RESUMO
ABSTRACT Objective: To determine the impact of adherence to long-term oxygen therapy (LTOT) on quality of life, dyspnea, and exercise capacity in patients with COPD and exertional hypoxemia followed for one year. Methods: Patients experiencing severe hypoxemia during a six-minute walk test (6MWT) performed while breathing room air but not at rest were included in the study. At baseline and after one year of follow-up, all patients were assessed for comorbidities, body composition, SpO2, and dyspnea, as well as for anxiety and depression, having also undergone spirometry, arterial blood gas analysis, and the 6MWT with supplemental oxygen. The Saint George's Respiratory Questionnaire (SGRQ) was used in order to assess quality of life, and the Body mass index, airflow Obstruction, Dyspnea, and Exercise capacity (BODE) index was calculated. The frequency of exacerbations and the mortality rate were noted. Treatment nonadherence was defined as LTOT use for < 12 h per day or no LTOT use during exercise. Results: A total of 60 patients with COPD and exertional hypoxemia were included in the study. Of those, 10 died and 11 experienced severe hypoxemia during follow-up, 39 patients therefore being included in the final analysis. Of those, only 18 (46.1%) were adherent to LTOT, showing better SGRQ scores, higher SpO2 values, and lower PaCO2 values than did nonadherent patients. In all patients, SaO2, the six-minute walk distance, and the BODE index worsened after one year. There were no differences between the proportions of adherence to LTOT at 3 and 12 months of follow-up. Conclusions: Quality of life appears to be lower in patients with COPD and exertional hypoxemia who do not adhere to LTOT than in those who do. In addition, LTOT appears to have a beneficial effect on COPD symptoms (as assessed by SGRQ scores). (Brazilian Registry of Clinical Trials - ReBEC; identification number RBR-9b4v63 [http://www.ensaiosclinicos.gov.br])
RESUMO Objetivo: Determinar o impacto da adesão à oxigenoterapia de longa duração (OLD) na qualidade de vida, dispneia e capacidade de exercício em pacientes com DPOC e hipoxemia decorrente do esforço acompanhados durante um ano. Métodos: Foram incluídos no estudo pacientes que apresentaram hipoxemia grave durante um teste de caminhada de seis minutos (TC6) realizado enquanto respiravam ar ambiente, mas não em repouso. No início e após um ano de acompanhamento, todos os pacientes foram avaliados quanto a comorbidades, composição corporal, SpO2 e dispneia, bem como quanto a ansiedade e depressão, além de terem sido submetidos a espirometria, gasometria arterial e TC6 com oxigênio suplementar. O Saint George's Respiratory Questionnaire (SGRQ) foi usado para avaliar a qualidade de vida, e o índice Body mass index, airflow Obstruction, Dyspnea, and Exercise capacity (BODE; índice de massa corporal, obstrução do fluxo aéreo, dispneia e capacidade de exercício) foi calculado. A frequência de exacerbações e a taxa de mortalidade foram registradas. Usar OLD durante < 12 h por dia ou não usar OLD durante o exercício caracterizaram não adesão ao tratamento. Resultados: Foram incluídos no estudo 60 pacientes com DPOC e hipoxemia decorrente do esforço. Destes, 10 morreram e 11 apresentaram hipoxemia grave durante o acompanhamento; portanto, foram incluídos na análise final 39 pacientes. Destes, apenas 18 (46,1%) aderiram à OLD, apresentando melhor pontuação no SGRQ, maior SpO2 e menor PaCO2 do que os pacientes que não aderiram à OLD. Em todos os pacientes, a SaO2, a distância percorrida no TC6 e o índice BODE pioraram após um ano. Não houve diferenças entre as proporções de adesão à OLD aos 3 e 12 meses de acompanhamento. Conclusões: A qualidade de vida parece ser menor em pacientes com DPOC e hipoxemia decorrente do esforço que não aderem à OLD do que naqueles que o fazem. Além disso, a OLD parece ter efeito benéfico nos sintomas da DPOC (avaliados pela pontuação obtida no SGRQ). (Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos - ReBEC; número de identificação RBR- 9b4v63 [http://www.ensaiosclinicos.gov.br])
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Idoso , Oxigenoterapia , Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica/terapia , Dispneia/fisiopatologia , Esforço Físico/fisiologia , Cooperação e Adesão ao Tratamento , Hipóxia/fisiopatologia , Qualidade de Vida , Espirometria , Fatores de Tempo , Índice de Gravidade de Doença , Gasometria , Oximetria , Seguimentos , Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica/fisiopatologia , Teste de CaminhadaRESUMO
