RÉSUMÉ
OBJECTIVE: To evaluate the health status (HS) of COPD patients and to identify the main predictors of HS in these patients according to gender. METHODS: The study included 90 COPD patients (60 males and 30 females; mean age = 64 ± 9 years) with a wide range of airway obstruction disorders (mean FEV1 = 56 ± 19 percent of predicted). The men were individually matched to the women by percent of predicted FEV1 (ratio: 2:1). The patients were assessed regarding body composition; six-minute walk distance; perception of dyspnea using the Modified Medical Research Council Dyspnea Scale; Saint George's Respiratory Questionnaire (SGRQ); Charlson comorbidity index; and the multidimensional Body mass index, airway Obstruction, Dyspnea, and Exercise capacity (BODE) index. Multiple linear regression analysis was performed to identify the predictors of HS by gender. RESULTS: Impairment of HS was greater among the women than among the men for SGRQ total score and for all SGRQ domains (total: 51 ± 18 percent vs. 38 ± 19 percent; p = 0.002; symptoms: 61 ± 22 percent vs. 42 ± 21 percent; p < 0.001; activity: 62 ± 18 percent vs. 49 ± 21 percent; p = 0.004; and impact: 41 ± 19 percent vs. 27 ± 18 percent; p = 0.001). The multiple linear regression showed that age and perception of dyspnea correlated with SGRQ total score for both genders (males, r² = 0.42; females, r² = 0.70; p < 0.05). CONCLUSIONS: Our results showed an association between gender and HS in COPD patients. Age and dyspnea are determinants of HS in both genders.
OBJETIVO: Avaliar o estado de saúde (ES) de pacientes com DPOC e identificar os principais preditores do ES nesses pacientes de acordo com o gênero. MÉTODOS: Participaram do estudo 90 pacientes com DPOC (60 homens e 30 mulheres); idade média = 64 ± 9 anos) com ampla faixa de distúrbios obstrutivos (VEF1 = 56 ± 19 por cento do predito). Os homens foram pareados individualmente às mulheres em função de VEF1 por cento do predito (razão 2:1). Os pacientes foram avaliados em relação à sua composição corporal, distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos; percepção da dispneia através da Modified Medical Research Council Dyspnea Scale; Saint George's Respiratory Questionnaire (SGRQ); índice de comorbidade de Charlson; e índice Body mass index, airway Obstruction, Dyspnea, and Exercise capacity (BODE) multidimensional. A análise de regressão linear múltipla foi feita para identificar os preditores do ES por gênero. RESULTADOS: O comprometimento do ES foi maior nas mulheres que nos homens no escore total do SGRQ e em todos os domínios (total: 51 ± 18 por cento vs. 38 ± 19 por cento; p = 0,002; sintomas: 61 ± 22 por cento vs. 42 ± 21 por cento; p < 0,001; atividade: 62 ± 18 por cento vs. 49 ± 21 por cento; p = 0,004; e impacto: 41 ± 19 por cento vs. 27 ± 18 por cento; p = 0,001). A regressão linear múltipla mostrou que a idade e a percepção da dispneia se associaram com o escore total do SGRQ em ambos os gêneros (homens, r² = 0,42; mulheres, r² = 0,70; p < 0,05). CONCLUSÕES: Nossos resultados mostraram uma associação entre o gênero e o ES em pacientes com DPOC. A idade e a percepção da dispneia são determinantes do ES em ambos os gêneros.
Sujet(s)
Femelle , Humains , Mâle , Adulte d'âge moyen , Dyspnée/physiopathologie , État de santé , Broncho-pneumopathie chronique obstructive/physiopathologie , Facteurs sexuels , Facteurs âges , Volume expiratoire maximal par seconde/physiologie , Modèles linéaires , Valeur prédictive des tests , Tests de la fonction respiratoireRÉSUMÉ
OBJETIVO: A massa magra corporal (MMC) tem sido associada à mortalidade em pacientes com DPOC, mas seu impacto na limitação funcional é pouco conhecido. O objetivo deste trabalho foi analisar as variáveis cardiopulmonares em pacientes com DPOC, com ou sem depleção da MMC, antes e após a realização do teste de caminhada de seis minutos (TC6). MÉTODOS: Foram avaliados pacientes com DPOC, 36 sem depleção de MMC e 32 com depleção de MMC. Todos os pacientes foram submetidos à avaliação clínica, espirometria, avaliação da composição da massa corpórea e TC6 e responderam a questionários de qualidade de vida e de percepção de dispnéia. RESULTADOS: Não foram observadas diferenças significativas na gravidade de obstrução das vias aéreas, na percepção da dispnéia e na qualidade de vida entre os grupos. A distância percorrida no TC6 foi similar nos pacientes com DPOC com e sem depleção de MMC (470,3 ± 68,5 m vs. 448,2 ± 89,2 m). Entretanto, durante a realização do teste, os pacientes com depleção de MMC apresentaram aumento significativamente maior na diferença entre os valores final e basal da frequência cardíaca e do índice da escala de Borg para cansaço dos membros inferiores. A distância percorrida no TC6 apresentou correlação significativa positiva com o VEF1 (r = 0,381; p = 0,01). CONCLUSÕES: Não houve influência da depleção da MMC na capacidade funcional de exercício e na qualidade de vida dos pacientes estudados. Entretanto, os pacientes com depleção de MMC apresentam sintomas de fadiga dos membros inferiores mais acentuados durante o TC6, o que reforça a importância da avaliação e tratamento das manifestações sistêmicas da DPOC.
