RESUMEN
Introdução: O carcinoma basoescamoso é um subtipo agressivode carcinoma basocelular com características comuns aocarcinoma espinocelular. Devido à raridade dos casos, poucose sabe sobre as características demográficas, localizaçãotumoral e características histopatológicas. Objetivo: Compararas características dos carcinomas basoescamosos com outroscarcinomas basocelulares em uma série de tumores ressecadospela cirurgia de cabeça e pescoço. Método: Foram estudados osprontuários de 363 pacientes submetidos à cirurgia por diagnósticode carcinoma basocelular na região da cabeça e pescoço. Osdados obtidos incluíram: sexo, idade, tipo histológico, localização,tamanho, invasão angiolinfática e perineural. Resultado: 10,1%dos casos revisados foram carcinomas basoescamosos. Nãohouve diferença em quanto a idade, sexo e invasão angiolinfatica.O tamanho médio dos tumores basoescamosos foi maior queos outros subtipos (4,1 vs 2,6 cm, p<0,01) assim como o índicede invasão perineural (47,2 vs 20,8%, p<0,01). Este tipo detumor teve uma incidência menor nas áreas de alto risco (75,6vs 89,7, p<0,02), com localização maior em couro cabeludoe região cervical. Conclusão: O presente estudo confirma ascaracterísticas agressivas dos carcinomas basoescamosos, comoo tamanho maior e a elevada frequência de invasão perineural.Foi inesperado, no entanto, o achado de menor frequência nasáreas de alto risco.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Anciano , Carcinoma Basocelular , Carcinoma Basoescamoso , Neoplasias Cutáneas , Neoplasias de Cabeza y CuelloRESUMEN
Introdução: O retalho miocutâneo do músculo peitoral maior(RMPM) traz dúvidas quanto a sua aplicabilidade em reparardefeitos craniofaciais e do terço médio da face. Objetivo: Avaliarse o comprimento do pedículo do RMPM assim como seu alcancepara diversos sítios da região cervicofacial são influenciadospor dados antropométricos e pelo lado de dissecção do retalho.Materiais: Estudou-se 15 pacientes submetidos à reconstruçãode defeitos cervicofaciais. Método: Padronizou-se uma ilha depele quadrangular, medindo 8x6 cm localizada sobre a porçãoesternocostal do músculo peitoral maior, medialmente aomamilo e tendo como limite caudal a borda superior da sétimacostela. Os retalhos foram baseados no ramo peitoral da artériatoracoacromial e a rotação foi supraclavicular. O comprimento dopedículo foi medido após a rotação. Testou-se o alcance do centroda ilha de pele do retalho para determinadas regiões. Analisou-sea relação do comprimento do pedículo e do alcance do retalho comdados antropométricos e com o lado de dissecção. Resultados:O comprimento do pedículo apresentou um valor médio de 16,03± 1,35 cm. Os retalhos obtiveram alcance para todas as regiõesestudadas, exceto a órbita, alcançada em 13,3% dos casos. Aanálise univariada mostrou correlação positiva e estatisticamentesignificativo entre o comprimento do pedículo e o comprimento doesterno - CE e correlação negativa e também significativo com arazão entre a distância mastoide-fúrcula esternal pelo comprimentodo esterno - DMF/CE. Identificou-se o comprimento do esternocomo a única variável capaz de determinar o comprimento dopedículo vascular do RMPM (COMP), estabelecendo a equação:COMP = 2,54 + 0,64 X CE. Conclusões: Apesar do alcance doretalho não sofrer influência de dados antropométricos, por estemodelo anatômico infere-se que a equação determinante docomprimento do pedículo pode contribuir para o planejamento dereconstruções utilizando o RMPM, sobretudo para defeitos maiscraniais.
