RÉSUMÉ
Objective The transsphenoidal surgery is a safe and effective technique to manage different skull base pathologies, such as pituitary adenomas. The purpose of the present study is to describe the initial experience with endoscopic transsphenoidal surgery in the treatment of pituitary adenoma patients at a tertiary hospital that is a reference in neurosurgery in Southern Brazil. Materials and Methods We retrospectively analyzed data from 60 patients with pituitary adenoma who underwent endoscopic transsphenoidal surgery between 2012 and 2019. Demographic characteristics, type of tumor, baseline hormonal changes, and clinical presentation were reported, as well as postoperative outcomes, tumor resection rate, and complications. Results The male/female ratio was of 0.53:1, and the mean age of the sample was of 54 (range: 26 to 79) years. In total, 34 patients (57%) presented the non-functioning adenoma subtype, and 26 (43%), the functioning adenoma subtype. In the non-functioning and functioning subtype groups, the average tumor diameter was of 32 mm and 18 mm, and the mean follow-up was of 27 months and 32 months respectively. Regarding visual symptoms, 79% of the patients showed improvement after surgery. Hormonal remission was achieved in 71% of the patients with prolactinoma, 85% of those with cushing, and 57% of patients with acromegaly. Overall, gross total resection (GTR) was achieved in 50% of patients but with a significantly lower rate among patients with tumors with parasellar growth (high grade on the Knosp classification). The most prevalent surgical complications observed were postoperative cerebrospinal fluid (CSF) leak and meningitis in 11% and 6% of the cases respectively. Conclusion We have shown that transsphenoidal endoscopic surgery can produce good results in the management of pituitary adenomas, with acceptable peri- and postoperative morbidity and mortality. Regardless of the technique used, the presence of large and giant pituitary adenomas with a high Knosp grade represents an enormous challenge for contemporary neurosurgery.
Objetivo A cirurgia transesfenoidal é uma técnica segura e eficaz para o tratamento de patologias da base do crânio, como os adenomas hipofisários. O objetivo deste estudo é demonstrar a experiência inicial com a cirurgia endoscópica transesfenoidal no tratamento de pacientes com adenoma hipofisário em hospital terciário, referência em neurocirurgia no Sul do Brasil. Materiais e Métodos Analisamos retrospectivamente os dados de 60 pacientes com adenoma hipofisário submetidos à cirurgia endoscópica transesfenoidal entre 2012 e 2019. Características demográficas, tipo de tumor, alterações hormonais basais e apresentação clínica foram relatadas, bem como evolução pós-operatória, grau de ressecção tumoral e complicações. Resultados A proporção homem/mulher foi de 0.53:1, e a idade média da amostra foi de 54 (variação: 26 a 79) anos. Ao todo, 34 pacientes (57%) tinham o subtipo funcional de adenoma, e 26 (43%), o subtipo não funcional de adenoma. Nos grupos não funcional e funcional, o diâmetro médio do tumor foi de 32 mm e 18 mm, e o tempo médio de acompanhamento foi de 27 meses e 32 meses, respectivamente. Em relação aos sintomas visuais, 79% dos pacientes apresentaram melhora após a cirurgia. A remissão hormonal foi alcançada em 71% dos pacientes com adenomas secretores de prolactina, em 85% daqueles com adenomas secretores de hormônio adrenocorticotrófico e em 57% dos pacientes com adenomas secretores de hormônio do crescimento. A ressecção total foi obtida em 50% dos pacientes, mas com taxa significativamente menor em pacientes com tumores com crescimento parasselar (grau elevado na classificação de Knosp). As complicações cirúrgicas mais prevalentes observadas foram fístula liquórica pós-operatória e meningite, em 11% e 6% dos casos, respectivamente. Conclusão Demostramos que a cirurgia endoscópica transesfenoidal pode produzir bons resultados no manejo de adenomas hipofisários, com aceitável morbimortalidade peri e pós-operatória. Independentemente da técnica utilizada, a presença de adenomas hipofisários grandes e gigantes com grau de Knosp elevado representa um enorme desafio para a neurocirurgia contemporânea.
