RESUMEN
Contexto e objetivo: A transmissão de doenças por mosquitos afeta a população e a economia de todo o mundo. Há um número considerável de doenças que podem ser transmitidas por mosquitos, com destaque para a malária e a dengue, endêmica em regiões tropicais. Evidentemente, medidas preventivas são imprescindíveis para a redução da transmissão. Avaliar as evidências de efetividade das telas de proteção com e sem inseticida para prevenção de doenças transmitidas por mosquitos. Métodos: Trata-se de sinopse baseada em evidências. Procedeu-se à busca por estudos que associavam o uso de telas de proteção contra mosquitos à redução do contágio de doenças transmitidas por mosquitos em três bases de dados: PubMed (1966-2024), Portal BVS (1982-2024) e Epistemonikos (2024) e também no metabuscador de evidências TRIP DATABASE (2024). O desfecho de análise envolveu a efetividade das telas de proteção na redução de doenças transmitidas por mosquitos. Resultados: Foram encontradas 307 citações. Seis estudos (1 revisão sistemática e 5 ensaios clínicos) foram incluídos. Discussão: A maioria dos estudos envolveu a colocação de telas de proteção com inseticida, havendo evidência de alta certeza para redução de mortalidade por malária e redução na entrada de mosquitos nas habitações, mesmo com redes sem inseticida. Conclusões: Embora não haja robustez na evidência da efetividade das telas de proteção sem inseticidas contra mosquitos transmissores de doenças, o que demanda a necessidade de realização de novos estudos prospectivos, parece lícita e benéfica a utilização de telas de proteção em regiões endêmicas para doenças transmitidas por esses vetores.
Asunto(s)
Revisión , Práctica Clínica Basada en la Evidencia , Dengue , Malaria , CulicidaeRESUMEN
Contextualização: O selênio é um componente fundamental em uma série de reações orgânicas que protegem contra o estresse oxidativo e com potencial para tratar e prevenir doenças, segundo a literatura. Objetivos: Sumarizar as evidências de revisões sistemáticas da Cochrane, referentes à efetividade da suplementação de selênio para tratamento e prevenção de doenças. Métodos: Trata-se de overview de revisões sistemáticas Cochrane. Procedeu-se à busca na Cochrane Library (2024), sendo utilizado o descritor "SELENIUM". Todas as revisões sistemáticas de ensaios clínicos foram incluídas. O desfecho primário de análise foi a melhora clínica, a redução dos sintomas ou a prevenção da doença. Resultados: Sete estudos foram incluídos, totalizando 122 ensaios clínicos e 50.267 participantes. Discussão: Há evidência com alto grau de certeza, segundo as revisões sistemáticas realizadas pela Cochrane, de que a suplementação de selênio não reduz o risco de câncer. Pode haver algum benefício para redução de episódios de sepse em crianças com prematuridade extrema, mas o nível de evidência é bastante limitado nesse caso, devido a reduzida amostragem e alta heterogeneidade nos estudos.
Asunto(s)
Selenio , Revisión Sistemática , Prevención de EnfermedadesRESUMEN
Contexto: A associação entre a cafeína e o zumbido é bastante descrita na literatura, mas o papel da cafeína no zumbido não é claramente explicado. A redução no consumo de cafeína ou mesmo sua abolição é recomendada como meio de melhorar o zumbido. Entretanto, há fundamentação nessa orientação? Há evidências científicas que respaldam essa ação? Objetivo: Avaliar as evidências relativas à possível associação entre a ingestão de cafeína e o zumbido. Métodos: Trata-se de sinopse baseada em evidências. Procedeu-se à busca por estudos que associavam cafeína e zumbido em quatro bases de dados: Cochrane - Central de Registros de Ensaios Clínicos - CENTRAL (2023), PubMed (1966-2023), Portal Regional Biblioteca Virtual em Saúde (1982-2023) e Embase (1974-2023). Foram utilizados os descritores "caffeine" e "tinnitus". Dois pesquisadores, independentemente, extraíram os dados e avaliaram a qualidade dos estudos para a síntese. O desfecho primário de análise envolveu a relação entre o consumo de cafeína e o zumbido. Resultados: Foram encontradas 79 referências. Cinco estudos (1 ensaio clínico, 2 coortes e 2 estudos caso-controle) foram incluídos (n = 65.856 participantes). Discussão: A literatura apresenta poucos estudos que buscam a relação entre o consumo de cafeína e o zumbido. Trata-se de estudos com amostragem reduzida e limitações metodológicas. A evidência é baixa e são necessários novos estudos. Conclusões: Não é possível concluir sobre uma possível relação entre a cafeína e o zumbido. Há poucos estudos prospectivos realizados e a evidência é baixa, sendo necessária a realização de novos estudos prospectivos de qualidade para elucidação dessa questão.
