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1.
Psicol. ciênc. prof ; 43: e249674, 2023. tab
Artigo em Português | LILACS, INDEXPSI | ID: biblio-1422407

RESUMO

Este artigo teve como objetivo compreender, a partir de uma análise fenomenológica, o impacto do racismo sobre vivências de mulheres negras. Foram analisados relatos escritos por mulheres que se autodeclaravam negras encontrados em sites e blogs da internet. Esta pesquisa qualitativa fenomenológica foi inspirada na proposta filosófica de Edmund Husserl, consistindo na elaboração de uma narrativa síntese que resumiu os elementos essenciais das vivências dessas mulheres. Os resultados possibilitaram compreender que as experiências de racismo vivenciadas por mulheres negras têm início na infância e as acompanham ao longo de toda a vida, causando impactos sobre sua saúde mental. A insatisfação em relação ao cabelo natural e a cor da pele surgem como sinais concretos de recusa da identidade negra; enquanto o processo de tomada de consciência, reconhecimento e aceitação da negritude impulsionam a autoaceitação e a construção de uma nova identidade como mulher negra. A troca de experiências com outras pessoas negras sobre racismo favoreceu o reconhecimento da negritude. Conclui-se que o suporte emocional de pessoas que vivenciam o mesmo tipo de sofrimento social pode ser de grande relevância no processo de superação, assim como os processos de intervenção psicológica quando pautados por atitudes de empatia e aceitação. Nesse sentido, a formação de psicólogos deve incluir conteúdos e práticas que abordem o tema do racismo como parte da realidade social.(AU)


This article aimed to understand, based on qualitative research, the impact of racism on Black women's experiences. To this end, accounts authored by women who self-identify as Black, found on websites and internet blogs were used as data sources. The phenomenological analysis of data was based on Edmund Husserl's philosophical proposal, and consisted of a narrative synthesis that summed the essential elements of these women's experiences. Results of this research enabled the understanding that experiences of racism, lived by Black women, start during childhood and accompany them throughout their lifetime, impacting their mental health. Dissatisfaction with their natural hair and skin color appear as concrete signs of turning down their Black identity; sharing their experiences with other Black people about racism helps them recognize their Blackness. The process of awareness, recognition and acceptance of Blackness drive them to self-acceptance and the construction of an identity that integrates their condition as Black women. We conclude that the emotional support given by people who live similar social suffering can be essential to the process of overcoming it, as should be the process of psychological intervention, when founded on attitudes of comprehensive empathy and acceptance. In this regard, we suggest that psychologists' education include both courses and practice that encompass the theme of racism as part of our social reality.(AU)


Este artículo tuvo como objetivo comprender, a partir de una investigación cualitativa, el impacto del racismo en las experiencias de las mujeres negras. Fueron utilizados relatos escritos por mujeres que decían ser negras como fuentes de datos, en sitios de Internet y blogs. El análisis fenomenológico de los datos se realizó a partir de la propuesta filosófica de Edmund Husserl y consistió en la construcción de una narrativa síntesis que presentaba los elementos esenciales de las vivencias de estas mujeres. Los resultados permitieron comprender que las experiencias de racismo, vividas por las mujeres negras, comienzan en la infancia y las acompañan a lo largo de la vida, con un impacto en la salud mental. La insatisfacción con el color natural del cabello y la piel aparece como signos concretos de rechazo a la identidad negra; el intercambio de experiencias con otros negros sobre el racismo favorece el reconocimiento de la negritud. El proceso de toma de conciencia, reconocimiento y aceptación de la negritud impulsa la autoaceptación y la construcción de una identidad que integra la condición de la mujer negra. Se concluye que el apoyo emocional que brindan las personas que experimentan el mismo tipo de sufrimiento social puede ser de gran relevancia en el proceso de superación, así como los procesos de intervención psicológica, cuando se guían por actitudes de comprensión y aceptación empáticas. En este sentido, se sugiere que los cursos de formación para psicólogos incluyan contenidos y prácticas que aborden el tema del racismo como parte de la realidad social.(AU)


Assuntos
Humanos , Feminino , Negro ou Afro-Americano , Saúde Mental , Violência contra a Mulher , Racismo , Violência Étnica , Aprendizagem , Preconceito , Fenômenos Psicológicos , Política Pública , Raiva , Autoimagem , Fatores Socioeconômicos , Saúde da Mulher , Adolescente , Feminismo , Carência Cultural , Características Humanas , Emoções , Estigma Social , Marginalização Social , Aparência Física , Blog , Ativismo Político , Opressão Social , Privilégio Social , Androcentrismo , Liberdade , Tristeza , Respeito , Empoderamento , Comparação Social , Status Social , Disparidades Socioeconômicas em Saúde , Acontecimentos que Mudam a Vida , Solidão , Meios de Comunicação de Massa
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