RÉSUMÉ
FUNDAMENTO: Há falta de dados sobre o impacto prognóstico da pressão diastólica final do ventrículo esquerdo (PDFVE) sobre as síndromes coronarianas agudas (SCA). OBJETIVO: Avaliar a PDFVE e suas implicações prognósticas em pacientes com SCA. MÉTODOS: Estudo prospectivo, longitudinal e contínuo de 1.329 pacientes com SCA de um único centro, realizado entre 2004 e 2006. A função diastólica foi determinada através da PDFVE. A população foi dividida em dois grupos: Grupo A - PDFVE < 26,5 mmHg (n = 449); Grupo B - PDFVE > 26,5 mmHg (n = 226). RESULTADOS: Não houve diferenças significantes entre os grupos em relação aos fatores de risco para doença cardiovascular, histórico médico e terapia médica durante a admissão. Nos pacientes do grupo A, a SCA sem elevação do segmento ST foi mais frequente, bem como angiogramas coronários normais. A mortalidade hospitalar foi similar entre os grupos, mas a sobrevida de um ano foi maior entre os pacientes do grupo A (96,9 vs 91,2 por cento, log rank p = 0,002). Em um modelo multivariado de regressão de Cox, uma PDFVE > 26,5 mmHg (RR 2,45, IC95 por cento 1,05 - 5,74) permaneceu um preditor independente para mortalidade de um ano, quando ajustado para idade, fração de ejeção sistólica do VE, SCA com elevação do segmento ST, pico da troponina, glicemia na admissão hospitalar e diuréticos após 24 horas. Além disso, uma PDFVE > 26,5 mmHg foi um preditor independente de uma futura rehospitalização por IC congestiva (RR 6,65 IC95 por cento 1,74 - 25,5). CONCLUSÃO: Em nossa população selecionada, a PDFVE apresentou uma influência prognóstica significante.
BACKGROUND: Data is lacking in the literature regarding the prognostic impact of left ventricular-end diastolic pressure (LVEDP) across acute coronary syndromes (ACS). OBJECTIVE: To assess LVEDP and its prognostic implications in ACS patients. METHODS: Prospective, longitudinal and continuous study of 1329 ACS patients from a single center between 2004 and 2006. Diastolic function was determined by LVEDP. Population was divided in two groups: A - LVEDP < 26.5 mmHg (n = 449); group B - LVEDP > 26.5 mmHg (n = 226). RESULTS: There were no significant differences between groups with respect to risk factors for cardiovascular disease, medical history and medical therapy during admission. In group A, patients with non-ST elevation ACS were more frequent, as well as normal coronary angiograms. In-hospital mortality was similar between groups, but one-year survival was higher in group A patients (96.9 vs 91.2 percent, log rank p = 0.002). On a multivariate Cox regression model, a LVEDP > 26.5 mmHg (HR 2.45, 95 percentCI 1.05 - 5.74) remained an independent predictor for one-year mortality, when adjusted for age, LV systolic ejection fraction, ST elevation ACS, peak troponin, admission glycemia, and diuretics at 24 hours. Also, a LVEDP > 26.5 mmHg was an independent predictor for a future readmission due to congestive HF (HR 6.65 95 percentCI 1.74 - 25.5). CONCLUSION: In our selected population, LVEDP had a significant prognostic influence.
