RESUMO
ABSTRACT Objective: Feeding restriction in rats alters the oscillators in suprachiasmatic, paraventricular, and arcuate nuclei, hypothalamic areas involved in food intake. In the present study, using the same animals and experimental protocol, we aimed to analyze if food restriction could reset clock genes ( Clock, Bmal1 ) and genes involved in lipid metabolism ( Pgc1a, Pparg, Ucp2 ) through nutrient-sensing pathways ( Sirt1, Ampk, Nampt ) in peripheral tissues. Materials and methods: Rats were grouped according to food access: Control group (CG, food ad libitum ), Restricted night-fed (RF-n, food access during 2 h at night), Restricted day-fed (RF-d, food access during 2 h in the daytime), and Day-fed (DF, food access during 12 h in the daytime). After 21 days, rats were decapitated at ZT3 (0900-1000 h), ZT11 (1700-1800 h), or ZT17 (2300-2400 h). Blood, liver, brown (BAT) and peri-epididymal (PAT) adipose tissues were collected. Plasma corticosterone and gene expression were evaluated by radioimmunoassay and qPCR, respectively. Results: In the liver, the expression pattern of Clock and Bmal1 shifted when food access was dissociated from rat nocturnal activity; this phenomenon was attenuated in adipose tissues. Daytime feeding also inverted the profile of energy-sensing and lipid metabolism-related genes in the liver, whereas calorie restriction induced a pre-feeding increased expression of these genes. In adipose tissues, Sirt1 expression was modified by daytime feeding and calorie restriction, with concomitant expression of Pgc1a , Pparg , and Ucp2 but not Ampk and Nampt . Conclusion: Feeding restriction reset clock genes and genes involved in lipid metabolism through nutrient-sensing-related genes in rat liver, brown, and peri-epididymal adipose tissues.
Assuntos
Animais , Ratos , Hipotálamo , Fígado/metabolismo , Nutrientes , Ritmo Circadiano , Metabolismo dos LipídeosRESUMO
Objective : The Brazilian population has heterogeneous ethnicity. No previous study evaluated NR3C1 polymorphisms in a Brazilian healthy population. Materials and methods : We assessed NR3C1 polymorphisms in Brazilians of Caucasian, African and Asian ancestry (n = 380). In a subgroup (n = 40), we compared the genotypes to glucocorticoid (GC) sensitivity, which was previously evaluated by plasma (PF) and salivary (SF) cortisol after dexamethasone (DEX) suppression tests, GC receptor binding affinity (K d ), and DEX-50% inhibition (IC 50 ) of concanavalin-A-stimulated mononuclear cell proliferation. p.N363S (rs6195), p.ER22/23EK (rs6189-6190), and BclI (rs41423247) allelic discrimination was performed by Real-Time PCR (Polymerase Chain Reaction). Exons 3 to 9 and exon/intron boundaries were amplified by PCR and sequenced. Results : Genotypic frequencies (%) were: rs6195 (n = 380; AA:96.6/AG:3.14/GG:0.26), rs6189-6190 (n = 264; GG:99.6/GA:0.4), rs41423247 (n = 264; CC:57.9/CG:34.1/GG:8.0), rs6188 (n = 155; GG:69.6/GT:25.7/TT:4.7), rs258751 (n = 150; CC:88.0/CT:10.7/TT:1.3), rs6196 (n = 176; TT:77.2/TC:20.4/CC:2.4), rs67300719 (n = 137; CC:99.3/CT:0.7), and rs72542757 (n = 137; CC:99.3/CG:0.7). The rs67300719 and rs72542757 were found only in Asian descendants, in whom p.N363S and p.ER22/23EK were absent. The p.ER22/23EK was observed exclusively in Caucasian descendants. Hardy-Weinberg equilibrium was observed, except in the Asian for rs6188 and rs258751, and in the African for p.N363S. The K d , IC 50 , baseline and after DEX PF or SF did not differ between genotype groups. However, the mean DEX dose that suppressed PF or SF differed among the BclI genotypes (P = 0.03). DEX dose was higher in GG- (0.7 ± 0.2 mg) compared to GC- (0.47 ± 0.2 mg) and CC-carriers (0.47 ± 0.1 mg). Conclusion : The genotypic frequencies of NR3C1 polymorphisms in Brazilians are similar to worldwide populations. Additionally, the BclI polymorphism ...