RÉSUMÉ
Introduction Hemangioblastomas of the pineal region or pituitary stalk are extremely rare. Only two cases of hemangioblastomas involving the pineal region have been reported, and four involving the pituitary stalk. The purpose of the present manuscript is to describe an unusual case of supposed hemangioblastoma found concomitantly in the pineal region and pituitary stalk of a patient diagnosed with Von Hippel-Lindau (VHL) disease. Case Report A 35-year-old female patient with a previous diagnosis of VHL complaining of occipital headaches and balance disturbances for three weeks, who previously had a cerebellar hemangioblastoma resected. The visual characteristics of the tumor suggested a friable vascular lesion with a reddish-brown surface, and an incisional biopsy was performed. The tumor consisted of a dense vascular network surrounded by fibrous stroma abundant in reticulin and composed by both fusiform and dispersed xanthomatous cells; the immunohistochemistry was immunopositive for neuronspecific enolase and immunonegative for epithelial membranous antigen. The patient has been monitored closely for 2 years, and the supratentorial masses have not presented any volume alteration. Conclusion This rare association must be taken into account in patients with VHL disease, or at least be suspected in patients who present a thickening of the pituitary stalk and a pineal-region mass. We believe a biopsy of our asymptomatic patient could have been dangerous due to inherent complications like intraoperative bleeding. We recommend close observation of asymptomatic lesions with MRIs every six months or until the lesions become symptomatic. If the pineal-region tumor does become symptomatic, gross resection via a transcallosal approach would be ideal.
Sujet(s)
Humains , Femelle , Adulte , Glande pinéale/chirurgie , Pinéalome/chirurgie , Hypophyse/chirurgie , Hémangioblastome/chirurgie , Glande pinéale/malformations , Pinéalome/imagerie diagnostique , Hypophyse/malformations , Tumeurs de l'hypophyse/chirurgie , Hémangioblastome/imagerie diagnostique , Continuité des soins , Maladie de von Hippel-LindauRÉSUMÉ
ABSTRACT Aggressive papillary endolymphatic sac tumor (ELST) is a rare neoplasm, occasionally related to von Hippel-Lindau disease, characterized by locally aggressive growth with temporal bone destruction. The authors report a case of ELST in a female patient exhibiting fifth through eighth cranial nerve paralysis. Computed tomography (CT) revealed a large lytic process involving the right temporal bone. The patient underwent surgical resection. At microscopy, a neoplastic process was identified exhibiting monomorphic columnar cells with mild atypias, arranged in a papillary pattern. The lesion exhibited positivity for A31/AE3, epithelial membrane antigen (EMA), and vimentin; and negativity for synaptophysin, glial fibrillary acidic protein (GFAP), neuron-specific enolase (NSE), thyroglobulin, transthyretin, chromogranin, thyroid transcription factor 1 (TTF-1), trans-acting T-cell specific transcription factor GATA-3, and intestinal transcription factor CDX-2. The diagnosis of ELST was then established. Six years after surgical resection, lesion recurrence was observed.
RESUMO O tumor papilar agressivo do saco endolinfático (TPASE) é uma neoplasia rara, ocasionalmente relacionada com a doença de von Hippel-Lindau, que se caracteriza pelo crescimento agressivo local com destruição do osso temporal. Os autores relatam um caso de TPASE em paciente do sexo feminino, exibindo paralisia do quinto ao oitavo par craniano. A tomografia computadorizada (TC) revelou grande processo lítico comprometendo o osso temporal direito. A paciente foi submetida a ressecção cirúrgica. À microscopia, identificou-se processo neoplásico que exibiu células cilíndricas monomórficas com atipias leves, dispostas em padrão papilar. A lesão apresentou positividade para AE1/ AE3, antígeno da membrana epitelial (EMA) e vimentina; e negatividade para sinaptofisina, proteína ácida fibrilar glial (GFAP), enolase específica do neurônio (NSE), tireoglobulina, transtirretina, cromogranina, fator de transcrição da tireoide 1 (TTF-1), fator de transcrição de ação trans específico de células GATA-3 e fator de transcrição intestinal CDX-2. O diagnóstico de TPASE foi então estabelecido. Após seis anos da ressecção cirúrgica, foi identificada recorrência da lesão.
