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1.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 36(supl.1): e00035618, 2020.
Article de Portugais | LILACS | ID: biblio-1055641

RÉSUMÉ

Resumo: O objetivo deste artigo é analisar as práticas e significados em torno da ultrassonografia obstétrica (USG) em mulheres com abortamento na maternidade pública em Salvador, Bahia, Brasil. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, etnográfica, que envolveu observação participante das interações entre mulheres, profissionais de saúde médicos e não médicos, na sala de USG de uma maternidade pública, durante três meses. A USG ocupa um lugar central no itinerário abortivo das mulheres e sua prática é incorporada à rotina institucional e definidora de condutas na atenção ao abortamento na maternidade em estudo. Nesse contexto, são produzidas categorias distintas de "mulheres com aborto", cujo acionamento depende da interpretação da imagem ecográfica. A forma de significar o estado de saúde e a condição moral de uma mulher com suspeita de aborto se relaciona com a presença ou não de um feto vivo no seu útero, além da idade gestacional em que a tentativa ou efetivação do aborto aconteceu. Concluímos que, quando as evidências ecográficas indicam que houve (provavelmente) um aborto em estágios iniciais de uma gravidez, os próprios profissionais colaboram com as mulheres em desativar o processo semiótico que levaria à atribuição de um sentido de natureza humana ao concepto. Quanto mais tarde se interrompeu uma gestação, mais provável é que o processo de significação sobre as imagens sustente a ideia de que ali havia uma Pessoa. A moral hegemônica sobre aborto e sua criminalização modulam as construções simbólicas e as práticas em torno do exame de USG em mulheres com abortamento.


Resumen: El objetivo de este artículo es analizar las prácticas y significados en torno a la ultrasonografía obstétrica (USG) con mujeres que abortaron en la maternidad pública en Salvador, Bahía, Brasil. Se trata de una investigación cualitativa, etnográfica, que implicó observación participante de las interacciones entre mujeres, profesionales de salud médicos y no médicos, en la sala de USG de una maternidad pública, durante tres meses. La USG ocupa un lugar central en el itinerario abortivo de las mujeres y su práctica está incorporada a la rutina institucional y definitoria de conductas en la atención del aborto en la maternidad en estudio. En ese contexto, se producen categorías distintas de "mujeres que abortan", cuyo inicio del proceso depende de la interpretación de la imagen ecográfica. La forma de dar significado al estado de salud y la condición moral de una mujer, sospechosa de abortar, se relaciona con la presencia o no de un feto vivo en su útero, además de la edad gestacional en la que la tentativa o realización del aborto se produjo. Concluimos que, cuando las evidencias ecográficas indican que hubo (probablemente) un aborto en estadios iniciales de un embarazo, los propios profesionales colaboran con las mujeres en desactivar el proceso semiótico que conduciría a la atribución de un sentido de naturaleza humana al concepto. Cuanto más tarde se interrumpió una gestación, lo más probable es que el proceso de significación sobre las imágenes sustente la idea de que allí había un ser humano. La moral hegemónica sobre el aborto y su criminalización modulan las construcciones simbólicas y las prácticas en torno al examen de USG en mujeres que abortaron.


Abstract: This article aims to analyze the practices and meanings involved in obstetric ultrasound (USG) in women undergoing abortion at public maternity hospital in Salvador, Bahia, Brazil. This is a qualitative ethnographic study that included three months of participant observation in the interactions between these women and medical and non-medical staff in the USG room of a public maternity hospital. USG has a central place in women's abortion itinerary, and its practice is incorporated into the institution's routine and the definition of approaches to abortion care at the maternity hospital studied here. In this context, distinct categories of "women with abortion" are produced and mobilized according to the interpretation of the USG images. The way the health condition and moral status of a woman with suspected abortion are defined depends on the presence or absence of a live fetus in her uterus, in addition to the gestational age at which the attempted or completed abortion occurred. We conclude that when the USG evidence indicates that there was (probably) an abortion in the initial stages of a pregnancy, the health professionals themselves help the women by disconnecting the semiotic process that would result in assigning a sense of human nature to the embryo. The later a pregnancy is terminated, the more likely the process of defining the images will sustain the idea that there was a person there. The hegemonic morals on abortion and its criminalization in Brazil modulate the symbolic constructions and practices involved in the USG test in women experiencing abortion.


