RESUMEN
Este estudio tiene como objetivo describir y analizar el pluralismo médico y el tipo de relaciones de hegemonía-subalternidad entre diversas formas o saberes de atención, que se desarrollaron en el itinerario terapéutico de una padeciente de glaucoma, para mostrar el proceso articulatorio y transaccional entre distintos recursos terapéuticos, así como comprender qué elementos estructurales configuraron el itinerario y la elección terapéutica. La investigación es cualitativa, un estudio de caso en el cual se utilizó el enfoque narrativo. Para la reconstrucción de la narrativa se realizó una entrevista semiestructurada, dirigida por una guía temática previamente determinada por un conjunto de categorías apriorísticas, para posteriormente transcribir la entrevista y realizar un proceso de triangulación hermenéutica. Los resultados mostraron, en este caso, que la hegemonía en el pluralismo médico se constituyó mediante relaciones de equivalencia, así, la padeciente sustituyó el uso de medicamentos farmacológicos por terapias de medicina alternativa, no obstante, el proceso relacional de equivalencia se desarrolló en un contexto de significación biomédica, en el cual tratar o controlar la presión intraocular fue la premisa del remplazo. Asimismo, los procesos que desencadenaron la presencia de relaciones hegemónicas se constituyeron por diversos factores sociales, culturales y económicos como el desempleo, la seguridad social y el género, que desempeñaron un papel fundamental durante la búsqueda de la atención y del cuidado.
This study aims to describe and analyze the medical pluralism and the type of hegemony-subordination relation between forms of care or knowledge in the treatment of a patient with glaucoma to show the articulatory and transactional process between several therapeutic resources and understand which structural elements shaped the treatment itinerary and option. This is a qualitative research that used a narrative case study. To reconstruct the narrative, a semi-structured interview was conducted based on a thematic script previously established by a set of a priori categories to later transcribe the data and perform hermeneutic triangulation. Results showed that the hegemony in medical pluralism was based on equivalence relations, so that the patient replaced the use of pharmacological drugs with alternative medicine treatments. However, the relational process of equivalence developed itself in a context of biomedical significance, in which the treatment or control of intraocular pressure configured the substitution premise. Thus, the processes that triggered the hegemonic relations were constituted by various social, cultural, and economic factors such as unemployment, social security, and gender, which played a fundamental role during the search for care.
Este estudo visa descrever e analisar o pluralismo médico e o tipo de relação de hegemonia-subalternidade entre diversas formas de atendimento ou conhecimentos, que ocorreram no tratamento de um paciente com glaucoma, com a finalidade de mostrar o processo articulatório e transacional entre diferentes recursos terapêuticos, bem como entender quais elementos estruturais moldaram o itinerário e a opção de tratamento. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que utilizou um estudo de caso com abordagem narrativa. Para a reconstrução da narrativa, foi realizada uma entrevista semiestruturada, com base em um roteiro temático previamente estabelecido por um conjunto de categorias a priori, para posteriormente transcrever os dados e realizar a triangulação hermenêutica. Os resultados mostraram que a hegemonia no pluralismo médico esteve baseada em relações de equivalência, de modo que o paciente substituiu o uso de medicamentos farmacológicos por tratamentos da medicina alternativa; no entanto, o processo relacional de equivalência desenvolveu-se em um contexto de significância biomédica, na qual o tratamento ou controle da pressão intraocular foi a premissa para a substituição. Desse modo, os processos que desencadearam a presença de relações hegemônicas foram constituídos por fatores sociais, culturais e econômicos diversos como desemprego, previdência social e gênero, os quais tiveram papel fundamental durante a busca por atendimento e cuidado.