RÉSUMÉ
Introducción: La Intubación orotraqueal (IOT) profiláctica en pacientes con sospecha de Injuria Inhalatoria (II) es una práctica clínica extendida en nuestro país. La misma puede estar asociada a complicaciones y a un aumento de los costos asistenciales. Objetivo: caracterizar a la población de pacientes que ingresaron con IOT al Centro Nacional de Quemados, determinar la incidencia de Intubación orotraqueal no necesaria (IOTNN) así como las complicaciones vinculadas a la misma. Método: Estudio retrospectivo, observacional, analítico. Se incluyeron todos los pacientes con quemadura térmica ingresados al CENAQUE con vía aérea artificial entre enero de 2015 y julio 2023. Se determinaron características demográficas, circunstancias de la injuria, lugar y técnico que realizo la IOT, porcentaje de superficie corporal total quemada (SCTQ), scores de severidad, días de ARM, estado al alta y diagnóstico de II por fibrobroncoscopía. Se analizaron las complicaciones asociadas a la IOT y ARM. Dichas variables fueron contrastadas entre el grupo extubado exitosamente en las primeras 48 horas (IOTNN) y aquellos extubados luego de las 48 horas (IOTP). Resultados: Se incluyeron 562 pacientes. La incidencia de IOTNN fue 41,7% e II 46,7%. Se observaron diferencias significativas entre IOTNN y IOTP para edad [34 (24-48) versus 45 (30-62); p <0,001, para SCTQ [4% (1-11) versus 20% (6-36); p <0,001], ABSI [4 (3-5) versus 7 (5-9) p<0,001], Rev. Baux [48 (33-62) versus 77 (60-99), p <0,001], incidencia de II (32% versus 56,6%, p <0,001). La aspiración de VA (30% versus 20,2% p 0,018), extubación durante el traslado (2% versus 0% p 0,043) e incidencia de NA (Neumonía aspirativa) y NAVP (neumonía asociada a la ventilación mecánica precoz) (56,3% versus 15% p <0,001) fueron mayores en el grupo IOTP. Conclusiones: La IOTNN en los pacientes con quemaduras es frecuente en nuestro medio y se asocia a complicaciones. La misma es realizada por médicos sin formación en el manejo de la vía aérea.
Introduction: Prophylactic Orotracheal Intubation (OTI) in patients with suspected Inhalation Injury (II) is a widespread clinical practice in our country. It can be associated with complications and increased healthcare costs. Objective: To characterize the population of patients admitted with OTI to the National Burn Center, determine the incidence of unnecessary Orotracheal Intubation (UOTI), and the associated complications. Method: Retrospective, observational, analytical study. All patients with thermal burns admitted to the National Burn Center (CENAQUE) with an artificial airway between January 2015 and July 2023 were included. Demographic characteristics, injury circumstances, location, and technician performing the OTI, percentage of total body surface area burned (TBSA), severity scores, days on mechanical ventilation, discharge status, and diagnosis of II by fibrobronchoscopy were determined. Complications associated with OTI and mechanical ventilation were analyzed. These variables were compared between the group extubated successfully within the first 48 hours (UOTI) and those extubated after 48 hours (necessary OTI, NOTI). Results: 562 patients were included. The incidence of UOTI was 41,7% and II 46,7%. Significant differences were observed between UOTI and NOTI in age [34 (24-48) versus 45 (30-62); p <0.001], TBSA [4% (1-11) versus 20% (6-36); p <0,001], ABSI [4 (3-5) versus 7 (5-9) p<0,001], Baux score [48 (33-62) versus 77 (60-99), p <0,001], incidence of II (32% versus 56.6%, p <0,001). Aspiration of the airway (30% versus 20,2% p 0,018), extubation during transport (2% versus 0% p 0,043), and incidence of aspiration pneumonia (AP) and early ventilator-associated pneumonia (VAP) (56,3% versus 15% p <0,001) were higher in the NOTI group. Conclusions: UOTI in burn patients is frequent in our setting and is associated with complications. It is performed by physicians without training in airway management.
Introdução: A intubação orotraqueal (IOT) profilática em pacientes com suspeita de lesão por inalação (LI) é uma prática clínica difundida em nosso país. Esta prática pode estar associada a complicações e ao aumento dos custos assistenciais. Objetivo: Caracterizar a população de pacientes que ingressaram com IOT no Centro Nacional de Queimados, determinar a incidência de intubação orotraqueal desnecessária (IOTD) e as complicações associadas. Método: Estudo retrospectivo, observacional, analítico. Foram incluídos todos os pacientes com queimadura térmica admitidos no CENAQUE com via aérea artificial entre janeiro de 2015 e julho de 2023. Foram determinadas características demográficas, circunstâncias da lesão, local e técnico que realizou a IOT, porcentagem da superfície corporal total queimada (SCTQ), escores de gravidade, dias de ventilação mecânica, estado na alta e diagnóstico de LI por fibrobroncoscopia. Complicações associadas à IOT e à ventilação mecânica foram analisadas. Essas variáveis foram comparadas entre o grupo extubado com sucesso nas primeiras 48 horas (IOTD) e aqueles extubados após 48 horas (IOTP). Resultados: Foram incluídos 562 pacientes. A incidência de IOTD foi de 41,7% e LI de 46,7%. Diferenças significativas foram observadas entre IOTD e IOTP em relação à idade [34 (24-48) versus 45 (30-62); p <0,001], SCTQ [4% (1-11) versus 20% (6-36); p <0,001], ABSI [4 (3-5) versus 7 (5-9) p<0,001], índice de Baux [48 (33-62) versus 77 (60-99), p <0,001], incidência de LI (32% versus 56,6%, p <0,001). A aspiração de via aérea (30% versus 20,2% p 0,018), extubação durante o transporte (2% versus 0% p 0,043) e incidência de pneumonia aspirativa (PA) e pneumonia associada à ventilação mecânica precoce (NAVM) (56,3% versus 15% p <0,001) foram maiores no grupo IOTP. Conclusões: A IOTD em pacientes com queimaduras é frequente em nosso meio e está associada a complicações. A mesma é realizada por médicos sem formação no manejo da via aérea.