Sujet(s)
Humains , Femelle , Grossesse , Avortement provoqué , Maternités (hôpital) , Brésil , Personnel de santé , Hôpitaux publics
2.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 36(supl.1): e00189618, 2020. tab, graf
Article de Portugais | LILACS | ID: biblio-1055643

RÉSUMÉ

As desigualdades sociais no Brasil se refletem na busca por atenção pelas mulheres com abortamento, as quais enfrentam barreiras individuais, sociais e estruturais, expondo-as a situações de vulnerabilidades. São as negras as mais expostas a essas barreiras, desde a procura pelo serviço até o atendimento. O estudo objetivou analisar os fatores relacionados às barreiras individuais na busca do primeiro atendimento pós-aborto segundo raça/cor. A pesquisa foi realizada em Salvador (Bahia), Recife (Pernambuco) e São Luís (Maranhão), Brasil, com 2.640 usuárias internadas em hospitais públicos. Foi realizada regressão logística para análise das diferenças segundo raça/cor (branca, parda e preta), considerando-se "não houve barreiras individuais na busca pelo primeiro atendimento" como categoria de referência da variável dependente. Das entrevistadas, 35,7% eram pretas, 53,3% pardas e 11% brancas. Mulheres pretas tinham menor escolaridade, menos filhos e declararam mais o aborto como provocado (31,1%), após 12 semanas de gestação (15,4%). Relataram mais barreiras individuais na busca pelo primeiro atendimento (32% vs. 28% entre pardas e 20,3% entre brancas), tais como o medo de ser maltratada e não ter dinheiro para o transporte. Na regressão, confirmou-se a associação entre raça/cor preta e parda e barreiras individuais na busca de cuidados pós-aborto, mesmo após o ajuste por todas as variáveis selecionadas. Os resultados confirmam a situação de vulnerabilidade das pretas e pardas. A discriminação racial nos serviços de saúde e o estigma em relação ao aborto podem atuar simultaneamente, retardando a ida das mulheres ao serviço, o que pode configurar uma situação limite de maior agravamento do quadro pós-abortamento.


Las desigualdades sociales en Brasil se reflejan en la búsqueda de atención sanitaria por parte de las mujeres que abortan, que enfrentan barreras individuales, sociales y estructurales, exponiéndolas a situaciones de vulnerabilidad. Las negras son las más expuestas a estas barreras, desde la búsqueda del servicio hasta la atención. El estudio tuvo como objetivo analizar los factores relacionados con las barreras individuales en la búsqueda de la primera atención post-aborto según raza/color. La investigación se realizó en Salvador (Bahia), Recife (Pernambuco) y São Luis (Maranhão), Brasil, con 2.640 pacientes internadas en hospitales públicos. Se realizó una regresión logística para el análisis de las diferencias según raza/color (blanca, mulata/mestiza y negra), considerándose "no tuvo barreras individuales en la búsqueda de la primera atención" como categoría de referencia de la variable dependiente. De las entrevistadas 35,7% eran negras, 53,3% mulatas/mestizas y 11% blancas. Las mujeres negras tenían menor escolaridad, menos hijos y declararon más el aborto como provocado (31,1%), tras 12 semanas de gestación (15,4%). Informaron más barreras individuales en la búsqueda de la primera atención (32% vs. 28% entre multas/mestizas y un 20,3% entre las blancas), tales como el miedo de ser maltratada y no tener dinero para el transporte. En la regresión se confirmó la asociación entre raza/color negro y mulato/mestizo y barreras individuales en la búsqueda de cuidados post-aborto, incluso tras el ajuste por todas las variables seleccionadas. Los resultados confirman la situación de vulnerabilidad de las negras y mulatas/mestizas. La discriminación racial en los servicios de salud y el estigma en relación con el aborto pueden actuar simultáneamente, retardando la ida de las mujeres al servicio de salud, lo que puede constituir una situación límite de mayor gravedad en el cuadro post-aborto.


