Your browser doesn't support javascript.
loading
Mostrar: 20 | 50 | 100
Resultados 1 - 20 de 83
Filtrar
1.
Cad. saúde colet., (Rio J.) ; 32(1): e32010164, 2024. tab, graf
Artículo en Portugués | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1564255

RESUMEN

Resumo Introdução: Introduzido nas interpretações sobre as perspectivas de expansão da epidemia de HIV/aids na década de 1990, o conceito de vulnerabilidade procura articular a dimensão individual de vulnerabilidade ao HIV aos contextos sociais e programáticos, muitas vezes marcados pela desigualdade e injustiça social. Objetivo: Analisar os usos da concepção multifatorial (individual, social, programática) da vulnerabilidade nos estudos sobre mulheres e HIV/aids, de 1990 a 2018, publicados no Scielo. Método: A partir da revisão de escopo da literatura nacional, 39 estudos selecionados foram classificados quanto ao uso do conceito de vulnerabilidade em: uso consistente, parcial ou inconsistente. Resultados: Os principais aspectos associados à vulnerabilidade das mulheres à aids foram: dificuldade de negociação do uso do preservativo, dimensão social e simbólica do casamento e da maternidade, significados diferenciados da sexualidade entre os gêneros e fragilidade dos direitos sexuais e reprodutivos. Observou-se lacunas quanto à articulação dos três componentes do conceito e a escassez de avaliações de intervenções orientadas pelo referencial da vulnerabilidade. Conclusão: Os achados indicam o potencial de contribuição do conceito na análise da sindemia entre HIV, desigualdades sociais, raciais, de gênero e demais problemas de saúde, como a pandemia de Covid-19.


Abstract Background: Being introduced in the interpretations on the perspectives of the expansion of the HIV/AIDS epidemic in the 1990s, the concept of vulnerability seeks to articulate the individual dimension of vulnerability to HIV to social and programmatic contexts, often marked by inequality and social injustice. Objective: The aim of this study was to analyze the uses of the multifactorial conception (individual, social, programmatic) of vulnerability in studies on women and HIV/AIDS, from 1990 to 2018, published in SciELO. Methods: From the scoping review of the national literature, 39 selected studies were classified as to the use of the concept of vulnerability in consistent, partial, or inconsistent use. Results: The main aspects associated with women's vulnerability to AIDS were difficulty in negotiating condom use, social and symbolic dimension of marriage and motherhood, differentiated meanings of sexuality between genders, and fragility of sexual and reproductive rights. We observed gaps regarding the articulation of the three components of the concept and a scarcity of evaluations of interventions guided by the referential of vulnerability. Conclusion: The findings indicate the potential contribution of the concept in the analysis of the syndemic between HIV, social, racial, gender inequalities, and other health problems such as the COVID-19 pandemic.

2.
Interface (Botucatu, Online) ; 28: e230206, 2024. tab
Artículo en Portugués | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1564670

RESUMEN

O artigo analisa os possíveis efeitos de projetos sociais desenvolvidos na década de 2000, em uma favela do Rio de Janeiro, na trajetória de vida e cuidado da saúde sexual e reprodutiva dos participantes. Foram entrevistados cinco mulheres e cinco homens egressos/as dessas intervenções. Segundo os resultados, a abordagem dos direitos humanos e desigualdades sociais e de gênero somada à participação juvenil e parcerias institucionais, assim como à expansão de políticas públicas para jovens no país, colaboraram para que seus integrantes tivessem relações de gênero mais igualitárias, postergassem a maternidade/paternidade e adotassem práticas preventivas ao HIV/IST. Ademais, favoreceram o acesso ao Ensino Superior, a melhoria das condições socioeconômicas e influenciaram suas escolhas profissionais. Tais resultados podem orientar a implementação de ações diante do aumento de casos de HIV/Aids entre jovens e do desmonte de políticas públicas para saúde sexual e reprodutiva.(AU)


This article analyzes the effects of social projects developed in a favela in Rio de Janeiro in the 2000s on the life trajectory and sexual and reproductive health care of the participants. Five female and male participants were interviewed. The results show that the rights-based and social and gender equality approach, combined with youth participation and institutional partnerships, as well as the expansion of public policies for youth in the country, helped participants have more equal gender relations, postpone motherhood/fatherhood and adopt HIV/STI prevention practices. Furthermore, the approach helped promote access to higher education and improve participant socioeconomic status and influenced career choices. These results can help guide the implementation of actions in the face of an increase in cases of HIV/AIDS among young people and the dismantling of sexual and reproductive health policies.(AU)


El artículo analiza los posibles efectos de proyectos sociales desarrollados en la década de 2000 en una favela de Río de Janeiro en la trayectoria de vida y cuidado de la salud sexual y reproductiva de los participantes. Se entrevistaron cinco mujeres y cinco hombres egresados/as de esas intervenciones. De acuerdo con los resultados, el abordaje de los derechos humanos y las desigualdades sociales y de géneros, sumadas a la participación juvenil y alianzas institucionales, así como la expansión de políticas públicas para jóvenes en el país, colaboraron para que sus integrantes tuvieran relaciones de género más igualitarias, postergaran la maternidad/paternidad y adoptasen prácticas preventivas al VIH/ITS. Además, favoreció el acceso a la enseñanza superior, la mejora de las condiciones socioeconómicas e influyó en sus elecciones profesionales. Tales resultados pueden orientar la implementación de acciones frente al aumento de casos de VIH/SIDA entre jóvenes y el desmantelamiento de políticas públicas para salud sexual y reproductiva.(AU)

3.
Physis (Rio J.) ; 33: e33082, 2023. tab
Artículo en Portugués | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1529165

RESUMEN

Resumo O artigo objetiva analisar os significados do uso da PrEP entre gays, mulheres trans e travestis no Rio de Janeiro, com base em uma pesquisa sobre a biomedicalização da resposta à Aids. A análise e interpretação dos registros de diário de campo e das entrevistas nos permitiram descrever como o uso dessa tecnologia de prevenção ao HIV se dá simultaneamente com outros recursos biomédicos, intervenções estéticas, dietéticas e exercícios físicos. Argumentamos que tais cuidados de si são conformados em função das expectativas de gênero e classe e dos ideais de saúde de seus/as usuários/as. Os resultados do estudo permitem uma discussão sobre as fronteiras entre saúde, estilo de vida e aprimoramento. Conclui-se que a PrEP parece produzir uma singularização nas formas de produção de si, via aprimoramento biomédico e estético-cosmético, em um encontro sinérgico entre diferentes tecnologias, percebido tanto na rotina de uso do medicamento como no manejo de seus efeitos. Para a maioria das pessoas entrevistadas, a PrEP se acopla a um cuidado de si prévio, o que indica a localização social de seus usuários em termos de classe e gênero e a forma reflexiva a partir da qual descrevem sua saúde e a si próprias.


