RESUMEN
Abstract In Brazil, current information about breastfeeding indicators among indigenous living in the urban areas is lacking. This article describes the duration of exclusive breastfeeding and its associations with mother and child characteristics in a cohort of Terena infants. The study enrolled infants born between June 2017 to July 2018 (n = 42) and living in villages of the urban area of Campo Grande, Mato Grosso do Sul State, Brazil. Information was collected in four time-points. Variables on maternal sociodemographics and on maternal and child health characteristics were collected, respectively, during the antenatal and the first-month interviews. Variables on breastfeeding practices and bottle use were collected during the first-, six- and 12-month interviews. Associations were examined using Wilcoxon, Kruskal-Wallis, Pearson's chi-square, and Fisher's exact tests. The prevalence of exclusive breastfeeding duration to the ages of three and six months were, respectively, 50% and 11.9%. Compared to infants never introduced to bottles during the first three months of life, those bottle-fed had lower median duration of exclusive breastfeeding (15 versus 150 days) and lower prevalence of exclusive breastfeeding duration to the age of three months (22.7% versus 80%). Most Terena infants fell short of meeting the international recommended duration of exclusive breastfeeding until six months of age and suggested the negative impact of bottle use in the duration of exclusive breastfeeding.
Resumo No Brasil, não há informações atuais sobre indicadores de aleitamento materno entre indígenas residentes em áreas urbanas. O objetivo deste estudo foi descrever a duração do aleitamento materno exclusivo e suas associações com características maternas e infantis em uma coorte de lactentes Terena. O estudo incluiu crianças nascidas de junho de 2017 a julho de 2018 (n = 42) e residentes em povoados da zona urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. As informações foram coletadas em quatro momentos. Variáveis sociodemográficas maternas e características de saúde materno-infantil foram coletadas durante o pré-natal e o primeiro mês de entrevistas, respectivamente. As variáveis sobre práticas de amamentação e uso de mamadeira foram coletadas durante as entrevistas realizadas no primeiro mês, seis meses e 12 meses. As associações foram examinadas pelos testes de Wilcoxon, Kruskal-Wallis, qui-quadrado de Pearson e exato de Fisher. As prevalências de duração do aleitamento materno exclusivo até os três e seis meses de idade foram, respectivamente, de 50% e 11,9%. Em relação aos bebês que nunca foram introduzidos à mamadeira durante os três primeiros meses de vida, aqueles que usaram mamadeira tiveram menor duração média de amamentação exclusiva (15 versus 150 dias) e menor prevalência de duração de amamentação exclusiva até os três meses de idade (22,7% versus 80%). A maioria dos lactentes Terena não atingiu a duração recomendada internacionalmente para o aleitamento materno exclusivo até os seis meses, sugerindo um impacto negativo do uso da mamadeira na duração do aleitamento materno exclusivo.
Resumen En Brasil no existe información actual sobre los indicadores de lactancia materna entre los indígenas que viven en áreas urbanas. El objetivo de este estudio fue describir la duración de la lactancia materna exclusiva y sus asociaciones con las características maternas e infantiles en una cohorte de lactantes Terena. Este estudio incluyó a niños nacidos entre junio de 2017 y julio de 2018 (n = 42) y que vivían en aldeas del área urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. La información se recopiló en cuatro momentos. Las variables sociodemográficas maternas y las características de salud materno-infantil durante la atención prenatal y el primer mes de entrevistas, respectivamente, se recogieron para este estudio. Las variables sobre prácticas de lactancia materna y alimentación con biberón fueron recolectadas de las entrevistas realizadas en el primer mes, seis meses y 12 meses. Las asociaciones pasaron por las pruebas de Wilcoxon, de Kruskal-Wallis, el chi-cuadrado de Pearson y la prueba exacta de Fisher. La prevalencia de duración de la lactancia materna exclusiva fue del 50% hasta los tres meses de edad y del 11,9% hasta los seis meses. En comparación con los bebés que no utilizaron biberón durante los primeros tres meses de vida, los que usaron biberón tuvieron una duración promedio más corta de lactancia materna exclusiva (15 versus 150 días) y una menor prevalencia de lactancia materna exclusiva hasta los tres meses de edad (22,7% versus 80%). La mayoría de los bebés Terena no alcanzaron la duración recomendada internacionalmente para la lactancia materna exclusiva hasta los seis meses, lo que sugiere un impacto negativo de la alimentación con biberón en la duración de la lactancia materna exclusiva.
RESUMEN
ABSTRACT Objective Despite the consequences of weight discrimination for health inequities, its relationship with identity characteristics remains poorly understood. We investigated whether and to what extent discrimination attributed to body weight is linked to sociodemographic and identity factors. Methods This cross-sectional study is based on a representative sample of undergraduate students from the Federal University of Santa Catarina. Information on perceived discrimination was collected using the brief version of the Explicit Discrimination Scale. Socioeconomic and demographic data were also collected. Results: The results showed that 22.8% of the sample reported experiencing discrimination for being "fat or thin" throughout their lives. Perceived weight discrimination was higher among respondents whose household heads had completed up to high school education, and among those who were overweight and rated their health as "poor." Conclusion Perceived weight discrimination was associated with significant factors linked to the stigmatization and pathologization of body weight. These findings should be considered in more inclusive approaches aimed at counteracting the embodiment of social inequalities.
RESUMO Objetivo Apesar das repercussões da discriminação pelo peso serem reconhecias nas iniquidades em saúde, sua relação com outras características identitárias ainda é pouco compreendida. Investigamos o quanto a experiência de discriminação relacionada ao peso corporal está vinculada a fatores sociodemográficos e aspectos identitários. Métodos Trata-se de um estudo transversal, baseado em amostra representativa dos graduandos da Universidade Federal de Santa Catarina. As informações sobre percepção de discriminação foram obtidas com a Escala de Discriminação Explícita, em sua versão reduzida. Dados socioeconômicos e demográficos também foram coletados. Resultados Os resultados demonstraram que 22,8% dos respondentes perceberam ter sido discriminados por "ser gordo ou magro" ao longo da vida. Esse tratamento diferencial esteve mais fortemente vinculado à percepção de discriminação por "apresentar determinado comportamento" ou "modo de se vestir". No modelo de regressão ajustado, a discriminação percebida por "ser gordo ou magro" foi maior para a faixa etária de 23 a 27 anos; para os respondentes cujos chefes do domicílio tinham até o ensino médio completo; e para aqueles com excesso de peso e autoavaliação de saúde "ruim". Conclusão A discriminação percebida por "ser gordo ou magro" esteve relacionada a importantes características e condições que se associam com o estigma e a patologização da gordura corporal. Tais achados devem ser considerados em abordagens mais inclusivas de combate à incorporação de injustiças sociais.
RESUMEN
ABSTRACT Objective: To review malnutrition, hunger, anemia, food insecurity and obesity conditions of indigenous peoples in Brazil from 2013 to 2023. Methods: The study combines a sociohistorical approach in the analysis of available government and civil society documents and websites and a bibliographical search in Web of Science, PubMed and Scopus databases, on malnutrition, hunger, anemia, food insecurity and obesity among indigenous peoples in Brazil, from 2013 to 2023. Results: The living conditions scenario is unfavorable for indigenous peoples in Brazil, in absolute and comparative terms with the non-indigenous people, revealing great inequities in health. In the political and socioeconomic framework, the dismantling of state actions and public policies concerning food and nutritional security, the worsening of territorial violence and other important setbacks in environmental issues and on the fundamental rights of indigenous peoples stand out. Conclusion: The inequalities in health profiles and living conditions of indigenous and non-indigenous people in this country and globally, refer to historical-colonial trajectories marked by violence, racism and marginalization. In contemporary Brazil, the possibility of implementing the Human Right to Adequate Food and Nutrition, Food and Nutrition Security and food sovereignty of indigenous peoples has as a structural condition the discontinuation of systematic violations of their lives and territories, as well as a set of specific rights, including health rights, participatively and strenuously obtained in the wake of the country's redemocratization.