Social inequalities in Brazil are reflected in women's search for abortion care, when they face individual, social, and structural barriers and are exposed to situations of vulnerability. Black women are the most heavily exposed to these barriers, from the search for the service to the care itself. The study aimed to analyze factors related to individual barriers in the search for first post-abortion care according to race/color. The study was conducted in Salvador (Bahia State), Recife, (Pernambuco State) and São Luís (Maranhão State), Brazil, with 2,640 patients admitted to public hospitals. Logistic regression was performed to analyze differences according to race/color (white, brown, and black), with "no individual barriers in the search for first care" as the reference category in the dependent variable. Of the women interviewed, 35.7% were black, 53.3% brown, and 11% white. Black women had less schooling, fewer children, and reported more induced abortions (31.1%) and more second-trimester abortions (15.4%). Black women reported more individual barriers in the search for first care (32% vs. 28% in brown women and 20.3% in whites), such as fear of being mistreated and lack of money for transportation. Regression analysis confirmed the association between black and brown race/color and individual barriers in the search for post-abortion care, even after adjusting for all the selected variables. The results confirmed the situation of vulnerability for black women and brown women in Brazil. Racial discrimination in health services and abortion-related stigma can act simultaneously, delaying women's access to health services, a limitation that can further complicate their post-abortion condition.


Sujet(s)
Humains , Femelle , Grossesse , Enfant , Avortement provoqué , Accessibilité des services de santé , Brésil , Enquêtes et questionnaires , Stigmate social
3.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 36(supl.1): e00190418, 2020. tab, graf
Article de Portugais | LILACS | ID: biblio-1055646

RÉSUMÉ

O objetivo deste estudo é atualizar o conhecimento sobre o aborto inseguro no país. Foi realizada uma revisão sistemática com busca e seleção de estudos via MEDLINE e LILACS, sem restrição de idiomas, no período 2008 a 2018, com avaliação da qualidade dos artigos por meio dos instrumentos elaborados pelo Instituto Joanna Briggs. Foram avaliados 50 artigos. A prevalência de aborto induzido no Brasil foi estimada por método direto em 15% no ano de 2010 e 13% no ano de 2016. Prevalências mais elevadas foram observadas em populações socialmente mais vulneráveis. A razão de aborto induzido por 1.000 mulheres em idade fértil reduziu no período 1995-2013, sendo de 16 por 1.000 em 2013. Metade das mulheres referiu a utilização de medicamentos para a interrupção da gestação e o número de internações por complicações do aborto, principalmente complicações graves, reduziu no período 1992-2009. A morbimortalidade materna por aborto apresentou frequência reduzida, mas alcançou valores elevados em contextos específicos. Há um provável sub-registro de óbitos maternos por aborto. Transtornos mentais comuns na gestação e depressão pós-parto foram mais frequentes em mulheres que tentaram induzir um aborto sem sucesso. Os resultados encontrados indicam que o aborto é usado com frequência no Brasil, principalmente nas regiões menos desenvolvidas e por mulheres socialmente mais vulneráveis. O acesso a métodos mais seguros provavelmente contribuiu para a redução de internações por complicações e para a redução da morbimortalidade por aborto. Entretanto, metade das mulheres ainda recorre a outros métodos e o número de internações por complicações do aborto é ainda elevado.


