ABSTRACT
No período de janeiro de 1980 a dezembro de 1993, 291 pacientes foram submetidos a substituiçao valvar por próteses metálicas, no Instituto do Coraçao do HC FMUSP. Cento e oitenta e sete (64,3 por cento) pacientes eram do sexo masculino, com idade variando de 2 meses a 78 anos (média de 38,3 +/-18,5). A etiologia das lesoes foi reumática em 132 (45,4 por cento) pacientes. Foram realizadas 2Ol substituiçoes da valva aórtica, 77 da valva mitral, l5 duplas substituiçoes mitro-aórticas, 2 substituiçoes da valva tricúspide, l dupla substituiçao mitro-tricuspídea e l tríplice substituiçao mitro-aórtico-tricuspídea, totalizando 3l5 substituiçoes valvares. Cirurgias associadas foram realizadas em 164 (56,4 por cento) pacientes, sendo a mais freqüente a correçao de aneurisma de aorta ascendente em 49 (l6,8 por cento) pacientes Cento e quarenta e um (48,4 por cento) pacientes foram submetidos anteriormente a cirurgias valvares. Os pacientes foram avaliados clinicamente no pós-operatório tardio, segundo a classe funcional (NYHA)e o aparecimento de complicaçoes relacionadas às próteses e à anticoagulaçao. A mortalidade imediata foi de 36 (l2,4 por cento) pacientes. Foram estudados 159 pacientes no pós-operatório tardio, com um tempo médio de evoluçao de 40,6 meses (l0078 meses/paciente). As taxas linearizadas para tromboembolismo, hemorragia relacionada à anticoagulaçao, óbito tardio, endocardite, escape paravalvar e hemólise no pós-operatório tardio foram, respectivamente, 1,33 por cento, 0,95 por cento, 1,9 por cento, 0,19 por cento, O,57 por cento e O,57 por cento pacientes/ano. A curva actuarial de sobrevida em 14 anos é de 63,8 por cento. Oitenta e dois por cento dos pacientes encontram-se em classe funcional I no pós-operatório tardio. Podemos concluir que os nossos resultados foram bastante satisfatórios com a utilizaçao de próteses metálicas.