RÉSUMÉ
ABSTRACT BACKGROUND: Attention deficit hyperactivity disorder (ADHD) has a prevalence of 5.3% among children and adolescents. It is characterized by attention deficit, hyperactivity, and impulsivity. OBJECTIVE: We aimed to conduct a survey involving pediatric neurologists in the management of ADHD and compare the results with the current literature and guidelines. DESIGN AND SETTING: Descriptive analytical study of a virtual environment, was used Test of equality of proportions for comparison between two groups of pediatric neurologists (working as specialists for > 6 versus ≤ 6 years), with a significance level of P = 0.05. METHODS: This cross-sectional study used a virtual questionnaire covering the steps in the diagnosis and treatment of children with ADHD. The inclusion criteria were professionals who had completed their residency/specialization in pediatric neurology and clinical neurologists working in pediatric neurology. RESULTS: Among the 548 electronic invitations sent, 128 were considered valid. For all participants, the diagnosis was clinically based on the disease classification manuals. Combination treatment promotes improvement of symptoms (96.9%). Among psychostimulants, short-acting methylphenidate was the most commonly prescribed medication (85.2%). Headache was the most common side effect (77.3%). Altogether, 73.4% of the participants requested laboratory tests, 71.1% requested an electrocardiogram, and 42.2% requested an electroencephalogram. Pediatric neurologists working as specialists for ≤ 6 years had more frequent referrals to psycho-pedagogists for diagnosis (P = 0.03). CONCLUSIONS: The participants complied with clinical guidelines, emphasizing the relevance of diagnostic manuals and treatment guidelines for an eminently clinical situation and enabling uniformity in quality treatment.
RÉSUMÉ
ABSTRACT Purpose: to analyze and compare the writing performance between students with attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD) and students with dyslexia. Methods: altogether, 27 children participated in the study, divided into the groups G-ADHD and G-Dyslexia. Their writing was assessed with a test that uses word and pseudoword dictation. The analysis addressed their writing level, word/pseudoword writing performance, and misspelling types. The groups were compared with the two-proportion z-test between two samples and the Mann-Whitney test (α = 0.05). Results: only one child in G-Dyslexia out of the 27 participating children was classified at the syllabic-alphabetical level. The others were classified at the alphabetical level, with no statistical difference between the groups in this item. The analysis of word/pseudoword writing performance revealed a difference between mean total scores, in which G-ADHD performed better. This group also had a higher percentage of children whose performance was classified as adequate for their age. There was a difference in misspellings between the groups in the omission of syllables, omission/addition of letters in complex syllables, and total performance - G-dyslexia made such errors more often. Conclusion: children with ADHD performed better in writing than the ones with dyslexia. However, writing cannot be used as a diagnostic marker between these conditions.
RESUMO Objetivo: analisar e comparar o desempenho em escrita entre escolares com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) ou escolares com Dislexia. Métodos: participaram 27 crianças, divididas nos grupos: G-TDAH; G-Dislexia. Para avaliação da escrita, utilizou-se um teste que se baseia no ditado de palavras/pseudopalavras e foram analisados o nível de escrita, o desempenho em escrever palavras/pseudopalavras e os tipos de erros ortográficos presentes. Para comparação entre os grupos foram utilizados os testes Igualdade de Proporções entre duas amostras e Mann-Whitney (α=0,05). Resultados: das 27 crianças participantes, apenas uma do G-Dislexia foi classificada no nível silábico-alfabético. Todas as outras foram classificadas no nível alfabético, não havendo diferença estatística deste item entre os grupos. Em relação à análise do desempenho em escrever palavras/pseudopalavras, observou-se diferença entre os valores médios totais, com melhor desempenho do G-TDAH. Neste mesmo grupo, há maior porcentagem de crianças classificadas com desempenho adequado para a idade. Em relação aos erros ortográficos, houve diferença entre os grupos em omissão de sílabas, omissão/adição de letras em sílabas complexas e no desempenho total, sendo o G-dislexia com maior número destes tipos de erros. Conclusão: crianças com TDAH apresentaram melhor desempenho em escrita do que crianças com dislexia, porém, a escrita não pode ser utilizada como um marcador diagnóstico entre essas condições.