ABSTRACT Objective: To evaluate the effectiveness of a smoking cessation program, delivered by trained health care professionals, in patients hospitalized for acute respiratory disease (RD) or heart disease (HD). Methods: Of a total of 393 patients evaluated, we included 227 (146 and 81 active smokers hospitalized for HD and RD, respectively). All participants received smoking cessation treatment during hospitalization and were followed in a cognitive-behavioral smoking cessation program for six months after hospital discharge. Results: There were significant differences between the HD group and the RD group regarding participation in the cognitive-behavioral program after hospital discharge (13.0% vs. 35.8%; p = 0.003); smoking cessation at the end of follow-up (29% vs. 31%; p < 0.001); and the use of nicotine replacement therapy (3.4% vs. 33.3%; p < 0.001). No differences were found between the HD group and the RD group regarding the use of bupropion (11.0% vs. 12.3%; p = 0.92). Varenicline was used by only 0.7% of the patients in the HD group. Conclusions: In our sample, smoking cessation rates at six months after hospital discharge were higher among the patients with RD than among those with HD, as were treatment adherence rates. The implementation of smoking cessation programs for hospitalized patients with different diseases, delivered by the health care teams that treat these patients, is necessary for greater effectiveness in smoking cessation.
RESUMO Objetivo: Avaliar a eficácia de um programa de cessação de tabagismo, oferecido por profissionais da saúde treinados, para pacientes hospitalizados por doença cardíaca (DC) ou doença respiratória (DR). Métodos: Foram avaliados 393 pacientes, sendo incluídos 227 (146 e 81 pacientes tabagistas ativos hospitalizados com DC e DR, respectivamente) que receberam intervenção para cessação tabágica durante a internação com seguimento de seis meses após a alta hospitalar. Resultados: Houve diferenças significativas entre os grupos DC e DR em relação à participação na intervenção cognitivo-comportamental após a alta hospitalar (13,0% vs. 35,8%; p = 0,003); cessação do tabagismo ao final do seguimento (29% vs. 31%; p < 0,001); e uso de terapia de reposição de nicotina (3,4% vs. 33,3%; p < 0,001). Em relação ao uso da bupropiona, não houve diferença entre os grupos DC e DR (11,0% vs. 12,3%; p = 0,92). A vareniclina foi usada em apenas 0,7% dos pacientes do grupo DC. Conclusões: Nesta amostra, os pacientes com DR apresentaram maior taxa de cessação tabágica após seis meses da alta hospitalar e maior adesão ao tratamento. A incorporação de programas de cessação do tabagismo para pacientes hospitalizados com patologias diversas, promovidos pelas equipes que os atendem, é necessária para que ocorra uma maior efetividade na cessação tabágica.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Doenças Respiratórias/terapia , Avaliação de Programas e Projetos de Saúde , Abandono do Hábito de Fumar/métodos , Cardiopatias/terapia , Hospitalização , Alta do Paciente , Fatores de Tempo , Reprodutibilidade dos Testes , Seguimentos , Resultado do Tratamento , Estatísticas não Paramétricas , Cooperação e Adesão ao TratamentoRESUMO
ABSTRACT Objective: To assess and compare the prevalence of comorbidities and risk factors for cardiovascular disease (CVD) in COPD patients according to disease severity. Methods: The study included 25 patients with mild-to-moderate COPD (68% male; mean age, 65 ± 8 years; mean FEV1, 73 ± 15% of predicted) and 25 with severe-to-very severe COPD (males, 56%; mean age, 69 ± 9 years; mean FEV1, 40 ± 18% of predicted). Comorbidities were recorded on the basis of data obtained from medical charts and clinical evaluations. Comorbidities were registered on the basis of data obtained from medical charts and clinical evaluations. The Charlson comorbidity index was calculated, and the Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) score was determined. Results: Of the 50 patients evaluated, 38 (76%) had been diagnosed with at least one comorbidity, 21 (42%) having been diagnosed with at least one CVD. Twenty-four patients (48%) had more than one CVD. Eighteen (36%) of the patients were current smokers, 10 (20%) had depression, 7 (14%) had dyslipidemia, and 7 (14%) had diabetes mellitus. Current smoking, depression, and dyslipidemia were more prevalent among the patients with mild-to-moderate COPD than among those with severe-to-very severe COPD (p < 0.001, p = 0.008, and p = 0.02, respectively). The prevalence of high blood pressure, diabetes mellitus, alcoholism, ischemic heart disease, and chronic heart failure was comparable between the two groups. The Charlson comorbidity index and HADS scores did not differ between the groups. Conclusions: Comorbidities are highly prevalent in COPD, regardless of its severity. Certain risk factors for CVD, themselves classified as diseases (including smoking, dyslipidemia, and depression), appear to be more prevalent in patients with mild-to-moderate COPD.
