RÉSUMÉ
Resumo Fundamento O advento dos stents farmacológicos permitiu que a intervenção coronariana percutânea apresentasse resultados seguros nas lesões de tronco da artéria coronária esquerda. Objetivos Analisar os resultados do tratamento percutâneo da lesão não protegida de tronco da artéria coronária com a utilização de ultrassom intravascular. Métodos Estudo de série de casos consecutivos realizado no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2018. Coletaram-se dados clínicos dos pacientes, assim como escores prognósticos e dados da lesão coronariana. Considerou-se de sucesso a lesão residual menor que 50% à angiografia e a área mínima da luz maior que 6 mm 2 ao ultrassom intravascular. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados Analisaram-se 107 casos. A lesão multiarterial foi predominante, sendo com maior frequência (39,25%) encontradas lesões em três vasos além do tronco coronariano. O escore SYNTAX apresentou média de 46,80 (DP: 22,95), e 70 (65,42%) pacientes tiveram escore SYNTAX acima de 32 pontos. Considerou-se sucesso angiográfico da intervenção percutânea em 106 (99,06%) pacientes. A taxa geral de evento maior cardíaco e cerebrovascular no desfecho hospitalar foi 6,54%, sendo semelhante nos pacientes com escore SYNTAX ≤ 32 (8,10%) e ≥ 33 (5,71%; p = 0,68) . Conclusões A intervenção percutânea em casos de lesão não protegida de tronco coronariano foi realizada com segurança e apresentou ótimos resultados. Atingiu-se alto sucesso angiográfico de tratamento guiado pelo ultrassom intravascular. A taxa de eventos cardíacos e cerebrovasculares maiores foi semelhante entre os pacientes de menor e de maior risco.
Abstract Background The advent of drug-eluting stents allowed the percutaneous coronary intervention to present safe results in lesions in the left main coronary artery. Objectives To analyze the results of the percutaneous treatment of unprotected left main coronary artery lesion with the use of intravascular ultrasound. Methods Study of consecutive case series carried out from January 2010 to December 2018. Clinical data were collected from patients as well as prognostic scores and data on coronary lesion. Low-grade residual lesion (less than 50%) on angiography and minimum luminal area greater than 6 mm2on intravascular ultrasound were considered successful. The adopted significance level was 5%. Results 107 cases were analyzed. The multivessel lesion was predominant, with most (39.25%) of the lesions being found in three vessels in addition to the left main coronary artery. The SYNTAX score had a mean of 46.80 (SD: 22.95), and 70 (65.42%) patients had a SYNTAX score above 32 points. Angiographic success of percutaneous intervention was considered in 106 (99.06%) patients. The overall rate of major cardiac and cerebrovascular events in the hospital outcome was 6.54%, being similar in patients with SYNTAX score ≤ 32 (8.10%) and ≥ 33 (5.71%; p = 0.68). Conclusions Percutaneous intervention in cases of unprotected left main coronary artery lesion was safely performed and presented excellent results. Considerable angiographic success of treatment guided by intravascular ultrasound was achieved. The rate of major cardiac and cerebrovascular events was similar between patients at low and high risks.
Sujet(s)
Humains , Maladie des artères coronaires , Intervention coronarienne percutanée , Facteurs temps , Facteurs de risque , Résultat thérapeutique , CoronarographieRÉSUMÉ
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV) é uma infecção grave que apresenta múltiplas causas, podendo variar dependendo do tipo de UTI e da população de pacientes. Tais características desta doença enfatizam a necessidade de medidas de vigilância com coleta de dados locais. O objetivo deste estudo foi descrever a incidência, os fatores de risco e a mortalidade de pacientes com pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV), internados em UTI cirúrgica. MÉTODO: Foi realizada uma coorte prospectiva, no período de janeiro de 2004 a janeiro de 2005. Foram incluídos todos os pacientes internados, sendo que destes 68 por cento em pós-operatório, em suporte ventilatório e acompanhados diariamente para coleta de dados demográficos, diagnósticos, escores APACHE II e TISS 28, tempo de VM e de internação, freqüência de PAV e mortalidade. RESULTADOS: Foram analisados 462 pacientes com idade média de 57,2 ± 16,6 anos, sendo 55 por cento do sexo masculino. O APACHE II médio foi 18,3 e a incidência de PAV 18,8 por cento. O TISS na admissão OR = 1,050 (IC 95 por cento: 1,003-1,050) e o uso de nutrição enteral OR = 5,609 (IC 3,351-9,388) foram fatores associados à PAV e o uso profilático de antibióticos foi fator de proteção OR = 0,399 (IC 95 por cento: 0,177-0,902). Os pacientes com PAV tiveram maior tempo de internação na UTI (10,3 ± 10,7 versus 4,9 ± 3,3 dias), maior mediana de tempo de VM (4 versus 1 dia), média maior de TISS 28 (24,4 ± 4,6 versus 22,8 ± 4,5) e maior mortalidade bruta (46 versus 28,8 por cento), quando comparados aos pacientes sem PAV. CONCLUSÕES: A PAV foi infecção freqüente nos pacientes cirúrgicos em VM. A nutrição enteral e TISS na admissão foram fatores de risco e o uso profilático de antibiótico fator de proteção. Na amostra estudada, os resultados demonstraram que a PAV está associada a maior duração da VM, do tempo de internação e da mortalidade.
BACKGROUND AND OBJECTIVES: The ventilator-associated pneumonia (VAP) is a severe infection that presents multiple causes which can vary depending on the type of intensive care unit, type of patients, emphasizing the needs for vigilance measures with local data. The aim of this study is to describe the incidence, risk factors and mortality of VAP in patients in a surgical ICU. METHODS: Prospective cohort conducted from January 2004 to January 2005. It was included all the patients in mechanical ventilation, followed daily to collect data about demographics, diagnostic, APACHE II and TISS 28 scores, duration of mechanical ventilation, length of stay, incidence of VAP and mortality. RESULTS: 462 patients were studied; age 57.2 ± 16.6 years, 55 percent men. The mean APACHE II score was 18.3 and the incidence of VAP was 18.8 percent. The TISS score at admission OR = 1.050 (IC 95 percent: 1.003-1.050) and the enteral nutrition OR = 5.609 (IC 3.351-9.388) were factors associated with VAP and the prophylactic use of antibiotics was a factor of protection OR = 0.399 (IC95 percent: 0.177-0.902). The patients with VAP had longer length of stay in ICU (10.3 ± 10.7 vs 4.9 ± 3.3 days), higher median of duration of mechanical ventilation (4 vs 1 days), higher mean of TISS 28 (24.4 ± 4.6 vs 22.8 ± 4.5), and higher crude mortality (46 vs 28.8 percent) when compared with the patients without VAP. CONCLUSIONS: VAP was a frequent infection in surgical patients in mechanical ventilation. Enteral nutrition and admission TISS were risk factors and the previous use of antibiotics was protection factor to develop VAP. In our sample the results demonstrate that VAP is associated with higher duration in mechanical ventilation, longer length of stay and higher mortality.