RÉSUMÉ
Epidermoid cysts of the central nervous system are uncommon conditions, which are frequently located in the cerebellopontine angle and around the pons. They are covered with keratinized squamous epithelium and keratin lamella, which give its contents a soft, white-pearly appearance. Epidermoid cysts are mostly originated from malformations, presumably associated with surface elements of the nervous system ectoderm during the closure of the neural groove or formation of secondary cerebral vesicles. The authors describe a case of epidermoid cyst in the posterior fossa causing hydrocephalus and review morphologic and diagnostic criteria of this lesion.
Os cistos epidermoides do sistema nervoso central (SNC) são condições incomuns, estando localizados mais frequentemente no ângulo pontocerebelar e ao redor da ponte. Eles são revestidos por epitélio escamoso queratinizado e lamelas de queratina, tornando seu conteúdo branco-perolado e pastoso. Os cistos epidermoides são, na maioria das vezes, originados de malformações, possivelmente associados ao entremeio de elementos superficiais do ectoderma do SNC durante o fechamento da placa neural, ou formação das vesículas cerebrais secundárias. Os autores descrevem um caso de cisto epidermoide da fossa posterior determinando hidrocefalia e revisam critérios morfológicos e diagnósticos dessa lesão.
Sujet(s)
Humains , Femelle , Sujet âgé , Angle pontocérébelleux/anatomopathologie , Kyste épidermique/diagnostic , Kystes du système nerveux central/diagnostic , Tumeurs du cerveau/diagnostic , Tumeurs sous-tentorielles/diagnosticRÉSUMÉ
O seio cavernoso é uma das regiões mais complexas do corpo humano e pode ser acometido por diversas patologias. Atualmente,diversos tipos de tratamento podem ser usados para tratar doenças nesta região, porém o conhecimento anatômico ainda é fundamental para estabelecer o melhor manejo. Nosso objetivo é apresentar a anatomia microcirúrgica do seio cavernoso,as abordagens cirúrgicas (incluindo a abordagem endonasalendoscópica), a correlação radiológica desta anatomia,bem como uma série inicial de casos. As fotos são apresentadas pelo método convencional e anaglífico estereoscópico. São descritas as estruturas neuro vasculares do seio cavernoso bem como suas relações ósseas e durais, as paredes e os triângulos da base do crânio relacionados ao seio cavernoso. As abordagens crânio-órbito zigomática, transpetrosa, zigomática e endonasal endoscópica são apresentadas, sendo as estruturas anatômicas identificadas também nos exames de imagem. Casos ilustrativos ilustram esta anatomia.
The cavernous sinus is one of the most complex regions of thehuman body and can be affected by several diseases. Currently,several types of treatment can be used in the management ofdiseases in this region. The anatomical knowledge is essentialto establish the best management. Our goal is to present themicrosurgical anatomy of the cavernous sinus, its surgical approaches(including the endoscopic endonasal approach), thecorrelation of radiological anatomy, including an initial seriesof cases. The anatomic features are presented by the conventionaland stereoscopic anaglyphic method. The neurovascularstructures of the cavernous sinus and its dural and bony relationships,triangles and the walls of the skull base related toit are presented with. We discuss the cranio-orbital zygomatic,transpetrosal, zygomatic and endonasal endoscopic approaches;MRI studies also show the anatomical structures, includingillustrative cases.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Anatomie , Sinus caverneux , Base du crâneRÉSUMÉ
É relatado o caso de uma criança submetida à derivaçäo ventriculoperitoneal em que houve migraçäo de todo o sistema de derivaçäo para a cavidade ventricular. A permanência do corpo estranho colonizado dentro do ventrículo lateral impedia a cura da ventriculite
Sujet(s)
Humains , Femelle , Enfant d'âge préscolaire , Dérivation ventriculopéritonéale/effets indésirables , Hydrocéphalie/complications , Migration d'un corps étranger/chirurgie , Migration d'un corps étranger/traitement médicamenteuxRÉSUMÉ
É estudado o caso de um lactente que foi sumetido a tratamento cirúrgico de meningomielocele e derivaçäo ventriculoperitoneal (DVP) para tratamento de hidrocefalia descompensada no período neo-natal. Cinco meses após, ocorreu extrusäo do cateter peritoneal através do ânus. Após sua desconexäo ao nível do pescoço, mediante traçöes suaves e repetidas de sua porçäo extrusa, foi realizada remoçäo do cateter. Essa manobra simples evita a necessidade de cirurgia abdominal para a remoçäo do cateter contaminado na porçäo distal