RESUMO Objetivo: Avaliar e comparar a prevalência de comorbidades e de fatores de risco de doença cardiovascular (DCV) em pacientes com DPOC de acordo com a gravidade da doença. Métodos: O estudo incluiu 25 pacientes com DPOC leve/moderada (homens: 68%; média de idade: 65 ± 8 anos; média de VEF1: 73 ± 15% do previsto) e 25 com DPOC grave/muito grave (homens: 56%; média de idade: 69 ± 9 anos; média de VEF1, 40 ± 18% do previsto). As comorbidades foram registradas com base nos dados dos prontuários médicos e avaliações clínicas. O índice de comorbidades de Charlson foi calculado, e a pontuação na Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) foi determinada. Resultados: Dos 50 pacientes avaliados, 38 (76%) receberam diagnóstico de pelo menos uma comorbidade, sendo que 21 (42%) receberam diagnóstico de pelo menos uma DCV. Vinte e quatro pacientes (48%) apresentavam mais de uma DCV. Dezoito pacientes (36%) eram fumantes, 10 (20%) tinham depressão, 7 (14%) apresentavam dislipidemia, e 7 (14%) tinham diabetes mellitus. Tabagismo atual, depressão e dislipidemia foram mais prevalentes nos pacientes com DPOC leve/moderada que naqueles com DPOC grave/muito grave (p < 0,001, p = 0,008 e p = 0,02, respectivamente). A prevalência de pressão arterial elevada, diabetes mellitus, alcoolismo, doença isquêmica do coração e insuficiência cardíaca crônica foi semelhante nos dois grupos. O índice de comorbidades de Charlson e a pontuação na HADS não diferiram entre os grupos. Conclusões: Comorbidades são muito prevalentes na DPOC, independentemente da gravidade da doença. Certos fatores de risco de DCV, eles próprios considerados doenças (incluindo tabagismo, dislipidemia e depressão), parecem ser mais prevalentes nos pacientes com DPOC leve/moderada.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Doenças Cardiovasculares/epidemiologia , Doenças Cardiovasculares/etiologia , Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica/complicações , Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica/epidemiologia , Brasil/epidemiologia , Doenças Cardiovasculares/fisiopatologia , Comorbidade , Dislipidemias/complicações , Volume Expiratório Forçado/fisiologia , Avaliação Nutricional , Prevalência , Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica/fisiopatologia , Fatores de Risco , Índice de Gravidade de Doença , Fumar/efeitos adversos , Espirometria , Estatísticas não Paramétricas , Capacidade Vital/fisiologiaRESUMO
OBJECTIVES: The prevalence of electrocardiographic and echocardiographic abnormalities in chronic obstructive pulmonary disease according to disease severity has not yet been established. The aim of this study was to assess the prevalence of electrocardiographic and echocardiographic abnormalities in chronic obstructive pulmonary disease patients according to disease severity. METHODS: The study included 25 mild/moderate chronic obstructive pulmonary disease patients and 25 severe/very severe chronic obstructive pulmonary disease patients. All participants underwent clinical evaluation, spirometry and electrocardiography/echocardiography. RESULTS: Electrocardiography and echocardiography showed Q-wave alterations and segmental contractility in five (10%) patients. The most frequent echocardiographic finding was mild left diastolic dysfunction (88%), independent of chronic obstructive pulmonary disease stage. The proportion of right ventricular overload (p<0.05) and blockage of the anterosuperior division of the left bundle branch were higher in patients with greater obstruction. In an echocardiographic analysis, mild/moderate chronic obstructive pulmonary disease patients showed more abnormalities in segmental contractility (p<0.05), whereas severe/very severe chronic obstructive pulmonary disease patients showed a higher prevalence of right ventricular overload (p<0.05), increased right cardiac chamber (p<0.05) and higher values of E-wave deceleration time (p<0.05). Age, sex, systemic arterial hypertension, C-reactive protein and disease were included as independent variables in a multiple linear regression; only disease severity was predictive of the E-wave deceleration time [r2 = 0.26, p = 0.01]. CONCLUSION: Chronic obstructive pulmonary disease patients have a high prevalence of left ventricular diastolic dysfunction, which ...