El objetivo de este estudio es actualizar el conocimiento sobre el aborto inseguro en el país. Se realizó una revisión sistemática con búsqueda y selección de estudios vía MEDLINE y LILACS, sin restricción de idiomas, durante el período de 2008 a 2018, con una evaluación de la calidad de los artículos mediante instrumentos elaborados por el Instituto Joanna Briggs. Se evaluaron 50 artículos. La prevalencia de aborto inducido en Brasil se estimó por el método directo en un 15% durante el año 2010 y en un 13% durante el año 2016. Se observaron prevalencias más elevadas en poblaciones socialmente más vulnerables. La razón de aborto inducido por 1.000 mujeres en edad fértil se redujo durante el período de 1995-2013, siendo de 16 por 1.000 en 2013. La mitad de las mujeres informó sobre la utilización de medicamentos para la interrupción de la gestación y el número de internamientos por complicaciones del aborto, principalmente complicaciones graves, se redujo durante el período 1992-2009. La morbimortalidad materna por aborto presentó una frecuencia reducida, pero alcanzó valores elevados en contextos específicos. Existe un probable subregistro de óbitos maternos por aborto. Trastornos mentales comunes en la gestación y depresión posparto fueron más frecuentes en mujeres que intentaron inducir un aborto sin éxito. Los resultados encontrados indican que el aborto es usado con frecuencia en Brasil, principalmente en las regiones menos desarrolladas y por mujeres socialmente más vulnerables. El acceso a métodos más seguros probablemente contribuyó a la reducción de internamientos por complicaciones y a la reducción de la morbimortalidad por aborto. Sin embargo, la mitad de las mujeres todavía recurre a otros métodos y el número de internamientos por complicaciones del aborto es todavía elevado.


This study sought to update knowledge on unsafe abortion in Brazil. We carried out a systematic review with study search and selection on MEDLINE and LILACS, with no language restriction, from 2008 to 2018. We evaluated article quality using the Joanna Briggs Institute instruments. We evaluated 50 articles. The prevalence of induced abortion in Brazil was estimated by a direct method to be 15% in 2010 and 13% in 2016. Higher prevalences were observed in more socially vulnerable populations. There was a decrease in the ratio of induced abortions by 1,000 women of reproductive age in the period 1995-2013, reaching 16 per 1,000 in 2013. Half of all women reported using medications for terminating pregnancies and the number of hospital admissions due to complications from abortion, especially severe complications, decreased from 1992 to 2009. Maternal morbimortality from abortion had a reduced frequency but reached high values in specific contexts. It is likely that maternal deaths from abortion are under-reported. Common mental disorders during pregnancy and postpartum depression were more frequent among women who unsuccessfully attempted to induce an abortion. Findings indicate that abortion is frequently used in Brazil, especially in less-developed regions and by more socially-vulnerable women. Access to safer methods probably contributed to the reduction in hospitalizations due to complications and to the reduction in morbimortality from abortion. However, half of all women still resort to other methods and the number of admissions due to complications from abortion is still high.


Sujet(s)
Humains , Femelle , Grossesse , Avortement provoqué , Brésil/épidémiologie , Prévalence , Hospitalisation
4.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 36(supl.1): e00197918, 2020. graf
Article de Portugais | LILACS | ID: biblio-1055647

RÉSUMÉ

A pesquisa sobre o aborto impõe grandes desafios, que são redobrados em contextos onde a prática é ilegal. As mulheres tendem a omitir a interrupção voluntária da gravidez ou declarar o aborto como espontâneo, o que resulta em subestimação da sua ocorrência. A pesquisa sobre o tema é imprescindível, por permitir estimativas de incidência do aborto e de suas complicações, e a identificação de demandas insatisfeitas e de grupos mais vulneráveis de modo a embasar ações e políticas de saúde. Neste artigo pretendeu-se descrever os principais desafios enfrentados, a partir de uma revisão de estudos originais sobre o tema e da reflexão das autoras com base na realização de pesquisas empíricas. Discute-se as dificuldades para obtenção da informação, as estratégias e técnicas utilizadas para aumentar a acurácia e a confiabilidade, seus limites e vantagens, e para estimativas de ocorrência do aborto e de suas complicações, com o uso de métodos diretos (entrevistas e extração de dados de prontuários) e indiretos (fontes de dados secundários de morbidade e mortalidade). Na investigação das complicações do aborto, aborda-se os estudos de mortalidade e morbidade enfatizando-se as especificidades dos abortos entre as causas obstétricas. São apontados os principais indicadores utilizados e aspectos metodológicos para sua construção. Recomendações são feitas para superar problemas metodológicos e realizar novos estudos. Em conclusão, a relevância da pesquisa sobre o aborto e a necessidade de abordagens para contemplar sua complexidade são reiteradas.