Asunto(s)
Acúfeno , Cafeína , Estimulantes del Sistema Nervioso CentralRESUMEN
Contextualização: A suplementação de zinco tem sido recomendada para o tratamento e a prevenção de muitas doenças, mas já foi demonstrado que os achados in vitro não são os mesmos evidenciados na clínica, havendo carência de evidências científicas em humanos, relativa ao real benefício dessa suplementação para o organismo humano. Objetivos: Sumarizar as evidências de revisões sistemáticas da Cochrane, referentes à efetividade da suplementação de zinco para tratamento e prevenção de doenças. Métodos: Trata-se de overview de revisões sistemáticas Cochrane. Procedeu-se à busca na Cochrane Library (2024), sendo utilizado o descritor "ZINC". Todas as revisões sistemáticas de ensaios clínicos foram incluídas. O desfecho primário de análise foi a melhora clínica, a redução dos sintomas ou a prevenção da doença. Resultados: Quatorze estudos foram incluídos, totalizando 221 ensaios clínicos e 265.113 participantes. Discussão: há evidência de benefício do zinco na anemia falciforme (redução de crises e infecções); na prevenção de diarreia aguda ou persistente em regiões com taxas elevadas de desnutrição; na prevenção da diarreia e melhora no crescimento de crianças de 6 meses a 12 anos de idade; na redução da mortalidade e no ganho de peso a curto prazo em prematuros; e na redução da incidência e prevalência de pneumonia em crianças de 2 a 59 meses de idade. É necessário cautela, pois não há robustez dos resultados e o nível de evidência é limitado. Conclusão: Há evidência de efetividade do zinco em algumas intervenções, mas a evidência é limitada, sugerindo-se a realização de novos estudos prospectivos de qualidade.
Asunto(s)
Zinc , Revisión Sistemática , Terapéutica , Ensayo Clínico , Práctica Clínica Basada en la EvidenciaRESUMEN
Contextualização: As doenças cardiovasculares (DCV) representam a principal causa de morte no Brasil e no mundo e a dieta mediterrânea (DM) surgiu como possibilidade de prevenção dessas doenças. Ela envolve o alto consumo de frutas, vegetais, frutos do mar, nozes, legumes, grãos e azeite, e ingestão moderada de vinho nas refeições, além de menor ingestão de carnes vermelhas e processadas, gordura saturada, doces e bebidas açucaradas. Objetivo: Avaliar a efetividade da DM para prevenção de DCV. Métodos: Trata-se de overview de revisões sistemáticas. Procedeu-se à busca por estudos que associavam a DM às DCV em quatro bases eletrônicas de dados: Cochrane - Central de Registros de Ensaios Clínicos - CENTRAL (2023), PubMed (1966-2023), Portal BVS (1982-2023) e EMBASE (1974-2023). Dois pesquisadores, independentemente extraíram os dados e avaliaram a qualidade dos estudos para a síntese. O desfecho primário de análise envolveu a prevenção de doença cardiovascular e a redução de mortalidade. Resultados: 5 revisões sistemáticas foram incluídas, totalizando 74 ensaios clínicos (n = 124.820) e 16 coortes prospectivas (n = 722.495). Discussão: Embora os estudos incluídos relatem benefícios favoráveis à DM para prevenção de DCV, as evidências são de baixa a moderada qualidade, diante da heterogeneidade e fragilidades metodológicas. Sugere-se a realização de novos estudos clínicos com padronização de relato dos resultados. Conclusão: Parece haver benefício da DM para prevenção de DCV, mas diante das evidências limitadas, há incertezas que tornam lícita a recomendação por novos ensaios clínicos com comparação a outras dietas, para maior robustez dos achados.
