RÉSUMÉ
Introdução: Devido à COVID-19, os pacientes com doenças neurológicas deixaram de frequentar presencialmente as consultas fonoaudiológicas em ambulatórios. Objetivo: Descrever o relato da experiência fonoaudiológica em pacientes com doença neurológica com disartria e/ou disfagia durante a pandemia da COVID-19 através da telessaúde. Método: Trata-se de um relato de experiência. Foram incluídos pacientes do ambulatório de fonoaudiologia de um hospital universitário, que ficaram privados do acompanhamento fonoaudiológico em período pandêmico e que tinham diagnóstico de disfagia e/ou disartria (prévios à pandemia). No total, 43 pacientes foram convidados a participar do estudo. Os indivíduos foram separados de acordo com seu diagnóstico fonoaudiológico: disfagia, disartria e disfagia/disartria. No início, todos foram reavaliados em videochamadas: disfagia (Northwestern dysphagia patient check sheet, Escala Funcional de Ingestão Via Oral e Instrumento de Autoavaliação da Alimentação); disartria (coleta de fala e questionário de autopercepção Radbould Oral Inventory Motor for Parkinson's disease). Após, os pacientes foram alocados aleatoriamente: teleatendimento fonoaudiológico por quatro semanas consecutivas, sendo o outro grupo controle, sem intervenções e/ou orientações. Todos foram reavaliados para a comparação pré e pós-acompanhamento fonoaudiológico. Resultados: Nove participantes concluíram todas as etapas do estudo, sendo 6 (66,66%) homens. A média de idade foi de 60,44 anos (±16,13). Os participantes possuíam diagnóstico médico de doença neurológica, sendo 2 neurogenética (22,22%), 5 neurodegenerativa (55,5%) e 2 neurológicas (22,22%). Não foram observadas diferenças descritivas entre os grupos nas avaliações pré e pós-intervenção. A perda na amostra aconteceu devido à falta de dispositivos tecnológicos e à sobrecarga dos cuidadores. Conclusões: A experiência em tele fonoaudiologia, apesar de ter sido positiva, revelou a dificuldade da sua implementação em pacientes neurológicos de baixa condições sócio financeiras e educacional.
Introduction: Due to COVID-19, patients with neurological disease no longer attend face-to-face speech therapy consultations in outpatient clinics. Objective: To describe the report of the speech therapy experience patients with neurological disease with dysarthria and/or dysphagia during the COVID-19 pandemic through telehealth. Method: This is an experience report. Patients from the speech therapy outpatient clinic of a university hospital who were deprived of speech therapy during a pandemic period and had a diagnosis of dysphagia and/or dysarthria (prior to the pandemic) were included. In total, 43 patients were invited to participate in the study. Individuals were separated according to their speech-language diagnosis: dysphagia, dysarthria, and dysphagia/dysarthria. In the beginning, all were reassessed in video calls: dysphagia (Northwestern dysphagia patient check sheet, Functional Oral Intake Scale, and Food Self-Assessment Instrument); dysarthria (speech collection and self-perception questionnaire Radbould Oral Motor Inventory for Parkinson's disease). Afterward, the patients were randomly allocated: speech therapy telecare for four consecutive weeks, with the other being a control group, without interventions and/or guidance. All were reassessed for comparison before and after speech therapy follow-up. Results:Nine participants completed all stages of the study, 6 (66.66%) men. The mean age was 60.44 years (±16.13). Participants had a medical diagnosis of neurological disease, 2 of which were neurogenetic (22.22%), five neurodegenerative (55.5%), and two neurologic (22.22%). No descriptive differences were observed between groups in pre- and post-intervention assessments. The loss in the sample happened due to the lack of technological devices and the overload of caregivers. Conclusions: The experience in telehealth was positive, revealing the difficulty of its implementation in neurological patients with low socio-financial and educational conditions.
Introducción: Debido al COVID-19, los pacientes con enfermedades neurologicas ya no asisten a consultas de logopedia presenciales en consultas externas. Objetivo: Describir el relato de la experiencia fonoaudiológica en pacientes con enfermedades neurologicas con disartria y/o disfagia durante la pandemia de COVID-19 a través de telesalud. Método: Este es un relato de experiencia. Se incluyeron pacientes de la consulta externa de logopedia de un hospital universitario, que fueron privados de logopedia durante un período de pandemia y que tenían diagnóstico de disfagia y/o disartria (previo a la pandemia). En total, 43 pacientes fueron invitados a participar en el estudio. Los individuos se separaron según su diagnóstico del habla y el lenguaje: disfagia, disartria y disfagia/disartria. Al principio, todos fueron reevaluados en videollamadas: disfagia (Northwestern dysphagia patient check sheet), Escala de ingesta oral funcional e Instrumento de autoevaluación de alimentos); disartria (cuestionario de recogida de voz y autopercepción Radbould Oral Motor Inventory for Parkinson's disease). Posteriormente, los pacientes fueron asignados aleatoriamente: teleasistencia logopédica durante cuatro semanas consecutivas, siendo el otro grupo control, sin intervenciones y/u orientaciones. Todos fueron reevaluados para compararlos antes y después del seguimiento con logopedia. Resultados: Nueve participantes completaron todas las etapas del estudio, 6 (66,66%) hombres. La edad media fue de 60,44 años (±16,13). Los participantes tenían diagnóstico médico de enfermedad neurológica, 2 de ellas neurogenéticas (22,22%), 5 neurodegenerativas (55,5%) y 2 neurológica (22,22%). No se observaron diferencias descriptivas entre los grupos en las evaluaciones previas y posteriores a la intervención. La pérdida en la muestra ocurrió por la falta de dispositivos tecnológicos y la sobrecarga de cuidadores. Conclusiones: La experiencia en telefonoaudiología, a pesar de ser positiva, reveló la dificultad de su implementación en pacientes neurológicos de baja condición socioeconómica y educativa.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Adulte d'âge moyen , Sujet âgé , Sujet âgé de 80 ans ou plus , Troubles de la déglutition/thérapie , Télémédecine , Dysarthrie/thérapie , Phonoaudiologie , Évaluation des Résultats d'Interventions Thérapeutiques , Groupes témoins , Études contrôlées avant-après , COVID-19 , Maladies du système nerveuxRÉSUMÉ
