RESUMO
Resumo Este artigo aborda o acesso das pessoas com deficiência às ações e serviços de saúde a partir da percepção de profissionais e gestores de unidades da atenção primária de três cidades do país, considerando as dimensões "Disponibilidade e acomodação" e "Adequação". Trata-se de um estudo de caso, que entrevistou 16 profissionais e gestores de unidades de atenção primária nas cidades de Brasília (DF), Arcoverde (PE) e Santos (SP). Na dimensão da Disponibilidade e acomodação, observaram-se barreiras arquitetônicas e urbanísticas, escassez na oferta de serviços, concentração geográfica dos equipamentos sociais e dificuldade de coordenação do cuidado. Na dimensão Adequação, percebeu-se uma ausência institucional de formação, o que contribui para dificuldade de interlocução entre os profissionais de saúde e as pessoas com deficiência. Além disso, os entrevistados apontam para a fragilidade na comunicação entre os serviços de saúde que compõem a rede de atenção. Por outro lado, a postura dos profissionais e o vínculo construído com as pessoas com deficiência se apresentaram como facilitadores do acesso. Esperava-se que os espaços mais desenvolvidos apresentassem mais possibilidades de acesso, mas seja na capital do país, na região mais rica do Brasil ou no sertão nordestino, essa é ainda uma luta que precisa resistir.
Abstract This study describes findings from a case study conducted on access to healthcare for people with disabilities based on the perspective of primary care unit professionals and managers in three Brazilian municipalities, considering the dimensions of Availability and Accommodation and Appropriateness. A total of 16 primary care unit healthcare providers and managers were interviewed in Brasília - Federal District, Arcoverde - Pernambuco, and Santos - São Paulo. The Availability and Accommodation dimension showed architectural and urban barriers, lack of healthcare services, geographical concentration of infrastructure, and difficulty coordinating care. The Appropriateness dimension evinced a lack of healthcare provider training, which contributes to communication barriers between healthcare providers and people with disabilities. Interviewees also pointed to a fragile link between the health services that make up the care network. On the other hand, participants deemed professionals' attitude and the bond built with people with disabilities as facilitators to accessing care. It was expected that the more developed areas within Brazil would have less barriers to access. However, this study showed challenges to accessing health in all settings, including the richest region of Brazil, its poorest region (the Northeast), and its capital.