Asunto(s)
Dieta Mediterránea , Cardiopatías , Ensayo Clínico , Prevención de Enfermedades , Práctica Clínica Basada en la EvidenciaRESUMEN
Contextualização: A vitamina D tem sido utilizada na prática clínica e amplamente divulgada na mídia como opção preventiva ou terapêutica em muitas doenças esqueléticas e não esqueléticas, mas sua efetividade, em muitos casos, é ainda incerta. Objetivos: Sumarizar as evidências de revisões sistemáticas da Cochrane, referentes à efetividade da vitamina D para tratamento e prevenção de doenças. Métodos: Trata-se de overview de revisões sistemáticas Cochrane. Procedeu-se à busca na Cochrane Library (2023), sendo utilizado o descritor MeSH "VITAMIN D". Todas as revisões sistemáticas de ensaios clínicos foram incluídas. O desfecho primário de análise foi a melhora clínica, a redução dos sintomas ou a prevenção da doença. Resultados: 22 estudos foram incluídos, totalizando 284.404 participantes. Há evidência de baixa qualidade relativa a benefícios da suplementação da vitamina D na gestação para mãe e recém-nascido, não sendo encontrados, até o momento, benefícios para outras condições avaliadas. Discussão: Nenhuma intervenção mostrou efetividade com evidência de boa qualidade. Embora haja descrição de benefícios na redução do risco de pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, baixo peso do bebê ao nascimento, redução no risco de hemorragia grave pós-parto e redução de fraturas em idosos (quando associada à suplementação de cálcio), esses achados têm evidência limitada e carecem de melhor análise no futuro próximo, a partir de novos ensaios clínicos. Conclusão: Atualmente, não há suporte com bom nível de evidência para a maioria das intervenções com suplementação de vitamina D, sendo recomendada a realização de novos ensaios clínicos para melhor robustez dos achados desses estudos.
Asunto(s)
Terapéutica , Vitamina D , Revisión Sistemática , Efectividad , Ensayo Clínico , Colecalciferol , Práctica Clínica Basada en la EvidenciaRESUMEN
Contextualização: A migrânea, também conhecida por enxaqueca, é um distúrbio sensorial relacionado a fatores genéticos, psicológicos e anatômicos, que afeta cerca de 10% dos adultos, trazendo impacto pessoal, social e econômico. Objetivos: Sumarizar as evidências de revisões sistemáticas, referentes à efetividade da toxina botulínica para prevenção de migrânea. Métodos: Trata-se de overview de revisões sistemáticas. Procedeu-se à busca em três bases eletrônicas de dados: Cochrane - Central de Registros de Ensaios Clínicos CENTRAL (2023), PubMed (1966-2023) e EMBASE (1974-2023), sendo utilizados os descritores MeSH "Migraine disorders" e "Botulinum toxins". Todas as revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados (ECRs) em humanos foram incluídas. O desfecho primário de análise foi a melhora clínica. Resultados: Foram recuperadas 21 revisões sistemáticas e, diante dos critérios de inclusão, 4 foram incluídas, totalizando 94 ECRs (n = 16.104 participantes). Os estudos sugerem que a toxina botulínica pode ser benéfica na redução do número de crises, intensidade de dor e melhora na qualidade de vida dos pacientes. Entretanto, a evidência é limitada. Discussão: Embora os estudos incluídos tragam benefícios favoráveis à toxina botulínica para prevenção da migrânea, a evidência é de baixa qualidade, diante da heterogeneidade, fragilidades metodológicas e riscos nas análises desses estudos. Sugere-se a comparação da efetividade da toxina botulínica com outras intervenções disponíveis, objetivando melhor elucidação da questão. Conclusão: Parece haver algum benefício da toxina botulínica para prevenção de crises de migrânea, mas a evidência até o momento é limitada, sendo recomendada a comparação com outras terapêuticas utilizadas para prevenção da migrânea.
Asunto(s)
Humanos , Toxinas Botulínicas/uso terapéutico , Medicina Basada en la Evidencia , Trastornos Migrañosos/prevención & control , Ensayos Clínicos Controlados Aleatorios como Asunto , Resultado del Tratamiento , Revisiones Sistemáticas como AsuntoRESUMEN
Contextualização: O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento bastante prevalente e caracterizado por alterações nos níveis de atenção, presença de hiperatividade e impulsividade, cuja efetividade das abordagens terapêuticas é discutível atualmente. Objetivos: Sumarizar as evidências de revisões sistemáticas da Cochrane, referentes à efetividade das intervenções para tratamento de TDAH. Métodos: Trata-se de overview de revisões sistemáticas Cochrane. Procedeu-se à busca na Cochrane Library (2023), sendo utilizado o descritor MeSH "Attention Deficit Disorder with Hiperactivity". Todas as revisões sistemáticas de ensaios clínicos foram incluídas. O desfecho primário de análise foi a melhora clínica (redução dos sintomas). Resultados: Treze estudos foram incluídos, totalizando 317 ensaios clínicos (n = 25.946 participantes). Foram avaliadas intervenções com anfetaminas, antidepressivos, ácidos graxos poli-insaturados tipo ômega 3 e 6, acupuntura, terapia de meditação, terapia cognitivo-comportamental e treinamento dos pais. Discussão: Nenhuma intervenção mostrou efetividade com evidência de boa qualidade. Embora a maioria das intervenções pareça trazer algum benefício na redução dos sintomas do TDAH, há riscos de efeitos adversos, em geral não graves, sobretudo nos tratamentos farmacológicos. Os estudos realizados até o momento são heterogêneos e desprovidos de análises por subgrupos, o que impacta a obtenção de melhor evidência. Sugere-se a realização de novos ensaios clínicos com padronização de relato dos resultados. Conclusão: Não há suporte com bom nível de evidência atualmente para a maioria das intervenções para tratamento do TDAH, à luz das revisões sistemáticas da Cochrane, sendo sugerida a realização de novos ensaios clínicos de qualidade.