Objetivo : Este estudo avalia polimorfismos (SNPs) do NR3C1 na população brasileira, que possui origem étnica heterogênea. Materiais e métodos : SNPs do NR3C1 foram avaliados em brasileiros de ancestralidade caucasiana, africana ou japonesa (n = 380). Em um subgrupo (n = 40), os genótipos foram comparados à sensibilidade aos glicocorticoides (GC), previamente avaliada por cortisol plasmático (PF) e salivar (SF) após supressão com dexametasona (DEX), ensaio de afinidade do receptor ao GC (K d ) e inibição por DEX de 50% da proliferação de mononucleares estimulada por concanavalina-A (IC 50 ). Discriminação alélica de p.N363S (rs6195), p.ER22/23EK (rs6189-6190) e BclI (rs41423247) foi realizada por PCR em tempo real. Éxons 3 a 9 e transições éxon/íntron foram amplificados e sequenciados. Resultados : Frequências genotípicas (%) foram: rs6195 (n = 380; AA:96,6/AG:3,14/GG:0,26), rs6189-6190 (n = 264; GG:99,6/GA:0,4), rs41423247 (n = 264; CC:57,9/CG:34,1/GG:8,0), rs6188 (n = 155; GG:69,6/GT:25,7/TT:4,7), rs258751 (n = 150; CC:88,0/CT:10,7/TT:1,3), rs6196 (n = 176; TT:77,2/TC:20,4/CC:2,4), rs67300719 (n = 137; CC:99,3/CT:0,7), e rs72542757 (n = 137; CC:99,3/CG:0,7). Enquanto rs67300719 e rs72542757 foram exclusivos dos nipodescendentes, p.N363S e p.ER22/23EK estavam ausentes nesses indivíduos. p.ER22/23EK foi exclusivo dos descendentes de caucasianos. Equilíbrio de Hardy-Weinberg foi observado, exceto nos nipodescendentes para rs6188 e rs258751 e nos afrodescendentes para p.N363S. K d , IC 50 , PF ou SF basal ou após DEX foram semelhantes entre os genótipos. Entretanto, a dose média de DEX que suprimiu PF ou SF diferiu entre os genótipos BclI (P = 0,03), sendo maior nos carreadores GG (0,7 ± 0,2 mg) comparada aos GC (0,47 ± 0,2 mg) e CC (0,47 ± 0,1 mg). Conclusão : As ...
Assuntos
Adulto , Feminino , Humanos , Masculino , Adulto Jovem , População Negra/genética , Povo Asiático/genética , População Branca/genética , Erros Inatos do Metabolismo/genética , Polimorfismo Genético/efeitos dos fármacos , Receptores de Glucocorticoides/deficiência , Anti-Inflamatórios/farmacologia , Brasil/etnologia , Proliferação de Células/efeitos dos fármacos , Dexametasona/farmacologia , Frequência do Gene , Estudos de Associação Genética , Hidrocortisona/sangue , Hidrocortisona , Leucócitos Mononucleares/efeitos dos fármacos , Polimorfismo de Nucleotídeo Único , Receptores de Glucocorticoides/genética , Análise de Sequência de DNARESUMO
OBJECTIVE: To estimate the pretest probability of Cushing's syndrome (CS) diagnosis by a Bayesian approach using intuitive clinical judgment. MATERIALS AND METHODS: Physicians were requested, in seven endocrinology meetings, to answer three questions: "Based on your personal expertise, after obtaining clinical history and physical examination, without using laboratorial tests, what is your probability of diagnosing Cushing's Syndrome?"; "For how long have you been practicing Endocrinology?"; and "Where do you work?". A Bayesian beta regression, using the WinBugs software was employed. RESULTS: We obtained 294 questionnaires. The mean pretest probability of CS diagnosis was 51.6% (95%CI: 48.7-54.3). The probability was directly related to experience in endocrinology, but not with the place of work. CONCLUSION: Pretest probability of CS diagnosis was estimated using a Bayesian methodology. Although pretest likelihood can be context-dependent, experience based on years of practice may help the practitioner to diagnosis CS. Arq Bras Endocrinol Metab. 2012;56(9):633-7.
