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Resumo A fibrilação atrial (FA) é a arritmia cardíaca sustentada mais comum na população geral, tendo uma alta carga de morbimortalidade, e isso também é válido para pacientes com câncer. A associação entre FA e câncer vai ainda mais longe, com alguns estudos sugerindo que a FA pode ser um marcador de câncer oculto. Há, no entanto, uma notável escassez de dados sobre os desafios específicos do manejo da FA em pacientes com câncer. O reconhecimento e o manejo imediatos da FA nesta população especial podem diminuir a morbidade relacionada à arritmia e ter um importante benefício prognóstico. Esta revisão se concentrará nos desafios atuais de diagnóstico e manejo da FA em pacientes com câncer, com ênfase especial nas estratégias e dispositivos de rastreamento da FA e na terapia de anticoagulação com anticoagulantes orais não antagonistas da vitamina K (NOACs) para prevenção tromboembólica nesses pacientes. Alguns insights sobre as perspectivas futuras para a prevenção, diagnóstico e tratamento da FA nesta população especial também serão abordados.
Abstract Atrial fibrillation (AF) is the most common sustained cardiac arrhythmia in the general population, carrying a high morbimortality burden, and this also holds true in cancer patients. The association between AF and cancer goes even further, with some studies suggesting that AF can be a marker of occult cancer. There is, however, a remarkable paucity of data concerning specific challenges of AF management in cancer patients. AF prompt recognition and management in this special population can lessen the arrhythmia-related morbidity and have an important prognostic benefit. This review will focus on current AF diagnosis and management challenges in cancer patients, with special emphasis on AF screening strategies and devices, and anticoagulation therapy with non-vitamin K antagonist oral anti-coagulants (NOACs) for thromboembolic prevention in these patients. Some insights concerning future perspectives for AF prevention, diagnosis, and treatment in this special population will also be addressed.
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Resumo Fundamento: Pouco se sabe sobre o impacto da estenose aórtica (EA) grave na rigidez aórtica e se ocorre alguma alteração após a remoção da barreira de EA com a cirurgia de substituição da válvula aórtica (SVA). Objetivo: Estimar as mudanças na velocidade de onda de pulso carotídeo-femoral (VOP) após a cirurgia de SVA e definir os preditores de VOP alta em pacientes com EA grave. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo unicêntrico, incluindo pacientes com EA grave submetidos à cirurgia de SVA com bioprótese, entre fevereiro de 2017 e janeiro de 2019, e medições da VOP (Complior®) antes e depois do procedimento (2±1 meses). Antes e depois da SVA, os valores da VOP foram comparados por meio de testes pareados. foram analisadas as associações de VOP com dados clínicos, bem como aplicados modelos de regressão linear multivariada para estimar os preditores independentes da VOP pré- e pós-operatória. O nível de significância foi estabelecido em 5%. Resultados: Foram incluídos na amostra 150 pacientes, com média de idade de 72±8 anos, sendo 51% deles do sexo masculino. Identificamos um aumento estatisticamente significativo nos valores de VOP após a cirurgia (9,0 ± 2,1 m/s vs. 9,9 ± 2,2, p<0,001, antes e depois da SVA, respectivamente) e uma associação inversa com as variáveis de gravidade da EA. No modelo de regressão linear multivariada, idade e pressão arterial sistólica (PAS) foram estabelecidas como preditores independentes da VOP pré- e pós-operatória mais alta, enquanto o gradiente valvar médio mais alto foi considerado um determinante da VOP pré-SVA mais baixa. Conclusão: Identificamos uma correlação inversa da rigidez arterial com a gravidade da EA em pacientes acometidos, e um aumento significativo nos valores da VOP após a cirurgia de SVA. Idade avançada e PAS elevada foram associadas a valores mais altos da VOP, embora as medidas de função arterial estivessem dentro da normalidade. (Arq Bras Cardiol. 2021; 116(3):475-476)