Asunto(s)
Humanos , Trastorno por Déficit de Atención con Hiperactividad/terapia , Medicina Basada en la Evidencia , Ensayos Clínicos como Asunto , Resultado del Tratamiento , Revisiones Sistemáticas como AsuntoRESUMEN
ABSTRACT BACKGROUND: Tocilizumab is an anti-human interleukin 6 receptor monoclonal antibody that has been used to treat coronavirus disease 2019 (COVID-19). However, there is no consensus on its efficacy for the treatment of COVID-19. OBJECTIVE: To evaluate the effectiveness and safety of tocilizumab for treating COVID-19. DESIGN AND SETTING: Systematic Review of randomized controlled trials (RCTs), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), São Paulo (SP), Brazil. METHODS: We searched MEDLINE via PubMed, EMBASE, CENTRAL, and IBECS for RCTs published up to March 2021. Two authors selected studies and assessed the risk of bias and the certainty of the evidence following Cochrane Recommendations. RESULTS: Eight RCTs with 6,139 participants were included. We were not able to find differences between using tocilizumab compared to standard care on mortality in hospitalized patients with COVID-19 (risk ratio (RR) 0.97, 95% confidence interval (CI) 0.84 to 1.13; 8 trials; 5,950 participants; low-certainty evidence). However, hospitalized patients under tocilizumab plus standard care treatment seemed to present a significantly lower risk of needing mechanical ventilation (risk ratio = 0.78; 95% CI 0.64−0.94 moderate-certainty of evidence). CONCLUSIONS: To date, the best evidence available shows no difference between using tocilizumab plus standard care compared to standard care alone for reducing mortality in patients with COVID-19. However, as a finding with a practical implication, the use of tocilizumab in association to standard care probably reduces the risk of progressing to mechanical ventilation in those patients. REGISTRATION: osf.io/qe4fs.
RESUMEN
Contextualização: A displasia broncopulmonar eÌ uma das principais causas de enfermidade respiratória crônica na infância, levando a hospitalizações frequentes e prolongadas e com altos índices de mortalidade, alterações do crescimento poÌndero-estatural e desenvolvimento neuropsicomotor. Tamanho impacto justifica o grande investimento nas pesquisas para identificar suas causas e buscar alternativas para prevenção e tratamento. Objetivos: Avaliar a efetividade das intervenções para prevenção de displasia broncopulmonar em recém-nascidos prematuros com ventilação mecânica invasiva. Métodos: Trata-se de overview de revisões sistemáticas realizadas pela Colaboração Cochrane. Procedeu-se à busca na Cochrane Library (2022), utilizando os termos "neonatal prematurity" e "bronchopulmonary dysplasia". Foram incluídos todos os ensaios clínicos randomizados. O desfecho primário de análise foi a redução de morbimortalidade. Resultados: A estratégia de busca recuperou um total de 47 revisões sistemáticas. Oito foram incluídas, totalizando 94 ensaios clínicos randomizados e 10.511 participantes. Discussão: Os estudos demonstram efetividade de corticosteroides, mas é necessário cautela na dosagem e no momento correto para sua administração. O uso de surfactante sintético pode trazer benefícios respiratórios, mas requer novos estudos. Não se justifica o uso de pentoxifilina. Conclusão: A displasia broncopulmonar tornou-se um grande desafio para o neonatologista e as revisões sistemáticas Cochrane sugerem que a corticoterapia pode ser efetiva na prevenção dessa condição, embora novos estudos sejam recomendados para estabelecer dosagem ideal e melhor momento para a terapêutica.