Objetivo: Verificar o benefício de terapia fonoaudiológica em grupo na inteligibilidade de fala de pacientes com Doença de Machado Joseph (DMJ). Método: Realizou-se uma série de casos, com pacientes atendidos em um ambulatório de fonoaudiologia para adultos neurodegenerativos em um hospital de referência no sul do Brasil. Foram incluídos pacientes com o diagnóstico molecular de DMJ. Realizaram-se coletas de fala pré e pós-intervenção. Posteriormente, os trechos de fala passaram por análise perceptiva-auditiva por 3 fonoaudiólogas treinadas e calibradas a um índice Kappa ≥ 0.90, cegas às coletas de fala e por análise acústica no software Praat. A terapia fonoaudiológica foi realizada em grupo, composta por quatro sessões semanais de cinquenta minutos. Cada sessão foi dividida entre exercícios de fala e orientação sobre estratégias para otimizar a comunicação. Resultados: A amostra foi composta por 5 pacientes com média de idade de 39,8 anos (±16,51) e tempo de doença de 10 anos (±8,15). Quatro (80%) participantes receberam diagnóstico fonoaudiológico inicial de disartria leve e um (20%) de disartria moderada. Após a intervenção, não houve melhora no diagnóstico de disartria, contudo verificou-se que 60% (n=3) dos participantes apresentaram melhora na articulação, 40% (n=2) na prosódia e ressonância e 40% (n=2) apresentaram piora na respiração. Na análise acústica observou-se melhora no tempo máximo de fonação (TMF) em 3 (60%) dos 5 pacientes. Conclusão: Verificou-se melhora na funcionalidade da fala através da análise perceptiva auditiva, porém com pouca melhora em parâmetros específicos da análise acústica.
Objective: To verify the benefit of group speech therapy in speech intelligibility of patients with Machado Joseph's disease (MJD). Methods: A series of cases was carried out, with patients seen in a speech therapy clinic for neurodegenerative adults in a referral hospital in southern Brazil. Patients with the molecular diagnosis of MJD were included. Speech recordings were performed before and after the intervention. Subsequently, the speech excerpts underwent auditory-perceptual analysis by 3 trained speech therapists and calibrated to a Kappa index ≥ 0.90, blind to speech collections and acoustic analysis in the Praat software. Speech therapy was performed in a group, consisting of four weekly sessions of fifty minutes. Each session was divided between speech exercises and guidance on strategies to optimize communication. Results: The sample consisted of 5 patients with a mean age of 39.8 years (± 16.51) and disease duration of 10 years (± 8.15). Four (80%) participants received an initial speech therapy diagnosis of mild dysarthria and one (20%) of moderate dysarthria. After the intervention, there was no improvement in the diagnosis of dysarthria, however it was found that 60% (n = 3) of the participants showed improvement in the speech motor bases: articulation, 40% (n = 2), prosody and resonance and 40% (n = 2) worsened in breathing. The acoustic analysis showed an improvement in maximum phonation time (MPT) in 3 (60%) of the 5 patients. Conclusion: Despite the little improvement in specific parameters of the acoustic analysis, there was an improvement in speech functionality from the auditory perceptual analysis, improving the speech intelligibility of this sample.
Objetivo: Verificar el beneficio de la logopedia grupal en la inteligibilidad del habla de pacientes con enfermedad de Machado Joseph (EMJ). Metodos: Se realizó una serie de casos, con pacientes atendidos en una clínica de logopedia para adultos neurodegenerativos en un hospital de referencia en el sur de Brasil. Se incluyeron pacientes con diagnóstico molecular de EMJ. Se realizaron grabación del habla antes y después de la intervención. Posteriormente, los extractos del habla se sometieron a un análisis auditivo-perceptivo por 3 logopedas capacitados y calibrados con un índice Kappa ≥ 0,90, ciegos a las grabación del habla y al análisis acústico en el software Praat. La logopedia se realizó en grupo, consistente en cuatro sesiones semanales de cincuenta minutos. Cada sesión se dividió entre ejercicios de habla y orientación sobre estrategias para optimizar la comunicación. Resultados: La muestra estuvo formada por 5 pacientes con una edad media de 39,8 años (± 16,51) y una duración de la enfermedad de 10 años (± 8,15). Cuatro (80%) participantes recibieron un diagnóstico inicial de terapia del habla de disartria leve y uno (20%) de disartria moderada. Tras la intervención, no hubo mejoría en el diagnóstico de disartria, sin embargo se encontró que el 60% (n = 3) de los participantes mostró mejoría en las bases motoras del habla: articulación, 40% (n = 2), prosodia y resonancia. y el 40% (n = 2) empeoró en la respiración. El análisis acústico mostró una mejora en el tiempo máximo de fonación (TMF) en 3 (60%) de los 5 pacientes. Conclusion: A pesar de la pequeña mejora en los parámetros específicos del análisis acústico, hubo una mejora en la funcionalidad del habla a partir del análisis de percepción auditiva, mejorando la inteligibilidad del habla de esta muestra.