RESUMO Objetivo: Analisar o cenário de desnutrição, fome, anemia, insegurança alimentar e obesidade entre os povos indígenas no Brasil no período de 2013 a 2023. Métodos: O estudo combina a abordagem analítica sociohistórica na análise de documentos disponíveis nas páginas governamentais e de organizações da sociedade civil à busca de artigos científicos nas bases de dados Web of Science, PubMed e Scopus, sobre desnutrição, fome, anemia, insegurança alimentar e obesidade entre povos indígenas no Brasil, de 2013 a 2023. Resultados: O cenário deste conjunto de agravos se apresenta francamente desfavorável para os povos indígenas no Brasil, em termos absolutos e comparativos com o segmento não indígena, revelando grandes iniquidades em saúde. No contexto político e socioeconômico, destacam-se o desmonte das ações estatais e das políticas públicas concernentes à segurança alimentar e nutricional no país, o agravamento da violência territorial e outros importantes retrocessos nas questões ambientais e de reconhecimento de direitos fundamentais dos povos indígenas. Conclusão: As iniquidades entre perfis sanitários e condições de vida de indígenas e não indígenas no país e globalmente remetem à trajetória histórico-colonial marcada pela violência, racismo e marginalização. No Brasil contemporâneo, a possibilidade de realização do Direito Humano à Alimentação e Nutrição Adequadas, da Segurança Alimentar e Nutricional e soberania alimentar de indígenas tem como condição estrutural o fim das violações sistemáticas de suas vidas e territórios, como de um de corpo de direitos específicos, inclusive de saúde, participativamente conquistados na esteira da redemocratização do país.
RESUMEN
RESUMO Objetivo: estimar o risco de doenças cardiovasculares em indígenas Krenak por meio do Escore de Risco Cardiovascular de Framingham. Metodologia: estudo epidemiológico transversal realizado com indígenas de 30 a 74 anos, em Terra Indígena localizada na região leste de Minas Gerais, Brasil. Os dados coletados foram: peso e altura para cálculo do IMC, aferição da pressão arterial e glicemia capilar casual, sexo, idade e tabagismo. O risco cardiovascular estimado em 10 anos foi calculado a partir do algoritmo de Escore de Framingham. Além disso, foram calculados o risco cardiovascular normal, o risco cardiovascular ótimo e a idade cardiovascular. A amostra foi caracterizada com a apresentação das frequências absolutas e relativas das variáveis que compõem o escore de risco cardiovascular de Framingham, estratificada pelo sexo. Resultados: observou-se que o risco cardiovascular em 10 anos entre os indígenas Krenak foi superior ao risco normal, bem como a idade cardiovascular foi maior que a idade cronológica, apesar da maioria da amostra ter apresentado um baixo risco cardiovascular em 10 anos, sem diferença estatística entre os sexos. Conclusão: apesar da predominância de baixo risco cardiovascular em 10 anos entre os indígenas Krenak, o resultado da idade cardiovascular superior à idade cronológica pode ocasionar morbimortalidade por doenças cardiovasculares ao longo do tempo nessa população.
RESUMEN Objetivo: estimar el riesgo de las enfermedades cardiovasculares a los indígenas Krenak por medio de la Puntuación de Riesgo Cardiovascular de Framingham. Metodología: estudio epidemiológico transversal realizado con indígenas de 30 a 74 años, en Tierra Indígena localizada en la región este de Minas Gerais, Brasil. Los datos recolectados fueron: peso y altura para calcular el IMC, medición de la presión arterial y glucemia capilar casual, sexo, edad y tabaquismo. El riesgo cardiovascular estimado en 10 años fue calculado a partir del algoritmo de Puntuación de Framingham. Además, se han calculado el riesgo cardiovascular normal, el riesgo cardiovascular óptimo y la edad cardiovascular. La muestra fue caracterizada con la presentación de las frecuencias absolutas y relativas de las variables que componen la puntuación de riesgo cardiovascular de Framingham, estratificada por sexo. Resultados: se observó que el riesgo cardiovascular en 10 años entre los indígenas Krenak fue superior al riesgo normal, así como la edad cardiovascular fue mayor que la edad cronológica, aunque la mayoría de la muestra presentó un bajo riesgo cardiovascular en 10 años, sin diferencia estadística entre los sexos. Conclusión: a pesar de la predominancia de bajo riesgo cardiovascular en 10 años entre los indígenas Krenak, el resultado de la edad cardiovascular superior a la edad cronológica puede ocasionar morbimortalidad por enfermedades cardiovasculares a lo largo del tiempo en esa población.
ABSTRACT Objective: to estimate the risk of cardiovascular diseases in indigenous Krenak through the Framingham Cardiovascular Risk Score. Methodology: cross-sectional epidemiological study conducted with indigenous people aged 30 to 74 years, in Indigenous Land located in the eastern region of Minas Gerais, Brazil. The data collected were: weight and height to calculate BMI, measurement of blood pressure and casual capillary blood glucose, sex, age and smoking. The cardiovascular risk estimated at 10 years was calculated from the Framingham Score algorithm. In addition, normal cardiovascular risk, optimal cardiovascular risk and cardiovascular age were calculated. The sample was characterized with the presentation of absolute and relative frequencies of the variables that make up the cardiovascular risk score of Framingham, stratified by sex. Results: it was observed that cardiovascular risk at 10 years among the Krenak indigenous was higher than normal risk, as well as cardiovascular age was higher than chronological age, although most of the sample had a low cardiovascular risk at 10 years, no statistical difference between the sexes. Conclusion: despite the predominance of low cardiovascular risk in 10 years among the Krenak indigenous, the result of cardiovascular age above chronological age can cause morbidity and mortality from cardiovascular diseases over time in this population.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Adulto , Persona de Mediana Edad , Anciano , Enfermedades Cardiovasculares , Factores de Riesgo , Pueblos IndígenasRESUMEN
Validada para o contexto nacional brasileiro em 2004, a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) tem desde então avaliado e mensurado a experiência de insegurança alimentar de domicílios rurais e urbanos, inicialmente na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios e posteriormente na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde. No entanto, os povos indígenas não foram especificamente examinados nesses levantamentos, a despeito do reconhecimento das suas vulnerabilidades alimentar e nutricional. Nesse cenário, analisamos e discutimos a aplicação da EBIA entre povos indígenas do país, com base em um conjunto de questões aqui consideradas fundamentais para a compreensão e a mensuração de sua experiência de insegurança alimentar e "fome". É realizada uma análise sociopolítica e etnográfica de um conjunto de documentos oficiais e artigos significativos sobre o uso de escalas psicométricas de insegurança alimentar entre povos indígenas brasileiros, em contraste com artigos internacionais sobre a validação e aplicação das escalas em outros contextos socioculturais. As iniciativas de adaptação e aplicação da EBIA aos contextos indígenas brasileiros indicam que compreender e mensurar a insegurança alimentar entre esses povos é um desafio de magnitude considerável. Particularmente complexa é a proposta de garantir a comparabilidade entre contextos distintos sem deixar de contemplar as plurais singularidades locais. Propomos que estudos etnográficos constituam componentes específicos de futuras iniciativas dedicadas ao tema, e que contemplem aspectos como a sazonalidade da produção de alimentos, seus processos diferenciais de monetarização e o dinamismo de seus sistemas alimentares.
The Brazilian Food Insecurity Scale (EBIA) was validated for the Brazilian context in 2004. Since then, the scale has evaluated and measured the experience of food insecurity in rural and urban households, initially in the Brazilian National Household Sample Survey and later in the Brazilian National Survey of Demographic and Health. However, indigenous peoples have not been examined specifically in these surveys, despite recognition of their food and nutritional vulnerability. In this scenario, we analyze and discuss the application of the EBIA among indigenous peoples in Brazil, based on a set of fundamental questions for understanding and measuring their experience with food insecurity and "hunger". We conduct a sociopolitical and ethnographic analysis of a set of official documents and significant articles on the use of psychometric scales of food insecurity among Brazilian indigenous peoples, compared to international studies on the validation and application of scales in other sociocultural contexts. The initiatives with adaptation and application of the EBIA to indigenous peoples in Brazil indicate that understanding and measuring food insecurity in these peoples poses a major challenge. Particularly complex is the proposal to guarantee comparability of different contexts while taking into account the multiple local singularities. We propose that ethnographic studies should serve as specific components of future initiatives on this topic and that they should cover aspects such as the seasonality of indigenous peoples' food production, different processes of food monetization, and the dynamics of their food systems.