Abstract The article has analyzed the meanings of the use of PrEP among gay man, trans women, and travestis in Rio de Janeiro, based on research on the biomedicalization of the response to AIDS. The analysis and interpretation of the field diary entries and interviews allowed us to describe how the use of this HIV prevention technology occurs simultaneously with other biomedical resources, aesthetics, dietary interventions, and physical exercises. We argue that such self-care is shaped according to the expectations of gender and class and the health ideals of their users. The results of the study allow us to discuss the boundaries between health, lifestyle, and enhancement. It is concluded that PrEP seems to produce a singularization in the forms of self-production, via biomedical and aesthetic-cosmetic enhancement, in a synergistic encounter between different technologies; perceived both in the routine use of the drug and in the management of its effects. For most of the people interviewed, PrEP is coupled with a previous self-care, which indicates the social location of its users in terms of class and gender and the reflexive way from which they describe their health and themselves.

4.
Saúde Soc ; 31(4): e210855pt, 2022. graf
Artículo en Portugués | LILACS | ID: biblio-1424461

RESUMEN

Resumo Este artigo analisa a divulgação das profilaxias pré (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao HIV, considerando o papel histórico das campanhas de prevenção à aids. São utilizadas 24 peças de comunicação sobre PrEP, PEP e PC (Prevenção Combinada), produzidas entre 2016 e 2019 e publicadas no site e mídias sociais do Ministério da Saúde, e o depoimento de 30 usuários(as) das profilaxias - que incluem gays, mulheres trans/travestis e profissionais do sexo - na região metropolitana do Rio de Janeiro. As peças foram classificadas quanto ao tipo, ano, público e informação de acesso, e os resultados foram interpretados a partir de três eixos: sexualidade e risco; gênero, emoções e moralidades; deslocamentos do preservativo. A análise indicou o apagamento das expressões de sexualidade e o predomínio de uma linguagem abstrata e esquemática, pressupondo um público racional e individualista, com o preservativo associado à ideia de "risco sexual". Os relatos dos(as) usuários(as) quanto à divulgação de informações sobre essas profilaxias evidenciaram sua insuficiência. Concluímos que ocorre uma baixa exploração do potencial das campanhas de comunicação, orientadas pela realidade sociocultural dos segmentos sociais, comprometendo o acesso às profilaxias. Assim, a biomedicalização da prevenção e o avanço do conservadorismo prejudicam a resposta brasileira à aids.


Abstract This article analyzes the advertisement of pre-exposure (PrEP) and post-exposure (PEP) prophylaxis treatment for HIV considering the historical role of AIDS prevention campaigns in Brazil. A total of 24 pieces of communication on PrEP, PEP, and CP (Combined Prevention), produced from 2016 to 2019 and published on the website and social media of the Brazilian Ministry of Health were analyzed in addition to the testimony of 30 users of prophylaxis - including gays, trans women/travestis, and sex workers - in the metropolitan region of Rio de Janeiro. The materials were classified according to type, year, audience, and access information, and the results were interpreted from four axes: contextualization of the communication pieces and the experience of the interlocutors with the information; sexuality and risk; gender, emotions, and moralities; and condom displacements. The analysis indicated the erasure of expressions of sexuality and the predominance of an abstract and structured language, presupposing a rational and individualistic public, with condoms associated with "sexual risk." Users' reports regarding the advertisement of information on these prophylaxis reveals its insufficiency. We conclude that the potential of information and communication campaigns, guided by the sociocultural reality of social segments, has been little explored, compromising access to prophylaxis. Thus, the biomedicalization of prevention and the advance of conservatism in Brazil hinder the Brazilian response to AIDS.


Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , VIH , Comunicación , Sexualidad , Sexo Inseguro , Prevención de Enfermedades , Trabajadores Sexuales , Minorías Sexuales y de Género
5.
Saúde debate ; 46(spe7): 48-61, 2022. tab
Artículo en Portugués | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1424595

RESUMEN

RESUMO Desde 2010, vem-se observando um desmonte de políticas na área da saúde e dos direitos sexuais e reprodutivos. Este artigo objetivou recuperar a memória de intervenções sociais voltadas para o enfrentamento do HIV/Aids. Para tanto, analisou dois projetos sociais com jovens, desenvolvidos por organizações governamentais e não governamentais, na década de 2000, na favela da Maré, no Rio de Janeiro. Trata-se de um estudo socioantropológico que envolveu análise documental e entrevistas com as coordenadoras dos projetos, visando identificar princípios norteadores, abordagens metodológicas e lições. Os achados indicam que o trabalho de prevenção ao HIV/Aids considerou as demandas dos(as) jovens e abordou, de forma participativa, concepções sobre direitos, sexualidade, gênero e vulnerabilidade. O estímulo à atuação juvenil na produção de intervenções e as parcerias institucionais resultaram em atividades sobre temas do cotidiano vinculados, direta ou indiretamente, à prevenção ao HIV. Tal enfoque se contrapõe aos modelos de ação preconcebidos, muitas vezes impostos em contextos de vulnerabilidade social. Os projetos não estiveram isentos de tensões nas relações adulto vs jovens. Todavia, os desafios foram narrados a partir de uma perspectiva de aprendizagem, indicando a importância da recuperação da experiência pela memória, que ajuda a identificar lições aprendidas e a orientar ações futuras.