Asunto(s)
Humanos , Recién Nacido , Respiración Artificial , Displasia Broncopulmonar/prevención & control , Recien Nacido Prematuro , Corticoesteroides/uso terapéutico , Ensayo Clínico Controlado Aleatorio , Resultado del Tratamiento , Revisiones Sistemáticas como AsuntoRESUMEN
Contexto: O aumento de casos de varíola dos macacos fora do continente africano tem causado preocupação às autoridades sanitárias pela maior agressividade, sugerindo a necessidade de maiores cuidados, envolvendo maior risco de evolução desfavorável. Objetivos: Avaliar a efetividade dos mecanismos metabuscadores ao fornecer um mapeamento de evidências com foco em revisões sistemáticas e uma identificação dessas sínteses de evidência para responder questões atreladas à varíola dos macacos para a prática clínica de profissionais de saúde. Métodos: Trata-se de revisão de literatura. Foram pesquisadas cinco ferramentas eletrônicas: Tripdatabase, Epistemonikos, WorldWideScience, Portal Regional BVS e PubMed Clinical Queries. O foco de busca envolveu apenas as sínteses de evidência em revisões sistemáticas. Foi utilizada a terminologia oficial em língua inglesa nos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e no Medical Subject Headings (MeSH): Monkeypox. Resultados: Os metabuscadores obtiveram os resultados para a identificação das sínteses: PubMed: 16 revisões sistemáticas; Tripdatabase: 4 revisões sistemáticas, nas quais somente 3, de fato, eram sobre a varíola dos macacos; Epistemonikos: 19 revisões sistemáticas; WorldWideScience: 35 revisões sistemáticas e Portal Regional BVS: 22 revisões sistemáticas. Discussão: A maior sensibilidade das ferramentas metabuscadoras alavancou os resultados, tornando possível um melhor cenário para profissionais de saúde tomarem decisões. Recomenda-se que essas ferramentas sejam utilizadas como rotina nas estratégias de busca. Conclusão: A análise estratégica de busca, a partir da varíola dos macacos, demonstrou que as ferramentas metabuscadoras apresentam excelente abrangência e cobertura no que tange à obtenção das melhores informações científicas, focadas em evidências, recomendando-se sua utilização como fonte inicial para as buscas de evidências e, também, no aprimoramento das perguntas de pesquisa.
Asunto(s)
Humanos , Animales , Bases de Datos Bibliográficas , Mpox , Práctica Clínica Basada en la Evidencia , Motor de Búsqueda , Metaanálisis como Asunto , Revisiones Sistemáticas como AsuntoRESUMEN
Contexto: A Terapia Notch surgiu como estratégia promissora no controle do zumbido tonal. Trata-se de estratégia que utiliza a plasticidade neural para inibir as frequências laterais àquela do zumbido, equilibrando sinapses excitatórias e inibitórias e, por conseguinte, reduzindo a percepção e incômodo do zumbido. Objetivo: Avaliar a efetividade da Terapia Notch no controle do zumbido tonal. Material e métodos: Trata-se de sinopse baseada em evidências. Procedeu-se à busca por estudos que associavam zumbido e Terapia Notch em quatro bases eletrônicas de dados: Cochrane - Central de Registros de Ensaios Clínicos - CENTRAL (2022), PubMed (1966-2022), Portal BVS (1982-2022) e Embase (1974- 2022). Dois pesquisadores independentemente extraíram os dados e avaliaram a qualidade dos estudos para a síntese. O desfecho primário de análise envolveu a melhora clínica do zumbido. Resultados: Foram encontradas 538 referências. Seis estudos foram incluídos (n = 233 participantes). Discussão: A literatura apresenta poucos estudos clínicos de avaliação da terapia Notch para zumbido. Trata-se de ensaios clínicos com amostragem reduzida e heterogeneidade alta. Embora o nível de evidência seja ainda muito limitado, todos esses estudos concluem que a terapia Notch pode ser efetiva no controle do zumbido tonal. Conclusões: A terapia Notch pode trazer benefícios no controle do zumbido tonal, mas novos ensaios clínicos de qualidade e bom delineamento são necessários para maior robustez da evidência.