Validada para el contexto nacional brasileño en 2004, la Escala Brasileña de Inseguridad Alimentaria (EBIA) ha evaluado y calculado desde entonces la existencia de inseguridad alimentaria en domicilios rurales y urbanos, inicialmente mediante la Encuesta Nacional por Muestra Domiciliaria y, posteriormente, a través de la Encuesta Nacional de Demografía y Salud. No obstante, los pueblos indígenas no fueron específicamente examinados en estas encuestas, a pesar del reconocimiento de su vulnerabilidad alimentaria y nutricional. En este escenario, analizamos y discutimos la aplicación de la EBIA entre pueblos indígenas del país, a partir de un conjunto de cuestiones consideradas aquí fundamentales para la comprensión y medición de su experiencia de inseguridad alimentaria y "hambre". Se realiza un análisis sociopolítico y etnográfico de un conjunto de documentos oficiales, así como de artículos significativos sobre el uso de escalas psicométricas de inseguridad alimentaria entre pueblos indígenas brasileños, en contraste con artículos internacionales sobre la validación y aplicación de las escalas en otros contextos socioculturales. Las iniciativas de adaptación y aplicación de la EBIA en contextos indígenas brasileños indican que comprender y medir la inseguridad alimentaria entre estos pueblos es un desafío de magnitud considerable. Particularmente compleja es la propuesta de garantizar la comparabilidad entre contextos distintos, sin dejar de considerar las plurales singularidades locales. Proponemos que los estudios etnográficos establezcan componentes específicos para las futuras iniciativas dedicadas a este tema, así como que contemplen aspectos como: estacionalidad de la producción de alimentos, sus procesos diferenciales de monetarización, y dinamismo de sus sistemas alimentarios.
Asunto(s)
Humanos , Hambre , Inseguridad Alimentaria , Psicometría , Factores Socioeconómicos , Brasil , Abastecimiento de Alimentos , Pueblos IndígenasRESUMEN
ABSTRACT In Brazil, indigenous peoples present a complex reality characterized by a marked social vulnerability that is manifested in health and nutritional indicators. In this scenario, poor sanitary conditions prevail, with a high burden of chronic noncommunicable diseases; infectious/parasitic diseases; and nutritional disorders, including malnutrition and anemia. This situation is reflected in numerous aspects of food insecurity, placing this population in a position of particular vulnerability to the coronavirus disease 2019 pandemic and its effects. The objective of our study was to present a set of preliminary reflections on food insecurity and indigenous protagonism in times of Covid-19. The pandemic has deepened the inequalities that affect the indigenous peoples, with a direct impact on food security conditions. Amid the effects of the pandemic, indigenous protagonism has played a fundamental role in guaranteeing these peoples' rights and access to food, denouncing the absent and slow official responses as acts of institutional violence, which will have serious and lasting effects on the lives of indigenous peoples.
RESUMO No Brasil, os povos indígenas apresentam uma realidade complexa e caracterizada por uma acentuada vulnerabilidade social, manifesta em indicadores de saúde e de nutrição. Neste cenário prevalecem condições sanitárias precárias, com elevada carga de doenças crônicas não transmissíveis, doenças infecto-parasitárias e agravos nutricionais diversos, incluindo desnutrição e anemia. Esse quadro se reflete em inúmeras faces da insegurança alimentar, situando-os em uma posição particularmente vulnerável à pandemia e seus efeitos. O objetivo deste trabalho é apresentar um conjunto de reflexões, em caráter preliminar, sobre a insegurança alimentar e o protagonismo indígena em tempos de Covid-19. A pandemia vem aprofundando as iniquidades que os atingem, com impactos diretos nas condições de segurança alimentar. O protagonismo indígena tem tido um papel fundamental na garantia de seus direitos e acesso à alimentação, denunciando a ausência e a lentidão das respostas oficiais como ações de violência institucional, que terão graves e duradouros efeitos nas trajetórias destes povos.
Asunto(s)
Humanos , Infecciones por Coronavirus/etnología , Pueblos Indígenas , Organización SocialRESUMEN
Estudo transversal realizado em 2016, cujo objetivo foi descrever a prevalência estimada e os fatores associados à hipertensão arterial sistêmica entre adultos e idosos Krenak, em Terra Indígena localizada na beira do rio Doce, na região leste de Minas Gerais, Brasil. Foram aferidos peso, estatura, perímetro da cintura, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica e glicemia capilar. Informações sociodemográficas e de estilo de vida foram obtidas via aplicação de questionário face a face. Modelos de regressão de Poisson foram construídos para estimar a associação independente entre as variáveis de interesse e a hipertensão arterial sistêmica. A prevalência da hipertensão arterial sistêmica foi de 31,2% (IC95%: 24,4-37,9) entre os indígenas Krenak. Houve associação independente no modelo final para o aumento da idade, obesidade abdominal e hiperglicemia. Destaca-se a necessidade de ações eficazes de prevenção, de diagnóstico e acompanhamento frente aos fatores modificáveis da hipertensão arterial sistêmica, uma vez que foi observada elevada prevalência dessa condição na comunidade indígena Krenak.
This cross-sectional study in 2016 aimed to describe the estimated prevalence of systemic arterial hypertension and associated factors in Krenak adults and elderly in an indigenous community located along the Rio Doce in eastern Minas Gerais state, Brazil. We measured weight, height, waist circumference, systolic blood pressure, diastolic blood pressure, and capillary blood glucose. Sociodemographic and lifestyle information was obtained from a face-to-face questionnaire. Poisson regression models were constructed to estimate independent associations between the target variables and hypertension. Prevalence of hypertension was 31.2% (95%CI: 24.4-37.9) in Krenak indigenous. The final model showed an independent association with increasing age, abdominal obesity, and hyperglycemia. The results highlight the need for effective measures in prevention, diagnosis, and follow-up of modifiable risk factors for hypertension, since high prevalence of this condition was observed in the Krenak indigenous community.
Estudio transversal realizado en 2016, cuyo objetivo fue describir la prevalencia estimada y los factores asociados a la hipertensión arterial sistémica entre adultos y ancianos Krenak, en Terra Indígena localizada en la ribera del río Doce, en la región este de Minas Gerais, Brasil. Se midieron peso, estatura, perímetro de la cintura, presión arterial sistólica, presión arterial diastólica y glucemia capilar. Informaciones sociodemográficas y de estilo de vida se obtuvieron vía la aplicación de un cuestionario cara-a-cara. Modelos de regresión de Poisson se construyeron para estimar la asociación independiente entre las variables de interés y la hipertensión arterial sistémica. La prevalencia de la hipertensión arterial sistémica fue de 31,2% (IC95%: 24,4-37,9) entre los indígenas Krenak. Hubo asociación independiente en el modelo final para el aumento de edad, obesidad abdominal e hiperglicemia. Se destaca la necesidad de acciones eficaces de prevención, de diagnóstico y acompañamiento frente a los factores modificables de la hipertensión arterial sistémica, ya que se observó una elevada prevalencia de esa condición en la comunidad indígena Krenak.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Adolescente , Adulto , Adulto Joven , Indígenas Sudamericanos/estadística & datos numéricos , Hipertensión/epidemiología , Factores Socioeconómicos , Brasil/epidemiología , Prevalencia , Estudios Transversales , Factores de Riesgo , Persona de Mediana EdadRESUMEN
Resumo: O objetivo do estudo foi verificar a associação do peso ao nascer de crianças Terena, residentes na área urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, com variáveis demográficas, socioeconômicas e de saúde, e descrever a frequência de baixo peso ao nascer. Os dados foram coletados em visitas domiciliares com formulários aplicados às mães e baseando-se em informações contidas nas Cadernetas da Gestante e da Criança. Foram incluídas todas as mulheres Terena que tiveram filhos nascidos vivos no período de 1º de junho de 2017 a 31 de julho de 2018 e residentes nas aldeias Água Bonita, Darcy Ribeiro, Marçal de Souza e Tarsila do Amaral. O peso ao nascer foi considerado desfecho e as variáveis demográficas, socioeconômicas e de saúde foram consideradas exposição. Participaram do estudo 43 mães e crianças. A frequência de baixo peso ao nascer foi de 2,3%. No modelo final, as crianças que residiam em domicílios com fossa séptica ou rudimentar apresentaram peso ao nascer menor quando comparadas às que residiam em domicílios com rede coletora de esgoto; e aquelas filhas de mães obesas antes da gestação apresentaram maior peso ao nascer quando comparadas às que nasceram de mães eutróficas segundo o índice de massa corporal pré-gestacional. Os dados buscam trazer à tona discussões sobre as condições de saúde e nutrição dessa importante parcela da população indígena que vive em áreas urbanas.