Asunto(s)
Humanos , Anatomía , Neoplasias de Cabeza y Cuello , Procedimientos de Cirugía Plástica , Colgajos QuirúrgicosRESUMEN
Introdução: O retalho miocutâneo de peitoral maior (RMPM) éamplamente utilizado para reconstruções em cabeça e pescoçodesde sua descrição em 1979. É um retalho seguro, versátile com taxas de complicações e perda baixas, no entantocomplicações graves ocorrem e o estudo dos fatores que levamas complicações é de grande valia para tentar diminuir o riscodas mesmas. Método: Análise retrospectiva dos casos dereconstruções com RMPM após ressecções de câncer em cabeçae pescoço em uma instituição de janeiro 2010 a dezembro 2012,totalizando 100 casos. Objetivo: Descrever a casuística e ascomplicações, assim como os fatores associados a reoperaçõese insucesso da reconstrução. Resultados: Foram realizados100 RMPM no período, com idade média dos pacientes de 60,7anos e 90% de estadios avançados. Houve 61% de complicaçõesde qualquer natureza com 25% de reoperações e 3% de perdatotal. O sucesso final da reconstrução foi obtido em 87% doscasos. O fator associado a reoperações foi a albumina <3,4 g/dL(p<0,05). Já radioterapia prévia e as reconstruções da hipofaringeforam associados a maior insucesso na reconstrução (p<0,05).Conclusão: Medidas nutricionais podem ter importância paraaumentar o sucesso final das reconstruções. Além disso,atenção especial deve ser dada aos casos de reconstruções dehipofaringe e radioterapia prévia que tem maior risco de insucessoda reconstrução.
Asunto(s)
Persona de Mediana Edad , Anciano , Complicaciones Posoperatorias , Neoplasias de Cabeza y Cuello , Colgajos QuirúrgicosRESUMEN
Introdução: A imunoistoquímica incorporou-se à rotina doslaboratórios de Anatomia Patológica, tornando-se importanteferramenta de elucidação e complementação diagnóstica,principalmente nos casos de doenças neoplásicas. O diagnósticodo carcinoma espinocelular baseia-se nos critérios morfológicos,porém, cabe discutir se a imunoistoquímica pode ajudar noprocesso diagnóstico ou prognóstico. Objetivo: Avaliar a utilizaçãoda imunoistoquímica nos casos de câncer de boca e orofaringe.Método: Estudo retrospectivo, no período de abril de 2009 ajunho de 2012, baseado em resultados anatomopatológicos.Resultados: De 442 anatomopatológicos analisados, houve arealização de exame imunoistoquímico em 11 exames, sendo queem apenas um caso foi usado para pesquisa de fator prognóstico.Os marcadores mais usados foram 34 ?12, AE1/AE3, 35BH11 ep63. Conclusão: A imunoistoquímica para os cânceres de bocae orofaringe, com finalidade diagnóstica ocorreu em 2,5% doscasos, usado nos casos de carcinomas pouco diferenciados.
RESUMEN
Introdução: A associação entre tireoidite de Hashimoto (TH) ecarcinoma bem diferenciado da tireoide (CDT) tem sido discutidana literatura desde 1955, quando Dailey at al. demonstroupossível relação entre as duas doenças. Os tumores malignosda glândula tireoide representam mais de 90% dos cânceresendócrinos e possuem poucos fatores de risco bem definidos. ATH é a principal causa de hipotireoidismo em regiões que nãoapresentam deficiência de iodo. Esse distúrbio apresenta relaçãocom linfoma primário da tireoide e pode determinar alteraçõesmoleculares que também estão presentes em graus variáveis nocarcinoma de tireoide. Objetivo: Este estudo tem como objetivoavaliar a associação entre Tireoidite de Hashimoto e as diferentesformas de apresentação do carcinoma bem diferenciado datireoide. Método: Desenvolveu-se um estudo com 370 pacientessubmetidos à tireoidectomia total para carcinoma bem diferenciadoda tireoide entre 2000 e 2008. Foram analisadas diferentes formasde apresentação do carcinoma bem diferenciado e sua relaçãocom a presença ou ausência de tireoidite de Hashimoto, baseadonos exames anatomopatológicos. Resultados: O estudo mostrouuma associação entre a TH e o carcinoma papilífero clássico de31,6%, com microcarcinomas essa relação foi de 52,8% e coma variante multicêntrica chegou a 70,3% (p < 0,0001 - teste quiquadrado).O carcinoma folicular está associado com a ausênciade tireoidite de Hashimoto (p=0,003 - teste exato de Fisher).Conclusão: A associação entre as duas doenças mostrou maiorforça na variante multicêntrica do carcinoma papilífero, sugerindouma relação, não apenas casual, mas de causa e efeito entre adoença de Hashimoto e o desenvolvimento do carcinoma bemdiferenciado da tireoide.
