RÉSUMÉ
Planning for mass gatherings involves health system preparedness based on an understanding of natural and technological hazards identified through prior risk assessment. We present the expected hazards reported by health administrators of the host cities for the 2014 FIFA World Cup in Brazil and discuss the hazards considering minimal available public hospital beds in the 12 cities at the time of the event. Four different groups of respondents were interviewed: pharmaceutical service administrators and overall health administrators at both the municipal and hospital levels. The hospital bed occupancy rate was calculated, based on the Brazilian Health Informatics Department (DATASUS). The number of surplus beds was calculated using parameters from the literature regarding surge and mass casualty needs and number of unoccupied beds. In all groups, physical injuries ranked first, followed by emerging and endemic diseases. Baseline occupancy rates were high (95%CI: 0.93-2.19) in all 12 cities. Total shortage, considering all the cities, ranged from -47,670 (for surges) to -60,569 beds (for mass casualties). The study can contribute to discussions on mass-gathering preparedness.
O planejamento de megaeventos envolve a preparação do sistema de saúde, com base na compreensão dos perigos naturais e tecnológicos, através da avaliação antecipada dos riscos. Os autores apresentam os riscos esperados relatados pelos gestores da saúde das cidades-sede durante a Copa do Mundo FIFA de 2014 no Brasil e discutem os riscos com base na disponibilidade mínima de leitos hospitalares públicos nas 12 cidades na época do evento. Quatro grupos foram entrevistados: gestores de serviços farmacêuticos e gestores gerais da saúde, ambos nos níveis municipal e hospitalar. Foi calculada a taxa de ocupação dos leitos hospitalares com base em dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). O excedente de leitos foi calculado, utilizando parâmetros da literatura sobre picos de demanda (surges) e acidentes com múltiplas vítimas e o número de leitos desocupados. Em todos os grupos, as causas externas ocuparam o primeiro lugar, seguido pelas doenças emergentes e endêmicas. Todas as 12 cidades já apresentavam taxas de ocupação altas (IC95%: 0,93-2,19). O déficit total de leitos, considerando todas as cidades, variava de -47.670 (para picos de demanda) até -60.569 leitos (para acidentes com múltiplas vítimas). O estudo pode subsidiar as discussões sobre o preparo para megaeventos.
Planificar eventos para masas de gente implica la preparación del sistema de salud, basada en una comprensión de los riesgos naturales y tecnológicos, que hayan sido identificados previamente tras una evaluación de riesgos. Presentamos los riesgos esperados que fueron informados por los gestores de salud en las ciudades brasileñas anfitrionas de la Copa Mundial de la FIFA, y los discutimos, considerando el número mínimo disponible de camas en hospitales públicos en 12 ciudades, durante el evento deportivo. Hubo cuatro grupos diferentes de entrevistados: gestores del servicio farmacéutico y, en general, distintos gestores de salud en ambos niveles: municipal y hospitalario. La ratio de ocupación de camas se calculó basándose en el Sistema de Información del Sistema Único de Salud (DATASUS). El número de camas sobrantes fue calculado usando parámetros de la literatura, concernientes a las necesidades surgidas, número de víctimas y número de camas desocupadas. En todos los grupos, las lesiones físicas se encontraban en primera posición, seguidas de las enfermedades emergentes y endémicas. Las ratios base de referencia de ocupación fueron altas (IC95%: 0,93-2,19) en las12 ciudades. La escasez total, considerando todas las ciudades, oscila desde -47.670 (para incrementos) a -60.569 camas (para víctimas en masa). El estudio puede contribuir a discusiones sobre la preparación de eventos para muchedumbres.