Abstract: The study aimed to verify the association between birthweight of Terena children living in the urban area of Campo Grande, Mato Grosso do Sul State, Brazil, and demographic, socioeconomic, and health variables and to describe the prevalence of low birthweight. Data were collective through home visits with a form completed with the mothers and based on records from the prenatal and neonatal cards. The sample included all the Terena women who gave birth to liveborn children from June 1, 2017, to July 31, 2018, and living in the Água Bonita, Darcy Ribeiro, Marçal de Souza, and Tarsila do Amaral villages. Birthweight was the outcome, and demographic, socioeconomic, and health characteristics were the exposure variables. A total of 43 mothers participated with their children. Low birthweight prevalence was 2.3%. In the final model, children living in households with makeshift cesspools showed lower birthweight when compared to those living in households connected to the public sewage disposal system, and daughters of mothers who were obese prior to the pregnancy presented higher birthweight than those born to normal weight mothers, according to pregestational body mass index. The data seek to contribute to discussions on the health and nutrition of this important share of the indigenous population that lives in urban areas.
Resumen: El objetivo del estudio fue verificar la asociación del peso al nacer de niños Terena, residentes en el área urbana de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil, con variables demográficas, socioeconómicas y de salud, así como describir la frecuencia de bajo peso al nacer. Los datos se recogieron en visitas domiciliarias con formularios aplicados a las madres, y a partir de información que contenían los Cuadernillos de la Gestante y del Niño. Se incluyeron a todas las mujeres Terena que tuvieron hijos nacidos vivos, durante el período del 1 de junio de 2017 a 31 de julio de 2018, y residentes en las aldeas Água Bonita, Darcy Ribeiro, Marçal de Souza y Tarsila do Amaral. El peso al nacer se consideró un resultado y las variables demográficas, socioeconómicas y de salud se consideraron exposición. Participaron en el estudio 43 madres y niños. La frecuencia de bajo peso al nacer fue de un 2,3%. En el modelo final, los niños que residían en domicilios con fosa séptica o rudimentaria presentaron un peso al nacer menor, cuando se comparan con los que residían en domicilios con una red de alcantarillado; y aquellos hijos de madres obesas antes de la gestación presentaron un mayor peso al nacer, cuando se comparan con los que nacieron de madres eutróficas, según el índice de masa corporal pregestacional. Los datos pretenden plantear discusiones sobre condiciones de salud y nutrición de esta importante parte de la población indígena que vive en áreas urbanas.
Asunto(s)
Humanos , Femenino , Embarazo , Adolescente , Adulto , Adulto Joven , Peso al Nacer , Recién Nacido de Bajo Peso/fisiología , Indígenas Sudamericanos/estadística & datos numéricos , Factores Socioeconómicos , Población Urbana , Brasil/epidemiología , Índice de Masa Corporal , Prevalencia , Grupos de Población/estadística & datos numéricos , Nacimiento Prematuro/etnología , Obesidad MaternaRESUMEN
Resumo: Descrever o estado nutricional e as condições ambientais e de saúde das crianças Pataxó de cinco aldeias de Minas Gerais, Brasil. O estado nutricional foi classificado com base no peso e estatura/comprimento, tendo como referência o padrão de crescimento da Organização Mundial da Saúde. Questionários baseados no I Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas foram utilizados para a avaliação das condições ambientais dos domicílios e de saúde dos menores de cinco anos. Dos 70 menores de dez anos avaliados (93,3%), 34 tinham menos de cinco anos. Não se observaram déficits nutricionais e sobrepeso foi registrado para 11,4% das crianças. A maioria das crianças (74,3%) vivia em domicílios com energia elétrica, 95% em domicílios com latrina/sanitário e 52,9% lançavam dejetos em fossa séptica. A realização de seis ou mais consultas de pré-natal foi reportada por 82,4% das mães dos menores de cinco anos, e 91,2% iniciaram o pré-natal no primeiro trimestre de gestação. Dentre as causas de internações hospitalares nos últimos 12 meses (23,5%), somente uma foi devido à diarreia e nenhuma por causa de infecções respiratórias. Foram verificadas coberturas universais para a maioria das vacinas avaliadas. A inexistência de déficits nutricionais entre as crianças Pataxó pode estar associada às melhores condições de habitação, saneamento e cobertura das ações básicas de saúde infantil quando comparadas às condições verificadas no I Inquérito Nacional de Saúde e Nutrição dos Povos Indígenas e de estudos pontuais. Este trabalho pretende subsidiar discussões e ações que visem a melhorias do estado nutricional infantil dos indígenas no Brasil.
Abstract: To describe the nutritional status and the environmental and health conditions of the Pataxó children from five villages of Minas Gerais State, Brazil. Among the under 10 years old, weight and height/length were classified according to the growth references of World Health Organization. Questionnaires evaluating environmental conditions of the households and health conditions of under 5 years old were based in the First National Survey of Indigenous People's Health and Nutrition. Among the 70 children evaluated (93.3%), 34 were under 5 years old. Nutritional deficits were not observed and overweight was registered for 11.4% of the children. Most of the children (74.3%) lived in households with electric energy, 95% in households with toilets and 52.9% in households that threw waste in septic tanks. Six or more antenatal appointments were reported by 82.4% of the mothers of the under five years old and 91.2% started the antenatal appointments within the first trimester of pregnancy. Among the causes of hospitalizations in the previous 12 months (23.5%), only one was due to diarrhea and none to respiratory infection. Universal coverage was observed for the majority of the vaccines. The absence of nutritional deficits among the Pataxó children may be associated to better housing and sanitation conditions and coverage of basic childhood health actions when compared to the conditions reported by the First National Survey of Indigenous People's Health and Nutrition and related studies with other specific indigenous peoples. The current study aims to back discussions and measures to improve the nutritional status of indigenous children in Brazil.