ABSTRACT Since 2010, there has been a dismantling of sexual and reproductive health and rights. This article aims to recover the memory of social interventions aimed at fighting HIV/AIDS. To this end, it analyzes two social projects with young people, developed by governmental and non-governmental organizations in the 2000s, in the favela of Maré, in Rio de Janeiro. It is a socio-anthropological study that involved desk review and interviews with the project coordinators, aiming to identify guiding principles, methodological approaches, and lessons. The findings indicate that the HIV/AIDS prevention work considered the demands of young people and addressed, in a participatory way, conceptions on rights, sexuality, gender, and vulnerability. The stimulation of youth activities in the production of interventions and institutional partnerships resulted in activities on everyday topics linked, directly or indirectly, to HIV prevention. This approach is opposed to preconceived models of action, often imposed in contexts of social vulnerability. The projects were not exempt from tensions in adult vs. youth relationships. However, the challenges were narrated from a learning perspective, indicating the importance of retrieving the experience through memory, which helps to identify lessons learned and guide future actions.

6.
Saúde debate ; 46(spe7): 103-116, 2022. tab
Artículo en Portugués | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1424603

RESUMEN

RESUMO Diversos estudos descrevem as condições de vulnerabilidade social das pessoas trans e suas experiências de discriminação nos serviços de saúde. Tais situações dificultam o acesso dessa população à promoção e ao cuidado em saúde e, no caso particular da Aids, resultam na baixa adesão à prevenção e ao tratamento. Este artigo discute as estratégias para o acesso aos serviços públicos de saúde e à prevenção ao HIV desenvolvidas por travestis e mulheres trans da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A reflexão baseou-se em dois estudos: um sobre testagem de HIV e outro sobre o uso das tecnologias biomédicas de prevenção (PrEP, PEP). Os achados, decorrentes da observação participante e de entrevistas, demonstram que a produção do cuidado em saúde desse grupo se constrói alicerçada em uma certa solidariedade política, aqui denominado de irmandade, que medeia a relação de travestis e mulheres trans com o território, os dispositivos de saúde e a experiência com o HIV/Aids. Tais dados sugerem a importância de as políticas de saúde considerarem as condições de vulnerabilidade das pessoas trans, as demandas concernentes à: autonomia e autodeterminação na produção de saúde; legitimação de suas formas de subjetivação e cuidado de si; especificidade da relação entre pares.


ABSTRACT Several studies describe the conditions of social vulnerability of transgender people and their experiences of discrimination in health services. Such situations make it difficult for this population to access health promotion and care and, in the particular case of AIDS, result in low adherence to prevention and treatment. This article discusses the strategies for accessing public health services and HIV prevention developed by travestis and transgender women in the Metropolitan Region of Rio de Janeiro. The reflection is based on two studies, one on HIV testing and the other on the use of biomedical prevention technologies (PrEP, PEP). The findings, resulting from participant observation and interviews, indicate that the production of health care for this group is built from a certain political solidarity, here called sisterhood, which mediates the relationship of travestis and transgender women with the territory, the devices of health, and the experience with HIV/AIDS. Such data suggest the importance of health policies considering the conditions of vulnerability of trans people, the demands concerning: autonomy and self-determination in the production of health; legitimation of their forms of subjectivation and self-care; specificity of the relationship between peers.

8.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 26(7): 2653-2662, jul. 2021. tab
Artículo en Inglés, Portugués | LILACS | ID: biblio-1278781

RESUMEN

Resumo Neste estudo investigamos como vivências de estigma do HIV se expressam entre jovens soropositivos, em transição para a clínica de adultos, no serviço de saúde, na família e nas interações afetivos-sexuais e sua relação com as desigualdades e hierarquias sociais. O estudo envolveu 31 jovens (idade mediana 21) em transição para a clínica de adultos (G1) e 12 jovens (idade mediana 30) que já fizeram essa transição (G2), ambos atendidos num serviço de saúde do Rio de Janeiro. Dentre os 43 jovens, 70% eram mulheres e 65% foi infectado por transmissão vertical. Os jovens responderam a questionários e participaram de grupos focais sobre estigma da aids e passagem para a vida adulta. A maioria relatou situações de discriminação associadas ao estigma do HIV na vida cotidiana e no cuidado em saúde. Os jovens do G1 revelaram maior preocupação com as consequências da revelação do HIV e dificuldades com o tratamento. Os relatos do G2 sugerem que a constituição de relações conjugais, incluindo parceiro/a e filhos soronegativos e o acesso ao tratamento, possibilitaram resignificar o receio da estigmatização. Os achados visam orientar a formação e ação de profissionais envolvidos na prevenção e cuidado de jovens vivendo com HIV.


Abstract This study analyzes how experiences of HIV-related stigma are expressed among HIV-positive young people transitioning to an adult clinic, the health service, the family, the affective-sexual interactions, and their relationship with inequalities and social hierarchies. This research included 31 young people (median age 21) transitioning to an adult clinic (G1) and 12 young people (median age 30) who had already made this transition (G2), both monitored at a health service in Rio de Janeiro. Seventy percent of the 43 young people were women and 65% were infected by mother-to-child transmission. Young people answered questionnaires and participated in focus groups on AIDS stigma and transition to adulthood. Most reported discrimination associated with HIV stigma in daily life and health care. G1 young people showed more significant concern about the consequences of HIV disclosure and difficulties with treatment. The G2 accounts suggest that establishing marital relationships, including HIV-negative partners and children, linked to treatment access allowed resignifying the fear of stigmatization. The findings aim to guide the training and action of professionals involved in the prevention and care of young people living with HIV.