OBJETIVO: Estimar a probabilidade pré-teste do diagnóstico de síndrome de Cushing (SC) por meio de julgamento clínico utilizando abordagem Bayesiana. MATERIAIS E MÉTODOS: Médicos responderam a três perguntas, em sete congressos de endocrinologia. Após obtenção da história clínica/exame físico, sem exames laboratoriais, apenas com base em sua experiência pessoal, qual a probabilidade de diagnosticar SC?; Há quanto tempo você pratica endocrinologia?; Onde você trabalha? Uma regressão beta Bayesiana, utilizando o software WinBugs, foi empregada. RESULTADOS: Foram obtidos 294 questionários. A estimativa Bayesiana da probabilidade média de diagnosticar SC foi 51,6% (IC 95%: 48,7-54,3). Houve relação direta entre probabilidade de diagnosticar SC e experiência da prática endócrina, porém não com o local de trabalho. CONCLUSÃO: A probabilidade pré-teste do diagnóstico de SC foi estimada utilizando uma metodologia Bayesiana. Embora a probabilidade pré-teste possa ser dependente do contexto, a experiência de anos de prática pode auxiliar no diagnóstico intuitivo da CS. Arq Bras Endocrinol Metab. 2012;56(9):633-7.
Assuntos
Humanos , Competência Clínica , Síndrome de Cushing/diagnóstico , Endocrinologia/normas , Julgamento , Teorema de Bayes , Congressos como Assunto , Modelos Logísticos , Modelos Teóricos , Probabilidade , Inquéritos e QuestionáriosRESUMO
OBJECTIVE: To evaluate the modulation of the hypothalamus-pituitary-adrenal axis (HPA) on prolactin secretion in rats after adrenalectomy (ADX). MATERIALS AND METHODS: Plasma corticosterone, ACTH, and prolactin concentrations were measured by radioimmunoassay in rats after bilateral ADX in the short- (3 hours and 1day) and long-term (3, 7, and 14 days). RESULTS: Animals that underwent ADX showed undetectable corticosterone levels and a triphasic ACTH response with a transient increase (3h), a decrease (1d), and further increase in the long-term after ADX. Sham animals showed a marked increase in corticosterone and ACTH levels three hours after surgery, with a decrease to basal levels thereafter. Plasma prolactin levels were not changed after ADX. CONCLUSION: There are different points of equilibrium in the HPA axis after the glucocorticoid negative feedback is removed. Prolactin plasma secretion is not altered in the short or long- term after ADX, suggesting that the peptidergic neurons essential for prolactin release are not activated after ADX.
OBJETIVO: Avaliar a modulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) sobre a secreção de prolactina após adrenalectomia (ADX). MATERIAIS E MÉTODOS: Quantificamos por RIE corticosterona, ACTH e prolactina plasmáticos em ratos após curtos (3 horas e 1 dia) e longos (3, 7 e 14 dias) períodos de ADX bilateral. RESULTADOS: Animais ADX mostraram níveis indetectáveis de corticosterona. As concentrações plasmáticas de ACTH apresentaram resposta trifásica: aumento transitório (3h), diminuição (1d) e novo aumento após longos períodos de ADX. Animais Sham mostraram aumento de corticosterona/ACTH após três horas de cirurgia, diminuindo posteriormente aos níveis basais. As concentrações plasmáticas de prolactina não se alteraram após ADX. CONCLUSÃO: Existem diferentes pontos de equilíbrio do eixo HHA após a remoção da retroalimentação negativa exercida pelos glicocorticoides. A secreção de prolactina não se alterou após curtos/longos períodos de ADX, sugerindo que os neurônios peptidérgicos essenciais para a liberação de prolactina não estão ativados durante os diferentes períodos de ADX.
