RÉSUMÉ
Na tentativa de obter um modelo de hiperplasia endometrial, ratas adultas näo castradas foram submetidas à açäo do valerato de estradiol, diariamente, durante uma, duas, três ou quatro semanas. Ratas no estro foram usadas como controle. Os úteros foram fixados em formol, incluídos em parafina, e cortes corados pela hematoxilina e eosina foram utilizados para avaliaçäo histológica e morfométrica. Os resultados mostraram que a injeçäo do valerato de estradiol induziu dilataçäo da luz, edema e congestäo dos cornos uterinos, em graus variáveis, independentemente da duraçäo do tratamento. O quadro microscópico mostrou hiperplasia do epitélio de revestimento, evidente na primeira semana de tratamento, mas que progrediu pouco nas semanas subsequentes. As glândulas apresentaram dilataçäo discreta da luz, mas näo houve evidência de atividade proliferativa no epitélio glandular. As camadas musculares mostraram hipertrofia discreta, porém significativa. O estroma mostrou tendência à hipotrofia, devido à compressäo exercida pelo líquido acumulado na cavidade uterina e apresentou intensa infiltraçäo por eosinófilos, que eram encontrados também na muscular e na adventícia. Conclui-se que a injeçäo de doses repetidas do estradiol näo induziu hiperplasia glandular no endométrio, possivelmente devido a fenômenos de taquifilaxia dos receptores. De fato, as alteraçöes observadas na parede uterina, após uma semana de tratamento, näo progrediram nas semanas subsequentes, apesar do estímulo de novas doses do hormônio.