Asunto(s)
Terapéutica , Acúfeno , Neurociencias , Práctica Clínica Basada en la Evidencia , Plasticidad NeuronalRESUMEN
Contextualização: A vitamina C (ácido ascórbico) é, sem dúvida, a mais popular dentre as vitaminas e a vedete de vendas na mídia, sobretudo no inverno, sob o slogan de que previne doenças. Objetivos: O estudo avaliou a efetividade da suplementação de vitamina C para tratamento e prevenção de sintomas e doenças, segundo as revisões sistemáticas da Colaboração Cochrane. Métodos: Trata-se de overview de revisões sistemáticas Cochrane. Procedeu-se à busca na Cochrane Library (2022), sendo utilizado o termo "Ascorbic Acid". O desfecho primário de análise foi a redução da incidência da doença ou a melhora clínica, mediante suplementação de vitamina C. Resultados: A estratégia de busca recuperou 26 revisões sistemáticas Cochrane, sendo oito estudos incluídos, seguindo critérios de inclusão. Foram avaliados 91 ensaios clínicos (n = 54.864 participantes). Condições/doenças fetais, pneumonia, resfriado comum, tétano, doença cardiovascular, asma e broncoconstrição por exercício, retinopatia diabética e Doença de Charcot-Marie-Tooth configuraram objetos de análise. Não foi evidenciada efetividade da vitamina C nas análises dessas condições. Discussão: Não há evidência de efetividade da vitamina C para as doenças analisadas. Embora a maioria dos estudos primários tenha limitações sérias e a evidência seja de baixa qualidade, não é possível recomendar a suplementação da vitamina C para essas condições nesse momento. Conclusão: Não há efetividade, nesse momento, da suplementação da vitamina C para prevenção e tratamento de doenças analisadas pela Cochrane, A evidência é bastante limitada e recomenda-se a realização de novos ensaios clínicos randomizados, utilizando-se o CONSORT (Consolidated Standards of Reporting Trials) Statement.
Asunto(s)
Ácido Ascórbico , Usos Terapéuticos , Prevención de Enfermedades , Práctica Clínica Basada en la Evidencia , Revisión SistemáticaRESUMEN
Contexto: O zinco é um elemento-traço que age no sistema auditivo, atuando em sinapses auditivas e na cóclea, sobretudo junto à enzima superóxido dismutase. Objetivo: Avaliar a efetividade da suplementação de zinco para o tratamento de cocleovestibulopatias. Material e Métodos: Trata-se de sinopse baseada em evidências. Procedeu-se à busca por estudos que associavam zinco à perda auditiva, tontura e zumbido em três bases eletrônicas de dados: Cochrane - Central de Registros de Ensaios Clínicos - CENTRAL (2022), PubMed (1966- 2022) e Portal BVS (1982-2022). Dois pesquisadores independentemente extraíram os dados e avaliaram a qualidade dos estudos para a síntese. Os desfechos de análise envolveram melhora de perda auditiva, tontura e zumbido. Resultados: Foram encontrados 231 estudos. Cinco estudos (quatro ensaios clínicos randomizados e uma revisão sistemática) envolvendo um total de 249 pacientes. Discussão: A literatura mundial apresenta poucos estudos relacionando zinco e cocleovestibulopatias. A maioria trata-se de estudos in vitro ou de experimentação animal. Os estudos em humanos são ensaios clínicos de baixa amostragem e elevada heterogeneidade, que avaliaram melhora de perda auditiva e melhora de zumbido. Nenhum estudo avaliou melhora da tontura. O nível de evidência é muito baixo e não permite, nesse momento, aferir a efetividade do zinco para tratamento de cocleovestibulopatias em humanos, sendo sua utilização clínica baseada na experiência de cada profissional. Conclusões: Não há evidência de efetividade da suplementação de zinco no tratamento de cocleovestibulopatias, sendo recomendada a realização de novos estudos de boa qualidade metodológica. PALAVRAS-CHAVE: Zinco, perda auditiva, tontura, zumbido, prática clínica baseada em evidências
Asunto(s)
Humanos , Acúfeno , Zinc/uso terapéutico , Suplementos Dietéticos , Mareo/tratamiento farmacológico , Práctica Clínica Basada en la Evidencia , Pérdida Auditiva/prevención & controlRESUMEN