Sujet(s)
Humains , Football , Capacité hospitalière/statistiques et données numériques , Commémorations et événements particuliers , Admission du patient , Population urbaine , Brésil , Entretiens comme sujet , Villes , Planification des mesures d'urgence en cas de catastrophe , Service hospitalier d'urgences , Événements avec afflux massif de victimesRÉSUMÉ
Abstract: Recently, Brazil has hosted mass events with recognized international relevance. The 2014 FIFA World Cup was held in 12 Brazilian state capitals and health sector preparedness drew on the history of other World Cups and Brazil's own experience with the 2013 FIFA Confederations Cup. The current article aims to analyze the treatment capacity of hospital facilities in georeferenced areas for sports events in the 2016 Olympic Games in the city of Rio de Janeiro, based on a model built drawing on references from the literature. Source of data were Brazilian health databases and the Rio 2016 website. Sports venues for the Olympic Games and surrounding hospitals in a 10km radius were located by geoprocessing and designated a "health area" referring to the probable inflow of persons to be treated in case of hospital referral. Six different factors were used to calculate needs for surge and one was used to calculate needs in case of disasters (20/1,000). Hospital treatment capacity is defined by the coincidence of beds and life support equipment, namely the number of cardiac monitors (electrocardiographs) and ventilators in each hospital unit. Maracanã followed by the Olympic Stadium (Engenhão) and the Sambódromo would have the highest single demand for hospitalizations (1,572, 1,200 and 600, respectively). Hospital treatment capacity proved capable of accommodating surges, but insufficient in cases of mass casualties. In mass events most treatments involve easy clinical management, it is expected that the current capacity will not have negative consequences for participants.
Resumo: Recentemente, o Brasil sediou eventos de massa com relevância internacional reconhecida. A Copa do Mundo FIFA de 2014 foi realizada em 12 capitais estaduais e a preparação do setor da saúde contou com a história de outras Copas do Mundo e com a própria experiência do Brasil com a Copa das Confederações FIFA de 2013. O presente artigo objetivou analisar a capacidade de tratamento de instalações hospitalares em áreas georeferenciadas para eventos esportivos, nos Jogos Olímpicos de 2016, na cidade do Rio de Janeiro, com base em um modelo construído a partir da literatura. Os dados foram coletados nas bases de dados de saúde do Brasil e da página de Internet da Rio 2016. As instalações esportivas para os Jogos Olímpicos e os hospitais circundantes em um raio de 10km foram localizados por geoprocessamento; foi designada uma "área de saúde", referindo-se ao afluxo provável de pessoas a serem tratadas em caso de necessidade hospitalar. Seis fatores foram utilizados para calcular necessidades para surtos e um fator de cálculo foi usado para as desastres (20/1.000). Capacidade de tratamento hospitalar é definida pela coincidência de leitos e equipamentos de suporte de vida, ou seja, o número de monitores cardíacos (eletrocardiógrafos) e respiradores em cada unidade hospitalar. O Maracanã, seguido do Estádio Olímpico (Engenhão) e o Sambódromo, teria a maior demanda para internações (1.572, 1.200 e 600, respectivamente). A capacidade de tratamento hospitalar mostrou-se capaz de acomodar surtos, mas insuficiente em casos de vítimas em massa. Em eventos de massa, a maioria dos tratamentos envolve uma fácil gestão clínica. Espera-se que a capacidade atual não terá consequências negativas para os participantes.
Resumen: Recientemente, Brasil fue sede de eventos de masa con relevancia internacional reconocida. La Copa Mundial de la FIFA 2014 se llevó a cabo en 12 capitales de los estados y la preparación del sector de la salud tenía la historia de otras copas mundiales y con la experiencia de Brasil en la Copa Confederaciones de la FIFA 2013. Este artículo tiene como objetivo analizar la capacidad de tratamiento de las instalaciones hospitalarias en zonas georreferenciados para los eventos deportivos, en los Juegos Olímpicos de 2016, en la ciudad de Río de Janeiro, basado en un modelo construido a partir de la literatura. Los datos fueron recogidos en las bases de datos de salud en Brasil y en el sitio web del Río 2016. Las instalaciones deportivas para los Juegos Olímpicos y los hospitales circundantes dentro de un radio de 10km fueron localizados por el geoprocesamiento; un "área de la salud" fue designado, en referencia a la posible afluencia de personas que van a tratarse en el caso de una emergencia hospitalaria. Seis factores se utilizaron para calcular las necesidades a los brotes y un factor de cálculo se utilizó para los desastres (20/1.000). Capacidad de tratamiento hospitalario se define por la coincidencia de camas y equipos de soporte vital, o el número de monitores cardíacos (electrocardiógrafos) y respiradores en cada hospital. El Maracanã, seguido por el Estadio Olímpico (Engenhão) y el Sambódromo, tendría la mayor demanda de hospitalizaciones (1.572, 1.200 y 600, respectivamente). La capacidad de tratamiento hospitalario ha demostrado ser capaz de adaptarse a los brotes, pero insuficiente en casos de víctimas en masa. En los eventos masivos, la mayoría de los tratamientos implican un manejo clínico fácil. Se espera que la capacidad actual no tendrá consecuencias negativas para los participantes.