Asunto(s)
Humanos , Femenino , Adolescente , Adulto , Adulto Joven , Infecciones por VIH/epidemiología , Transmisión Vertical de Enfermedad Infecciosa , Brasil , Estigma Social , Hospitales Públicos
9.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 37(6): e00169720, 2021. graf
Artículo en Portugués | LILACS | ID: biblio-1249458

RESUMEN

Resumo: O artigo analisa as visões e práticas sobre reprodução, sexualidade e direitos de mulheres vivendo com HIV/aids (MVHA). O estudo, de caráter qualitativo, teve, por base, entrevistas feitas em dois momentos, 2013 e 2018, com sete MVHA atendidas em serviços de referência em HIV/aids no Rio de Janeiro, Brasil. Foram investigadas opiniões e vivências sobre maternidade, interações afetivo-sexuais, feminismo e direitos sexuais e reprodutivos. Os achados revelam a percepção naturalizada das entrevistadas sobre o corpo feminino e a sua responsabilização acerca dos eventos da vida sexual e reprodutiva. Nota-se uma associação entre direito reprodutivo e direito de escolha da maternidade ou da participação dos pais na criação dos filhos. Quanto aos direitos sexuais, prevaleceu a concepção do direito de escolha da mulher (ou pessoa) diante das demandas, imposições ou violência para fazer sexo, incluindo o contexto das relações matrimonias. A conjuntura sociocultural mostrou-se mais determinante das práticas preventivas e trajetória reprodutiva do que a sorologia do HIV. Foi notado a capacidade das MVHA de remodelar práticas ligadas à rotina de cuidado com a família, à maternidade, a escolhas contraceptivas e ao exercício da sexualidade. Mas, as normas tradicionais de gênero se mostram fortemente nas suas dinâmicas familiares, e o alcance dessas transformações é mediado pelo contexto sociocultural e econômico. Assim, o menor acesso a bens simbólicos dos estratos populares, que caracteriza o universo das mulheres entrevistadas, compromete o acesso desses grupos a conquistas relativas à liberdade sexual e à autonomia feminina.


Abstract: The article analyzes the views and practices on reproduction, sexuality, and rights of women living with HIV/AIDS (WLWA). This qualitative study was based on interviews at two moments, 2013 and 2018, with seven WLWA seen at HIV/AIDS referral services in Rio de Janeiro, Brazil. The study examined the opinions and experiences on motherhood, affective-sexual relations, feminism, and sexual and reproductive rights. The findings reveal the women's naturalized perception of the female body and their accountability on the events in sexual and reproductive life. An association was seen between reproductive right and the right to choose motherhood or the fathers' participation in raising the children. As for sexual rights, the prevailing conception was the woman's (or person's) right to choose in the face of demands, impositions, or violence to have sex, including the context of matrimonial relations. The sociocultural context proved to be more determinant in preventive practices and reproductive trajectory than HIV serology. WLWA displayed the capacity to reshape practices linked to routine care for the family, motherhood, contraceptive choices, and the exercise of sexuality. Yet traditional gender norms appear heavily in their family dynamics, and the reach of these transformations is mediated by the sociocultural and economic context. Thus, lower access to symbolic goods by low-income strata, which characterizes the universe of the women interviewed here, compromises their access to the gains made in sexual freedom and female autonomy.


Resumen: El artículo analiza las visiones y prácticas sobre reproducción, sexualidad y derechos de mujeres viviendo con VIH/sida (MVHA). El estudio, de carácter cualitativo, tuvo como base entrevistas realizadas en dos momentos, 2013 y 2018, con siete MVHA atendidas en servicios de referencia en VIH/sida en Río de Janeiro, Brasil. Se investigaron opiniones y vivencias sobre maternidad, interacciones afectivo-sexuales, feminismo, derechos sexuales y reproductivos. Los hallazgos revelan la percepción naturalizada de las entrevistadas sobre el cuerpo femenino y su responsabilización acerca de los eventos de la vida sexual y reproductiva. Se nota una asociación entre derecho reproductivo y derecho de elección de la maternidad o de la participación de los padres en la crianza de los hijos. En cuanto a los derechos sexuales, prevaleció la concepción del derecho de elección de la mujer (o persona) ante las demandas, imposiciones o violencia para tener relaciones sexuales, incluyendo el contexto de las relaciones matrimoniales. La coyuntura sociocultural se mostró más determinante en las prácticas preventivas y trayectoria reproductiva que respecto a la serología del VIH. Se señaló la capacidad de las MVHA de remodelar prácticas relacionadas con la rutina de cuidado con la familia, maternidad, elecciones contraceptivas y ejercicio de la sexualidad. Sin embargo, las normas tradicionales de género se muestran fuertemente en sus dinámicas familiares y el alcance de esas transformaciones es mediado por el contexto sociocultural y económico. Así, el menor acceso a bienes simbólicos de los estratos populares, que caracteriza el universo de las mujeres entrevistadas, compromete el acceso de estos grupos a conquistas relacionadas con la libertad sexual y autonomía femenina.


Asunto(s)
Humanos , Femenino , Niño , Síndrome de Inmunodeficiencia Adquirida , Sexualidad , Reproducción , Conducta Sexual , Derechos de la Mujer , Brasil
10.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 25(12): 4803-4812, Dec. 2020. tab, graf
Artículo en Inglés, Portugués | SES-SP, ColecionaSUS, LILACS | ID: biblio-1142697

RESUMEN

Resumo Este artigo tem como finalidade explorar as contribuições da C&SC para os estudos sobre gênero e saúde. Para tanto, foi realizado um mapeamento por meio da plataforma da revista no SciELO, utilizando os unitermos gênero, homem/homens, mulher/mulheres, jovem/jovens, adolescente/adolescentes. Foram selecionados 164 artigos, categorizados em função do ano de publicação, tipo de estudo, população estudada, temas abordados e método. A análise do material aponta a contribuição da revista ao propor temas que favorecem análises na perspectiva de gênero. Algumas produções traduzem discussões atuais. Entretanto, o pequeno número de artigos sobre gênero nos ciclos de vida e desde uma abordagem interseccional sugere que a postura proativa da revista deve ser mantida para estimular análises de gênero em outros temas que não a saúde sexual e reprodutiva, as masculinidades e a violência de gênero contra mulheres.


Abstract This paper aims to explore Journal Ciência & Saúde Coletiva's contributions to gender and health studies. Therefore, mapping was carried out through the SciELO platform, using the terms gender, man/men, woman/women, youth/youths, adolescent/adolescents. A total of 164 papers were selected, categorized by year of publication, type of study, population, topics addressed, and method. The analysis of the material shows the journal's contribution to proposing themes that favor analyses from the gender perspective. Some productions reflect the most current discussions. However, the paucity of works on gender in life cycles and the intersectional approach suggests that the journal's proactive posture should be maintained to encourage gender analysis in other topics than sexual and reproductive health, masculinities, and gender violence against women.


Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Adolescente , Masculinidad
11.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 25(5): 1653-1666, 2020. graf
Artículo en Inglés, Portugués | LILACS | ID: biblio-1101006

RESUMEN

Resumo Este artigo analisa as relações entre os estudos sobre a saúde dos povos indígenas na saúde coletiva e as políticas públicas voltadas para redução das desigualdades étnico-raciais. Tal recorte parte do pressuposto de que a produção científica sobre o tema integra o esforço societário de enfrentamento das iniquidades em saúde e garantia dos direitos e políticas públicas em saúde dos povos indígenas. A partir de mapeamento sistemático da literatura nas bases Pubmed/Medline, SCOPUS, Lilacs, Sociological Abstract e Web of Science, foram localizados 3.417 artigos entre 1956 a 2018 e selecionados 418 para análise. Inicialmente a literatura é marcada pelo referencial biomédico, mas após 1990 amplia-se o número de publicações e o diálogo com as ciências humanas e sociais, incluindo a análise da implementação da política de saúde indígena. Identifica-se que o conhecimento produzido está associado às transformações políticas, sociais e científicas da reforma sanitária e da pauta indigenista. A partir de 2010 há um aumento da produção científica. Conclui-se que o conhecimento que baliza a produção científica sobre saúde indígena foi se constituindo a partir de um horizonte politicamente implicado com as populações estudadas e o aprimoramento do Subsistema de Saúde Indígena.


Abstract This paper analyses the relationship between studies on the health of indigenous people in public health and public policies aimed at reducing ethnic-racial inequalities. This selection assumes that scientific production on the subject is part of the societal effort to confront health inequities and guarantee the rights and public policies of indigenous people. In total, 3,417 papers were found between 1956 and 2018, and 418 were selected for analysis from systematic literature mapping in the PubMed/Medline, Scopus, Lilacs, Sociological Abstract, and Web of Science databases. Initially, the literature is marked by the biomedical benchmark. After 1990, publications and dialogue with the human and social sciences are expanded, including the analysis of the implementation of indigenous health policy. We identified that the knowledge produced is associated with the political, social, and scientific transformations of the health reform and the indigenous agenda. Scientific production increased in 2010. We can conclude that the knowledge guiding the scientific production on indigenous health was established from a horizon politically implicated with the studied populations and improved Indigenous Health Subsystem.


Asunto(s)
Reforma de la Atención de Salud , Servicios de Salud del Indígena , Grupos de Población , Pueblos Indígenas , Política de Salud
12.
Interface (Botucatu, Online) ; 24: e190559, 2020. ilus
Artículo en Portugués | LILACS | ID: biblio-1101222

RESUMEN

Historicamente, as campanhas na mídia e materiais educativos para grupos diversos integram as ações de prevenção à Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). Informado pelas críticas ao uso do Modelo Informacional de Comunicação presente nessas iniciativas, o artigo analisa 14 materiais sobre prevenção das IST/Aids voltados para gestantes, produzidos entre 1995-2017, no Brasil. Foram identificados elementos do contexto de produção (restrito e amplo) e foi examinado o dispositivo de enunciação dessas peças comunicacionais. Segundo os achados, os materiais reiteram a testagem no pré-natal como responsabilidade da mulher. São escassas as informações sobre uso do preservativo na gestação, o papel do parceiro na prevenção e a perspectiva da integralidade no cuidado à saúde. Conclui-se que, na comunicação para mulheres, é necessário contemplar os fatores socioculturais (classe social, cor/raça e normas de gênero) que condicionam a vulnerabilidade ao HIV/Aids e sífilis.(AU)


Históricamente, las campañas en los medios y los materiales educativos para grupos diversos integran las acciones de prevención al Sida y otras enfermedades de transmisión sexual (ETS). Informado por las críticas al uso del Modelo de Información de Comunicación presente en esas iniciativas, el artículo analiza 14 materiales sobre prevención de las ETS/Sida enfocados en gestantes, producidos entre 1995/2017 en Brasil. Se identificaron elementos del contexto de producción (restringido y amplio) y se examinó el dispositivo de enunciación de esas piezas de comunicación. De acuerdo con los hallazgos, los materiales reiteran la realización de test en el prenatal como responsabilidad de la mujer. Son escasas las informaciones sobre uso del preservativo en la gestación, el papel del compañero en la prevención y la perspectiva de la integralidad en el cuidado de la salud. Se concluye que en la comunicación para las mujeres es necesario incluir los factores socioculturales (clase social, color/raza, normas de género) que condicionan la vulnerabilidad al VIH/Sida y sífilis.(AU)


Historically media campaigns and educational materials for diverse groups have been part of actions for the prevention of Aids and other sexually transmitted infections (STI). Informed by the criticism regarding the use of the informational communication model in these communicative strategies, the article analyses STI/Aids prevention's messages in 14 educational materials aimed at pregnant women, produced between 1995-2017 in Brazil. Elements of the production context were identified and the enunciation device of these materials was examined. According to the findings, the materials reiterate prenatal testing as a woman's responsibility. Information on condom use during pregnancy, the role of the partner in prevention and the perspective of comprehensiveness in health care are scarce. The results point to the need to develop communication actions for women that include sociocultural factors (social class, race, gender norms) which condition vulnerability to HIV/Aids and Syphilis.(AU)


Asunto(s)
Humanos , Sífilis Congénita/prevención & control , Infecciones por VIH/prevención & control , Mujeres Embarazadas , Materiales Educativos y de Divulgación , Transmisión Vertical de Enfermedad Infecciosa/prevención & control , Género y Salud
14.
Rev. Bras. Saúde Mater. Infant. (Online) ; 19(4): 837-849, Sept.-Dec. 2019. tab
Artículo en Inglés | LILACS | ID: biblio-1057125

RESUMEN

Abstract Objectives: we investigated the lifetime prevalence of abortion and life contexts and reasons reported for first abortion among women living (WLHA) and not living with HIV/AIDS(WNLHA). Methods: representative samples of 975 users of public health care reference network for HIV/AIDS and of 1,003 users of the primary care public services in São Paulo municipality were selected by cluster-stratified sampling and answered an electronic socio-behavioral questionnaire. Results: the prevalence of abortion was 11.9% (CI95%9.8-13.9) among WLHA and 3.0% (CI95%2.4-5.7) for WNLHA.Most abortions (128) among WLHA occurred before diagnosis and 28 after diagnosis or during pregnancy when diagnosis was given. The majority of women did not use any contraception at the time of the first abortion. The use of misoprostol was the most reported method. Having HIV was very important in deciding to abort for half of the WLHA. Absence of marital life and the lack of desire to have children were the most reported reasons by both groups. Conclusions: the similarity in contexts and reasons to abort among WLHA and WNLHA suggests that they share experiences molded by gender and social inequalities that affect their ability to access sexual and reproductive health resources and services.