RESUMEN
Introdução: O correto diagnóstico histopatológico podeser alcançado por meio do método imunoistoquímico naavaliação do diagnóstico diferencial do câncer da laringe ehipofaringe. Objetivo: Avaliar a necessidade real do métodoimunoistoquímico nos casos de câncer de laringe e hipofaringe.Método: Estudo retrospectivo de casos do registro hospitalarde câncer da instituição com bases nos anatomopatológicose laudos imunoistoquímicos. Resultados: De 171 resultadosanatomopatológicos, a imunoistoquímica foi realizada em10(5,8%), sendo que 90% dos exames foram para finsdiagnósticos e 10% indicado como fator prognóstico associadoao HPV. Houve maior frequência para o uso de 34BE12, AE1/AE3e 35BH11. Conclusões: A imunoistoquímica foi usada em 5,8%dos casos de câncer de laringe e hipofaringe submetidos a exameanatomopatológico, seu principal uso ocorreu para a confirmaçãode linhagem histogênica, sendo os marcadores mais relevantes34?E12, 35?11 e AE1/AE3. Seu uso prognóstico ainda é inicial.
RESUMEN
Introdução: Cerca de 500 casos novos de câncer de cabeçae pescoço são atendidos anualmente no Hospital Heliópolis(SP). As taxas de sobrevida global em cinco anos variam como sítio do tumor e seu estadiamento e, assim sendo, torna-senecessário o estabelecimento de diretrizes de tratamento vistoque na experiência de grupos de ponta predominam indicaçõesmonoterápicas nos casos iniciais (I e II) e politerápicas nosavançados (III e IV). A tomada da melhor decisão terapêuticapassa drasticamente pela mudança do paradigma, norteado pelosresultados da literatura, onde constatamos resultados de sobrevidanem sempre satisfatórios. Como paradigma terapêutico no câncerde cabeça e pescoço, a abordagem deve ser multiprofissionalad initio. Métodos: No Departamento de Cirurgia de Cabeça ePescoço e Otorrinolaringologia do Hospital Heliópolis (SP) de 2000a 2010, 1908 pacientes foram matriculados no Registro Hospitalarde Câncer, dos quais 1537 eram neoplasias epidermoides e 351outras neoplasias. A faringe, laringe, boca e glândulas salivarescorresponderam com 80,54% dos casos. O tratamento da lesãoprimária se baseou na ressecabilidade, dano estético e/ou funcional,autonomia de escolha e condições clínicas e a abordagem cervicaldependeu da localização da lesão primária ou da presença dametástase linfonodal. Ambulatoriamente os pacientes foramacompanhados trimestralmente com exame físico loco-regionale exames de imagem. Os pacientes diagnosticados com recidivatumoral foram avaliados quanto à possibilidade de resgate cirúrgicoe/ou radioterápico, além de protocolos de quimioterapia de suporte.Para aqueles sem possibilidade terapêutica considerou-se astécnicas de paliação oncológica com participação multiprofissional,além de suporte familiar. Resultados: Sua aferição é feita pormeio da sobrevida global e livre de doença, tendo os estádios Ie II cifras de remissão há 5 anos em torno de 100%. Porém, 10%a 15% evoluem mal, com metástases regionais ou à distância,o que leva a seguimento cuidadoso nos 2 primeiros anos,introduzindo atualmente o uso bienal de PetCT. Os estádios III eIV cursam com 40% de recidiva regional e 10% à distância com predomínio de associação terapêutica, devendo-se incluir de rotinaa quimioterapia de adjuvância e neoadjuvância, que apesar de nãoestar comprovada sua eficácia no aumento da sobrevida global,aumenta em 20% a sobrevida livre de doença. O seguimentocuidadoso inclui a PetCT para detecção precoce de recidivas, ondepoderá haver necessidade de mobilização de equipe multidisciplinarpara paliação terapêutica e terminalidade de vida.
RESUMEN
Introdução: Pacientes não curados após o tratamento docarcinoma medular da tireoide podem evoluir com doençasomente bioquímica (títulos séricos elevados de calcitonina)ou com evidências anatômicas do tumor. Maior possibilidadede óbito pela doença está entre aqueles com tais evidênciasanatômicas. Objetivo: Tentou-se identificar variáveis clínicas eanatomopatológicas que pudessem predizer o tipo de evolução dopaciente não curado. Método: Foram estudados trinta pacientesque evoluíram com doença ativa após tratamento cirúrgicopara carcinoma medular da tireoide. Doze evoluíram comevidências anatômicas e, 18, somente com doença bioquímica(88,5 meses de seguimento médio). Estudo retrospectivo porrevisão de prontuários médicos. Significância estatística sep < 0,05. Resultados: Nenhuma variável estudada (idade, sexo,exame físico inicial, sintomas sistêmicos, extensão e diâmetrotumorais, estágio TNM, metástases linfonodais, forma clínica,calcitonina sérica e persistência ou recidiva) foi correlacionadacom significância estatística à forma de evolução clínica, inclusivevariável (metástase linfonodal) associada ao prognóstico emestudo multivariado prévio. Conclusão: Estudos complementaresdeverão amparar a observação inicial.