FUNDAMENTO: Hay falta de datos sobre el impacto pronóstico de la presión diastólica final del ventrículo izquierdo (PDFVI) sobre los síndromes coronarios agudos (SCA). OBJETIVO: Evaluar la PDFVI y sus implicaciones pronósticas en pacientes con SCA. MÉTODOS: Estudio prospectivo, longitudinal y continuo de 1.329 pacientes con SCA de un único centro, realizado entre 2004 y 2006. La función diastólica fue determinada a través de la PDFVI. La población fue dividida en dos grupos: Grupo A - PDFVI < 26,5 mmHg (n = 449); Grupo B - PDFVI > 26,5 mmHg (n = 226). RESULTADOS: No hubo diferencias significativas entre los grupos en relación a los factores de riesgo para enfermedad cardiovascular, historia médica y terapia médica durante la admisión. En los pacientes del grupo A, la SCA sin elevación del segmento ST fue más frecuente, así como angiogramas coronarios normales. La mortalidad hospitalaria fue similar entre los grupos, pero la sobrevida de un año fue mayor entre los pacientes del grupo A (96,9 vs 91,2 por ciento, log rank p = 0,002). En un modelo multivariado de regresión de Cox, una PDFVI > 26,5 mmHg (RR 2,45, IC95 por ciento 1,05 -5,74) permaneció un predictor independiente para mortalidad de un año, cuando fue ajustado para edad, fracción de eyección sistólica del VI, SCA con elevación del segmento ST, pico de la troponina, glicemia en la admisión hospitalaria y diuréticos después de 24 horas. Además de eso, una PDFVI > 26,5 mmHg fue un predictor independiente de una futura rehospitalización por IC congestiva (RR 6,65 IC95 por ciento 1,74 - 25,5). CONCLUSIÓN: En nuestra población seleccionada, la PDFVI presentó una influencia pronóstica significativa.
Sujet(s)
Femelle , Humains , Mâle , Adulte d'âge moyen , Syndrome coronarien aigu/mortalité , Défaillance cardiaque diastolique/diagnostic , Débit systolique/physiologie , Dysfonction ventriculaire gauche/diagnostic , Syndrome coronarien aigu/physiopathologie , Méthodes épidémiologiques , Mortalité hospitalière , Pronostic , Réadmission du patient/statistiques et données numériques , Valeurs de référenceRÉSUMÉ
OBJECTIVE: To determine whether previous insulin treatment independently influences subsequent outcomes in diabetic patients with ACS (acute coronary syndromes). SUBJECTS AND METHODS: 375 diabetic patients with ACS, divided in 2 groups: Group A (n = 69) - previous insulin and Group B (n = 306) - without previous insulin. Predictors of 1-year mortality and major adverse cardiac events (MACE) were analyzed by Cox regression analysis. RESULTS: Group A had more previous stroke (17.4 percent vs. 9.2 percent, p = 0.047) and peripheral artery disease (13.0 percent vs. 3.6 percent, p = 0.005). They had significantly higher admission glycemia and lower LDL cholesterol. There were no significant differences in the type of ACS, in 1-year mortality (18.2 percent vs. 10.4 percent, p = 0.103) or MACE (32.1 percent vs. 23.0 percent, p = 0.146) between groups. In multivariate analysis, insulin treatment was neither an independent predictor of 1-year mortality nor of MACE. CONCLUSION: Despite the more advanced atherosclerotic disease, diabetics under insulin had similar outcomes to those without insulin. Insulin may protect diabetics from the expected poor adverse outcome of an advanced atherosclerotic disease.
OBJECTIVO: Avaliar se a insulinoterapia prévia influencia de forma independente o prognóstico de diabéticos após uma síndrome coronária aguda (SCA). SUJEITOS E MÉTODOS: 375 doentes diabéticos com SCA, divididos em 2 grupos: Grupo A (n = 69) - sob insulinoterapia prévia e Grupo B (n = 306) - sem insulinoterapia prévia. Os preditores de mortalidade a um ano e de eventos cardíacos adversos maiores (MACE) foram determinados pela regressão de Cox. RESULTADOS: Verificou-se maior proporção de acidente vascular cerebral prévio (17,4 por cento vs. 9,2 por cento, p = 0,047) e doença arterial periférica (13,0 por cento vs. 3,6 por cento, p = 0,005) no Grupo A. Esses doentes apresentaram glicemia na admissão significativamente mais elevada e LDL inferior. Não houve diferenças estatisticamente significativas no tipo de SCA, na mortalidade (18,2 por cento vs. 10,4 por cento, p = 0,103) e MACE (32,1 por cento vs. 23,0 por cento, p = 0,146) em um ano entre os 2 grupos. Na análise multivariada, a insulinoterapia prévia não foi preditor independente nem de mortalidade, nem de MACE em 1 ano. CONCLUSÃO: Apesar da doença aterosclerótica mais avançada, os diabéticos previamente insulino-tratados têm um prognóstico semelhante aos não insulino-tratados. A insulinoterapia crônica poderá proteger os diabéticos da evolução desfavorável própria da doença aterosclerótica avançada.