Resumo Objetivos: investigou-se a prevalência de aborto provocado alguma vez na vida e os contextos de vida e motivos referidos para realização do primeiro aborto entre mulheres vivendo (MVHA) e não vivendo com HIV/AIDS (MNVHA). Métodos: amostras representativas de 975 usuárias da rede especializada em HIV/AIDS e de 1.003 usuárias da rede de atenção básica no município de São Paulo foram selecionadas por amostragem estratificada por conglomerados e responderam um questionário eletrônico sócio-comportamental. Resultados: a prevalência de aborto provocado foi de 11,9% (IC95%9,8-13,9) entre MVHA e de 3,0% (IC95%2,4-5,7) para MNVHA. A maioria dos abortos (128) entre MVHA ocorreu antes do diagnóstico e 28 após o diagnóstico ou na gravidez que este foi dado. A maioria das mulheres não fazia contracepção à época do primeiro aborto. O uso de miso-prostol foi o método mais referido. Ter HIV foi muito importante na decisão de abortar para metade das MVHA. Ausência de vida conjugal e o não desejo de ter filhos foram os motivos mais referidos por ambos os grupos. Conclusões: a semelhança nos contextos e motivos para a realização de aborto entre MVHA e MNVHA sugere que elas compartilham experiências moldadas por desigualdades sociais e de gênero que afetam suas possibilidades de acesso a recursos e serviços de saúde sexual e reprodutiva.


Asunto(s)
Humanos , Femenino , Embarazo , Adolescente , Adulto , Persona de Mediana Edad , Adulto Joven , Síndrome de Inmunodeficiencia Adquirida/epidemiología , Aborto Inducido/estadística & datos numéricos , Atención Primaria de Salud , Conducta Sexual , Factores Socioeconómicos , Brasil/epidemiología , Abortivos , Conducta de Elección , Prevalencia , Estudios Transversales , Misoprostol/administración & dosificación , Aborto Inducido/métodos , Conducta Anticonceptiva
15.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 24(5): 1793-1807, Mai. 2019. tab
Artículo en Portugués | LILACS | ID: biblio-1001801

RESUMEN

Resumo Segundo as diretrizes globais atuais, a realização do teste anti-HIV é crucial para o sucesso da estratégia do 'tratamento como prevenção' (TcP) e controle da Aids. Dado o compromisso do Brasil com essa política, este artigo objetiva caracterizar os princípios e justificativas do TcP e discutir os desafios da sua implementação. A reflexão é orientada por uma revisão sistemática da literatura internacional de 2005 a 2015 sobre estratégias de captação e oferta do teste do HIV entre homens que fazem sexo com homens (HSHs). Tal escolha parte do pressuposto de que a produção acadêmica é uma fonte relevante para compreender os fundamentos e apropriações das políticas globais de Aids nos contextos locais. Segundo a análise dos 65 artigos selecionados, a TcP opera uma transformação no paradigma preventivo. Prevalece uma superposição entre prevenção e assistência, sugerindo maior peso aos conhecimentos e práticas biomédicos. Esse enfoque não contempla o enfrentamento de fatores estruturais associados à vulnerabilidade ao HIV e ao estigma da Aids e a participação de ativistas e PVHA como produtores autônomos de praticas preventivas. Argumentamos que a efetividades da TcP no Brasil requer uma discussão sobre a garantia dos direitos humanos e problemas estruturais e programáticos do sistema público de saúde.


Abstract According to current global AIDS guidelines, HIV testing is key to the success of the 'treatment as prevention' (TasP) strategy and the control of AIDS. In view of Brazil's commitment to these guidelines, this article characterizes the principles and justifications underpinning TasP and discusses implementation challenges. The analysis draws on a systematic review of the literature (2005 to 2015) on recruitment and testing strategies for men who have sex with men. This approach was adopted based on the assumption that current knowledge on HIV testing can offer valuable insights into the foundations of global AIDS policies and their uptake in local contexts. Based on the analysis of the 65 articles selected, we suggest that TasP represents a shift in the AIDS prevention paradigm. There is an overlap between prevention and care and the new approach places major emphasis on biomedical and psychological knowledge. The TasP approach fails to address the factors associated with HIV vulnerability and the stigma surrounding AIDS and undermines the participation of activists and PLWHA as autonomous producers of preventive of preventive practices. We argue that, to ensure the effective implementation of TasP in Brazil, it is necessary to discuss issues such as the protection of human rights and the structural problems facing Brazil's public health system.


Asunto(s)
Humanos , Masculino , Infecciones por VIH/diagnóstico , Tamizaje Masivo/métodos , Síndrome de Inmunodeficiencia Adquirida/diagnóstico , Brasil , Infecciones por VIH/prevención & control , Salud Pública , Síndrome de Inmunodeficiencia Adquirida/prevención & control , Guías de Práctica Clínica como Asunto , Homosexualidad Masculina , Estigma Social , Minorías Sexuales y de Género
17.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 35(4): e00111318, 2019.
Artículo en Portugués | LILACS | ID: biblio-1001655

RESUMEN

Frente às mudanças e permanências nos costumes, normas e políticas sexuais no Brasil, o artigo analisa as experiências de acesso de mulheres trans/travestis aos serviços de saúde e discute a discriminação sexual/de gênero e as suas demandas aos serviços de transição de gênero e prevenção da aids. O estudo envolveu entrevistas com nove mulheres trans/travestis, de 23-45 anos, das camadas populares da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil, realizadas em 2016, e observações de contextos de prostituição e sociabilidade. Comparando com as agressões vividas anos atrás, as narrativas das mulheres trans/travestis destacam avanços sociais. Relatam que os profissionais não as discriminam por sua condição, embora haja resistência ao uso do nome social. Esse constrangimento, somado aos problemas estruturais do Sistema Único de Saúde (SUS), são minimizados devido à agência das trans/travestis para obter atendimento, seja pelo recurso às redes de contatos, seja por sua consciência de direitos de cidadania. As narrativas sobre a busca por mudanças corporais para a transição de gênero revelam uma conjugação, por vezes tensa, entre as tecnologias oferecidas nos serviços de saúde e aquelas manejadas pelas travestis. Embora as políticas de aids focalizem ações para trans/travestis, a prevenção do HIV não está entre as suas principais demandas aos serviços. Há obstáculos de ordem subjetiva para acessar os serviços, decorrentes do estigma internalizado e da associação da infecção pelo HIV com suas condições de vida. A melhoria da atenção em saúde da população trans/travesti requer um debate sobre os problemas estruturais do SUS, a defesa da visão ampliada de cuidado do sistema e investimentos na capacitação profissional.