Abstract Background: Little is known about the impact of severe aortic stenosis (AS) in aortic stiffness and if there is any change after removing AS barrier with aortic valve replacement (AVR) surgery. Objective: To estimate carotid-femoral pulse wave velocity (PWV) changes after AVR surgery and to define PWV predictors in severe AS patients. Methods: Single-center retrospective cohort, including patients with severe AS who underwent AVR surgery with bioprostheses, between February 2017 and January 2019 and performed PWV measurements (Complior®) before and after the procedure (2±1 months). Before and after AVR, PWV values were compared through paired tests. The associations of PWV with clinical data were studied and linear regression models were applied to estimate pre and postoperative PWV independent predictors. The significance level was set at 5%. Results: We included 150 patients in the sample, with mean age of 72±8 years, and 51% being males. We found a statistically significant increase in PWV values after surgery (9.0±2.1 m/s vs. 9.9±2.2, p<0.001, before and after AVR, respectively) and an inverse association with AS severity variables. In the linear regression model, age and systolic blood pressure (SBP) were established as independent predictors of higher pre- and postoperative PWV, while higher mean valvular gradient emerged as a determinant of lower pre-AVR PWV. Conclusion: We documented an inverse correlation of arterial stiffness with the severity of AS in patients with AS, and a significant increase in PWV values after AVR surgery. Advanced age and higher SBP were associated with higher PWV values, although arterial function measurements were within the normal range. (Arq Bras Cardiol. 2021; 116(3):475-482)
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Humans , Male , Female , Aortic Valve Stenosis/surgery , Vascular Stiffness , Aortic Valve/surgery , Retrospective Studies , Pulse Wave Analysis , Middle Agedالملخص
Resumo Fundamento A aptidão física é um importante determinante da qualidade de vida (QV) em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP). No entanto, ainda não se sabe como os diferentes componentes da aptidão física se relacionam com as dimensões específicas da QV em pacientes com ICFEP. Objetivo Avaliar a associação entre diferentes componentes da aptidão física e dimensões da QV em pacientes com ICFEP, e examinar quais componentes da aptidão física foram independentemente associados à QV. Métodos Os pacientes com ICFEP foram avaliados quanto à aptidão física [equilíbrio dinâmico e mobilidade ("teste 8-feet Up-and-go "), força da parte superior do corpo (Teste de força de preensão manual), aptidão cardiorrespiratória (ACR) (teste de caminhada de 6 minutos) e composição corporal (índice de massa corporal)] e para QV ( Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire ). Uma correlação parcial foi utilizada para verificar a associação entre os componentes da aptidão física e as dimensões da QV. A análise das dimensões dos preditores independentes de QV foi realizada através da análise de regressão linear multivariada stepwise . A significância estatística foi estabelecida em p <0,05. Resultados Tanto a ACR quanto o equilíbrio dinâmico e a mobilidade estão significativamente associados ao escore total e às dimensões físicas da QV (p <0,05), mas apenas o equilíbrio dinâmico e a mobilidade foram concomitantemente associados à dimensão emocional (r = 0,597; p = 0,004). O equilíbrio dinâmico e a mobilidade foram associados de forma independente ao escore total (β = 0,651; r2 = 0,424; p = 0,001), e as dimensões física (β = 0,570; r2 = 0,324; p = 0,04) e emocional (β = 0,611; r2 = 0,337 p = 0,002) da QV. Conclusão Nossos dados sugerem que o equilíbrio dinâmico e a mobilidade avaliam melhor a QV do que a ACR, comumente medida na prática clínica. Ainda não se sabe se as intervenções direcionadas especificamente ao equilíbrio dinâmico e à mobilidade têm diferentes impactos na QV. (Arq Bras Cardiol. 2020; 114(4):701-707)
Abstract Background Physical fitness is an important determinant of quality of life (QoL) in heart failure with preserved ejection fraction (HFpEF) patients. However, how the different physical fitness components correlate with the specific dimensions of QoL in HFpEF patients remains unknown. Objective To evaluate the association between different physical fitness components and QoL dimensions in HFpEF patients, and, assess which physical fitness components were independently associated to QoL. Methods Patients with HFpEF were assessed for physical fitness [dynamic balance and mobility (8-foot-up-and go test), upper body strength (handgrip), cardiorespiratory fitness (CRF) (6-minute-walking test) and body composition (body mass