La investigación sobre el aborto impone grandes desafíos, que son redoblados en contextos donde la práctica es ilegal. Las mujeres tienden a omitir la interrupción voluntaria del embarazo o declarar el aborto como espontáneo, lo que resulta en un subestimación de su ocurrencia. La investigación sobre este tema es imprescindible, al permitir estimaciones de incidencia del aborto y de sus complicaciones, y la identificación de demandas insatisfechas y de grupos más vulnerables, de modo que puedan fundamentar acciones y políticas de salud. En este artículo se pretendió describir los principales desafíos enfrentados, a partir de una revisión de estudios originales sobre el tema y de la reflexión de las autoras, en base a la realización de investigaciones empíricas. Se discuten las dificultades para la obtención de la información, las estrategias y técnicas utilizadas para aumentar la precisión y la confiabilidad, sus límites y ventajas, y para las estimaciones de ocurrencia del aborto y sus complicaciones, con el uso de métodos directos (entrevistas y extracción de datos de registros médicos) e indirectos (fuentes de datos secundarios de morbilidad y mortalidad). En la investigación de las complicaciones del aborto, se abordan los estudios de mortalidad y morbilidad enfatizándose las especificidades de los abortos entre las causas obstétricas. Se apuntan los principales indicadores utilizados y aspectos metodológicos para su construcción. Las recomendaciones se realizan para superar problemas metodológicos y realizar nuevos estudios. En conclusión, se reiteran la relevancia de la investigación sobre el aborto y la necesidad de abordajes para contemplar su complejidad.


Abortion research faces great challenges, even more so in contexts in which it is illegal. Women tend to omit the voluntary termination of pregnancy or to declare having miscarried, which results in an underestimation of abortions. Research on this subject is indispensable because it enables us to estimate the incidence of abortion and its complications, and to identify unmet demands and more vulnerable groups so as to subsidize health actions and policies. In this article, we seek to describe the main challenges faced by researchers through a review of original studies on abortion and our reflections based on empirical studies we have conducted. We discuss the difficulties in obtaining information, strategies and techniques used to increase accuracy and reliability and their limits and advantages, and strategies for estimating the occurrence of abortion and its complications, using direct (interviews and data from medical charts) and indirect (secondary data on mortality and morbidity) methods. When investigating abortion complications, we address studies on mortality and morbidity, emphasizing the specificities of abortion among obstetric causes. We discuss the main indicators used by researchers and methodological aspects of their construction. We make recommendations for overcoming methodological problems and conducting new studies. In the conclusion, we reiterate the relevance of research on abortion and the need for approaches that contemplate its complexity.


Sujet(s)
Humains , Femelle , Grossesse , Avortement provoqué , Pays en voie de développement , Brésil/épidémiologie , Avortement illégal , Reproductibilité des résultats , Morbidité
5.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 36(supl.1): e00197718, 2020. tab
Article de Portugais | LILACS | ID: biblio-1055649

RÉSUMÉ

As complicações do aborto são um importante problema de saúde pública e pesquisas para avaliar a qualidade da atenção requerem ferramentas de aferição adequadas. Este estudo dá sequência ao processo de refinamento de um instrumento para esse fim - QualiAborto-Pt. Utilizando-se dados de um inquérito com 2.336 mulheres internadas por complicações do aborto em 19 hospitais de três capitais do Nordeste brasileiro (Salvador - Bahia, Recife - Pernambuco e São Luís - Maranhão), implementou-se uma sequência de análises fatoriais exploratórias e confirmatórias com base em um protótipo de 55 itens. As análises apontam para uma estrutura de 17 itens em cinco dimensões: acolhimento, orientação, insumos/ambiente físico, qualidade técnica e continuidade do cuidado. Todos os itens do modelo final evidenciam confiabilidade aceitável, ausência de redundância de conteúdo, especificidade fatorial, e guardam coerência teórica com as respectivas dimensões. A solução também mostra validade fatorial discriminante. Ainda que persistam algumas questões a aprofundar e acertar, esta versão merece ser recomendada para uso no Brasil.


