RÉSUMÉ
Este artigo problematiza os efeitos da judicialização da evasão escolar na vida de alunas-mães citadas nos processos judiciais por abandono intelectual, instaurados em uma comarca do sul do Paraná, em 2018. Utiliza como aporte teórico os estudos foucaultianos, de desigualdade de gênero e raça. As fontes de dados são o Questionário Evasão Escolar e dados dos históricos escolares e das matrículas, empreendendo uma análise interseccional dos marcadores sociais raça e gênero. Os resultados encontrados indicam um percurso de reprovações e desistências anteriores à maternidade e à judicialização da evasão escolar, escondendo um longo processo de fracasso escolar, que resultou na expulsão. Os processos judiciais reforçam os deslocamentos das biopolíticas para as alunas grávidas e com filhos/as, produzindo a desigualdade de gênero e raça no espaço escolar, e evidenciam a fragilidade das políticas públicas que garantam, de fato, o direito à educação para as alunas-mães.
Este artículo analiza los efectos de la judicialización del absentismo escolar en la vida de las estudiantes-madres mencionados en los procesos judiciales por abandono intelectual, instituidas en una región del sur de Paraná, en 2018. Se utiliza como aporte teórico los estudios foucaultianos y de desigualdad de género y raza. Las fuentes de datos son el Cuestionario de Evasión Escolar y los datos de los registros escolares y la matrícula, realizando un análisis interseccional de los marcadores sociales raza y género. Los resultados encontrados indican una trayectoria de reprobaciones y abandonos anteriores a la maternidad y a la judicialización del absentismo escolar, escondiendo un largo proceso de fracaso escolar, que derivó en la expulsión. Las demandas refuerzan el desplazamiento de la biopolítica para estudiantes embarazadas y con hijos pequeños, produciendo desigualdad de género y raza en el espacio escolar, y evidencian la fragilidad de las políticas públicas que garantizan, de hecho, el derecho a la educación de las madres estudiantes.
This article problematizes the judicialization effects of dropout in the lives of student-mothers cited in legal proceedings for intellectual abandonment, filed in a region in the south of Paraná, in 2018. It uses Foucauldian studies of gender and race inequality as a theoretical contribution. The data sources are the School Evasion Questionnaire and data from school transcripts and enrollments, undertaking an intersectional analysis of the social markers of race and gender. The results found indicate a course of failures and dropouts prior to motherhood and the judicialization of school dropout, hiding a long process of school failure, which resulted in expulsion. Judicial processes reinforce the displacement of biopolicies for pregnant students and those with children, producing gender and racial inequality in the school space, and highlight the fragility of public policies that guarantee, in fact, the right to education for students-mothers.