RESUMO
Esse trabalho teve como objetivo a análise da estabilidade postural de adultos jovens na privação momentânea da visão (PMV), no movimento de extensão de tronco para a postura ereta. Foi utilizado um sistema de plataformas de força (uma para cada pé), com freqüência de aquisição de 1000 Hz e um sistema de imagens, com freqüência de aquisição de 200 Hz; ambos os sistemas foram sincronizados. Foram obtidas as forças de reação ao solo (FRS) em cada pé de apoio e calculado o centro de pressão (COP: Center of Pressure). Também foi obtido o centro de gravidade (COG: Center of Gravity) por meio da reconstrução tridimensional das 8 câmeras. Os sinais cinéticos e cinemáticos brutos foram filtrados, utilizando filtro Butterworth de 6ª e 4a ordem, respectivamente, com freqüência de corte de 12 Hz. A coleta de dados foi realizada em 10 indivíduos, adultos jovens do sexo masculino, com média de idade de 25,6 ±2,3 anos, sob duas condições visuais: (1) Visão Preservada (VP) e (2) Privação Momentânea da Visão (PMV) e foram realizadas 5 tentativas para cada condição visual. A tarefa de movimento, denominada auto-perturbação, partiu da posição inicial de flexão de tronco (90º) até a postura ereta. Foi definida como variável de estudo a amplitude do módulo do vetor nos intervalos antes da perturbação, perturbação e pós-perturbação, a fim de quantificar o tempo de recuperação da estabilidade no intervalo pós-perturbação. A amplitude do módulo do vetor foi ajustada com uma curva exponencial. Os valores médios obtidos para o tempo de recuperação da estabilidade foram: 779,6 ms (±138,6) para condição VP e 404,8 ms (±170,2) para a condição PMV. Foi aplicado o teste de Kolmogorov-Smirnov para testar a normalidade das variáveis: tempo de recuperação da estabilidade e amplitude pósperturbação (p<0.05)....
Na seqüência foram aplicados os testes: t de Student para dados pareados e ANOVA bidirecional para as 5 tentativas de cada condição visual. Foram constatadas diferenças significativas (P<0,05) para as variáveis analisadas no intervalo de pós-perturbação. Concluiu-se que os indivíduos PMV utilizaram mecanismos de ajustes neuromusculares rápidos quando comparados com indivíduos VP para se estabilizar na postura ereta e não cair.