RÉSUMÉ
Introdução: A narrativa escrita deve articular a ideia principal através da relação entre tema, perso-nagens e desfecho, sendo responsabilidade de quem escreve relacionar esses componentes para levá-los à coerência. A coerência consiste de uma dependência de relações macro-linguísticas (associação do tema do texto às estruturas que o compõem) e micro-linguísticas (conectivos que trarão coesão à narrativa), a fim de proporcionar ao texto o poder de interpretação. Objetivo: analisar quais variáveis linguísticas estavam relacionadas ao melhor desempenho em coerência nas narrativas escritas de escolares do ensino fundamental. Métodos: a amostra foi composta por 37 crianças (idade entre 7 11 anos) sem deficiência intelectual e/ou deficiência auditiva. Cada criança teve sua elaboração escrita classificada em adequada (coerência nível III e IV segundo instrumento utilizado) ou inadequada (coerência nível I ou II). Poste-riormente, foi analisado um conjunto de variáveis que poderiam estar relacionadas ao desempenho da narrativa, a saber: compreensão oral, vocabulário, consciência fonológica, consciência morfossintática, memória de trabalho alça fonológica, leitura e escrita. Todas essas variáveis foram avaliadas através de testes padronizados. Para a análise estatística utilizou-se modelo de regressão logística. Resultados:dentre todas as habilidades linguísticas avaliadas, consciência morfossintática (p = 0,02) foi a variável significativa. Somada a estas, temos também a escolaridade (p = 0,01), porém a consciência morfossin-tática apresentou coeficiente negativo enquanto a escolaridade apresentou coeficiente positivo. Conclu-são: crianças que apresentam alteração em consciência morfossintática apresentam maiores chances de elaborarem narrativas escritas incoerentes. Já as crianças com maior grau de escolaridade, são as que possuem textos mais adequados.
Introduction: The written narrative must articulate the main idea through the relation between theme, characters and outcome, being the responsibility of those who write to relate these components to bring them to coherence. Consistency consists of a dependence on macro-linguistic relations (association of the theme of the text with the structures that make it up) and micro-linguistic (connectives that will bring cohesion to the narrative), in order to provide the text with the power of interpretation. Objective: to analyze which linguistic variables are related to the best coherence performance in the written narrati-ves of elementary schoolchildren. Methods: the sample consisted of 37 children aged 7-11 years with no intellectual or hearing deficiency. The written elaboration of each child was classified as adequate (level III and IV coherence according to the instrument used) or inadequate (level I or II coherence). A set of variables that might be related to the performance of the narrative was then analyzed, such as oral comprehension, vocabulary, phonological awareness, morphosyntactic awareness, working memory phonological loop, reading, and writing. All of these variables were evaluated using standardized tests and statistical analysis was performed using a logistic regression model. Results: among all the linguistic skills evaluated, morphosyntactic awareness (p = 0.02) was the significant variable. In addition to these there was also schooling (p = 0.01), although morphosyntacic awareness showed a negative coefficient while schooling showed a positive coefficient. Conclusion: children with changes in morphosyntactic awareness have a greater chance to elaborate incoherent written narratives, whereas children with higher schooling elaborate more adequate texts.