index)] and for QoL (Minnesota Living With Heart Failure Questionnaire). Partial correlation was used to verify the association between physical fitness components and QoL dimensions. The determination of independent predictors in QoL dimensions was assessed through stepwise multivariate linear regression analysis. Statistical significance was set at p<0.05. Results Both CRF and dynamic balance and mobility are significantly associated with the total score and physical dimensions of QoL (p<0.05), but only dynamic balance and mobility were concomitantly associated with the emotional dimension (r=0.597; p=0.004). Dynamic balance and mobility were independently associated with total score (β=0.651; r2=0.424; p=0.001), physical (β=0.570; r2=0.324; p=0.04) and emotional (β=0.611; r2=0.373 p=0.002) dimensions of QoL. Conclusion Our data suggests that dynamic balance and mobility better assess QoL than CRF, which is commonly measured in clinical practice. Whether interventions specifically targeting dynamic balance and mobility have different impacts on QoL remains unknown. (Arq Bras Cardiol. 2020; 114(4):701-707)
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Humans , Quality of Life , Heart Failure , Stroke Volume , Physical Fitness , Hand Strengthالملخص
Durante as últimas décadas, a insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP) foi alvo de menor atenção por parte das comunidades médica e científica, o que levou ao aparecimento de um conjunto de equívocos relativamente às suas características, diagnóstico e abordagem terapêutica. Nos últimos anos surgiram novos estudos que alteraram os conceitos classicamente associados à ICFEP, contribuindo para uma nova visão dessa doença. Com esta revisão pretendemos abordar as mais recentes evidências existentes na área da ICFEP e combater os principais equívocos a ela associados, de forma a melhorar a sua abordagem diagnóstica e terapêutica. Temos hoje vários dados que demonstram que a ICFEP é uma entidade que necessita de uma abordagem clínica distinta da utilizada na insuficiência cardíaca sistólica (ICS). A ICFEP deixou de ser vista como uma doença "benigna", porque está associada a um mau prognóstico e a uma elevada prevalência. A sua fisiopatologia é complexa, não está totalmente esclarecida e, para além da disfunção diastólica, foram recentemente descobertos outros fatores, cardíacos e extracardíacos, que estão também implicados no seu aparecimento. Dispomos hoje de critérios objetivos para o seu diagnóstico, sobretudo recorrendo aos novos parâmetros ecocardiográficos de avaliação da função diastólica, nomeadamente ao cálculo da relação E/e' obtida por meio do Doppler tecidual. Finalmente, o tratamento da ICFEP continua a ser uma incógnita, porque não dispomos atualmente de nenhuma estratégia terapêutica capaz de alterar o prognóstico da ICFEP. Desse modo, abordaremos também os potenciais novos alvos terapêuticos que poderão revolucionar o tratamento futuro da ICFEP.
Over the last decades, heart failure with preserved ejection fraction (HFpEF) has received less attention by the medical and scientific communities, which led to the emergence of a number of misconceptions concerning its characteristics, diagnostic and therapeutic approach. In recent years, new studies have changed the concepts traditionally associated with HFpEF, contributing to a new view towards this disease. This review is intended to discuss the latest evidence on HFpEF and to fight the main misconceptions associated with it in order to improve its diagnostic and therapeutic approach. Today we have several data showing that HFpEF is a condition that requires a different clinical approach from that used in systolic heart failure (SHF). HFpEF is no longer seen as a "benign" disease because it is associated with a poor prognosis and high prevalence. Its pathophysiology is complex and not fully clarified. In addition to diastolic dysfunction, we now know that other cardiac and extracardiac factors are also involved in its onset and progression. Using recent consensus guidelines we have objective criteria for its diagnosis, especially by using the new echocardiographic parameters for assessing diastolic function, including the E/e' ratio obtained by tissue Doppler. Finally, treatment of HFpEF remains unknown, because no therapeutic strategy has been shown to improve HFpEF prognosis. Thus, in this review we will also discuss the potentially new therapeutic targets for HFpEF.
