The predictive value of epicardial fat volume for clinical severity of COVID-19.

RESUMO

Introdução: O tecido adiposo epicárdico é fonte de citocinas inflamatórias e mediadores. A tempestade de citocinas é uma importante causa de morbilidade e mortalidade na doença coronavírus 2019 (COVID-19). Objetivos: Investigar a associação entre volume adiposo epicárdico (VAE), biomarcadores inflamatórios e gravidade clínica da COVID-19. Métodos: Este estudo retrospetivo incluiu 101 doentes infetados com COVID-19. Foram avaliados biomarcadores inflamatórios séricos, incluindo os níveis de proteína C-reativa (PCR), de interleucina-6 (IL-6), de procalcitonina (PCT) e de ferritina. Foram analisadas imagens de tomografia computorizada (TC) e foram obtidas medições semi-automáticas do VAE. O endpoint primário composto foi a admissão na unidade de cuidados intensivos (UCI) ou morte. Resultados: O endpoint primário ocorreu em 25,1% (n=26) dos doentes (idade média 64,8±14,8 anos, 14 homens). Um total de 10 doentes morreu. Os níveis de VAE, PCR, PCT, ferritina e IL-6 foram significativamente superiores nos doentes internados na UCI. Além disso, verificou-se uma correlação positiva entre o VAE e a PCR (r: 0,494, p<0,001), PCT (r: 0,287, p=0,005), ferritina (r: 0,265, p=0,01) e IL-6 (r: 0,311, p=0,005). Na análise de regressão logistica multivariada, os doentes com VAE>102 cm3 tinham maior probabilidade de ter complicações graves. Conclusão: O VAE e os níveis séricos de PCR, IL-6, PCT e ferritina podem avaliar a gravidade da doença e prever o resultado em doentes com COVID-19. O VAE constitui um fator preditivo na admissão dos doentes hospitalizados com COVID-19 numa UCI.