RÉSUMÉ
PURPOSE--To verify whether accentuated reductions of left ventricular volume lead to mitral valve prolapse. METHODS--Seven mongrel dogs were bled through the internal jugular vein, the systolic systemic pressure being kept between 100 and 140 mmHg by means of continuous infusion of dopamine; the inferior vena cava vein, in tree other dogs, was partially obstructed for 4 to 6 seconds; epicardial echocardiography was carried out in all cases. RESULTS--Reductions of volemia were about 50 per cent of the estimated total blood volume. Systolic internal diameter of left ventricle decreased about 25 per cent and systolic ostial diameter, about 12.5 per cent . Three out of seven died suddenly from arrhythmia before one has reached a significant decrease in total blood volume; one showed momentary mitral valve prolapse, during a period of hypotension; however, this prolapse disappeared completely when systemic blood pressure was restored by increasing the dopamine dosage; one dog had slight systolic displacement of the anterior cusp toward left atrium (0.5mm) and the last two showed no change; one out of 3 dogs submitted to partial constriction of inferior vena cava had systolic displacement of anterior cusp of 1mm; in one case there was an equivalent degree of displacement of the anterior cusp toward the left ventricle and in the last one no change was detected. In all dogs there was a change in the dynamics of mitral valve closure: with accentuated reduction of left ventricular volume the posterior cusp became less mobile, the anterior cusp being the principal responsible for the systolic ostial occlusion. CONCLUSION--Accentuated reduction of dog's left ventricular volume does not, necessarily, cause mitral valve prolapse but only slight displacement of the anterior cusp toward the left atrium in some animals or no displacement at all
Objetivo - Verificar se diminuições acentuadas do volume ventricular esquerdo provocam o aparecimento de abaulamento sistólicos da valva mitral. Métodos - Sete cães foram submetidos a lenta sangria pela veia jugular interna (20 a 30min), mantendose os níveis sistólicos entre 100 e 140mmHg através da infusão contínua de dopamina; 3 cães foram submetidos a veno-constricções parciais e momentâneas (5-6s) da veia cava inferior; foi feita exploração ecocardiográfica epicárdica com transdutor de 5mHz em todos os casos. Resultados - Provocou-se redução da volemia estimada dos animais de até 50%, ocorrendo uma diminuição média do diâmetro ostial sistólico de 12,5% e redução média do diâmetro sistólico esquerdo de 25%. Tres dos 7 cães submetidos a sangria apresentaram arritmia grave e morreram antes de se conseguir uma diminuição apreciável do volume ventricular esquerdo; 1 exibiu momentâneo abaulamento sistólico mitral durante período de hipotensão que desapareceu com a elevação dos niíveis pressóricos por aumento da dose de dopamina e a despeito de se continuar a redução do volume ventricular pelo sangramento; 1 mostrou discreto deslocamento da cúspide anterior (0,5mm); os 2 últimos deste grupo não exibiram qualquer movimento da valva mitral em direção ao átrio esquerdo; dos 3 animais em constricção parcial da veia cava inferior, detectamos, em 1 deles, abaulamento sistólico da cúspide anterior de 1mm; em outro, a cúspide anterior exibiu um deslocamento de 1mm em direção ao ventrículo esquerdo, nada sendo observado no último animal. Em todos os 7 cães notou-se mudança da dinâmica do fechamento da valva mitral: com redução volumétrica do ventrículo esquerdo, a cúspide posterior passou a se mostrar menos móvel, cabendo à anterior o principal papel na oclusão do óstio atrioventricular. Conclusão - Reduções acentuadas do volume ventricular esquerdo produzidas por sangramento e por veno-constricção parcial da veia cava inferior não levam, necessariamente, a abaulamentos da valva mitral. Nossos achados contrapõem-se à admitida relação en tre incremento do prolapso da valva mitral e manobras clínicas que provocam redução do volume ventricular esquerdo