RESUMEN
Introdução: os primeiros anos de vida são essenciais para o crescimento e o desenvolvimento. A criança já nasce com a preferência pelo sabor doce, e ao consumir preparações açucaradas, propicia--se uma alimentação de baixa qualidade nutricional. O objetivo do estudo é descrever a ingestão de alimentos que contenham açúcar por crianças com dificuldades alimentares menores de 2 anos atendidas em um centro especializado. Material e métodos: trata-se de um estudo observacional retrospectivo, com dados obtidos do prontuário de crianças de ambos os sexos, atendidas no Centro de Excelência em Nutrição e Dificuldades Alimentares (CENDA), localizado no município de São Paulo. Dentre os alimentos consumidos foram selecionados aqueles que continham açúcar de adição em sua composição. Para categorizar os alimentos foi usada a classificação da What We Eat in America (WWEIA). Resultados: participaram do estudo 31 crianças com dificuldades alimentares, 77,4% apresentaram consumo de pelo menos um alimento contendo açúcar. Os alimentos mais consumidos foram biscoitos e brownies, bolos e tortas, milk-shakes e outras bebidas lácteas. Discussões e Conclusão: a fase de alimentação complementar pode se tornar um grande desafio para os pais e cuidadores, a mesma foi o ponto de partida para a maioria das crianças com dificuldade alimentares. O aprendizado do comer é um processo complexo que exige aquisição de habilidades na oferta de alimentos adequados e variados, contudo, o contexto se torna favorável com as práticas inadequadas, sendo uma delas a permissão do consumo de alimentos e produtos adoçados pelas mesmas.
Introduction: the first years of life are essential for growth and development. Children are born with a preference for sweet tastes, and through sugary consumption, they are provided with a diet of low nutritional quality. The objective of the study is to describe the intake of foods containing sugar by children with eating difficulties under 2 years of age treated in a specialized center. Material and methods: this is a retrospective observational study, with data obtained from the medical records of children of both sexes, attended at the Center for Excellence in Nutrition and Eating Difficulties (CENDA), located in the city of São Paulo. Among the foods consumed, those that contained added sugar in their composition were selected. To categorize foods, the What We Eat in America (WWEIA) classification was used. Results: 31 children with eating difficulties participated in the study, 77.4% consumed at least one food containing sugar. The most consumed foods were cookies and brownies, cakes and pies, milkshakes and other dairy drinks. Discussions and Conclusion: the complementary feeding phase can become a great challenge for parents and caregivers, as it was the starting point for the majority of children with eating difficulties. Learning to eat is a complex process that requires the acquisition of skills in offering adequate and varied foods. However, the context becomes favorable to inappropriate practices, one of which is allowing the consumption of sweetened foods and products, for the same reasons.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Lactante , PreescolarRESUMEN
Abstract Objective: To identify the consequences of technology overuse in childhood. Data source: A systematic review was carried out in the electronic databases PubMed (National Library of Medicine of the National Institutes of Health) and BVS (Virtual Health Library), considering articles published from 2015 to 2020, in English, Portuguese and Spanish using the terms "Internet", "Child" and "Growth and Development". Data synthesis: 554 articles were found and 8 were included in the analysis. The studies' methodological quality was assessed by the Strobe and Consort criteria, being scored from 17 to 22 points. The articles showed positive and negative factors associated with the use of technology in childhood, although most texts emphasize the harmful aspects. Excessive use of internet, games and exposure to television are associated with intellectual deficits and mental health issues, but can also enable psychosocial development. Conclusions: Preventing the use of the internet is a utopic measure ever since society makes use of technologies. The internet is associated with benefits as well as with harms. It is important to optimize the use of internet and reduce risks with the participation of parents and caregivers as moderators, and training of health professionals to better guide them.
