RÉSUMÉ
Resumo Fundamento Recentemente, foi demonstrado que o alopurinol, um inibidor da xantina oxidase, possui propriedades cardiovasculares e anti-isquêmicas e pode ser uma opção de agente antianginoso metabólico. Objetivo O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito antianginoso do alopurinol como terceiro medicamento para pacientes com doença arterial coronariana (DAC) estável. Métodos Trata-se de um ensaio clínico randomizado entre 2018 e 2020 incluindo pacientes com DAC que mantiveram angina apesar da otimização inicial com betabloqueadores e bloqueadores dos canais de cálcio. Os indivíduos foram randomizados 1:1 para 300 mg de alopurinol 2 vezes ao dia ou 35 mg de trimetazidina 2 vezes ao dia. O desfecho principal foi a diferença no domínio da frequência da angina do Questionário de Angina de Seattle (QAS-FA). Foram considerados estatisticamente significativos valores de probabilidade (p) < 0,05. Resultados Foram incluídos 108 pacientes na fase de randomização, com 54 (50%) no grupo alopurinol e 54 (50%) no grupo trimetazidina. Seis (5,6%) indivíduos, 3 de cada grupo, foram perdidos no seguimento para o desfecho primário. Nos grupos de alopurinol e trimetazidina, as pontuações medianas do QAS-FA foram 50 (30,0 a 70,0) e 50 (21,3 a 78,3), respectivamente. Em ambos os grupos, a pontuação do QAS-FA melhorou, mas a mediana da diferença em relação à linha de base foi menor no grupo alopurinol (10 [0 a 30] versus 20 [10 a 40]; p < 0,001), assim como a média da diferença na pontuação total do QAS (12,8 ± 17,8 versus 21,2 ± 15,9; p = 0,014). Conclusão Tanto o alopurinol quanto a trimetazidina melhoraram o controle dos sintomas de angina; no entanto, a trimetazidina apresentou um ganho maior em relação à linha de base. Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos - Número de Registro RBR-5kh98y
Abstract Background Recently, it was demonstrated that allopurinol, a xanthine oxidase inhibitor, has cardiovascular and anti-ischaemic properties and may be a metabolic antianginal agent option.Objective: The objective of this study was to evaluate the antianginal effect of allopurinol as a third drug for patients with stable coronary artery disease (CAD). Methods This was a randomized clinical trial between 2018 and 2020 including patients with CAD who maintained angina despite initial optimization with beta-blockers and calcium channel blockers. The individuals were randomized 1:1 to 300 mg of allopurinol twice daily or 35 mg of trimetazidine twice daily. The main outcome was the difference in the angina frequency domain of the Seattle Angina Questionnaire (SAQ-AF). A probability (p) value < 0.05 was considered statistically significant. Results A hundred and eight patients were included in the randomization phase, with 54 (50%) in the allopurinol group and 54 (50%) in the trimetazidine group. Six (5.6%) individuals, 3 from each group, were lost to follow-up for the primary outcome. In the allopurinol and trimetazidine groups, the median SAQ-AF scores were 50 (30.0 to 70.0) and 50 (21.3 to 78.3), respectively. In both groups, the SAQ-AF score improved, but the median of the difference compared to baseline was lower in the allopurinol group (10 [0 to 30] versus 20 [10 to 40]; p < 0.001), as was the mean of the difference in the total SAQ score (12.8 ± 17.8 versus 21.2 ± 15.9; p = 0.014). Conclusion Both allopurinol and trimetazidine improved the control of angina symptoms; however, trimetazidine presented a greater gain compared to baseline. Brazilian Registry of Clinical Trials - Registration Number RBR-5kh98y
RÉSUMÉ
SUMMARY Treatment of stable coronary artery disease (CAD) relies on improved prognosis and relief of symptoms. National and international guidelines on CAD support the indication of revascularization in patients with limiting symptoms and refractory to optimal medical treatment, as well as in clinical situations where there is a prognostic benefit of interventional treatment. Most of the studies that support the guidelines for indication of revascularization date back to the 1980s and1990s of the last century. Recent studies have revisited the theme and brought a new breath. The present review provides a critical analysis of classic indications for revascularization, reviewing evidence from the studies of the 1970s to the recent controversial ORBITA study.
RESUMO O tratamento da doença arterial coronariana estável (DAC) se baseia na melhora do prognóstico e alívio de sintomas. Diretrizes nacionais e internacionais sobre a DAC respaldam a indicação de revascularização em pacientes com sintomas limitantes e refratários ao tratamento medicamentoso, bem como em situações clínicas nas quais há benefício prognóstico do tratamento intervencionista. Grande parte dos estudos que norteiam as diretrizes de indicação de revascularização data das décadas de 1980 e 1990. Estudos recentes têm revisitado o tema e trazido novo fôlego. A presente revisão faz uma análise crítica das indicações clássicas de revascularização, revisando a evidência desde os estudos da década de 1970 ao recente e polêmico estudo Orbita.