RESUMEN
Resumo Fundamento Pacientes com idade superior a 50 anos requerem quatro vezes mais intervenções cirúrgicas que o grupo mais jovem. Muitas diretrizes recomendam a realização do eletrocardiograma pré-operatório nessa faixa etária. Objetivos Determinar a importância do ECG pré-operatório em pacientes com idade superior a 50 anos e com classificação de risco cirúrgico ASA I e II. Métodos Foram recrutados pacientes com idade superior a 50 anos, sem comorbidades, submetidos à intervenção cirúrgica sob anestesia geral. Os pacientes foram randomizados para a realização (grupo A n=214) ou não (grupo B n=213) do ECG pré-operatório. Foram analisadas as variáveis: sexo, idade, resultado do ECG, da radiografia do tórax e dos exames laboratoriais, risco cirúrgico, duração do procedimento, eventos adversos e mortalidade intra-hospitalar. O nível de significância estatística adotado foi de 5%. Resultados Houve ocorrência de desfechos adversos em 23 (5,4%) pacientes, com um número significante de eventos adversos nos pacientes do sexo masculino (OR=7,91, IC95% 3,3-18,90, p<0,001) e naqueles com intervenções de maior porte cirúrgico (OR=30,02, IC95% 4,01-224,92, p<0,001). Não houve diferença entre os grupos que realizaram ou não o ECG (OR=1,59, IC95% 0,67-3,75, p=0,289). As demais variáveis não mostraram diferenças significantes. Na regressão logística multivariada o sexo masculino (OR=6,49; IC95% 2,42-17,42, p<0,001) e o porte cirúrgico (OR=22,62; IC95% 2,95-173,41, p=0,002) foram preditores independentes de desfechos adversos, enquanto realizar ou não ECG (OR=1,09; IC95% 0,41-2,90, p=0,867) permaneceu sem significância estatística. Conclusões Os resultados sugerem que o ECG pré-operatório não foi capaz de predizer aumento do risco de desfechos adversos nos pacientes estudados, durante a fase hospitalar.
Abstract Background Patients aged over 50 years require four times more surgical interventions than younger groups. Many guidelines recommend the performance of preoperative electrocardiogram (ECG) in this population. Objectives To determine the value of preoperative ECG in patients aged over 50 years and classified as ASA I-II (surgical risk). Methods Patients older than 50 years, without comorbidities, who underwent surgical intervention and general anesthesia were included in the study. Patients were randomized to undergo ECG (group A, n=214) or not (group B, n=213) in the preoperative period. The following variables were analyzed: sex, age, ECG, chest x-ray and laboratory tests results, surgical risk, surgery duration, adverse events and in-hospital mortality. The level of significance was set at 5%. Results Adverse outcomes were reported in 23 (5.4%) patients, with a significant number of adverse events in male patients (OR=7.91 95%CI 3.3-18.90, p<0.001) and in those undergoing major surgeries (OR=30.02 95%CI 4.01-224.92, p<0.001). No differences were observed between patients who underwent ECG and those who did not (OR=1.59, 95%CI, 0.67-3.75, p=0.289). No significant differences were found in the other variables. In multivariate logistic regression, male sex (OR = 6.49; 95%CI 2.42-17.42, p<0.001) and major surgery (OR=22.62; 95%CI 2.95-173.41, p=0.002) were independent predictors of adverse outcomes, whereas undergoing (or not) ECG (OR=1.09; IC95% 0.41-2.90, p=0.867) remained without statistical significance. Conclusion Our findings suggest that preoperative ECG could not predict an increased risk of adverse outcomes in our study population during the hospital phase.
RESUMEN
Abstract Background and objective: There are few data defining the period of time in which preoperative tests can be considered valid. The purpose of this study was to determine the likelihood of changes in the results of preoperative tests previously normal in relation to time, and the impact of these changes on postoperative outcomes. Methods: A total of 970 patients with normal preoperative tests before the first surgery and who required a new intervention were included. The preoperative tests performed for the first procedure were compared with those performed for the second procedure. The following variables were assessed regarding their potential to induce changes in test results: sex, age, surgical risk, previous chemotherapy or radiotherapy, and presence of comorbidities. In-hospital outcomes were analyzed. Results: The median time between procedures was 27 months (6-84). The probability of change in at least one of the preoperative exams was 1.7% (95% CI: 0.5-2.9), 3.6% (95% CI: 1.8-5.4), and 6.4% (95% CI: 3.9-8.9) during the 12, 24, and 36-month intervals, respectively, for patients aged <50 years and 2.1% (95% CI: 0.7-3.5), 9.2% (95% CI: 5.9-12.5), and 13.4% (95% CI: 9.3-17.5), respectively, for patients ≥50 years of age. Age (p = 0.009), surgical risk (p < 0.001), chemotherapy (p = 0.001), radiotherapy (p = 0.012), and comorbidities (p < 0.001) were associated with the likelihood of changes in test results. Test changes were not significantly associated with in-hospital adverse outcomes (p = 0.426). Conclusion: For patients undergoing a second surgical procedure, the probability of change in previously normal preoperative tests is low during the first years after the first surgical intervention, and when changes occurred, they did not adversely affect the in-hospital postoperative outcomes.