Las complicaciones del aborto son un importante problema de salud pública y las investigaciones para evaluar la calidad de la atención requieren herramientas de medición adecuadas. Este estudio da continuación al proceso de perfeccionamiento de un instrumento para este fin - QualiAborto-Pt. Se utilizaron datos de una encuesta con 2.336 mujeres internadas por complicaciones con el aborto en 19 hospitales de tres capitales del nordeste brasileño (Salvador - Bahia, Recife - Pernambuco e São Luís - Maranhão), se implementó una secuencia de análisis factoriales exploratorios y confirmatorios, a partir de un prototipo de 55 ítems. Los análisis apuntan una estructura de 17 ítems en cinco dimensiones: acogida, orientación, insumos/ambiente físico, calidad técnica y continuidad del cuidado. Todos los ítems del modelo final evidencian confiabilidad aceptable, ausencia de redundancia de contenido, especificidad factorial, y guardan coherencia teórica con sus respectivas dimensiones. La solución también muestra validez factorial discriminante. A pesar de que persistan algunas cuestiones por profundizar y acertar, esta versión merece ser recomendada para su uso en Brasil.


Abortion complications are a major public health problem, and studies to assess the quality of abortion care require adequate measurement tools. This study is a continuation of such an instrument's refinement, the QualiAborto-Pt questionnaire. Using data from a survey of 2,336 women hospitalized for abortion complications in 19 hospitals in three state capitals in Northeast Brazil (Salvador - Bahia, Recife - Pernambuco, and São Luís - Maranhão), we implemented a series of exploratory and confirmatory factor analyses based on a 55-item prototype. The analyses indicate a structure with 17 items in five dimensions: reception, orientation, inputs/physical environment, technical quality, and continuity of care. All the items in the final model displayed acceptable reliability, absence of content redundancy, and factor specificity, as well as theoretical consistency with the respective dimensions. The solution also shows discriminant factor validity. Despite some persistent issues for further analysis and clarification, this version merits recommendation for use in Brazil.


Sujet(s)
Humains , Femelle , Grossesse , Avortement provoqué , Psychométrie , Brésil , Enquêtes et questionnaires , Reproductibilité des résultats , Analyse statistique factorielle
6.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 34(6): e00168116, 2018. tab, graf
Article de Anglais | LILACS | ID: biblio-952412

RÉSUMÉ

Abstract: Around 18 million unsafe abortions occur in low and middle-income countries and are associated with numerous adverse consequences to women's health. The time taken by women with complications to reach facilities where they can receive appropriate post-abortion care can influence the risk of death and the extent of further complications. All women aged 18+ admitted for abortion complications to public-sector hospitals in three capital cities in the Northeastern Brazil between August-December 2010 were interviewed; medical records were extracted (N = 2,804). Nearly all women (94%) went straight to a health facility, mainly to a hospital (76.6%); the rest had various care-seeking paths, with a quarter visiting 3+ hospitals. Women waited 10 hours on average before deciding to seek care. 29% reported difficulties in starting to seek care, including facing challenges in organizing childcare, a companion or transport (17%) and fear/stigma (11%); a few did not initially recognize they needed care (0.4%). The median time taken to arrive at the ultimate facility was 36 hours. Over a quarter of women reported experiencing difficulties being admitted to a hospital, including long waits (15%), only being attended after pregnant women (8.9%) and waiting for a bed (7.4%). Almost all women (90%) arrived in good condition, but those with longer delays were more likely to have (mild or severe) complications. In Brazil, where access to induced abortion is restricted, women face numerous difficulties receiving post-abortion care, which contribute to delay and influence the severity of post-abortion complications.


