RESUMO
A rotura pancreática isolada no trauma abdominal é pouco freqüente, em conseqüência, principalmente, da posiçäo retroperitoneal ocupada pelo pâncreas. Apresenta-se a casuística de três casos de rotura pancreática isolada, após contusäo abdominal. Relatam-se as dificuldades diagnósticas pré-operatórias, chamando a atençäo para a importância do traumatismo causal direto na regiäo do epigástrio/mesogástrico e para as manifestaçöes clínicas iniciais discretas. Em dois dos três casos, a rotura foi reconhecida e do tratamento resultaram fístulas pancreáticas de alto débito. No outro caso, o desconhecimento da rotura levou à formaçäo de pseudocisto traumático, que necessitou, para seu tratamento, de drenagem externa. Das três fístulas resultantes, apenas uma, a que näo tinha lesäo do ducto pancreátrico principal, fechou-se espontaneamente. As outras duas fístulas foram tratadas com pancreatectomia corpo-caudal, evoluindo os pacientes para a cura. Discutem-se a importância e o papel desempenhado, na sua casuística, pelos exames de imagem, na identificaçäo da rotura do canal pancreático principal