RÉSUMÉ
ABSTRACT BACKGROUND AND OBJECTIVES: Chronic pain has a significant impact on patients' quality of life and the use of drug therapy is often insufficient. Therapies based on Mindfulness come in different forms and have been used as a strategy to manage this condition. Practices can guide attention to the present, help reinterpret pain and improve physical and emotional control skills via the cingulate cortex, somatosensory cortex, parietal operculum, cuneus, and anterior insula. This study seeks to evaluate the results of Mindfulness in terms of its influence on the quality of life of patients with chronic non-cancer pain and the neural changes that this practice promotes, such as greater or lesser activation or variation in size of areas as insula and cingulate cortex, and how these interfere with the perception of pain, with the aim of verifying the applicability of Mindfulness as a complementary method to treatment in this group of patients. CONTENTS: Systematic Review submitted to PROSPERO datadase under number 359011. The search was carried out in the Pubmed, Medline, LILACS and DIALNET databases between 2019 and 2022 with the descriptors and Boolean operator [(MINDFULNESS) AND (CHRONIC PAIN)]. The selection of articles includes randomized clinical trials, cohort studies and case control studies in English, Spanish and Portuguese languages. The risk of bias was assessed using ROB2 and the quality of evidence using GRADE. After analysis, ten studies were assessed as essential for this review. Articles that addressed Mindfulness intervention for chronic pain that responded and added information to the research question were included and articles that did not focus on "Mindfulness" and "chronic pain", studies without free access and texts whose results were not published up to the date of the search were excluded. To analyze Mindfulness therapies, the majority of studies cover more than 50 patients and use scales such as the Brief Pain Inventory (BPI-DPN Q4), Patient Global Impression of Change (PGIC), Five Facet Mindfulness Questionnaire (FFMQ), Chronic Pain Acceptance Questionnaire (CPAQ) and Pain Catastrophizing Scale (PCS). CONCLUSION: The practice of Mindfulness can reduce chronic pain and improving its perception, acceptability and quality of life by enabling the reduction of suffering, anxiety and stress associated with pain through neural changes. As there are limitations in the studies regarding the specific target population and standardization of assessment, it is recommended that future articles address the practice in children, the elderly and athletes with chronic pain, in addition to a detailed methodology to evaluate and promote the sessions. It should be noted that Mindfulness is not a cure for chronic pain, however it presents safety and effectiveness in its different application protocols, with a level of evidence similar to cognitive behavioral therapy.
RESUMO JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A dor crônica tem um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes e o uso de terapia farmacológica muitas vezes é insuficiente. As terapias baseadas em Mindfulness (Atenção Plena) apresentam-se de diversas formas e têm sido utilizadas como estratégia no manejo dessa condição. As práticas podem conduzir a atenção ao presente, auxiliar na reinterpretação da dor e aprimorar habilidades de controle físico e emocional via córtex cingulado, somatossensorial, opérculo parietal, cúneo e ínsula anterior. O objetivo deste estudo foi avaliar a Mindfulness quanto a sua influência na qualidade de vida dos pacientes com dor crônica não oncológica e as alterações neurais que essa prática promove, como maior ou menor ativação ou variação de tamanho de áreas como a ínsula e córtex cingulado, e como estas interferem na percepção da dor, tendo como finalidade verificar a aplicabilidade da Atenção Plena como método complementar ao tratamento nesse grupo de pacientes. CONTEÚDO: Revisão Sistemática submetida no banco de dados PROSPERO sob o número 359011. Realizou-se a busca nas bases de dados Pubmed, Medline, LILACS e DIALNET entre 2019 e 2022 com os descritores e operador booleano [(MINDFULNESS) AND (CHRONIC PAIN)]. Incluiu-se na seleção de artigos ensaios clínicos randomizados, estudos de coorte e estudos de caso controle nos idiomas inglês, espanhol e português. O risco de viés foi avaliado pelo ROB2 e a qualidade de evidência por meio do GRADE. Após análise, 10 estudos foram avaliados como essenciais para esta revisão. Foram incluídos os artigos que abordavam intervenção em Mindfulness para dor crônica que responderam e agregaram informações à pergunta da pesquisa e excluídos os artigos que não possuem o foco em "Mindfulness" e "dor crônica", estudos sem livre acesso e textos cujos resultados não foram publicados até a data da busca. Para analisar as terapias de Mindfulness, os estudos, em sua maioria, abordam mais de 50 pacientes e usam escalas como o Brief Pain Inventory (BPI-DPN Q4), Patient Global Impression of Change (PGIC), Five Facet Mindfulness Questionnaire (FFMQ), Chronic Pain Acceptance Questionnaire (CPAQ) e Pain Catastrophizing Scale (PCS). CONCLUSÃO: A prática de Mindfulness é capaz de diminuir a dor crônica e melhorar sua percepção, aceitabilidade e qualidade de vida ao possibilitar a redução do sofrimento, ansiedade e estresse associados à dor por meio de alterações neurais. Por haver limitações nos estudos com relação à população-alvo específica e à padronização de avaliação, recomenda-se que artigos futuros abordem a prática em crianças, idosos e atletas com dor crônica, além de metodologia detalhada para avaliar e promover as sessões. Ressalta-se que a Mindfulness não é uma cura para a dor crônica, no entanto apresenta segurança e eficácia em seus diferentes protocolos de aplicação, com nível de evidência similar à terapia cognitiva comportamental.