RESUMO Objetivo: Identificar as consequências do uso excessivo da tecnologia na infância. Fontes de dados: Foi realizada uma revisão sistemática nas bases de dados eletrônicas PubMed (National Library of Medicine — National Institutes of Health) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) com artigos publicados de 2015 a 2020, em inglês, português e espanhol, utilizando os termos internet, child e growth and development. Síntese dos dados: Foram localizados 554 artigos, resultando em oito artigos incluídos nesta pesquisa. Os estudos foram avaliados quanto à sua qualidade metodológica pelos critérios Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (Strobe) e Consolidated Standards of Reporting Trials (Consort) e receberam pontuações que variaram de 17 a 22 pontos. Os artigos evidenciaram que há fatores positivos e negativos associados ao uso de tecnologias na infância, embora a maioria dos textos ressalte seu aspecto prejudicial. O uso excessivo de internet, jogos e exposição à televisão ocasionaram alterações intelectuais e da saúde mental, porém também possibilitaram o desenvolvimento psicossocial. Conclusões: Impedir o uso da internet é uma medida utópica, visto que a sociedade faz uso de tecnologias. Considerando que a internet pode trazer benefícios, mas também malefícios, são importantes a otimização do uso e a redução dos riscos, como a participação dos pais e responsáveis como moderadores dessa utilização, além da atualização dos profissionais da saúde para melhor orientá-los.
RESUMEN
Os maus-tratos na infância e na adolescência consistem em abusos psicoló- gicos, físicos e sexuais, além de negligência dos cuidadores, gerando prejuízos psicoló- gicos nesses indivíduos. O objetivo do estudo foi analisar na literatura nacional e interna- cional o impacto dos maus-tratos na saúde mental de crianças e adolescentes. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada entre agosto e outubro de 2020, na Biblio- teca Virtual em Saúde (BVS), por meio da questão norteadora: "Quais são os estudos originais nacionais e internacionais que abordam o impacto de maus-tratos na saúde men- tal de crianças e adolescentes?". Foram incluídos artigos em inglês, disponíveis na ínte- gra, e correspondentes aos últimos três anos. Excluíram-se documentos que não apresen- tavam pertinência no estudo conduzido. Foram eleitos dezesseis artigos para análise, que foram divididos em quatro categorias:"I: Associação direta entre maus-tratos e problemas de saúde mental por crianças e adolescentes", a qual evidenciou prejuízos psicológicos como depressão e distúrbios do sono; "II: Fatores de proteção para a saúde mental de crianças e adolescentes vítimas de maus-tratos", que indicou atividades extracurriculares e ambiente familiar acolhedor como fatores de melhor prognóstico diante dos abusos; "III: Relação entre culpabilização da vítima de maus-tratos pela sociedade e sua saúde mental", a qual apresentou consequências negativas da cultura de culpabilização da ví- tima; e "IV: Influência da experiência pregressa de maus-tratos em cuidadores como fator preditor de perpetuação de abusos", que identificou a reprodução de estruturas familiares abusivas. Observa-se que os maus-tratos são uma problemática de saúde pública, o que afirma a necessidade de consolidação de políticas públicas no âmbito, a fim de garantir maior proteção a crianças e adolescentes.
Maltreatments in childhood and adolescence consists of psychological, physical and sexual absuses, in addition to negligence by caregivers, generating psycho- logical disturbs in these individuals. The objective of the study was to analyze in the national and international literature the impact of maltreatments in the mental health of children and adolescents. This is na integrative literature review conducted between Au- gust and October 2020, at the Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), through the guiding question: "What are the original national and international studies that address the impact of maltreatments in the mental health of children and adolescents?". Articles in English, fully available, and corresponding to the last three years were included. Documents which were not relevant in the study conducted were excluded. Sixteen articles were chosen for analysis, which were divided into four categories: "I: Direct association between abuse and mental health problems by children and adolescents", which showed psychological damage such as depression and sleep disordes; "II: Protection factors for the mental health of children and adolescents who were victims of abuse", that indicated extracurricular activities and welcoming family environment as factors of better prognosis in the face of abuse; "III: Relationship between culpabilization of the victim of abuse by society and its mental health", which presented negative consequences of the culture of culpabilization of the victim; and "IV: Influence of the previous experience of maltreatment in caregivers as a predictor of perpetuation of abuse", that identified the reproduction of abusive family structures. It is observed that maltreatment is a public health problem, which affirms the need to consolidate public policies in the scope, in order to ensure greater protection for children and adolescents.