Durante las últimas décadas, la insuficiencia cardíaca con fracción de eyección preservada (ICFEP) fue blanco de menor atención por parte de las comunidades médica y científica, lo que llevó a la aparición de un conjunto de equívocos relativos a sus características, diagnóstico y abordaje terapéutico. En los últimos años surgieron nuevos estudios que alteraron los conceptos clásicamente asociados a la ICFEP, contribuyendo a una nueva visión de esa enfermedad. Con esta revisión pretendemos abordar las más recientes evidencias existentes en el área de la ICFEP y combatir los principales equívocos asociados a ella, para mejorar su abordaje diagnóstico y terapéutico. Tenemos hoy varios datos que demuestran que la ICFEP es una entidad que necesita un abordaje clínico distinto del utilizado en la insuficiencia cardíaca sistólica (ICS). La ICFEP dejó de ser vista como una enfermedad "benigna", porque está asociada a un mal pronóstico y a una elevada prevalencia. Su fisiopatología es compleja, no está totalmente aclarada y, más allá de la disfunción diastólica, fueron descubiertos recientemente otros factores, cardíacos y extracardíacos, que están también implicados en su aparición. Disponemos hoy de criterios objetivos para su diagnóstico, sobre todo recurriendo a los nuevos parámetros ecocardiográficos de evaluación de la función diastólica, principalmente al cálculo de la relación E/e' obtenida por medio del Doppler tisular. Finalmente, el tratamiento de la ICFEP continúa siendo una incógnita, porque no disponemos actualmente de ninguna estrategia terapéutica capaz de alterar el pronóstico de la ICFEP. De ese modo, abordaremos también los potenciales nuevos blancos terapéuticos que podrán revolucionar el tratamiento futuro de la ICFEP.
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Humans , Heart Failure , Stroke Volume/physiology , Heart Failure/diagnosis , Heart Failure/physiopathology , Heart Failure/therapy , Truth Disclosureالملخص
A apelina é um peptídeo recentemente descoberto e identificado como o ligando endógeno do receptor APJ. A apelina e o receptor APJ são expressos numa grande variedade de tecidos, tais como coração, cérebro, rins e pulmões, onde a sua interação pode ter importantes efeitos fisiopatológicos. Com efeito, a última década foi fértil no esclarecimento de possíveis papéis desempenhados pela apelina na fisiologia humana, nomeadamente como peptídeo regulador dos sistemas cardiovascular, hipotálamo-hipófisário, gastrointestinal e imunitário. Um possível envolvimento da apelina na patogênese de doenças com elevada prevalência e co-morbilidades, como a hipertensão arterial, a insuficiência cardíaca e o diabete melito tipo 2, perspectivam-na como um possível alvo terapêutico a explorar no futuro. Este trabalho fornece uma visão geral dos efeitos fisiológicos da apelina e apresenta o possível papel desse peptídeo na patogênese de várias doenças, associado a implicações terapêuticas que poderão vir a ser, assim, exploradas.
Apelin is a recently discovered peptide, identified as an endogenous ligand of receptor APJ. Apelin and receptor APJ are expressed in a wide variety of tissues including heart, brain, kidneys and lungs. Their interaction may have relevant pathophysiologic effects in those tissues. In fact, the last decade has been rich in illustrating the possible roles played by apelin in human physiology, namely as a regulating peptide of cardiovascular, hypothalamus-hypophysis, gastrointestinal, and immune systems. The possible involvement of apelin in the pathogenesis of high prevalence conditions and comorbidities - such as hypertension, heart failure, and Diabetes Mellitus Type 2 (T2DM) - rank it as a likely therapeutic target to be investigated in the future. The present paper is an overview of apelin physiologic effects and presents the possible role played by this peptide in the pathogenesis of a number of conditions as well as the therapeutic implications that might, therefore, be investigated.