Na
adolescência , a forma como o
adolescente percebe, observa e entende a
imagem corporal pode interferir na maneira como ele se comporta em relação a outros comportamentos. Objetivou-se analisar a relação entre as variáveis
imagem corporal ,
conhecimento de
medidas preventivas e
comportamento sexual das
adolescentes de
escolas públicas.
Pesquisa do tipo multimétodo, com abordagem analítico-correlacional e quase experimental, com
referência no modelo social ecológico e
atividades educativas ancoradas em proposta pedagógica de metodologias ativas, com objetivo de proporcionar às
adolescentes discussão e reflexão sobre
imagem corporal ,
conhecimento de
medidas protetivas e
comportamento sexual . Realizado no segundo semestre de 2017 e de 2018, em três
Escolas de
Tempo Integral de Fortaleza-CE, com
adolescentes ,
sexo feminino . O estudo teve como variáveis principais
imagem corporal ,
conhecimento de
medidas preventivas e
comportamento sexual , em que se aplicaram os testes U de Mann-Whitney e Kruskall-Wallis, teste qui-quadrado de Pearson e o teste exato de Fisher, mensurando relação e
associação entre as variáveis. Aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa , conforme parecer nº 2.291.545. Participaram 147
adolescentes , idade média de 14 anos (14,03 ± 1,04). 17% referiram ter iniciado a
vida sexual. Revelou-se que 53,7% das
adolescentes experimentaram situações de exposições causadoras de mágoas, aborrecimentos, ofensas e humilhações provenientes dos colegas da
escola , sendo
aparência do corpo (32,1%) e do rosto (24,4%) os principais motivos. As
adolescentes referiram insatisfação acerca da
percepção da
imagem corporal , tanto pela escala de silhuetas, antes (98; 66,7%) e após (106; 71,2%) atividade educativa, quanto pela Escala de Avaliação de Insatisfação entre
Adolescentes , com média de 10,35 (10,35 ± 7,88) antes e média de 10,14 (10,14 ± 8,70) após atividade educativa. Quanto ao
conhecimento sobre
HIV , 58,5% delas concordaram que o
risco de
transmissão do
vírus da Aids pode ser reduzido se a
atividade sexual ocorrer somente com parceiro fiel e não infectado e 69,4% acreditavam que uma pessoa com aparência saudável pode estar infectada pelo
vírus . Evidenciou-se que as
adolescentes desconheciam o manuseio correto do
preservativo masculino . Das 25
adolescentes sexualmente ativas, oito (32%) relataram ter usado
preservativo masculino na primeira
relação sexual e 68% reportaram o não uso. Observou-se
associação estatisticamente significante (92%; p=0,007) entre a variável
atividade sexual e
conhecimento de que uma pessoa com aparência saudável pode estar com
HIV . Pelo modelo social ecológico, a insatisfação da
imagem corporal das
adolescentes teve influência no nível intrapessoal;
saúde autorreportada (p=0,022 antes e p=0,007 após atividade educativa),
conhecimento do
preservativo feminino (p=0,020 antes da atividade educativa) e
conhecimento sobre
HIV (p=0,011 antes da atividade educativa), no nível interpessoal; relação com a
família (p=0,003 antes e p=0,017 após atividade educativa). O estudo não apresentou relação significativa nas variáveis
percepção da
imagem corporal ,
conhecimento de
medidas preventivas e
comportamento sexual . A insatisfação da
imagem corporal das
adolescentes teve influência nos níveis intrapessoal e interpessoal e as
atividades educativas fortaleceram o
conhecimento das
adolescentes sobre as
medidas preventivas do
HIV . Verificou-se
prevalência na
insatisfação com a imagem corporal , no grupo de
adolescentes . (AU)