OBJECTIVE: Although lean body mass (LBM) has been associated with mortality in patients with COPD, its influence on functional limitation is not clear. The objective of this study was to analyze the cardiopulmonary variables in COPD patients with or without LBM depletion, prior to and after the six-minute walk test (6MWT). METHODS: We evaluated COPD patients, 32 with LBM depletion and 36 without. All patients underwent clinical evaluation, spirometry, evaluation of body mass composition and 6MWT, as well as completing questionnaires related to quality of life and perception of dyspnea. RESULTS: No significant differences in the severity of airway obstruction, perception of dyspnea and quality of life scores were found between the groups. The distance covered on the 6MWT was similar in COPD patients with and without LBM depletion (470.3 ± 68.5 m vs. 448.2 ± 89.2 m). However, patients with LBM depletion presented significantly greater differences between baseline and final values in terms of heart rate and Borg scale index for lower limb fatigue. There was a significant positive correlation between distance covered on the 6MWT and FEV1 (r = 0.381, p = 0.01). CONCLUSIONS: In the patients studied, functional exercise tolerance and quality of life were unaffected by LBM depletion. However, the patients with LBM depletion presented more pronounced lower limb fatigue during the 6MWT, which underscores the importance of the evaluation and treatment of systemic manifestations in COPD patients.
Sujet(s)
Sujet âgé , Femelle , Humains , Mâle , Adulte d'âge moyen , Indice de masse corporelle , Pression sanguine/physiologie , Tolérance à l'effort/physiologie , Consommation d'oxygène/physiologie , Broncho-pneumopathie chronique obstructive/physiopathologie , Maigreur/physiopathologie , Études cas-témoins , Études transversales , Dyspnée/diagnostic , Épreuve d'effort , Rythme cardiaque/physiologie , Jambe/physiologie , Fatigue musculaire/physiologie , Broncho-pneumopathie chronique obstructive/diagnostic , Broncho-pneumopathie chronique obstructive/psychologie , Qualité de vie , Marche à pied/physiologieRÉSUMÉ
OBJETIVO: O aumento do índice de massa corporal (IMC) tem sido associado a uma maior prevalência da asma em adultos. O presente estudo tem o objetivo de avaliar a associação entre a prevalência da obesidade e a gravidade da asma. MÉTODOS: Prontuários de duzentos asmáticos acima dos 20 anos de idade foram avaliados retrospectivamente. A asma foi classificada quanto à gravidade através da história clínica e do diagnóstico registrados, dos resultados da espirometria e da medicação prescrita. O IMC foi calculado e foram considerados obesos os pacientes com IMC > 30 kg/m². RESULTADOS: 23 por cento dos pacientes apresentavam asma intermitente, 25,5 por cento, asma persistente leve, 24 por cento, asma persistente moderada e 27,5 por cento, asma persistente grave. O IMC < 29,9 kg/m² foi observado em 68 por cento dos pacientes e em 32 por cento o IMC foi > 30 kg/m². O odds ratio da relação entre a obesidade e a gravidade da asma foi de 1,17 (CI95 por cento: 0,90-1,53; p > 0,05). CONCLUSÕES: Na amostra estudada não foi encontrada correlação entre a obesidade e a gravidade da asma nem no sexo masculino, nem no feminino.
