can become part of the local culture. HIV/AIDS prevention can be fomented by a local approach based on community participation and strengthening collective organizing.