RESUMO
Apesar do teste Sentar-e-Alcançar (TSA) ser frequentemente utilizado na mensuração da flexibilidade dos músculos posteriores da coxa (PC), este teste ainda apresenta validade questionável para esta finalidade. Os objetivos desse estudo foram: a) verificar o nível de correlação entre o desempenho no Banco para a Avaliação da Flexibilidade (BAFLEX) e o desempenho em um teste específico para a medida da flexibilidade dos músculos PC (Teste de Extensão de Joelho modificado TEJ-mod); b) verificar se o nível de correlação das medidas no TSA modificado (TSA-mod) é aumentada quando correlacionado com uma medida de critério (TEJ-mod) realizada de forma ativa. Participaram deste estudo 26 voluntários (13 indivíduos de cada sexo) com idade média de 22,2 ± 3,4 anos. Os voluntários realizaram aleatoriamente a mensuração da flexibilidade utilizando diferentes testes (BAFLEX, TSA-mod, TEJ-mod). Os coeficientes de correlação de Pearson indicaram níveis de associação significativos e moderados (BAFLEX x TEJ-mod: r = 0,57; TSA-mod x TEJ-mod: r = 0,52; poder > 0,8 em todas as análises). Embora o BAFLEX objetive minimizar problemas presentes no TSA, como diferenças antropométricas entre os indivíduos e a participação de movimentos compensatórios, tal teste não resultou numa alta correlação com o TEJ-mod. Além disso, a realização ativa da medida da flexibilidade dos músculos PC também não permitiu alcançar níveis de correlação altos entre TSA-mod e TEJ-mod. Baseado na baixa variância comum entre BAFLEX e TEJ-mod (32,4%), bem como entre TSA e TEJ-mod (27,3%), conclui-se que os desempenhos nos testes TSA-mod e BAFLEX não são determinados suficientemente pela flexibilidade dos músculos PC.
Although the Sit-and-Reach Test (SRT) is often used to measure the flexibility of the hamstring muscles, this test still shows questionable validity for this purpose. The aims of this study were to (a) verify the level of correlation between performance on Bench for Flexibility Assessment (BFA) and performance on a specific test for the measurement of hamstring flexibility (modified Knee Extension Test mKET), and (b) verify whether the level of correlation between performance on modified SRT (mSRT) is increased when correlated with a criterion measurement (mKET) executed actively. The study included 26 volunteers (13 males and 13 females) with an average age of 22,2 ± 3,4 years. The subjects were randomly tested for each of three assessments of hamstring flexibility (BFA, mSRT, mKET). The Pearson correlation coefficients indicated significant and moderate levels of association among tests (BAF x mKET: r = 0,57; mSRT x mKET: r = 0,52; power > 0,8 in all analyses). Although BFA aims to minimize problems found in the TSA, as anthropometric differences among the individuals and the participation of compensatory movements, the BFA did not provide a high correlation with the mKET. Furthermore, the active measurement of hamstring flexibility also failed to achieve high levels of correlation between mSRT and mKET. Based on the low common variance between BFA and mKET (32.4%), and between mSRT and mKET (27.3%), we concluded that performances on mSRT and BFA are not sufficiently determined by the flexibility of the hamstring muscles.