OBJECTIVE: Elevated values of body mass index (BMI) have been associated with higher prevalence of asthma in adults. The aim of the present study is to evaluate the association between obesity and asthma severity. METHODS: Medical records of two hundred patients older than 20 years of age were evaluated retrospectively. Asthma severity was established after the evaluation of the medical history and diagnosis recorded, spirometry results and the medicines prescribed. BMI was calculated and patients were classified as obese when the BMI was > 30 kg/m². RESULTS: 23 percent of the patients presented intermittent asthma, 25.5 percent presented mild persistent asthma, 24 percent presented moderate persistent asthma, and 27.5 percent presented severe persistent asthma. Values of BMI < 29.9 kg/m² were observed in 68 percent of the patients and in 32 percent the BMI was > 30 kg/m². The odds ratio of the correlation between obesity and asthma severity was 1.17 (95 percent CI: 0.90-1.53; p > 0.05). CONCLUSIONS: In the sample evaluated in this study no correlation between obesity and asthma severity was found for either gender.
Sujet(s)
Adulte , Sujet âgé , Sujet âgé de 80 ans ou plus , Femelle , Humains , Mâle , Adulte d'âge moyen , Asthme/complications , Indice de masse corporelle , Obésité/complications , Méthodes épidémiologiquesRÉSUMÉ
Nos últimos anos, vários estudos avaliaram os marcadores da doença associados 3 frequência de exacerbação, hospitalização, readmissão e mortalidade em pacientes portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Entretanto, estudos que avaliaram os marcadores associados à ocorrência de exacerbação em pacientes ambulatoriais são limitados. Assim, o objetivo deste estudo foi identificar os fatores de predição da ocorrência de exacerbação no período de um ano em 120 pacientes com DPOC atendidos no Ambulatório de Pneumologia da Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp. Os pacientes tiveram o diagnóstico de DPOC confirmado e foram submetidos às seguintes avaliações: espirometria pré e pós-broncodilatador, composição do corpo (antropometria e bioimpedância), qualidade de vida por meio do Saint Georges Respiratory Questionnaire (SGRQ), intensidade da dispnéia por meio da escala modificada Medical Research Council (MMRC) e do índice basal de dispnéia (BDI) e tolerância ao exercício (distância percorrida em 6 minutos - DP6). Em seguida foi calculado o índice BODE de acordo com os pontos de corte do volume expiratório no primeiro segundo (VEF1), do índice de massa do corpo, do MMRC e da DP6. Durante o período de acompanhamento de um ano, 60 pacientes (50%) apresentaram pelo menos um episódio de exacerbação da doença e, em consequência da agudização, 25 pacientes foram hospitalizados. Comorbidades extra-pulmonares foram causa de hospitalização em oito pacientes e de óbito em cinco pacientes. Na avaliação inicial, os pacientes que exacerbaram tinham maior comprometimento da função pulmonar e da troca gasosa, valores mais elevados do índice BODE e maior proporção de pacientes com DPOC III e IV. Além disso, apresentavam menores valores de DP6, maior sensação de dispnéia e maior comprometimento da qualidade de vida. Não houve associação significativa entre o gênero, o uso de corticosteróide, os atributos de composição do corpo e a ocorrência de exacerbações.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Broncho-pneumopathie chronique obstructive/physiopathologie , Hospitalisation , HypoxieRÉSUMÉ
A doença pulmonar obstrutiva crônica é progressiva e está relacionada a uma resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas e/ou gases tóxicos, sobretudo a fumaça de cigarro. Embora acometa primariamente os pulmões, diversas manifestações extrapulmonares relacionadas a esta enfermidade têm sido descritas. O aumento do número de células inflamatórias, que resulta em produção anormal de citocinas pró-inflamatórias, e o desequilíbrio entre a formação de radicais livres e a capacidade antioxidante, resultando em sobrecarga oxidativa, provavelmente são mecanismos envolvidos na inflamação local e sistêmica. Além disso, a diminuição do condicionamento físico secundária às limitações ventilatórias pode estar envolvida no desenvolvimento de alterações musculares. A doença pulmonar obstrutiva crônica apresenta diversas manifestações sistêmicas que incluem a depleção nutricional, a disfunção dos músculos esqueléticos, que contribui para a intolerância ao exercício, e as manifestações relacionadas a co-morbidades comumente observadas nestes pacientes. Essas manifestações têm sido relacionadas à sobrevida e ao estado geral de saúde dos pacientes. Nesse sentido, esta revisão tem como objetivo discutir os achados da literatura relacionados às manifestações sistêmicas da doença pulmonar obstrutiva crônica, ressaltando o papel da inflação sistêmica, e algumas perspectivas de tratamento.