Resumo: Cerca de 18 milhões de abortos são realizados por ano em condições inseguras nos países de renda baixa e média, associados a numerosas consequências negativas para a saúde das mulheres. O tempo despendido pelas mulheres com complicações até chegar aos serviços onde possam receber os cuidados adequados no período pós-aborto podem influenciar o risco de morte e o grau das complicações posteriores. Foram entrevistadas todas as mulheres com 18 anos ou mais internadas devido a complicações do aborto em hospitais públicos em capitais estaduais do Nordeste brasileiro entre agosto e dezembro de 2010, e os prontuários foram analisados (N = 2.804). Quase todas as mulheres (94%) se dirigiram diretamente a um serviço de saúde, principalmente hospitais (76,6%), enquanto as outras seguiram diversos itinerários em busca de atendimento. Uma em cada quatro mulheres percorreu três ou mais hospitais. As mulheres esperavam uma média de dez horas antes de decidir buscar atendimento. 29% relatavam dificuldades no início da busca, inclusive desafios na organização dos cuidados dos filhos, com acompanhantes ou transporte (17%) e medo/estigma (11%). Uma pequena minoria (0,4%) não se deu conta inicialmente da necessidade de cuidados médicos. O tempo mediano para chegar até o serviço de saúde finalmente utilizado foi 36 horas. Mais de uma em cada quatro mulheres relatava dificuldades em conseguir internação hospitalar, inclusive tempo de espera prolongado (15%), atendimento apenas depois que todas as mulheres grávidas estivessem sido atendidas (8,9%) e espera por um leito (7,4%). Quase todas as mulheres (90%) chegavam em boas condições, mas aquelas sujeitas a esperas mais prolongadas mostraram maior probabilidade de complicações (tanto leves quanto graves). No Brasil, onde o acesso ao aborto induzido é restrito, as mulheres enfrentam muitas dificuldades para receber cuidados pós-aborto, o que contribui aos atrasos e impacta a gravidade das complicações pós-aborto.


Resumen: Cerca de 18 millones de abortos inseguros se producen en países de renta media o baja y están asociados con numerosas consecuencias adversas para la salud de la mujer. El tiempo que tardan las mujeres con complicaciones en llegar a los servicios médicos, donde puedan recibir cuidados apropiados tras un aborto, puede tener influencia en el riesgo de muerte y existencia de futuras complicaciones de salud. Todas las mujeres con 18+ años, admitidas por complicaciones durante un aborto en hospitales del sector público de tres capitales del Nordeste brasileño, entre agosto y diciembre de 2010, fueron entrevistadas; y sus historiales médicos resumidos (N = 2.804). Casi todas las mujeres (94%) fueron directamente a una institución sanitaria, en su mayoría un hospital (76,6%); el resto buscaron diferentes vías de cuidados, con una cuarta parte visitando 3+ hospitales. Las mujeres esperaron 10 horas de media antes de decidir buscar cuidados. Un 29% informó de dificultades al empezar a buscar cuidados, incluyendo el hacer frente a los desafíos para organizar el cuidado infantil, un acompañante o transporte (17%) y miedo/estigma (11%); otras en un principio no reconocieron la necesidad de cuidados (0,4%). La media de tiempo que les llevaba llegar al servicio de salud definitivo era 36 horas. Más de un cuarto de las mujeres informaron vivir dificultades estando admitidas en un hospital, incluyendo largas esperas (15%), sólo siendo atendidas tras las mujeres embarazadas (8,9%) y esperando una cama (7,4%). Casi todas las mujeres (90%) llegaron en buenas condiciones, pero aquellas con retrasos más largos eran las que estaban más expuestas a tener complicaciones (leves o graves). En Brasil, donde el acceso al aborto inducido está limitado, las mujeres se enfrentan a numerosas dificultades para recibir cuidado tras un aborto, lo que contribuye a retrasos e influye en la gravedad de las complicaciones post aborto.