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Introdução: A Tireoidite de Hashimoto (TH) é a causa mais comumde hipotireoidismo e é caracterizada pela insuficiência tireoidianaprogressiva de causa autoimune. O carcinoma papilífero detireoide (CPT) é a forma mais prevalente de câncer da tireoidecorrespondendo a 70 - 80% de todos os casos. Estudos atuaisdemonstram coexistência entre 11 e 38% entre TH e CPT e queas doenças compartilham muitas características morfológicase moleculares, mas a importância clínica desta correlaçãopermanece indefinida. Objetivo: Avaliar a concomitância deTH em doenças benignas e malignas em tireoidectomias totais.Método: No presente estudo comparamos a concomitância deTH em doenças benignas e malignas no anatomopatológico de100 tireoidectomias consecutivas realizadas entre os meses dejunho a setembro de 2009, por um mesmo cirurgião. Resultados:A presença de TH em casos malignos foi de 47,7% e em doençasbenignas de 26,7% (p<0,05). Conclusão: A coexistência de THe CPT é maior do que em doenças benignas, o que dá suporte àteoria de que a TH seja um fator de risco para o desenvolvimentodo CPT. Nódulos em pacientes com TH devem ser avaliadosprecocemente e seguidos com cautela.
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Introdução: Sem o acesso à tecnologia robótica (TORS), a qualainda não está disponível de maneira disseminada, é difícil realizara ressecção oncologicamente segura de lesões avançadas daorofaringe com a manutenção da integridade do arco mandibular.Assim, os acessos transmandibulares, com mandibulotomia emandibulectomia, permanecem como opções válidas para ressecçãodesses tumores. Em duas publicações recentes, foi retomado o usode um acesso combinado transoral-transcervical descrito em 1998,que possibilita a manutenção da integridade mandibular durante asressecções da orofaringe. A descrição deste acesso, assim como aapresentação de nossa experiência inicial com a técnica, motivou arealização do presente estudo. Delineamento: Estudo prospectivo.Método: Foram incluídos inicialmente quatro pacientes portadoresde carcinoma epidermoide da orofaringe localmente avançados(T3 e T4a), sendo três da loja tonsilar e um da base da língua,passíveis de serem operados conforme a técnica a seguir descrita.Técnica cirúrgica: após realização de esvaziamento cervical, otumor é incialmente acessado por via transoral, sendo realizadaa ressecção de suas porções superior, medial e lateral. Estecorresponde ao tempo oral da ressecção que pode ser realizada ounão com o auxílio de cheek flap inferior. No tempo cervical, realizaseo acesso aos espaços parafaríngeo e mastigatório após secçãodo ventre posterior do músculo digástrico e músculo estilohióideo.O músculo pterigóideo medial é desinserido do ângulo interno damandíbula. A artéria carótida interna e o nervo hipoglosso sãodissecados, a fim de permitir sua visualização durante a ressecçãodo tumor. Após estas manobras, é possível o deslocamento doproduto da ressecção transoral para o pescoço, realizando, comsegurança o término da ressecção através de um pull-throughlateral. O fechamento dá-se por sutura primária ou, rotação deretalhos locais ou regionais conforme o defeito. Resultados:Todas as lesões foram ressecadas com margens cirúrgicassatisfatórias comprovadas por anatomopatológico. Nenhumpaciente apresentou complicações maiores. Todos os pacientesforam decanulados precocemente e foram capazes de se alimentarexclusivamente por via oral em menos de 2 meses após a cirurgia.Conclusão: O acesso ?tipo pull-though? é uma alternativa válida para ressecção de tumores avançados selecionados da orofaringe,particularmente os localizados na loja tonsilar e base de língua.Em virtude das dificuldades de acesso à tecnologia robótica emnosso meio, esta técnica mostra-se promissora para o tratamentocirúrgico destas lesões, sem as complicações associadas aosacessos transmandibulares.
