RÉSUMÉ
OBJETIVO: Analisar a liberação intracoronariana de marcadores inflamatórios (MI) após intervenções coronarianas percutâneas (ICP) e comparar suas concentrações com relação ao tipo de ICP utilizada (rotablator vs angioplastia por balão). MÉTODOS: Foram randomizados 22 pacientes com média de idade de 60±11,9 anos, 12 do sexo masculino, portadores de síndromes coronarianas estáveis, submetidos ao tratamento eletivo de uma única lesão coronariana utilizando rotablator (N=11) ou pré-dilatação por balão (N=11) para implante de stents. As amostras foram colhidas na raiz da aorta e no seio coronariano, imediatamente antes e 15 minutos após as intervenções. Todas as dosagens foram feitas antes do implante do stent, sendo analisadas as citocinas TNF-a, IL-6 e IL-1 e as moléculas de adesão solúveis ICAM-1, E-selectina e P-selectina, utilizando o método ELISA. RESULTADOS: As concentrações de TNF-a e IL-6 aumentaram após as ICP, passando respectivamente de 9,5±1,5 pg/ml para 9,9±1,8 pg/ml (p=0,017) e de 6,0±2,4 pg/ml para 6,9±3,0 pg/ml (p<0,001). Não houve mudança significativa na expressão de IL-1, ICAM-1 e P-selectina, observando-se diminuição nas concentrações de E-selectina após os procedimentos (52,0±17,5 ng/ml para 49,3±18,7 ng/ml; p=0,009). Não houve diferença significativa entre as concentrações dos MI após as ICP, com relação ao tipo de procedimento utilizado. CONCLUSAO: No período precoce, pós-intervenções coronarianas percutâneas, observou-se aumento das concentrações intracoronárias de TNF-a e IL-6 e ausência de diferença significativa entre as concentrações dos marcadores inflamatórios liberados na circulação coronariana por rotablator e pela angioplastia com balão.
Sujet(s)
Adulte d'âge moyen , Humains , Mâle , Femelle , Angioplastie coronaire par ballonnet , Athérectomie coronarienne , Molécules d'adhérence cellulaire/sang , Maladie des artères coronaires/sang , Maladie des artères coronaires/thérapie , Cytokines/sang , Marqueurs biologiques/sang , Cytokines/immunologie , Test ELISA , EndoprothèsesRÉSUMÉ
O bloqueio da açäo vasoconstritora periférica da angiotensina II reduzindo a pós-carga, a diminuiçäo de seu estímulo proliferativo impedindo ou atenuando a hipertrofia e/ou a remodelaçäo miocárdica e vascular constituem claros benefícios obtidos pela modulaçäo do sistema renina-angiotensina. A proteçäo contra os efeitos pró-aterogênicos da angiotensina II, diminuindo direta ou indiretamente a incidência de doença coronária e infarto do miocárdio, constitui outro importante benefício a ser considerado. O sistema renina-angiotensina pode ser interrompido em graus variáveis pelos betabloqueadores que reduzem a secreçäo renal de renina, pelos inibidores da enzima de conversäo que limitam a conversäo da angiotensina I em angiotensina II e pelos antagonistas dos receptorees AT-I, que atuam no elo terminal no sistema. Baseando-se nesses fundamentos de fisiopatologia e nas evidências favoráveis de grandes estudos que utilizaram, com sucesso, inibidores da enzima conversora no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva, passou-se a analisar o emprego de antagonistas de receptores da angiotensina II em tal situaçäo. Os primeiros resultados demonstram melhora da tolerância ao exercício com o uso dos antagonistas da angiotensina e, no estudo Resolved, constatou-se efeito sinérgico com a adiçäo de inibidor da enzima conversora, obtendo-se valores mais altos da fraçäo de ejeçäo. A conclusäo do primeiro grande estudo (ELITE II) comparando-os no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva revelou ausência de diferença significativa entre essas duas classes terapêuticas. Nos próximos anos, os resultados de outros grandes estudos em andamento nos permitiräo escolher, para cada paciente, a droga que seja mais bem indicada (ou, eventualmente, sua associaçäo), considerando a tolerabilidade, o custo/benefício e a comodidade posológica.