Resumen: El objetivo de este trabajo fue describir el estado nutricional, así como las condiciones ambientales y de salud de niños Pataxó, procedentes de cinco aldeas de Minas Gerais, Brasil. El estado nutricional se clasificó en base al peso y estatura/longitud, teniendo como referencia el patrón de crecimiento de la Organización Mundial de la Salud. Se utilizaron cuestionarios basados en la I Encuesta Nacional de Salud y Nutrición de los Pueblos Indígenas para la evaluación de las condiciones ambientales de los domicilios y de salud de los menores de cinco años. De los 70 menores de 10 años evaluados (93,3%), 34 tenían menos de cinco años. No se observaron déficits nutricionales y se registro sobrepeso en 11,4% de los niños. La mayoría de los niños (74,3%) vivía en domicilios con energía eléctrica, 95% en domicilios con letrina/retrete y un 52,9% efectuaba deposiciones en fosa séptica. La realización de seis o más consultas de carácter prenatal fueron informadas por parte de un 82,4% de las madres de los menores de cinco años, y un 91,2% comenzaron las consultas prenatales durante el primer trimestre de gestación. Entre las causas de internamientos hospitalarios en los últimos 12 meses (23,5%), solamente una se debió a diarrea y ninguna a causa de infecciones respiratorias. Se verificaron coberturas universales para la mayoría de las vacunas evaluadas. La inexistencia de déficits nutricionales entre los niños Pataxó puede estar asociada a las mejores condiciones de vivienda, saneamiento y cobertura de las acciones básicas respecto a salud infantil, cuando se comparan con las condiciones verificadas en la I Encuesta Nacional de Salud y Nutrición de los Pueblos Indígenas y de otros estudios puntuales. Este trabajo pretende servir de apoyo para futuras discusiones y acciones que tengan por objetivo las mejoras en el estado nutricional infantil de los indígenas en Brasil.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Niño , Condiciones Sociales/estadística & datos numéricos , Indígenas Sudamericanos/estadística & datos numéricos , Salud Infantil/etnología , Estado Nutricional/etnología , Brasil , Saneamiento/estadística & datos numéricos , Encuestas Nutricionales , Salud Infantil/estadística & datos numéricos , Estudios Transversales , Vivienda/estadística & datos numéricosRESUMEN
RESUMO No Brasil, o direito à saúde pleiteado pelos povos indígenas dialoga com diferentes marcos regulatórios, incluindo a Declaração de Alma-Ata, a qual propõe e valoriza a atenção primária à saúde (APS) como promotora de maior acesso e forma de minimizar as desigualdades em saúde. No âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o subsistema de atenção à saúde indígena (SASI) e a Política de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI) foram criados como estratégia para garantir o acesso à saúde aos povos indígenas. A PNASPI prevê atenção diferenciada às populações indígenas com base na diversidade sociocultural e nas particularidades epidemiológicas e logísticas desses povos e focando no desenvolvimento da APS com garantia de integralidade da assistência. O presente artigo traz reflexões acerca da implementação da PNASPI, destacando os avanços e desafios apresentados durante esse percurso. Apesar dos crescentes recursos financeiros disponibilizados para implementar o subsistema de saúde indígena, as ações têm apresentado poucos resultados nos indicadores de saúde, que refletem desigualdades historicamente descritas entre esses povos e os demais segmentos. A participação social ainda se mantém frágil, e suas discussões refletem a insatisfação dos usuários. A descontinuidade do cuidado somada à carência e alta rotatividade de profissionais, assim como a necessidade de estabelecer diálogos interculturais que promovam a articulação com saberes tradicionais, são fatores que desafiam a efetividade da PNASPI. O cuidado ainda é centrado em práticas paliativas e emergenciais, geralmente baseado na remoção de pacientes, gerando altos custos. A superação desses desafios depende do fortalecimento da APS e de seu reconhecimento enquanto importante marco regulador do modelo organizacional da PNASPI.
ABSTRACT In Brazil, the right to health claimed by indigenous peoples interacts with various regulatory milestones, including the Alma-Ata Declaration, which proposes and highlights primary health care (PHC) as a means to increase access and minimize health inequalities. As part of the Brazilian Unified Health System (SUS), an indigenous health subsystem (SASI) was established, along with a National Policy for the Care of Indigenous Peoples (PNASPI), as a strategy to ensure health care access for these populations. PNASPI aims to provide differentiated health care to indigenous populations, considering the sociocultural diversity and the epidemiological and logistic peculiarities associated with the care of these peoples and focusing on the provision of comprehensive care. The present article discusses the implementation of PNASPI, highlighting achievements and challenges faced during this process. Despite the growing financial resources made available for the implementation of the indigenous health subsystem, the initiatives developed thus far have had little impact on health indicators, which reflect historical inequalities in relation to other population segments. Indigenous social control is still fragile, and the discussions in this arena show the dissatisfaction of users toward the system. The discontinuity of care, added to the shortage of and high turnover of health care workers and the need to establish intercultural dialogues that promote articulation with traditional knowledges, challenge the effectiveness of PNASPI. Care is still centered on palliative and emergency measures, usually based on relocation of patients for treatment, which is associated with high cost. To overcome these challenges, PHC must be strengthened and recognized as a regulatory milestone by the PNASPI organizational model.
RESUMEN En Brasil, el derecho a la salud reclamado por los pueblos indígenas interactúa con varios marcos regulatorios, incluida la Declaración de Alma-Ata, que propone y destaca la atención primaria de salud (APS) como un medio para aumentar el acceso a la salud y minimizar las desigualdades en materia de salud. Como parte del Sistema Único de Salud de Brasil (SUS), se crearon el subsistema de salud indígena (SASI)y la Política Nacional de Atención de Salud de los Pueblos Indígenas (PNASPI), como estrategias para garantizar el acceso a la atención médica de estas poblaciones. La Política tiene como objetivo brindar atención de salud diferenciada a las poblaciones indígenas, considerando la diversidad sociocultural y las peculiaridades epidemiológicas y logísticas asociadas con la atención de estos pueblos y centrándose en dispensar una atención integral basada en la APS. En este artículo se discute la implementación de la Política, y se destacan los logros y desafíos enfrentados durante este proceso. A pesar de los crecientes recursos financieros disponibles para la implementación del subsistema de salud indígena, las iniciativas desarrolladas hasta ahora han tenido escaso impacto en los indicadores de salud, que reflejan desigualdades históricas en relación con otros segmentos de la población. La participación social aún es débil, y las discusiones en este campo revelan la insatisfacción de los usuarios con el sistema. La falta de continuidad de la atención, sumada a la escasez y alta rotación de los trabajadores de la salud, así como la necesidad de establecer diálogos interculturales que promuevan la articulación con los conocimientos tradicionales, cuestionan la efectividad de la Política. La atención aún se centra en prácticas paliativas y de emergencia, generalmente basadas en la reubicación de los pacientes para tratamiento, lo que se asocia con un alto costo. La superación de estos desafíos depende del fortalecimiento de la APS y de su reconocimiento como marco regulador importante del modelo organizativo de la Política.
Asunto(s)
Atención Primaria de Salud , Grupos de Población , Salud de Poblaciones Indígenas , BrasilRESUMEN
RESUMO: Objetivo: O trabalho analisa a situação epidemiológica da tuberculose no Rio Grande do Sul, com enfoque na população indígena, com base no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), entre 2003 e 2012. Métodos: Os casos notificados de tuberculose foram analisados conforme faixa etária, sexo, zona de residência, tipo de entrada, meios de diagnóstico, forma clínica, realização do anti-HIV, acompanhamento, tratamento supervisionado (TDO), encerramento e raça/cor. Resultados: As maiores taxas de incidência no período foram descritas pelos grupos de raça/cor preta, amarela e indígena. Os casos acometeram principalmente homens adultos que residiam em zonas urbanas. Indígenas apresentaram maior percentual de notificações em menores de 10 anos (12%). Nas baciloscopias de controle, informações ausentes e exames não realizados somaram mais de 50% em todo o período e grupos. A cura foi mais prevalente entre brancos (66,2%); indígenas, pardos e pretos tiveram os menores índices de cura: 59,4, 58,4 e 60%, respectivamente. Conclusão: A tuberculose é um grave problema de saúde no Rio Grande do Sul, e as ações de diagnóstico, acompanhamento e tratamento dos casos não vêm ocorrendo como preconizadas. A situação indígena guarda semelhanças e diferenças em comparação com o observado em outras regiões do país, permanecendo contudo francamente desfavorável perante os demais grupos. Por fim, destacam-se marcantes desigualdades entre os grupos de raça/cor. Enquanto indígenas e pretos ocupam, em termos gerais, as piores posições no quadro, os brancos, a melhor.