RESUMEN
Introdução: As neoplasias malignas da cavidade oral e daorofaringe constituem uma parcela significativa dos tumoresda cabeça e pescoço. Em uma instituição oncológica terciáriaé mister avaliar o perfil dos pacientes tratados a fim de traçarestratégias terapêuticas e definir linhas de pesquisa científica.Objetivo: Determinar o perfil dos pacientes submetidos atratamento cirúrgico por carcinoma epidermoide de cavidadeoral e orofaringe no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo(ICESP), e os resultados oncológicos iniciais deste tratamento.Casuística e Método: Prontuários eletrônicos dos pacientesoperados no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do ICESPcom diagnóstico de câncer de cavidade oral (incluindo lábio)e orofaringe no período de abril de 2009 a dezembro de 2010(primeiros 20 meses de atividade do serviço). Foram analisadosretrospectivamente nesses prontuários dados demográficos,histopatológicos e tratamentos adjuvantes e prévios dessespacientes. Determinaram-se também as curvas de sobrevidaglobal, específica e livre de progressão de doença em um períodoinicial de seguimento. Resultados: Foram obtidos 66 casospassíveis de análise. Os sítios mais frequentes do tumor primárioforam língua oral, soalho da boca e loja tonsilar, os quais somadoscorresponderam a 57,5% dos casos. A maioria dos pacientes(83,3%) era virgem de tratamento, sendo o restante, cirurgias deresgate. A maioria dos pacientes foi classificada como estadio IIIe IV (77,8%). Observou-se invasão perineural e angiolinfática em62,3% e 29,5% dos casos, respectivamente. A espessura dostumores primários variou de 0,04cm até 6,8cm, com espessuramédia de 2,18 ± 1,54 cm. Dos 56 casos submetidos a algum tipode esvaziamento cervical, 38 casos foram pN+ (67,9%) com 1 até50 linfonodos comprometidos. Em 37 casos foi possível avaliarextensão extracapsular nos linfonodos metastáticos, a qual ocorreu em 17 pacientes (45,9%). Após a cirurgia, 59,1% dos pacientesforam submetidos à radioterapia e 37,9% à quimioterapia. Emum tempo de seguimento médio de 15 ± 7 meses, não houveperda de seguimento e as sobrevidas global, específica e livrede progressão de doença acumuladas em 30 meses foram,respectivamente, 54,2%, 59,1% e 52%. Aproximadamente93% das recidivas ocorreram nos primeiros 12 meses póstratamentocirúrgico. Conclusão: O perfil dos pacientes tratadoscirurgicamente por câncer de boca e orofaringe nos primeiros 20meses de atividade do Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoçodo ICESP revela um número expressivo de casos avançados(estadios III e IV) com características anatomopatológicas de mauprognóstico, o que implica nos resultados oncológicos pobresobservados em um período inicial de seguimento.
RESUMEN
Introdução: As neoplasias tireóideas têm uma prevalênciacrescente nos últimos anos, apresentando-se em 10-15% doscasos como doença localmente avançada. A disfonia e a paralisiade prega vocal no pré-operatório sugerem invasão do nervolaríngeo recorrente, todavia outras etiologias para tais achadosclínicos devem ser pesquisadas. Objetivo: Relatar um caso depaciente com paralisia de prega vocal decorrente à invasão denervo vago por metástases linfonodais de carcinoma tireóideo.Relato de Caso: Paciente masculino, portador de carcinomapapilífero de tireoide, com paralisia de prega vocal esquerdadevido à infiltração do nervo vago por conglomerado linfonodalipsilateral. Conclusão: Invasão do nervo vago em qualquer níveldo pescoço deve ser considerada no diagnóstico diferencial dasparalisias de pregas vocais em p
RESUMEN
Introdução: Carcinoma basocelular (CBC) é o câncer de pelemais frequente. A maioria dos CBCs tem comportamentoindolente, com cura em 95% dos casos após tratamentolocal. Uma pequena parcela corresponde a lesões de altamorbidade tratadas pela Cirurgia de Cabeça e Pescoço (CCP).A caracterização desses casos é pouco encontrada. Objetivo:Avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes operados ecaracterísticas anatomopatológicas de CBCs em uma instituiçãoterciária. Método: Prontuários de 642 pacientes operados porCBC foram analisados, sendo comparados os dados de 322casos tratados pela CCP (grupo CCP) com 320 pela Dermatologia(grupo Derma). Sexo, idade, localização do tumor primário,zona de acometimento, tamanho, subtipo histológico e invasõesperineural e angiolinfática foram avaliados. Resultados: 51,8%dos pacientes do grupo CCP e 45,9% do grupo Derma eramhomens (p=0,13). A idade média dos grupos CCP e Dermaforam de 58,8±11,4 e 76,1±10,1 anos (p<0,01). A zona H foisede de 78,9% dos tumores do grupo CCP e 71,9% do grupoDerma (p=0,04). A mediana do tamanho tumoral foi de 2,5cm(1,45-4,0) no grupo CCP e 0,6cm (0,4-1,0) no grupo Derma(p<0,01). Os subtipos esclerodermiforme e adenoide forammais frequentes no grupo CCP (p<0,001), enquanto nodular eesclerosante foram no grupo Derma(p<0,001). Invasão perineuralfoi observada em 22,5% no grupo CCP e 13,2% no grupo Derma(p<0,01). Conclusão: A caracterização dos casos tratados pelaCCP permite maior conhecimento sobre lesões agressivas epossivelmente a identificação precoce dos casos de maior risco.