Sujet(s)
Humains , Femelle , Grossesse , Adulte , Jeune adulte , Complications de la grossesse/thérapie , Service de santé pour les femmes/statistiques et données numériques , Santé des femmes/statistiques et données numériques , Avortement provoqué/effets indésirables , Accessibilité des services de santé/statistiques et données numériques , Facteurs temps , Brésil , Études transversales , Facteurs de risque , Stigmate social , Hospitalisation/statistiques et données numériques
7.
Cad. saúde pública ; Cad. Saúde Pública (Online);22(7): 1431-1446, jul. 2006. tab
Article de Anglais | LILACS | ID: lil-429795

RÉSUMÉ

Esta pesquisa objetivou identificar os fatores associados ao aborto provocado na primeira gravidez das mulheres e na primeira vez que os homens engravidaram uma parceira. Trata-se de inquérito domiciliar por meio de entrevista face a face de uma amostra probabilística, em três estágios, de 4.634 jovens, entre 18 e 24 anos, residentes em Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre, Brasil. Utilizou-se análise de regressão logística, com estratégia hierarquizada para entrada das variáveis no modelo. O aborto foi o desfecho da primeira gravidez referido por 16,7% das mulheres e 45,9% dos homens, relativamente a suas parceiras. Entre os fatores associados ao aborto, destacam-se a escolaridade mais elevada dos jovens e a natureza eventual da relação com o/a parceiro/a dessa gravidez. A inclusão dos homens na pesquisa traz novos elementos para compreensão do fenômeno do aborto, inserindo as questões de gênero na discussão do tema. Recomenda-se um maior investimento público de modo a garantir aos jovens acesso a informações e recursos para realizarem seus projetos reprodutivos de forma segura e saudável, respeitando seus direitos sexuais e reprodutivos.


Sujet(s)
Adolescent , Adulte , Femelle , Humains , Mâle , Grossesse , Avortement provoqué , Issue de la grossesse , Comportement procréatif , Comportement sexuel , Justice sociale , Avortement provoqué/psychologie , Avortement provoqué/statistiques et données numériques , Brésil , Contraception , Services de planification familiale , Connaissances, attitudes et pratiques en santé , Accessibilité des services de santé , Entretiens comme sujet , Grossesse de l'adolescente , Taux de grossesse , Antécédents gynécologiques et obstétricaux , Maturation sexuelle , Partenaire sexuel , Facteurs socioéconomiques
8.
Rev. saúde pública ; Rev. saúde pública;26(3): 195-202, jun. 1992. tab
Article de Portugais | LILACS | ID: lil-112876

RÉSUMÉ

A mulher brasileira tem vivido mais que o homem, como ocorre em países industrializados centrais. Nesses países paradoxalmente, as mulheres apresentam indicadores de morbidade mais altos que os homens. O conhecimento sobre o padräo nacional pode ajudar a compreender os determinantes de sua própria realidade, permitindo antecipar tendências futuras e adequar os serviços de saúde. Com esta perspectiva foi feito um estudo de morbidade, a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE) de 1986, em dez Estados brasileiros, construindo-se coeficientes de prevalência de morbidade, de demanda e de utilizaçäo de serviços segundo sexo, e padronizados por idade pelo método direto. Como medida dos diferenciais, usou-se razöes entre os sexos. A sobremorbidade feminina foi constante em todas as regiöes. Os diferenciais de uso de serviços apresentaram variaçäo regional, sugerindo relaçäo com a oferta de serviços de saúde. Os diferenciais foram nulos na infância; assumiram seus maais altos valores na idade reprodutiva das mulheres, diminuindo depois dos 60 anos. O padräo foi quase constante em todo o país. Parte do fenômeno pode ser explicada por fatores de ordem metodológica. Contudo, os resultados foram semelhantes aos de outros países. As transformaçöes profundas no padräo reprodutivo e na inserçäo social da mulher brasileira têm seu impacto sobre a saúde e o consumo de serviços ainda näo avaliado. Recomenda-se a realizaçäo de estudos mais específicos que contribuam para a reorganizaçäo do sistema de saúde de modo equânime e universal


Sujet(s)
Humains , Femelle , Morbidité , Besoins et demandes de services de santé/tendances , Santé des femmes , Brésil , Facteurs sexuels , Risque , Fécondité , Accessibilité des services de santé , Facteurs âges , Service de santé pour les femmes/tendances
SÉLECTION CITATIONS
DÉTAIL DE RECHERCHE