Contextualização: A pandemia do novo coronavírus é uma das maiores preocupações da sociedade atualmente. O elevado número de mortes associadas ao vírus levou à busca urgente de estratégias terapêuticas eficazes na luta contra a doença. Objetivos: Avaliar a efetividade das intervenções terapêuticas para COVID-19, segundo as revisões sistemáticas da Colaboração Cochrane. Métodos: Trata-se de overview de revisões sistemáticas Cochrane. Procedeu-se à busca na Cochrane Library (2022), sendo utilizado o termo MeSH "COVID-19". Todos os estudos relacionados ao tratamento da COVID-19 foram incluídos. O desfecho primário de análise foi a melhora clínica. Resultados: Nove estudos foram incluídos, totalizando 75 ensaios clínicos randomizados (ECRs) (n = 72.859 participantes). Remdesivir, cloroquina/ hidroxicloroquina, ivermectina e colchicina não reduziram a mortalidade. Corticosteroide sistêmico reduziu discretamente a mortalidade de pacientes internados e diminuiu o número de dias de ventilação mecânica. Tocilizumabe reduziu discretamente a mortalidade até o 28o dia. Não há evidência de benefício de uso de vitamina D, azitromicina e anticorpos monoclonais. Discussão: Embora haja boa evidência para algumas intervenções, a maioria carece de estudos de melhor qualidade. No caso da cloroquina/hidroxicloroquina a evidência é fortemente desfavorável ao uso e suficiente para desencorajar novos estudos. Sugere-se a realização de novos ECRs de qualidade para intervenções cuja efetividade é ainda incerta, seguindo-se as recomendações do CONSORT (Consolidated Standards of Reporting Trials) Statement para melhor elucidação da questão. Conclusão: Não há suporte com bom nível de evidência atualmente para a maioria das intervenções para COVID-19, à luz das revisões sistemáticas da Cochrane.
Asunto(s)
Humanos , Práctica Clínica Basada en la Evidencia , Revisiones Sistemáticas como Asunto , COVID-19/tratamiento farmacológico , Ensayos Clínicos Controlados Aleatorios como AsuntoRESUMEN
INTRODUCTION: Tinnitus is a sound perception not related to stimulation. It can significantly impair the quality of life and its treatment is considered one significant challenge of Medicine. OBJECTIVE: To evaluate systematic reviews developed by Cochrane regarding therapeutic interventions for subjective tinnitus. METHODS: It is an overview of Cochrane systematic reviews. We searched systematic reviews on Cochrane Library. The MeSH term "tinnitus" was used for searches. Inclusion criteria involved therapeutic interventions for patients with subjective tinnitus. RESULTS: The search strategy recovered 577 citations with 14 Cochrane systematic reviews. 13 were included because they were focusing on primary tinnitus interventions. One review had no scope of analysis for tinnitus and it was excluded. 7,998 tinnitus patients were evaluated. CONCLUSION: There is a lack of evidence of the effectiveness of any intervention for tinnitus treatment, considering the studies performed so far and compiled in Cochrane systematic reviews.
INTRODUÇÃO: O zumbido é a sensação do som sem que haja estimulação ambiental. Pode prejudicar significativamente a qualidade de vida e seu tratamento é considerado um grande desafio da Medicina. OBJETIVO: Avaliar as revisões sistemáticas desenvolvidas pela Cochrane, no que concerne às intervenções terapêuticas para o zumbido subjetivo. MÉTODOS: Trata-se de overview de revisões sistemáticas Cochrane. Procedeu-se à busca por revisões sistemáticas na Cochrane Library. Foi utilizado o termo DeCS "zumbido". Os critérios de inclusão envolveram intervenções terapêuticas para pacientes com zumbido subjetivo. RESULTADOS: A estratégia de busca recuperou 577 citações e, destas, 14 revisões sistemáticas Cochrane, sendo que 13 enfocavam intervenções primárias para zumbido, sendo estas incluídas neste estudo. Uma revisão não tinha escopo de análise para zumbido e foi excluída. Foram avaliados 7.998 portadores de zumbido. CONCLUSÃO: Há carência de evidência de efetividade de qualquer intervenção, medicamentosa ou não, para tratamento do zumbido, considerando os estudos realizados até o momento e compilados em revisões sistemáticas Cochrane.