ABSTRACT: Objective: This article analyzes the epidemiological situation of tuberculosis in the state of Rio Grande do Sul, emphasizing the indigenous population. The data are based on the Information System of Grievance Notification (Sinan) between 2003 and 2012. Methods: The notified cases of tuberculosis were analyzed according to age, sex, zone of residence, input type, means of diagnosis, clinical form, anti-HIV exam, medical care, supervised treatment (in Portuguese, TDO), closure, and race. Results: The highest incidence rates in the period were among Afro-Brazilians, yellow, and indigenous peoples. The cases affected mainly adult men living in urban areas. Indigenous peoples showed the highest rates of notifications among people aged less than 10 years (12%). In the sputum test, missing information and not-performed exams reached more than 50.0% in all periods and groups. The cure was more prevalent among white people (66.2%); indigenous, brown, and Afro-Brazilian people presented the lowest cure rates: 59.4, 58.4, and 60%, respectively. Conclusion: Tuberculosis is one of the biggest problems in Rio Grande do Sul. The actions of diagnosis, clinical form, and treatment of the cases have not been implemented as proposed. The indigenous peoples' situation is similar and diverse at the same time in comparison with other peoples from different areas of Brazil. Nevertheless, it is unfavorable on a balanced evaluation of the whole scenario. Furthermore, the discrepancies among races are evident: the indigenous and Afro-Brazilian peoples fill the spread sheet, in general terms, on the worst situation, whereas the white people fill the data with the best health situation.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Lactante , Preescolar , Niño , Adolescente , Adulto , Persona de Mediana Edad , Adulto Joven , Indígenas Sudamericanos , Tuberculosis/epidemiología , Brasil/epidemiología , Estudios Epidemiológicos , Factores de TiempoRESUMEN
This cross-sectional study describes the prevalence of high blood pressure (HBP; measured at one setting, and suggestive of a clinical diagnosis of arterial hypertension) and mean systolic blood pressure (SBP) and diastolic blood pressure (DBP) and their associations with socio-demographic and anthropometric variables among 355 Kaingang adults (≥ 20 years) on the Xapecó Indigenous Land in Brazil. Weight, height, waist circumference (WC), SBP, and DBP were measured and socio-demographic data were collected. Prevalence of HBP was 53.2% (95%CI: 45.3; 61.1) in men and 40.7% (95%CI: 33.8; 47.6) in women. In women, age and WC were directly associated with HBP; age was associated with SBP and schooling with DBP. In men, HBP was statistically associated with high body mass index (BMI) and tile floor in the home (as a socioeconomic proxy); BMI and WC were associated with SBP; BMI and WC were associated with DBP. The study highlights the need for measures to control risk factors for HBP, especially due to its relevance for cardiovascular diseases and their consequences.
Estudo transversal, com objetivo de descrever a prevalência de níveis tensionais sugestivos de hipertensão arterial sistêmica (NTSHAS), e das médias de pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), e suas associações com dados sociodemográficos e antropométricos, entre 355 adultos (20+ anos) Kaingang (Terra Indígena Xapecó). Foram aferidos peso, estatura, circunferência da cintura (CC), PAS, PAD, e coletados dados sociodemográficos. A prevalência de níveis tensionais sugestivos de hipertensão foi 53,2% (IC95%: 45,3; 61,1) entre os homens e 40,7% (IC95%: 33,8; 47,6) entre as mulheres. Nas mulheres, a idade e CC se associaram positivamente aos NTSHAS; a idade se associou à PAS e a escolaridade à PAD. Nos homens com maior índice de massa corporal (IMC) e CC e casa com chão de cerâmica, registraram-se maiores prevalências de níveis tensionais sugestivos de hipertensão; a maior CC e maior IMC se associaram com valores mais altos de PAS; o IMC e a CC, diretamente com a PAD. Destaca-se a necessidade de ações para controle dos fatores de risco para NTSHAS, por causa da elevada prevalência encontrada entre os Kaingang e a contribuição na morbimortalidade por doenças cardiovasculares.
Estudo transversal, com objetivo de descrever a prevalência de níveis tensionais sugestivos de hipertensão arterial sistêmica (NTSHAS), e das médias de pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), e suas associações com dados sociodemográficos e antropométricos, entre 355 adultos (20+ anos) Kaingang (Terra Indígena Xapecó). Foram aferidos peso, estatura, circunferência da cintura (CC), PAS, PAD, e coletados dados sociodemográficos. A prevalência de níveis tensionais sugestivos de hipertensão foi 53,2% (IC95%: 45,3; 61,1) entre os homens e 40,7% (IC95%: 33,8; 47,6) entre as mulheres. Nas mulheres, a idade e CC se associaram positivamente aos NTSHAS; a idade se associou à PAS e a escolaridade à PAD. Nos homens com maior índice de massa corporal (IMC) e CC e casa com chão de cerâmica, registraram-se maiores prevalências de NTSHAS; a maior CC e maior IMC se associaram com valores mais altos de PAS; o IMC e a CC, diretamente com a PAD. Destaca-se a necessidade de ações para controle dos fatores de risco para NTSHAS, por causa da elevada prevalência encontrada entre os Kaingang e a contribuição na morbimortalidade por doenças cardiovasculares.
Estudio transversal, con el objetivo de describir la prevalencia de niveles tensionales sugestivos de la hipertensión arterial sistémica (NTSHAS), los niveles de presión arterial sistólica (PAS) y diastólica (PAD), y su asociación con datos sociodemográficos y antropométricos, entre 355 adultos (20+años) Kaingang (Tierra Indígena Xapecó). Se midieron peso, talla, circunferencia de cintura (CC), PAS y PAD, y se recogieron datos sociodemográficos. La prevalencia de HAS fue 53,2% (IC95%: 45,3; 61,1) entre los hombres y 40,7% (IC95%: 33,8; 47,6) en las mujeres. En ellas, la edad y la CC se asociaron positivamente a NTSHAS; la edad se asoció con la PAS y la escolaridad con la PAD. En hombres de mayor índice de masa corporal (IMC) y CC, y con casa de pisos de cerámica, se registraron mayor prevalencia de HAS; la mayor CC y mayor IMC se asociaron con mayor PAS; y el IMC y CC, directamente asociados con la PAD. Destaca la necesidad de adoptar medidas dirigidas a controlar los factores de riesgo para la NTSHAS, en vista de la alta prevalencia entre los Kaingang y su contribución en la morbilidad y la mortalidad por enfermedad cardiovascular.
Asunto(s)
Adulto , Femenino , Humanos , Masculino , Persona de Mediana Edad , Adulto Joven , Hipertensión/epidemiología , Indígenas Sudamericanos/estadística & datos numéricos , Índice de Masa Corporal , Brasil/epidemiología , Estudios Transversales , Hipertensión/etnología , Obesidad/epidemiología , Obesidad/etnología , Prevalencia , Factores de Riesgo , Factores Sexuales , Factores Socioeconómicos , Circunferencia de la CinturaRESUMEN
Há poucos estudos sobre o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em escolas indígenas no país. O objetivo do presente artigo é descrever características de funcionamento, gestão e cardápios do PNAE de todas as 35 escolas Kaingáng do Rio Grande do Sul, Brasil. Em estudo transversal, as informações do PNAE foram recolhidas por meio de questionários aplicados a cada Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e às escolas. Foram obtidos os cardápios sugeridos pelas CREs às escolas. Não existia o Núcleo de Educação Indígena nas CREs. Todos os vice-diretores eram indígenas, 26 escolas (74,6%) tinham gestão escolarizada e 34 escolas (97,1%) compravam alimentos de mercados próximos. A maioria das merendeiras (62,9%) tinha contrato de trabalho temporário e 65,7% eram indígenas. Observou-se baixa oferta de verduras/legumes e de leite e derivados em cerca de 60% dos cardápios, o mesmo ocorrendo com leguminosas e frutas em cerca de 80% destes. Aponta-se a necessidade de mais estudos sobre o PNAE indígena e pretende-se subsidiar políticas públicas de saúde, alimentação e nutrição para o espaço escolar indígena nacional.
Few studies have focused on the National School Nutrition Program (PNAE) in indigenous schools in Brazil. The current study describes the program’s operations, management, and menus in 35 Kaingáng indigenous schools in Rio Grande do Sul State, Brazil. A cross-sectional study design was used to obtain information on the program through questionnaires submitted to the Regional Educational Offices (CRE) and to the schools. The menus suggested to the schools by the regional offices were obtained. There were no Centers for Indigenous Education in the regional offices. All the assistant principals were indigenous, 26 schools (74.6%) practiced local management of the meal program, and 34 (97.1%) reported purchasing food from local markets. Most cooks (63.9%) had temporary work contracts with the schools and 65.7% were indigenous. Low offerings of veges, milk and dairy products were observed in around 60% of the menus, and legumes and fruits low in around 80%. It points out the need for more studies about the indigenous PNAE and intends to support public policies in health, food and nutrition for the national indigenous school .
