RÉSUMÉ
Introdução: Nos últimos anos a prevalência de alergia alimentar tem aumentado, contudo, o número de autodiagnósticos errados, também. Essa superestimação dos diagnósticos, frequentemente, culmina em dietas restritivas desnecessárias que podem, muitas vezes, ocasionar mais danos do que benefícios para a saúde. Objetivo: Avaliar a relação entre o autodiagnóstico de alergia alimentar e a presença de IgE específica para o referido alimento. Método: Trata-se de um estudo transversal e observacional que avaliou 100 pacientes que aceitaram participar da pesquisa, com idade entre 18 e 75 anos, por meio de um questionário próprio para investigação do autodiagnóstico de doenças alérgicas e um teste cutâneo de leitura imediata ou prick test para detecção de IgE específica para alimentos que podem induzir a uma reação alérgica. Resultados: Foram aplicados e analisados 100 questionários em voluntários na faixa etária de 18 a 75 anos. Destes, 35 pacientes afirmaram ter alergia alimentar durante a aplicação do questionário. Apenas 10 tiveram resultado positivo ao prick test. A maioria dos resultados positivos no prick test estavam associados ao camarão, ao amendoim e ao caranguejo. Conclusão: O presente estudo evidenciou uma importante superestimação do número de autodiagnósticos de alergias alimentares, sendo o número de pacientes que se autodeclararam alérgicos a alimentos consideravelmente maior do que os resultados positivos no prick test. Constata-se que é necessário mais estudos que possuam em sua metodologia informações pré e pós-testes diagnósticos de alergia alimentar, para uma correta avaliação da proporção de casos.
Introduction: In recent years, the prevalence of food allergy has increased, as well as the number of incorrect self-diagnoses. This overestimation of diagnoses often culminates in unnecessary restrictive diets that may cause more harm than benefits to health. Objective: To evaluate the relationship between self-diagnosis of food allergy and the presence of specific IgE for that food. Method: This is a cross-sectional and observational study that evaluated 100 patients who agreed to participate in the research, aged between 18 and 75 years. A questionnaire was used to investigate the self-diagnosis of allergic diseases, and a skin prick test was used to detect food-specific IgE that may induce an allergic reaction. Results: One hundred questionnaires were administered and analyzed in volunteers aged from 18 to 75 years. Of these, 35 patients claimed to have food allergy during the administration of the questionnaire. Only 10 tested positive on the prick test. Most positive prick test results were associated with shrimp, peanut, and crab. Conclusion: The present study showed an important overestimation of the number of self-diagnosed food allergies, as the number of patients who self-reported being allergic to food was considerably greater than that of positive prick test results. More studies that have in their methods pre- and post-diagnostic information from food allergy tests are needed for a correct assessment of the proportion of cases.