Introducción: La narrativa escrita debe articular la idea principal a través de la relación entre tema, personajes y desenlace, siendo responsabilidad de quienes escriben relacionar estos componentes para llevarlos a la coherencia. La coherencia consiste en una dependencia de relaciones macrolingüísticas y microlingüísticas, para dotar al texto de poder de interpretación. Objetivo: analizar qué variables lingüísticas se relacionaron con un mejor desempeño en coherencia en las narrativas escritas de estudiantes de primaria. Metodos: la muestra estuvo formada por 37 niños (de 7 a 11 años). Cada niño tenía su elabo-ración escrita clasificada como adecuada (nivel de coherencia III y IV, según el instrumento utilizado) o inadecuada (nivel de coherencia I o II). Posteriormente, se analizaron un conjunto de variables que podrían estar relacionadas con el desempeño de la narrativa, a saber: escucha, vocabulario, conciencia fonológica, conciencia morfosintáctica, memoria de trabajo - bucle fonológico, lectura y escritura. Todas estas variables se evaluaron mediante pruebas estandarizadas. Para el análisis estadístico se utilizó un modelo de regresión logística. Resultados: entre todas las habilidades lingüísticas evaluadas, la conciencia morfosintáctica (p = 0,02) fue la variable significativa. Sumado a estos, también tenemos la educación (p = 0.01), pero la conciencia morfosintáctica tuvo un coeficiente negativo mientras que la educación tuvo un coeficiente positivo. Conclusión: los niños con alteración de la conciencia morfosintáctica son más propensos a desarrollar narrativas escritas incoherentes. Los niños con mayor nivel educativo, en cambio, son los que tienen los textos más adecuados.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Enfant , Langage de l'enfant , Cognition , Narration , Études transversales , Niveau d'instruction , Incapacités d'apprentissageRÉSUMÉ
ABSTRACT In order to verify indications for surgery, 27 patients with refractory epileptic seizures and brain tumor, aged up to 19 years at the time of surgery, were studied between 1996 and 2013 and followed up for at least one year. The mean interval between the onset of seizures and the diagnosis of the tumor was 3.6 years, and from diagnosis to the surgery, 18 months. The location of the tumor was in the temporal lobe in 16, with ganglioglioma and dysembryoplastic neuroepithelial tumors being the most frequent. Among the patients, 92.5% and 90.4% were seizure-free in the first and fifth year after surgery, respectively. Twelve of 16 children were successful in becoming drug-free, with complete withdrawal by 3.2 years. Surgery proved to be potentially curative and safe in these cases, suggesting that the tumor diagnosis and surgery cannot be postponed.
RESUMO A fim de verificar os aspectos da indicação cirúrgica, vinte e sete pacientes com epilepsia refratária secundária a tumor cerebral, com idade de até 19 anos na cirurgia, operados entre 1996 e 2013 e seguidos por pelo menos um ano, foram estudados. O intervalo médio entre o início das crises e o diagnóstico do tumor foi de 3,6 anos, e deste para a cirurgia, 18 meses. A localização do tumor foi lobo temporal em 16, sendo ganglioglioma e DNET os tipos mais frequentes. Entre os pacientes, 92,5% e 90,4% estavam livres de crises no primeiro e no quinto ano após a cirurgia, respectivamente. Doze de 16 crianças obtiveram sucesso na retirada de drogas, com a média de tempo de 3,2 anos após o procedimento. A cirurgia provou ser potencialmente curativa e segura nestes casos, o que sugere que perante o diagnóstico de tumor esta não pode ser adiada.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Enfant d'âge préscolaire , Enfant , Adolescent , Tumeurs du cerveau/chirurgie , Épilepsie/chirurgie , Période postopératoire , Tumeurs du cerveau/complications , Soins préopératoires , Études transversales , Études rétrospectives , Études de suivi , Tumeurs neuroépitheliales/chirurgie , Tumeurs neuroépitheliales/complications , Gangliogliome/chirurgie , Gangliogliome/complications , Procédures de neurochirurgie , Épilepsie/complications , NeurochirurgiensRÉSUMÉ
Pathology studies in epilepsy patients bring useful information for comprehending the physiopathology of various forms of epilepsy, as well as aspects related to response to treatment and long-term prognosis. These studies are usually restricted to surgical specimens obtained from patients with refractory focal epilepsies. Therefore, most of them pertain to temporal lobe epilepsy (TLE) with mesial temporal sclerosis (MTS) and malformations of cortical development (MCD), thus providing information of a selected group of patients and restricted regions of the brain. Postmortem whole brain studies are rarely performed in epilepsy patients, however they may provide extensive information on brain pathology, allowing the analysis of areas beyond the putative epileptogenic zone. In this article, we reviewed pathology studies performed in epilepsy patients with emphasis on neuropathological findings in TLE with MTS and MCD. Furthermore, we reviewed data from postmortem studies and discussed the importance of performing these studies in epilepsy populations.