Hay pocos estudios sobre el Programa Nacional de Alimentación Escolar (PNAE) en las escuelas indígenas del país. El objetivo es describir características de la gestión, la operatividad y los menús del PNAE de 35 escuelas Kaingáng de Río Grande do Sul, Brasil. Se trata de un estudio transversal, donde las informaciones del PNAE se obtuvieron por medio de cuestionarios aplicados a las Coordinaciones Regionales de Educación (CRE) y a las escuelas. Fueron obtenidos los menús sugeridos por las CRE a las escuelas. No existía el Centro para la Educación Indígena en las CRE. Todos los sub-directores eran indígenas, 26 (74,7%) escuelas tenían gestión escolarizada y 34 escuelas hacían la compra de alimentos en mercados próximos. La mayoría de los cocineros (62,9%) tenía un contrato de trabajo temporal y un 65,7% eran indígenas. Se observó una baja oferta de verduras y leche y derivados en alrededor de 60% de los menús y de leguminosas y frutas en alrededor de un 80%. Se indica la necesidad de más estudios sobre el PNAE indígena y se pretende subvencionar políticas públicas de salud, alimentación y nutrición para el espacio escolar indígena nacional.
RESUMEN
Analisar a cobertura do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional Indígena (SISVANI) e estimar a prevalência de desvios nutricionais em crianças menores 60 meses, no Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Yanomami). Métodos: estudo transversal descritivo, efetuado entre maio/2008 e abril/2009. Para o cálculo da cobertura considerou-se a divisão das crianças avaliadas pelo total de crianças cadastradas e incluíram-se os Pólos-Base com pelo menos um registro de peso e estatura em cada trimestre. A avaliação nutricional baseou-se no primeiro registro identificado no período em estudo e utilizou como referência as curvas da Organização Mundial da Saúde (2006). Fatores associados ao baixo peso para a idade (P/I) foram analisados por meio de regressão logística. Resultados: a cobertura média nos 8 Pólos-Base selecionados foi 27,7 por cento. Ao todo, 80,5 por cento crianças apresentaram baixa E/I; 57,5 por cento baixo P/I; 8,4 por cento magreza e 5,5 por cento sobrepeso. Registraram-se as maiores chances de baixo P/I nas crianças 36 a 59 meses e no subgrupo Sanumá (OR=2,9; IC95 por cento: 2,1-3,9 e OR=9,8; IC95 por cento: 5,9-16,1, respectivamente). Não houve diferenças entre sexos. Conclusões: embora a cobertura do SISVAN-I tenha sido baixa, o sistema mostrou-se útil ao revelar a grave situação nutricional das crianças do DSEIY-anomami e sinalizar para a necessidade de medidas de intervenção...
To investigate the coverage of the System for Nutrition Surveillance of Indigenous People (SISVAN-I) and to estimate the prevalence of nutritional disorders in children aged under 60 months, in the Yanomami Special Sanitary District (DSEI-Yanomami). Methods: a descriptive cross-sectional study was carried out between May 2008 and April 2009. Coverage was calculated by dividing the number of children evaluated by the total number of children enrolled. The health basic units (PB) with at least one record of weight and height available at each trimester, were included. The nutritional evaluation was based on the first record identified during the study period and used the World Health Organization curves as a point of reference (2006). Factors associated with low weight for age (W/A) were analyzed using logistic regression. Results: the mean coverage at the eight PB selected was 27.7 percent. In all, 80.5 percent of children presented with low H/A; 57.5 percent with low W/A; 8.4 percent were thin and 5.5 percent overweight. The greatest likelihood of low W/A was found in children aged 36 to 59 months and in the Sanumá subgroup (OR=2.9 IC95 percent: 2.1-3.9 and OR=9.8 IC95 percent: 5.9-16.1, respectively). There was no difference between boys and girls. Conclusions: although the coverage of the SISVAN-I has been low, the system has proved useful in revealing the severe nutritional situation among children in the DSEI-Yanomami and has signaled a need for intervention...
Asunto(s)
Humanos , Niño , Ecosistema Amazónico , Estado Nutricional , Salud de Poblaciones Indígenas , Vigilancia Alimentaria y Nutricional , Evaluación NutricionalRESUMEN
The aim of this study was to describe the distribution of waist circumference (WC) and WC to height (WCTH) values among Kaingáng indigenous adolescents in order to estimate the prevalence of high WCTH values and evaluate the correlation between WC and WCTH and body mass index (BMI)-for-age. A total of 1,803 indigenous adolescents were evaluated using a school-based cross-sectional study. WCTH values > 0.5 were considered high. Higher mean WC and WCTH values were observed for girls in all age categories. WCTH values > 0.5 were observed in 25.68% of the overall sample of adolescents. Mean WC and WCTH values were significantly higher for adolescents with BMI/age z-scores > 2 than for those with normal z-scores. The correlation coefficients of WC and WCTH for BMI/age were r = 0.68 and 0.76, respectively, for boys, and r = 0.79 and 0.80, respectively, for girls. This study highlights elevated mean WC and WCTH values and high prevalence of abdominal obesity among Kaingáng indigenous adolescents.
Os objetivos do estudo foram descrever a distribuição das medidas de circunferência de cintura (CC) e CC/estatura (CC/E) para adolescentes indígenas Kaingáng; estimar a prevalência de valores elevados para CC/E; e avaliar a correlação entre CC e CC/E com o IMC/idade. Um total de 1.803 adolescentes indígenas foi avaliado no estudo seccional de base escolar. Foram considerados elevados valores de CC/E superiores a 0,5. Observaram-se maiores valores médios de CC e CC/E para meninas, em todas as faixas etárias. Valores de CC/E > 0,5 foram encontrados em 25,6% dos adolescentes. Valores médios de CC e CC/E foram significativamente maiores para os adolescentes com IMC/idade > 2 z-scores, em comparação aos eutróficos. Os coeficientes de correlações entre CC e CC/E com o IMC/idade foram: meninos: r = 0,68 e 0,76, respectivamente, e meninas: r = 0,79 e 0,80, respectivamente. Destaca-se proeminência de valores médios elevados de CC e CC/E e prevalências expressivas de obesidade abdominal.
Asunto(s)
Adolescente , Niño , Femenino , Humanos , Masculino , Adulto Joven , Estatura/etnología , Salud de Poblaciones Indígenas , Indígenas Sudamericanos , Obesidad Abdominal/epidemiología , Grupos de Población , Circunferencia de la Cintura/etnología , Índice de Masa Corporal , Brasil/epidemiología , Estudios Transversales , Obesidad Abdominal/etnología , Factores de Riesgo , Factores SexualesRESUMEN
Caracterizar o estado nutricional de 3.254 Kaingáng de escolas indígenas de 12 terras indígenas do Rio Grande do Sul, Brasil. Transversal de base escolar. Obtidas medidas de peso (P), estatura (E) e circunferência da cintura (CC) conforme Organização Mundial da Saúde - OMS (1995). Classificação do estado nutricional: crianças: índices E/I, P/I e P/E, de acordo com o National Center for Health Statistics (WHO, 1995) e E/I, P/I e índice de massa corporal/idade (IMC/I) de acordo com OMS (2006); adolescentes: IMC/I (OMS, 1995 e 2006) e E/I (OMS, 2006); adultos: IMC (OMS, 1995) e CC (OMS, 2003). Adolescentes representaram 56 por cento dos avaliados, crianças 42,5 por cento, adultos 1,4 por cento e idosos 0,1 por cento. Deficit estatural de 15,1 por cento (OMS, 1995) e 15,5 por cento (OMS, 2006) entre as crianças e de 19,9 por cento entre adolescentes. Freqüências de excesso de peso foram: crianças: 11 por cento (OMS, 1995) e 5,7 por cento (OMS, 2006); adolescentes: 6,7 por cento; adultos: 79,2 por cento. Entre adultos, 45,3 por cento estavam em risco aumentado para doenças metabólicas. Observada a transição nutricional no segmento, caracterizada por prevalências importantes de baixa estatura na infância e adolescência e sobrepeso proeminente em todas as faixas etárias.
