ABSTRACT
A dor musculoesquelética é um problema frequente nos profissionais da enfermagem e várias medidas vêm sendo pesquisadas a fim de diminui-la, entretanto, poucos estudos abordam a influência do aumento da resiliência desses profissionais no controle da sua dor. Desta maneira, o objetivo deste trabalho foi identificar associação entre resiliência e dor musculoesquelética, em diferentes regiões anatômicas, referida por profissionais de enfermagem. Trata-se de estudo observacional transversal com 321 profissionais de enfermagem. Foram utilizados questionário sociodemográfico e laboral, questionário nórdico de sintomas osteomusculares, escala analógica da dor e escala de resiliência. Para análise foi utilizado estatística descritiva e analítica, através dos testes Mann-Whitney U e Kruskal Wallis. Foi verificada relação da dor com características sociodemográficas, laborais e resiliência, analisadas. 261 (81,3%) afirmaram ter apresentado dor musculoesquelética no último ano e as regiões mais acometidas foram partes superior e inferior das costas s e ombros. Identificou-se associação entre intensidade da dor e dor musculoesquelética em todas as regiões corporais investigadas (p < 0,05), idade (p = 0,015), categoria profissional (p = 0,032), tempo de atuação na enfermagem (p = 0,003) e turno de trabalho (p = 0,012), e correlação entre resiliência e dor musculoesquelética no pescoço (p = 0,010) e quadril e coxas (p = 0,009). Sendo assim, a elevada resiliência está associada ao melhor controle da dor musculoesquelética, em especial, na região do pescoço, de enfermeiros.
Musculoskeletal pain is a frequent problem in nursing professionals, and several treatments have been researched to reduce it; however, few studies address the influence of increased resilience of these professionals in controlling their pain. Thus, this study aimed to identify an association between resilience and musculoskeletal pain reported by nursing professionals in different anatomical regions. This is a cross-sectional observational study with 321 nursing professionals. A sociodemographic and work questionnaire, a Nordic musculoskeletal symptoms questionnaire, an analog pain scale, and a resilience scale were used. Descriptive and analytical statistics were used for analysis, using the Mann-Whitney U and Kruskal Wallis tests. The relationships between pain and sociodemographic, work, and resilience characteristics were analyzed. 261 (81.3%) reported having had musculoskeletal pain in the last year, and the most affected regions were the upper and lower backs and shoulders. An association was identified between pain intensity and musculoskeletal pain in all investigated body regions (p < 0.05), age (p = 0.015), professional category (p = 0.032), length of experience in nursing (p = 0.003), and work shift (p = 0.012). A correlation was also observed between resilience and musculoskeletal pain in the neck (p = 0.010) and hip and thighs (p = 0.009). Thus, high resilience is associated with better control of musculoskeletal pain among nurses, especially in the neck region.
ABSTRACT
O nascimento prematuro constitui um momento de vulnerabilidade ao recém-nascido, sendo necessário maior cuidado e atenção. Com isso o objetivo do trabalho foi analisar fatores obstétricos e neonatais, relacionados ao desfecho a termo e prematuridade, de recém-nascidos internados em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. Trata-se de um estudo de coorte, documental e retrospectivo. As variáveis clínicas, epidemiológicas e assistenciais foram coletadas diretamente dos prontuários e sumários de alta dos neonatos, internados no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2020, analisadas com estatística descritiva e inferencial. Foram analisadas 494 internações de recém-nascidos. Cerca de 70% dessas foram de neonatos prematuros. Foi verificada relação entre nascimento prematuro e as características obstétricas: baixo número de consultas pré-natal (p<0,001), parto vaginal (p=0,04), intercorrências (p<0,001) e uso de antibióticos na gestação (p=0,02), ocorrência de bolsa rota (p<0,001) e corticoterapia antenatal (p<0,001). E, diferença estatística significativa entre a prematuridade e: sexo (p=0,01), gemelaridade (p<0,001). E, entre prematuridade e a necessidade de intervenções assistenciais: uso de surfactante (p<0,001), acesso venoso central (p<0,001), suporte ventilatório (p=0,01), fototerapia (p<0,001), transfusão sanguínea (p<0,001) e nutrição parenteral (p<0,001). Observou-se os diversos fatores associados ao nascimento prematuro, os quais devem ser monitorados a fim de prevenir desfechos negativos.
Premature birth constitutes a moment of vulnerability for the newborn, requiring greater care and attention. Therefore, the objective of the study was to analyze obstetric and neonatal factors, related to the outcome, of newborns admitted to a Neonatal Intensive Care Unit born at term and prematurely. This is a cohort, documentary and retrospective study. Clinical, epidemiological and care variables were collected directly from the medical records and discharge summaries of newborns, hospitalized from January 2016 to December 2020, analyzed with descriptive and inferential statistics. 494 newborn hospitalizations were analyzed. Around 70% of these were premature newborns. A relationship was found between premature birth and obstetric characteristics: low number of prenatal consultations (p<0.001), vaginal birth (p=0.04), complications (p<0.001) and use of antibiotics during pregnancy (p=0 .02), occurrence of ruptured membranes (p<0.001) and antenatal corticosteroid therapy (p<0.001). And, statistically significant difference between prematurity and: sex (p=0.01), twin birth (p<0.001). And, between prematurity and the need for assistance interventions: use of surfactante (p<0.001), central venous access (p<0.001), ventilatory support (p=0.01), phototherapy (p<0.001), blood transfusion (p<0.001) and parenteral nutrition (p<0.001). The various factors associated with premature birth were observed, which must be monitored in order to prevent negative outcomes.