Frente a los cambios y permanencias culturales, normativas y políticas en Brasil, el artículo analiza las experiencias de acceso de mujeres trans/travesti a servicios de salud, y discute la discriminación sexual/de género y sus demandas respecto a los servicios de transición de género y prevención del SIDA. En el estudio se realizaron entrevistas con nueve mujeres trans/travestis, de 23-45 años, procedentes de estratos populares, de la Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, Brasil, realizadas en 2016 y observaciones en contextos de prostitución y sociabilidad. Comparando las agresiones vividas en el pasado, los relatos de las mujeres trans/travesti destacan avances sociales. Describen que los profesionales no las discriminan por su condición, aunque haya resistencia al uso del nombre social. Este inconveniente, sumado a los problemas estructurales del Sistema Único de Saúde (SUS), son minimizados devido a la agencia de las trans/travestis para obtener atención, gracias a las redes de contactos y su conciencia sobre sus derechos como ciudadanas. Los relatos sobre la búsqueda de cambios corporales para la transición de género revelan una tensión, entre las tecnologías ofrecidas por los servicios de salud y aquellas que manejan las travestis. Aunque las políticas de SIDA enfaticen acciones orientadas a trans/travestis, la prevención del VIH no está entre sus principales demandas de servicios. Existen obstáculos de carácter subjetivo para acceder a estos servicios, derivados del estigma internalizado y de la asociación de la infección por VIH con sus condiciones de vida. La mejora de la atención en salud de la población trans/travesti requiere un debate sobre los problemas estructurales del SUS, la defensa de su visión amplia de cuidado e inversiones en la capacitación profesional.


Given both the changes in sexual customs, norms and policies and the persistent patterns in Brazil, the article analyzes the experiences of transgender women/transvestites with access to health services and discusses sexual/gender discrimination and their demands for gender transition and AIDS prevention services. The study involved interviews with nine transgender women/transvestites 23-45 years of age from low-income strata in the Baixada Fluminense region of Greater Metropolitan Rio de Janeiro, Brazil, in 2016 and observation of contexts of prostitution and sociability. Compared to the violence experienced years previously, the narratives of transgender women/transvestites highlight important social strides. They report that health professionals do not discriminate against them based on their condition, although they resist calling them by their social names. This embarrassment and the structural problems of the Brazilian Unified National Health System (SUS) are minimized by the agency of trans women/transvestites in obtaining care, such as recourse to contact networks and awareness of their civil rights. The narratives on their search for body changes for transitioning often reveal a tense combination of the technologies offered by health services and those managed by transvestites themselves. Although AIDS policies focus on measures for trans women/transvestites, HIV prevention is not among their main demands on health services. There are subjective barriers for accessing services, resulting from internalized stigma and the association of HIV infection with their living conditions. Improvement in healthcare for the trans/travestite population requires a debate on structural problems in the SUS, the defense of its expanded view of care, and investments in professional training.


Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Adulto , Persona de Mediana Edad , Adulto Joven , Travestismo , Personas Transgénero , Servicios de Salud para las Personas Transgénero , Brasil , Infecciones por VIH/prevención & control , Atención a la Salud , Investigación Cualitativa , Discriminación Social , Identidad de Género , Accesibilidad a los Servicios de Salud
18.
Interface (Botucatu, Online) ; 23: e180410, 2019. graf
Artículo en Portugués | LILACS-Express | LILACS | ID: biblio-1012469

RESUMEN

As políticas globais e nacional de resposta à Aids têm enfatizado atualmente o tratamento como prevenção, as profilaxias pós e pré-exposição ao HIV e a prevenção combinada. O artigo analisa a tradução dessas políticas no âmbito local, com base em uma pesquisa social em municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro centrada no contexto programático de prevenção e cuidado do HIV/Aids e na vulnerabilidade ao HIV de gays, travestis e prostitutas. Os hiatos entre as diretrizes e os contextos locais são abordados a partir de quatro temas: ampliação da oferta de testagem; desafios das ações focalizadas; distância entre testar e tratar; e o alcance das combinações na prevenção combinada. Buscamos demonstrar a importância da compreensão dos processos sociais que perpassam a implementação das estratégias preconizadas globalmente, que precisam ainda ser consideradas no enfrentamento da epidemia.(AU)


Global and national AIDS response policies emphasize treatment as prevention, pre and post- exposure prophylaxis, and combination prevention. This article analyzes the implementation of such policies at local level drawing on the findings of a social study conducted in municipalities in the metropolitan region of Rio de Janeiro , Brasil, centered on HIV/AIDS prevention and care and the vulnerability of gays, transvestites, and prostitutes. The gaps between policy and local action are addressed focusing on four issues: the expansion of HIV testing, challenges facing targeted actions, the distance between testing and treatment, and the reach of combinations in combination prevention. We demonstrate the importance of understanding the social processes that cut across the implementation of the global recommendations and guidelines and suggest that these processes must to be taken into account to effectively tackle the HIV/AIDS epidemic.(AU)