Resumo Justificativa e objetivo: Existem poucos dados que delimitam o período de tempo em que os exames pré-operatórios podem ser considerados válidos. O objetivo deste estudo foi determinar a probabilidade de mudanças nos resultados de exames pré-operatórios previamente normais em relação ao tempo e o impacto dessas alterações nos desfechos pós-operatórios. Métodos: Foram incluídos 970 pacientes com exames pré-operatórios normais antes da primeira cirurgia e que requereram uma nova intervenção. Os exames pré-operatórios feitos para o primeiro procedimento foram comparados com aqueles feitos para o segundo procedimento. As seguintes variáveis foram analisadas em relação ao seu potencial para induzir alterações nos resultados dos exames: sexo, idade, risco cirúrgico, quimioterapia ou radioterapia prévia e presença de comorbidades. Desfechos intra-hospitalares foram analisados. Resultados: A mediana temporal entre os procedimentos foi de 27 meses (6-84). A probabilidade de alteração em pelo menos um dos exames pré-operatórios foi de 1,7% (IC 95%: 0,5-2,9), 3,6% (IC 95%: 1,8-5,4) e 6,4% (IC 95%: 3,9-8,9) nos intervalos 12, 24 e 36 meses, respectivamente, para pacientes < 50 anos e 2,1% (IC 95%: 0,7-3,5), 9,2% (IC 95%: 5,9-12,5) e 13,4% (IC 95%: 9,3-17,5), respectivamente, para pacientes ≥ 50 anos. Idade (p = 0,009), risco cirúrgico (p < 0,001), quimioterapia (p = 0,001), radioterapia (p = 0,012) e presença de comorbidades (p < 0,001) estavam associadas com a probabilidade de mudanças nos resultados dos exames. Alterações nos exames não se associaram significativamente a desfechos intra-hospitalares adversos (p = 0,426). Conclusão: Para pacientes submetidos a um segundo procedimento cirúrgico, a probabilidade de alteração nos exames pré-operatórios previamente normais é baixa durante os primeiros anos após a primeira intervenção cirúrgica e quando ocorreram mudanças não afetaram adversamente os desfechos pós-operatórios intra-hospitalares.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Reoperación , Cuidados Preoperatorios , Pruebas Diagnósticas de Rutina/estadística & datos numéricos , Factores de Tiempo , Reproducibilidad de los Resultados , Estudios Retrospectivos , Estudios de Cohortes , Resultado del Tratamiento , Persona de Mediana EdadRESUMEN
O volume de procedimentos cirúrgicos tem aumentado progressivamente. O envelhecimento da população associado ao aumento da segurança dessas intervenções decorrente da incorporação de novas tecnologias tem proporcionado a realização de procedimentos em indivíduos para os quais até pouco tempo havia contraindicação. Os eventos cardíacos no perioperatório são a principal causa de morbidade e mortalidade em cirurgias eletivas não-cardíacas. A detecção e a gradação das afecções cardiovasculares no pré-operatório requerem detalhada história clínica e minucioso exame físico. Os exames complementares deverão ser norteados pelos achados da anamnese e do exame físico. Pacientes com hipertensão estágio I e II podem ser submetidos a intervenção sem necessidade de adiamento, diferentemente daqueles em estágio III, os quais deveriam ter sua cirurgia retardada até o adequado controle da pressão arterial...
Asunto(s)
Humanos , Arritmias Cardíacas/cirugía , Arritmias Cardíacas/complicaciones , /métodos , Cardiopatías/complicaciones , Cardiopatías/diagnóstico , Hipertensión/complicaciones , Hipertensión/diagnóstico , Insuficiencia Cardíaca/complicaciones , Factores de RiesgoRESUMEN
A mulher acometida pela doença arterial coronariana apresenta peculiaridades que devem ser levadas em consideração na abordagem terapêutica invasiva. Em qualquer contexto clínico da doença arterial coronariana, a mulher é mais idosa e tem maior prevalência de fatores de risco, como diabetes e hipertensão, que os homens. Além disso, tem vasos coronarianos e periféricos menos calibrosos, o que favorece complicações mais frequentes quando submetidas a tratamento invasivo, seja com angioplastia ou com cirurgia. Outro fator importante encontrado em vários estudos é que a mulher recebe tratamento inadequado nesse contexto em termos de retardo ou não utilização da terapêutica indicada. Assim, é fundamental que a mulher acometida por doença arterial coronariana seja tratada de acordo com as diretrizes vigentes sem diferença na indicação e na abordagem específica individualizada para cada caso.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Anciano , Angina Inestable , Enfermedad Coronaria/terapia , Angioplastia , Estudios Retrospectivos , Factores de Riesgo , Infarto del MiocardioRESUMEN
Quando se defronta com qualquer agressäo do organismo que näo existe manifestaçäo clínica, a dificuldade diagnóstica torna-se óbvia e a I.M.S. se enquadra perfeitamente neste grupo. Os métodos hoje disponíveis para o diagnóstico näo invasivo de doenças das artérias coronárias (D.A.C.) sem expressäo clínica podem ser resumidos em 4 tipos principais. 1) métodos que detectam fenômenos elétricos conseqüentes a isquemia. 2) métodos que avaliam a perfusäo miocárdica. 3) métodos que avaliam a funçäo contráctil. 4) métodos que avaliam a funçäo metabólica. A intençäo deste trabalho é atualizar a metodologia de detecçäo, mostrar suas reais vantagens e limitaçöes frente esta descriçäo nosológica
Asunto(s)
Humanos , Enfermedad Coronaria/diagnósticoRESUMEN
Descreve-se uma prévia de estudos feitos em 150 óbitos necropsiados pelo serviço de Patologia do Hospital Universitário da UFJF, para detectar valva pulmonar bivalvar. Evidenciou-se um caso (0,66%), em criança portadora de cardiopatia, o que nos mostra a baixa incidência e associaçäo com malformaçöes cardiovasculares, sendo assim concordes com a literatura