Assuntos
Animais , Masculino , Ratos , Adrenalectomia/métodos , Hipotálamo/fisiologia , Sistema Hipófise-Suprarrenal/fisiologia , Prolactina , Corticosterona/sangue , Glucocorticoides/fisiologia , Período Pós-Operatório , Prolactina/sangue , Radioimunoensaio , Ratos Wistar , Fatores de TempoRESUMO
OBJECTIVES: Idiopathic central precocious puberty and its postponement with a (gonadotropin-releasing hormone) GnRH agonist are complex conditions, the final effects of which on bone mass are difficult to define. We evaluated bone mass, body composition, and bone remodeling in two groups of girls with idiopathic central precocious puberty, namely one group that was assessed at diagnosis and a second group that was assessed three years after GnRH agonist treatment. METHODS: The precocious puberty diagnosis and precocious puberty treatment groups consisted of 12 girls matched for age and weight to corresponding control groups of 12 (CD) and 14 (CT) girls, respectively. Bone mineral density and body composition were assessed by dual X-ray absorptiometry. Lumbar spine bone mineral density was estimated after correction for bone age and the mathematical calculation of volumetric bone mineral density. CONEP: CAAE-0311.0.004.000-06. RESULTS: Lumbar spine bone mineral density was slightly increased in individuals diagnosed with precocious puberty compared with controls; however, after correction for bone age, this tendency disappeared (CD = -0.74 + 0.9 vs. precocious puberty diagnosis = -1.73 + 1.2). The bone mineral density values of girls in the precocious puberty treatment group did not differ from those observed in the CT group. CONCLUSION: There is an increase in bone mineral density in girls diagnosed with idiopathic central precocious puberty. Our data indicate that the increase in bone mineral density in girls with idiopathic central precocious puberty is insufficient to compensate for the marked advancement in bone age observed at diagnosis. GnRH agonist treatment seems to have no detrimental effect on bone mineral density.
Assuntos
Adolescente , Criança , Feminino , Humanos , Adulto Jovem , Composição Corporal/fisiologia , Densidade Óssea/fisiologia , Hormônio Liberador de Gonadotropina/agonistas , Puberdade Precoce/tratamento farmacológico , Puberdade Precoce/patologia , Absorciometria de Fóton , Fatores Etários , Índice de Massa Corporal , Composição Corporal/efeitos dos fármacos , Densidade Óssea/efeitos dos fármacos , Estudos de Casos e Controles , Valores de Referência , Estatísticas não Paramétricas , Resultado do TratamentoRESUMO
INTRODUCTION: Central diabetes insipidus (DI) characterized by polyuria, polydipsia and inability to concentrate urine, has different etiologies including genetic, autoimmune, post-traumatic, among other causes. Autosomal dominant central DI presents the clinical feature of a progressive decline of arginine-vasopressin (AVP) secretion. OBJECTIVE: In this study, we characterized the clinical features and sequenced the AVP-NPII gene of seven long-term follow-up patients with idiopathic central DI in an attempt to determine whether a genetic cause would be involved. METHODS: The diagnosis of central DI was established by fluid deprivation test and hyper-tonic saline infusion. For molecular analysis, genomic DNA was extracted and the AVP-NPII gene was amplified by polymerase chain reaction and sequenced. RESULTS: Sequencing analysis revealed a homozygous guanine insertion in the intron 2 (IVS2 +28 InsG) of the AVP-NPII gene in four patients, which represents an alternative gene assembly. No mutation in the code region of the AVP-NPII gene was found. CONCLUSIONS: The homozygous guanine insertion in intron 2 (IVS2 +28 InsG) is unlikely to contribute to the AVP-NPII gene modulation in DI. In addition, the etiology of idiopathic central DI in children may not be apparent even after long-term follow-up, and requires continuous etiological surveillance.
INTRODUÇÃO: O diabetes insípido (DI) central, caracterizado por poliúria, polidipsia e inabilidade em concentrar a urina, apresenta diferentes etiologias, incluindo causas genética, autoimune, pós-traumática, entre outras. O DI central autossômico dominante apresenta a característica clínica de falência progressiva da secreção da arginina-vasopressina (AVP). OBJETIVO: No presente estudo, caracterizou-se a apresentação clínica e sequenciou-se o gene AVP-NPII de sete pacientes com DI central idiopático seguidos de longa data na tentativa de determinar se uma causa genética estava envolvida na etiologia. MÉTODOS: O diagnóstico do DI central foi estabelecido por meio do teste de jejum hídrico e infusão de salina hipertônica. Para a realização da análise molecular, o DNA genômico foi extraído e o gene AVP-NPII foi amplificado pela reação em cadeia da polimerase e, posteriormente, sequenciado. RESULTADOS: A análise do sequenciamento do gene AVP-NPII revelou uma inserção em homozigose de uma guanina no íntron 2 (IVS2 +28 InsG) em quatro pacientes, correspondendo a um arranjo alternativo do gene. Nenhuma mutação da região codificadora do gene AVP-NPII foi encontrada. CONCLUSÕES: A inserção em homozigose de uma guanina no íntron 2 (IVS2 +28 InsG) provavelmente não contribui na modulação do gene AVP-NPII no DI. Adicionalmente, a etiologia do DI central idiopático em crianças pode não se tornar evidente mesmo após um longo período de seguimento, necessitando de contínua vigilância da etiologia.