Las políticas globales y nacional de respuesta al Sida han enfatizado actualmente el tratamiento como prevención, las profilaxis post y preexposición al VIH y la prevención combinada. El artículo analiza la traducción de esas políticas en el ámbito local, con base en una investigación social en municipios de la región metropolitana de Río de Janeiro, Brasil, centrada en el contexto programático de prevención y cuidado del VIH/Sida y la vulnerabilidad al VIH de gais, travestis y prostitutas. Los hiatos entre las directrices y los contextos locales se abordan a partir de cuatro temas: ampliación de la oferta de testes, desafíos de las acciones focalizadas, la distancia entre el teste y el tratamiento y el alcance de las combinaciones en la prevención combinada. Buscamos demostrar la importancia de la comprensión de los procesos sociales presentes en la implementación de las estrategias preconizadas globalmente que todavía tienen que llevarse en consideración en el enfrentamiento de la epidemia.(AU)

19.
Sex., salud soc. (Rio J.) ; (30): 183-200, set.-dez. 2018.
Artículo en Portugués | LILACS | ID: biblio-986123

RESUMEN

Resumo Orientado pelos estudos do care, este texto reflete sobre a noção do cuidado entre mulheres integrantes do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP) no Rio de Janeiro. A partir de uma abordagem qualitativa, o trabalho descreve a entrada dessas mulheres no movimento social após o diagnóstico do HIV e analisa as suas práticas de (auto)cuidado. O trabalho de campo envolveu oito entrevistas e observação participante das atividades do MNCP entre 2014 e 2015. Os depoimentos ilustram a naturalização do cuidado de outros como uma responsabilidade das mulheres. Nas trajetórias das entrevistadas predominam situações de desigualdades sociais e de gênero que comprometem a qualidade de vida e o autocuidado. Os achados indicam a necessidade de se fomentar a reflexão sobre a ética do cuidado numa perspectiva feminista, no contexto do movimento social de mulheres soropositivas.


Abstract Informed by the studies of care, this text examines the notion of care among women from the National Movement of Posithivas Citizens (MNCP) in Brazil. Based on a qualitative approach, the paper describes the ingress of these women in the social movement after receiving the HIV diagnosis and analyzes their self-care practices. Field work consisted of eight interviews and a participant observation of the movement's activities, between 2014 and 2015. The collected testimonies illustrate the normalization of the perspective that caring for others is the sole responsibility of women. Situations of social and gender inequalities are prominent in the trajectories of the interviewees and compromise their quality of life and self-care. The findings indicate the need to foster a reflection on the ethics of care through a feminist perspective, within the context of the social movement of seropositive women.


Resumen Orientado por los estudios del care, este texto refleja sobre la noción del cuidado entre mujeres integrantes del Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP) en Río de Janeiro. A partir de un enfoque cualitativo, el trabajo describe la entrada de esas mujeres en el movimiento social después del diagnóstico del VIH y analiza sus prácticas de (auto)cuidado. El trabajo de campo involucró ocho entrevistas y observación participante de las actividades del MNCP entre 2014 y 2015. Los testimonios ilustran la naturalización del cuidado de los otros como una responsabilidad de las mujeres. En las trayectorias de las entrevistadas predominan situaciones de desigualdades sociales y de género que comprometen la calidad de vida y el autocuidado. Los hallazgos indican la necesidad de fomentar la reflexión sobre la ética del cuidado en una perspectiva feminista, en el contexto del movimiento social de mujeres seropositivas.


Asunto(s)
Humanos , Femenino , Adulto , Persona de Mediana Edad , Anciano , Autocuidado , Síndrome de Inmunodeficiencia Adquirida/diagnóstico , VIH , Cuidadores , Feminismo , Ética , Identidad de Género , Mujeres , Brasil , Violencia Doméstica , Investigación Cualitativa , Factores Socioeconómicos
20.
Ciênc. Saúde Colet. (Impr.) ; 23(10): 3223-3232, Out. 2018. tab
Artículo en Portugués | LILACS | ID: biblio-974673

RESUMEN

Resumo Diante do papel histórico da sociedade civil organizada nas respostas sociais à aids e na governança global em saúde, o artigo analisa a biografia de mulheres com HIV/aids, integrantes do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP), uma rede nacional de mulheres soropositivas. Utilizou-se abordagem qualitativa, com observações das ações do MNCP no Rio de Janeiro e entrevistas individuais com oito integrantes do MNCP, sobre suas motivações e experiências no movimento. A maioria das entrevistadas tinha mais de 50 anos e foi diagnosticada na década de 1990. Suas biografias foram marcadas por desigualdades sociais e de gênero. A entrada no MNCP resultou da necessidade de suporte pós-diagnóstico do HIV e do pouco acolhimento nos serviços de saúde. O movimento contribuiu para reconstrução da identidade social, acesso a informação sobre cuidado e apoio social. Segundo os achados, as ações do movimento não priorizam pautas do movimento feminista e o enfrentamento do estigma da aids e das condições de vulnerabilidade ao HIV. Frente ao atual contexto, global e nacional, de recrudescimento de intervenções biomédicas nas políticas de aids e da redução de recursos para o movimento social, o estudo fomenta reflexões sobre os desafios da sociedade civil organizada nas respostas sociais locais a epidemia de aids.


Abstract Faced with the historical role of organized civil society in the social responses to AIDS and the global health governance, this paper analyzes the biography of women living with HIV/AIDS, members of the National Movement of Posithive Citizens (MNCP), a national network of HIV-positive women. We used a qualitative approach with observations about the actions of the MNCP in Rio de Janeiro and individual interviews with eight members of the MNCP about their motivations and experiences in the movement. Most of the respondents were older than 50 years and had been diagnosed in the 1990s. Their biographies have been marked by social and gender inequalities. Their entry into the MNCP resulted from the need for HIV post-diagnosis support and in health servicesill-equipped to receive them. The movement contributed to the reconstruction of social identity, access to information on care and social support. According to the findings, the actions of the movement do not prioritize the feminist movement's agenda and coping with AIDS-related stigma and HIV vulnerability. Faced with the current global and national context of increased biomedical interventions in AIDS policies and declining resources for the social movement, the study fosters reflections on the challenges of organized civil society in local social responses to the AIDS epidemic.


Asunto(s)
Humanos , Femenino , Adulto , Anciano , Apoyo Social , Adaptación Psicológica , Infecciones por VIH/psicología , Síndrome de Inmunodeficiencia Adquirida/psicología , Identificación Social , Brasil , Entrevistas como Asunto , Estigma Social , Persona de Mediana Edad
SELECCIÓN DE REFERENCIAS
DETALLE DE LA BÚSQUEDA