Assuntos
Idoso , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica/complicações , Disfunção Ventricular Esquerda/etiologia , Proteína C-Reativa/análise , Diástole , Ecocardiografia , Eletrocardiografia , Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica/fisiopatologia , Valores de Referência , Fatores de Risco , Índice de Gravidade de Doença , Espirometria , Fatores de Tempo , Disfunção Ventricular Esquerda/fisiopatologiaRESUMO
OBJETIVO: Avaliar o perfil dos fumantes que procuraram serviço público de cessação do tabagismo. MÉTODOS: Foram avaliados retrospectivamente os dados coletados durante a avaliação para a admissão no programa de cessação do tabagismo do Ambulatório de Tabagismo da Faculdade de Medicina de Botucatu/Universidade Estadual Paulista, na cidade de Botucatu (SP) entre abril de 2003 e abril de 2007. Variáveis demográficas, uso prévio de abordagem comportamental e/ou farmacológica e/ou tratamentos alternativos para o tabagismo, grau de dependência à nicotina e comorbidades foram avaliados em 387 fumantes. RESULTADOS: Em nossa casuística, 63 por cento dos tabagistas eram do sexo feminino. A idade média dos sujeitos foi de 50 ± 25 anos. Mais da metade dos fumantes (61 por cento) não tinha cursado o ensino médio, e 66 por cento tinham renda mensal menor que dois salários mínimos. O grau de dependência foi elevado/muito elevado em 59 por cento, médio em 17 por cento e baixo/muito baixo em 24 por cento. Embora 95 por cento dos pacientes apresentavam comorbidades, apenas 35 por cento foram encaminhados ao programa por um médico. Mais da metade (68 por cento) tinha feito pelo menos uma tentativa de cessação, 83 por cento sem um programa de tratamento estruturado. CONCLUSÕES: Os tabagistas que procuraram assistência para cessar o tabagismo apresentaram desvantagem social, dependência à nicotina alta e tentativas anteriores de cessação sem tratamento estruturado. Portanto, a intervenção para o controle do tabagismo deve contemplar as características gerais dos fumantes nos serviços públicos para que seja eficaz.
OBJECTIVE: To evaluate the characteristics of smokers seeking treatment in a public smoking cessation program. METHODS: This was a retrospective evaluation of data collected during the interview for enrollment in the smoking cessation program of the Smoking Outpatient Clinic of the Paulista State University School of Medicine in the city of Botucatu, Brazil, between April of 2003 and April of 2007. Demographic variables; previous use of the behavioral approach, medications or alternative treatments for smoking cessation; degree of nicotine dependence; and history of comorbidities were evaluated in 387 smokers. RESULTS: In our sample, 63 percent of the smokers were female. The mean age of the subjects was 50 ± 25 years. More than half of the subjects (61 percent) had up to eight years of schooling, and 66 percent had a monthly income of less than twice the national minimum wage. The degree of nicotine dependence was high/very high in 59 percent, medium in 17 percent and low/very low in 24 percent of the subjects. Although 95 percent of the patients presented comorbidities, only 35 percent had been referred to the program by a physician. More than half of the subjects (68 percent) had made at least one smoking-cessation attempt, 83 percent of whom did so without the help of a structured program. CONCLUSIONS: Smokers seeking assistance for smoking cessation were socially disadvantaged, presented a high degree of nicotine dependence and had previously made smoking-cessation attempts without the benefit of a structured program. Therefore, in order to be effective, smoking control interventions should take into consideration the general characteristics of the smokers treated via the public health care system.