Asunto(s)
Humanos , Terapéutica , Acúfeno/terapia , Medicina Basada en la Evidencia , Revisiones Sistemáticas como AsuntoRESUMEN
Contextualização: A pandemia do novo coronavírus causou até o momento cerca de 3 milhões de mortes no mundo e mudanças significativas na rotina da população. O distanciamento social, o uso de máscaras e as restrições gerais são preconizadas pelos governos como estratégias primárias obrigatórias não medicamentosas, que devem ser incorporadas à sociedade por muito tempo. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar a eficácia das estratégias governamentais não medicamentosas para COVID19. Desenho de estudo: Tratase de scoping review. Metodologia: Procedeuse à busca por estudos no Medline/PubMed, na Cochrane Library e na EMBASE. Foram utilizados descritores do DECS e não houve restrição geográfica e temporal das publicações. Os critérios de inclusão envolveram estudos em humanos abrangendo a exposição às estratégias governamentais não medicamentosas, sendo prioridade o distanciamento social, o uso de máscaras e o lockdown. Resultados: A estratégia de busca recuperou 377 citações e, destas, 10 estudos foram incluídos nessa revisão. Discussão: A maioria dos estudos envolve estudos observacionais e sugerem que o distanciamento social, o lockdown e o uso de máscaras faciais podem reduzir a incidência de novos casos de COVID19. Conclusão: As estratégias de distanciamento físico, de lockdown e o uso de máscaras faciais apresentaram resultado benéfico na maioria dos estudos analisados, contribuindo para a redução de novos casos de COVID19.
Asunto(s)
Estrategias de Salud Nacionales , Prevención de Enfermedades , Práctica Clínica Basada en la Evidencia , Distanciamiento Físico , COVID-19/prevención & control , Máscaras , EficaciaRESUMEN
Contexto: A COVID-19 é uma doença viral que surgiu recentemente e associada à síndrome da angústia respiratória severa (SARS). Seu potencial de gravidade e impacto na saúde da população e economia global é objeto primordial na busca por uma terapêutica eficaz e a ivermectina tem sido recomendada para prevenção e tratamento da COVID-19. Objetivo: Avaliar as evidências na literatura relativas ao uso de ivermectina para prevenção e tratamento de casos de COVID-19. Desenho de estudo: Trata-se de uma sinopse de evidências. Métodos: Procedeu-se a busca nas bases eletrônicas de dados PubMed (1966-2021), EMBASE (1974-2021) e Clinical Trials (2021) e em dois megabuscadores de evidências: Turning Research Into Practice (TRIP) database (2021) e Epstemonikos (2021). Não houve restrição geográfica e de idioma, sendo utilizados descritores e termos do DeCS (Descritores em Ciências da Saúde). O método de síntese envolveu a combinação de estudos semelhantes em uma revisão narrativa. Resultados: Foram identificadas 527 citações e 5 estudos foram incluídos. Há poucos ensaios clínicos concluídos e todos apresentam amostragem pequena. Discussão: A maioria dos estudos disponíveis na literatura respalda-se em respostas terapêuticas in vitro e a recomendação para uso em humanos tem-se baseado nos achados desses estudos. A questão não pode ser respondida com os estudos atuais, sendo recomendada a realização de ensaios clínicos de qualidade. Conclusões: Não há suporte atualmente na literatura para uso da ivermectina na prevenção ou tratamento COVID-19.
Asunto(s)
Neumonía , Ivermectina , Infecciones por Coronavirus , Práctica Clínica Basada en la EvidenciaRESUMEN
ABSTRACT BACKGROUND: Patients with immune-mediated inflammatory diseases (IMID) are at increased risk of infection. OBJECTIVE: To assess whether patients undergoing pharmacological treatment for IMID present higher risk of worse outcomes when diagnosed with COVID-19. DESIGN AND SETTING: Rapid systematic review conducted in the medical school of the Federal University of São Paulo (SP), Brazil. METHODS: We searched CENTRAL, MEDLINE, EMBASE, LILACS, SCOPUS, Web of Science, L·OVE, ClinicalTrials.gov and WHO-ICTRP for studies evaluating patients diagnosed with COVID-19 who were undergoing pharmacological treatment for IMID. Two authors selected studies, extracted data and assessed risk of bias and certainty of evidence, following the Cochrane recommendations. RESULTS: We identified 1,498 references, from which one cohort study was included. This compared patients with and without rheumatic diseases (RD) who all had been diagnosed with COVID-19. Those with RD seemed to have higher chances of hospitalization and mortality, but no statistical difference was detected between the groups: hospitalization: odds ratio (OR) 1.17; 95% confidence interval (CI) 0.6 to 2.29; mortality rate: OR 1.53; 95% CI 0.33 to 7.11 (very low certainty of evidence). Patients with RD were three times more likely to require admission to intensive care units (ICUs), with invasive mechanical ventilation (IMV), than those without RD: OR 3.72; 95% CI 1.35 to 10.26 (for both outcomes; very low certainty of evidence). CONCLUSION: Patients undergoing pharmacological treatment for IMID seem to present higher chances of requiring admission to ICUs, with IMV. Additional high-quality studies are needed to analyze the effects of different treatments for IMID.