RESUMEN
Introdução: As ressecções de tumores em cabeça e pescoçogeralmente são realizadas em pacientes clinicamente debilitadose desnutridos. O retalho supraclavicular tem sido bastanteusado em reparações de cabeça e pescoço garantindo uma boaopção aos retalhos livres e locais tradicionais, devido a sua finaespessura, confiabilidade da vascularização, rapidez e facilidadeem sua confecção. Uma série clinica do uso deste retalhoem defeitos cutâneos é descrita. Método: Quatorze retalhossupraclaviculares foram usados na reconstrução após ressecçõesoncológicas extensas de pele em Cabeça e Pescoço. O tempo deconfecção do retalho, complicações, área doadora e qualidadefuncional da reconstrução foram avaliadas. Resultados: Otempo médio de confecção do retalho foi de quarenta minutos.Todas as áreas doadoras foram fechadas primariamente. Doispacientes desenvolveram deiscência na ara doadora. Nestescasos, o leito doador foi tratado com curativo simples até a suacompleta cicatrização. Em um caso de reconstrução de regiãotemporal, houve necrose distal do retalho de 3x4cm. A necrosefoi desbridada e foi feita uma re-aproximação das bordas. Oresultado final morfo-funcional foi considerado satisfatório emtodos os casos. Conclusão: No presente estudo, o retalhosupraclavicular mostrou-se uma opção reconstrutiva confiávelem após a ablação de extensos defeitos cutâneos em Cabeçae Pescoço. O arco de rotação na raiz do pescoço garantiu umalcance adequado do retalho para reconstruções cutâneas até oterço superior da face.
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Revisão do paradigma terapêutico do câncer da hipofaringe
RESUMEN
Introdução: O carcinoma papilífero da tireoide (CPT) é umaneoplasia de comportamento clínico variável. Existe dúvida sesua ocorrência em pacientes com hiperparatireoidismo primário(HPTp) seja fortuita ou uma entidade clínica distinta. Objetivo:Analisar a semelhança patológica entre os CPT achadosinicidentalmente na glândula tireoide em doentes com bóciooperados sem suspeita prévia de câncer e os dos casos com HTPp.Método: Análise retrospectiva da frequência de microcarcinomas,de multicentricidade e de metátases linfonodais em 184 pacientesoperados por HPTp de 1986 a 2005, comparada às mesmascaracterísticas encontradas em 89 pacientes operados por bóciocompressivo sem suspeita prévia de câncer (Grupo CONTROLE).Resultados: A frequência de CPT em portadores de HPTpfoi de 7,6% (14) e no grupo CONTROLE foi de 11,2% (10). Oanatomopatológico pode ser analisado em 13 casos de HPT. OCPT foi menor que 10mm em 69,2% do casos de HPTp e 50%do grupo CONTROLE. A multicentricidade estava presente nospacientes com HPTp em 76,9% e no grupo CONTROLE em 40%.As metástases linfonodais foram comprovadas em 23,1% doscasos de HPTp e em nenhum caso do CONTROLE. Conclusão:O CPT em pacientes com HPTp apresentou grande frequênciade multicentricidade e metástases linfonodais, sem diferençaestatisticamente significante aos achados em pacientes operadosda tireoide sem suspeita prévia de câncer.