Los malos tratos en la infancia y adolescencia consisten en ausencias psico- lógicas, físicas y sexuales, además de negligencia por parte de los cuidadores, generando disturbios psico-lógicos en estos individuos. El objetivo del estudio fue analizar en la literatura nacional e internacional el impacto de los malos tratos en la salud mental de niños y adolescentes. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura realizada entre ago- sto e outubro de 2020, na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), através da pergunta orien- tadora: "¿Cuáles son los estudios originales nacionales e internacionales que abordan el impacto de los malos tratos en la salud mental de niños y adolescentes?". Se incluyeron artículos en inglés, totalmente disponibles y correspondientes a los últimos tres años. Se excluyeron los documentos que no eran relevantes para el estudio realizado. Se eligieron 16 artículos para el análisis, que se dividieron en cuatro categorías: "I: Asociación directa entre maltrato y problemas de salud mental de niños y adolescentes", que mostraba daños psicológicos como depresión y trastornos del sueño; "II: Factores de protección para la salud mental de niños y adolescentes víctimas de maltrato", que indicaba las actividades extraescolares y el ambiente familiar acogedor como factores de mejor pronóstico ante el maltrato; "III: Relación entre la culpabilización de la víctima de maltrato por parte de la sociedad y su salud mental", que presentó las consecuencias negativas de la cultura de culpabilización de la víctima; y "IV: Influencia de la experiencia previa de maltrato en los cuidadores como predictor de perpetuación del maltrato", que identificó la reproduc- ción de estructuras familiares abusivas. Se observa que el maltrato es un problema de salud pública, lo que afirma la necesidad de consolidar políticas públicas en el ámbito, a fin de garantizar una mayor protección a los niños y adolescentes.
RESUMEN
ABSTRACT This study aimed at describing the lipid profile of children with feeding difficulties (FD), as well as to verify the impact of clinical types of FD and other markers on the presence of dyslipidemias (DLP). It was a cross-sectional study with 61 children between 2 and 10 years old. The following data was collected from medical records: age, gender, duration of exclusive breastfeeding (months), dosages of total cholesterol, HDL, LDL, VLDL and triglycerides (according to recommendations for age), type of FD, BMI z-score, dietary intake of carbohydrates and lipids (% energy intake), and daily consumption of milk (ml), fiber (g) and sugar sweetened beverages (SSB, ml). T-Student-test and ANOVA test were used, with a 5% significance level. Children were mostly picky eaters (55.7%), and 47.5% had dyslipidemia, mostly low HDL-c (27.6%) and hypertriglyceridemia (21.9%). No significant relationship was found between DLP and duration of exclusive breastfeeding (p= 0.93), BMI (p> 0.40), type of FD (p> 0.26), or dietary characteristics (p> 0.12). Children with dyslipidemia tended to drink higher volumes of SSB when compared to recommended values (p= 0.044). The prevalence of DLP found was higher than the average shown in children. More studies are needed to prove if there is a true association between FD and dyslipidemia.
RESUMEN El objetivo de este estudio fue describir el perfil lipídico de niños con dificultades alimentares (DA) y verificar el impacto de los tipos clínicos de DA y otros marcadores sobre la presencia de dislipemias (DLP). Se trató de un estudio transversal con 61 niños de 2 a 10 años. Se obtuvieron los datos de edad, sexo, duración de la lactancia materna exclusiva (meses), colesterol total, HDL, LDL, VLDL y triglicéridos (según las recomendaciones para la edad), tipo de DA, índice-z del IMC, consumo dietético de carbohidratos y lípidos (% energético), consumo diario de leche (ml), fibra (g) y bebidas endulzadas (SSB, ml). Se usaron pruebas T-Student y ANOVA, con nivel de significancia del 5%. Los niños fueron selectivos (55,7%) y el 47,5% dislipidémicos, principalmente con HDL-c bajo (27,6%) y hipertrigliceridemia (21,9%). No se encontró relación significante entre DLP y la duración de la lactancia materna exclusiva (p= 0,93), el IMC (p> 0,40), el tipo de DA (p> 0,26) o las características dietéticas (p> 0,12). Los niños dislipidémicos tendieron a beber mayores volúmenes de SSB en comparación con los valores recomendados (p= 0,044). La prevalencia de DLP encontrada es más alta que el promedio que se muestra en niños. Se necesitan más estudios para demostrar asociaciones sólidas entre DA y dislipidemia.