The study's objective was to characterize the nutritional status of 3,254 Kaingáng Indians in indigenous schools in Rio Grande do Sul State, Brazil. This was a school-based study. Weight (W), height (H), and waist circumference (WC) were measured according to World Health Organization guidelines (1995). Children's nutritional status classification included H/A, W/A, and W/H according to the National Center for Health Statistics (WHO, 1995) and H/A, W/A, and body mass index/age (BMI/A) according to WHO (2006). Adolescents were classified for BMI/A (WHO, 1995 and 2006) and H/A (WHO, 2006). Adults were classified for BMI (WHO, 1995) and WC (WHO, 2003). Adolescents represented 56 percent of the sample, children 42.5 percent, adults 1.4 percent, and elderly 0.1 percent. Prevalence rates for stunting were 15.1 percent (WHO, 1983) and 15.5 percent (WHO, 2006) in children and 19.9 percent in adolescents. Prevalence rates for overweight were 11 percent (WHO, 1983) and 5.7 percent (WHO, 2006) in children, 6.7 percent in adolescents, and 79.2 percent in adults. 45.3 percent of adults were at increased risk of metabolic diseases. A nutritional transition was observed in the group, characterized by significant prevalence of stunting in children and adolescents and prominent overweight in all age groups.
Asunto(s)
Adolescente , Adulto , Anciano , Niño , Preescolar , Femenino , Humanos , Masculino , Persona de Mediana Edad , Adulto Joven , Indígenas Sudamericanos/estadística & datos numéricos , Estado Nutricional/fisiología , Sobrepeso/epidemiología , Índice de Masa Corporal , Brasil/epidemiología , Estudios Transversales , Valores de Referencia , Instituciones Académicas/clasificación , Organización Mundial de la Salud , Adulto JovenRESUMEN
Este estudo objetivou avaliar o estado nutricional de crianças indígenas e verificar os fatores associados à ocorrência de agravos nutricionais. Foram avaliadas 141 crianças Kaingáng de 0 a 60 meses de idade da Terra Indígena de Mangueirinha, Paraná, Brasil, por meio das medidas de peso e altura ou comprimento. Realizaram-se entrevistas com a aplicação de um questionário sobre condições materno-infantis e sócioeconômicas. Segundo os parâmetros da Organização Mundial da Saúde (2006), 24,8 por cento das crianças apresentavam déficit de altura para idade (AI), 9,2 por cento baixo peso para idade (PI), 2,1 por cento baixo peso para altura (PA) e 2,1 por cento baixo peso segundo o índice de massa corporal para idade (IMCI). De acordo com o NCHS (1977), 19,9 por cento das crianças apresentaram baixa AI, 9,2 por cento baixo PI e 1,4 por cento baixo PA. O sobrepeso chegou a 6,4 por cento, segundo o IMCI. O baixo peso ao nascer e os materiais utilizados na construção das paredes das casas estiveram estatisticamente associados com déficits antropométricos. Este estudo mostra que as crianças Kaingáng estão inseridas em um contexto marcado por precárias condições de vida, que estão associadas com indicadores desfavoráveis do estado nutricional.
The goal of this study was to evaluate the nutritional status of indigenous children and to investigate factors associated with nutritional deficits. Weight and height measurements were obtained for 141 Kaingáng children from 0 to 5 years of age living on the Mangueirinha Indigenous Reserve in Paraná State, Brazil. Data on maternal and infant conditions and socioeconomic characteristics were also gathered through face-to-face interviews. Based on World Health Organization criteria (2006), 24.8 percent of the children presented low height-for-age (HA), 9.2 percent low weight-for-age (WA), 2.1 percent low weight-for-height (WH), and 2.1 percent low weight according to body mass index for age (BMIA). Based on NCHS criteria (1977), 19.9 percent of the children presented low HA, 9.2 percent low WA, and 1.4 percent low WH. 6.4 percent were overweight according to BMIA. Low birth weight and non-masonry housing construction were associated statistically with nutritional deficits. The Kaingáng children are subject to poor living conditions, associated with deficits in their nutritional profile.
Asunto(s)
Adolescente , Preescolar , Femenino , Humanos , Lactante , Recién Nacido , Masculino , Trastornos de la Nutrición del Niño/epidemiología , Indígenas Sudamericanos/estadística & datos numéricos , Trastornos de la Nutrición del Lactante/epidemiología , Índice de Masa Corporal , Brasil/epidemiología , Trastornos de la Nutrición del Niño/etnología , Trastornos de la Nutrición del Lactante/etnología , Prevalencia , Factores de Riesgo , Factores Socioeconómicos , Encuestas y CuestionariosRESUMEN
A despeito da relevância do tema, as condições de alimentação e nutrição das populações indígenas no Brasil permanecem largamente desconhecidas. O presente estudo examina o caso de uma comunidade Wari', povo indígena localizado em Rondônia, no sudoeste amazônico. Foram realizados dois inquéritos antropométricos de modo a investigar a situação nutricional da população e analisar variações sazonais. Nos inquéritos, seis meses aparte, foram examinados 279 e 266 indivíduos com idades entre zero e 87 anos. As prevalências de baixa estatura (61,7 por cento) e peso (51,7 por cento) entre as crianças menores de cinco anos estão entre as mais elevadas já registradas na literatura sobre populações indígenas no Brasil. Sobrepeso e obesidade não são expressivos na população, seja qual for a faixa etária considerada. Os perfis antropométricos indicam condições mais desfavoráveis durante os meses de chuva, quando as prevalências de desnutrição em crianças aumentam e adultos de ambos os sexos apresentam menores médias de peso corporal. Aponta-se para a necessidade de se considerar a sazonalidade na definição de rotinas de vigilância nutricional e na discussão dos perfis de nutrição de povos indígenas.
Despite the importance of nutritional status and eating practices among Brazilian indigenous populations, the subject has received little research attention. This study examines the Wari' community in Rondônia State, in the southwest Amazon. Two anthropometric surveys, six months apart, were carried out to characterize the group's nutritional status and investigate possible seasonal variations (n = 279 and 266; age range, 0-87 years). Prevalence rates of low height for age (61.7 percent) and weight for age (51.7 percent) in Wari' under-5 children were among the highest reported in the literature on indigenous populations in Brazil. Overweight and obesity were not common in the population, regardless of age. According to the anthropometric data, nutritional conditions are generally worse during the rainy season, when undernutrition increases in children, and both male and female adults lose weight. Seasonality is an important factor when defining nutritional surveillance protocols and discussing the nutritional status of indigenous peoples.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Niño , Adolescente , Adulto , Antropometría , Indígenas Sudamericanos , Encuestas Nutricionales , Estado Nutricional , Salud de Poblaciones Indígenas , Factores de Edad , BrasilAsunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Recién Nacido , Lactante , Preescolar , Niño , Adolescente , Adulto , Persona de Mediana Edad , Anciano , Adulto Joven , Sistema Único de Salud , Antropología Médica/métodos , Pueblos Indígenas , Brasil/etnología , Política Nutricional , Nutrición, Alimentación y DietaRESUMEN
Este estudo descreve o crescimento físico e avalia, por meio da antropometria, o estado nutricional de uma comunidade indígena Xavánte do Brasil Central. Foram tomadas medidas de peso, estatura, circunferência braquial e prega cutânea tricipital em 549 indivíduos de 0 a 90 anos. Comparadas à populacão-referência do NCHS, as criancas apresentam médias de estatura e peso baixas para a sua idade, embora mantenham a proporcionalidade corporal. De acordo com os critérios da OMS, 31,7 por cento dos menores de cinco anos apresentam déficit estatural, enquanto 69,9 por cento dos adultos apresentam algum grau de sobrepeso. As medidas de composicão corporal em ambos os sexos mantêm-se entre os percentis 25 e 50 da populacão-referência do NCHS até a adolescência, quando superam as medianas. As médias de área muscular do braco, contudo, ficam consistentemente acima do percentil 50. Os autores chamam a atencão para a complexidade do quadro epidemiológico e nutricional dos Xavánte, argumentando que os achados do estudo têm implicacões significativas para o sistema de assistência à saúde que atende a populacão, além de apontarem para questões ecológicas e sócio-econômicas relevantes, em particular no que tange à sustentabilidade alimentar e transicão nutricional.