A
malária continua sendo um dos principais problemas globais de
saúde pública , sendo responsável pela
morte de 409.000
pessoas anualmente, principalmente devido à
infecção por
Plasmodium falciparum . Assim, o
desenvolvimento de uma
vacina tem sido uma das
prioridades de pesquisa para o
enfrentamento desse problema. Não existe
vacina licenciada contra a
malária e, embora mais de 30
antígenos tenham sido identificados como candidatos vacinais, nenhum deles gerou uma perspectiva sólida de que uma
vacina possa estar disponível nos próximos anos. Torna-se fundamental a
pesquisa de candidatos vacinais mais imunogênicos, eficazes e seguros. Os
primatas neotropicais dos gêneros
Saimiri e
Aotus são os modelos recomendados para
estudos experimentais em
malária , visto que podem ser infectados por plasmódios
humanos . O
Laboratório de
Pesquisa em
Malária (LabMal) da Fundação Oswaldo Cruz estuda os
mecanismos de defesa e
doença na
malária e utiliza os modelos
Saimiri e
Aotus para a avaliação pré-clínica de
antígenos candidatos à
vacina e estudos de mecanismos de aquisição de
imunidade e fisiopatogenia da
malária . Para a
realização dos estudos, o LabMal estabeleceu uma parceria com o Centro Nacional de
Primatas (CENP) do Instituto Evandro Chagas, que resultou na ampliação das colônias de
Saimiri sciureus, colocando o CENP entre as raras
instituições no mundo que dispõem desse recurso para
pesquisa . O presente
trabalho é um retrospecto dos resultados obtidos durante 25 anos de parceria entre o LabMal e o CENP na utilização de
primatas Saimiri e
Aotus como modelos de estudo para
pesquisa e desenvolvimento de uma
vacina antimalárica .