Estudos de patologia em pacientes com epilepsia trazem informações úteis para compreender a fisiopatologia de várias formas de epilepsia, bem como aspectos relacionados ao tratamento e ao prognóstico a longo prazo. Esses estudos são usualmente restritos a espécimes cirúrgicos obtidos de pacientes com epilepsias focais refratárias. Portanto, a maioria diz respeito à epilepsia do lobo temporal (ELT) com esclerose mesial temporal (EMT) e às malformações do desenvolvimento cortical (MDC). Desse modo, fornecem informações sobre um grupo selecionado de pacientes e sobre regiões restritas do cérebro. Raramente são realizados estudos post mortem do cérebro inteiro em pacientes com epilepsia; entretanto, eles podem prover informações relevantes sobre patologia cerebral, permitindo a análise de áreas além da zona epileptogênica putativa. Neste artigo, foram revisados estudos de patologia feitos em pacientes com epilepsia, com ênfase nos achados neuropatológicos em ELT com EMT e MDC. Foram revisados, ainda, dados de estudos post mortem e discutiu-se a importância da realização desses estudos em populações de pessoas com epilepsia.
Sujet(s)
Humains , Épilepsie temporale/anatomopathologie , Malformations corticales/anatomopathologie , Lobe temporal/anatomopathologie , Autopsie , Épilepsie temporale/chirurgie , Malformations corticales/chirurgie , ScléroseRÉSUMÉ
INTRODUÇÃO: A estereoeletroencefalografia (E-EEG), conforme introduzida na década de 50 por Talairach, é um método invasivo de análise tridimensional da zona epilpeptogênica, baseado na técnica de implantação intracraniana de eletrodos de profundidade (EP). O advento das modernas técnicas de cirurgia guiadas por imagem revolucionaram a técnica de implantação dos EP. OBJETIVO: O objetivo deste artigo é discutir os princípios da E-EEG e sua evolução, desde a era Talairach até a era atual, da cirurgia guiada por imagem, e suas perspectivas futuras. CONCLUSÕES: Embora os princípios gerais da E-EEG tenham permanecidos intactos ao longo dos anos, a implantação de EP, que é a técnica cirúrgica que viabiliza este método, sofreu uma tremenda evolução ao longo das últimas três décadas devido ao advento das modernas técnicas de imagem, de sistemas de computação e das novas técnicas estereotáxicas. O uso de sistemas robotizados, a evolução constante das técnicas de imagem e computação e a utilização de EP com sondas para micro diálise associados a si, abre no futuro uma enorme perspectiva para a aplicação dos EP e da E-EEG, tanto para uso investigativo como terapêutico. A descoberta de novos alvos, em localizações profundas e a fabricação de eletrodos "inteligentes", poderá incrementar, num futuro próximo, a necessidade do uso deste método.
INTRODUCTION: The stereoelectroencephalography (SEEG), introduced by Talairach in 50', is an invasive method of tridimensional analysis of epileptogenic zone based on the intracranial placement of depth electrodes (DE). The advent of modern imaging guided surgery had a tremendous impact in DE implantation techniques. OBJETIVE: The aim of this article is to discuss the main principles of SEEG and its evolution along the years since Talairach era until the imaging guide surgery era, with its new perspectives. CONCLUSIONS: Although the main principles of SEEG have remained intact, the placement of depth electrodes (DE) which is the surgical technique that supports this method has suffered a tremendous evolution along the last three decades due the advent of the modern imaging, the computer systems and the new stereotactic techniques. The use of robotic, the new imaging and computed systems and the use of probes of micro dialise adaptated to EP opened a tremendous perspective to DE and SEEG application as an investigative and therapeutical method. The discovery of new targets in deep brain localization and the manufacturing of "smart" DE, can increment, in a near future, the number of indications to this method.