Assuntos
Criança , Pré-Escolar , Feminino , Humanos , Lactente , Masculino , Diabetes Insípido Neurogênico/diagnóstico , Diabetes Insípido Neurogênico/genética , Neurofisinas/genética , Precursores de Proteínas/genética , Vasopressinas/genética , Seguimentos , Íntrons/genética , Mutagênese Insercional/genéticaRESUMO
Cushing's syndrome (CS) results from sustained pathologic hypercortisolism. The clinical features are variable and the most specific features for CS include abnormal fat distribution, particularly in the supraclavicular and temporal fossae, proximal muscle weakness, wide purple striae, and decreased linear growth with continued weight gain in a child. Clinical presentation of CS can be florid and in this case the diagnosis is usually straightforward. However, the diagnosis can be difficult particularly in states of mild or cyclical or periodical hypercortisolism. Several tests based on the understanding of the physiologic characteristics of the hypothalamic-pituitary-adrenal axis have been used extensively to confirm the diagnosis of Cushing's syndrome, but none has proven fully capable of distinguishing all cases of CS from normal and/or pseudo-Cushing individuals. Three first-line diagnostic tests are currently used to screen for CS: measurement of free cortisol in 24-hour urine (UFC), cortisol suppressibility by low doses of dexamethasone (DST), and assessment of cortisol circadian rhythm using late-night serum and/or salivary cortisol. This paper discusses the effectiveness regarding best cut-off values, the sensitivity and the specificity of these tests to screen for CS. Late-night salivary cortisol appears to be the most useful screening test. UFC and DST should be performed to provide further confirmation of the diagnosis.
A síndrome de Cushing (SC) resulta de um hipercortisolismo patológico mantido. As manifestações clínicas são variáveis e os achados mais específicos para a SC incluem distribuição anormal de gordura, particularmente nas fossas supraclaviculares e temporais, fraqueza muscular proximal, estrias purpúreas largas e interrupção do crescimento linear com ganho contínuo de peso na criança. A apresentação clínica da SC pode ser florida e, neste caso, o diagnóstico é usualmente direto. Entretanto, o diagnóstico pode ser dificultado particularmente em estados de hipercortisolismo leve ou cíclico/periódico. Vários testes baseados na compreensão das características fisiológicas do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal têm sido usados extensivamente para confirmar o diagnóstico da SC, mas nenhum deles mostrou-se totalmente capaz de distinguir todos os casos de SC dos indivíduos normais e/ou portadores de pseudo-Cushing. Três testes diagnósticos de primeira linha são atualmente empregados para rastrear SC: a medida do cortisol livre em urina de 24-horas (CLU), a supressão do cortisol por doses baixas de dexametasona (TSD) e a avaliação do ritmo circadiano do cortisol usando a dosagem do cortisol sérico ou salivar às 23-24 hs. Este artigo discute a efetividade com relação aos melhores valores de corte e a sensibilidade e especificidade destes testes no rastreamento da SC. O cortisol salivar às 23-24 hs parece ser o teste mais útil de rastreamento. O CLU e o TSD devem ser realizados na tentativa de fornecer confirmação adicional ao diagnóstico.
Assuntos
Humanos , Síndrome de Cushing/diagnóstico , Algoritmos , Biomarcadores/sangue , Biomarcadores/urina , Ritmo Circadiano , Síndrome de Cushing/sangue , Síndrome de Cushing/urina , Diagnóstico Diferencial , Dexametasona , Glucocorticoides , Hidrocortisona/sangue , Hidrocortisona/urina , Sensibilidade e Especificidade , Saliva/químicaRESUMO
Thomas Addison descreveu pela primeira vez, há 150 anos, uma síndrome clínica de perda de sal em indivíduos com hiperpigmentação cutânea, associada à destruição da glândula adrenal. Atualmente, a insuficiência adrenal ainda representa uma condição de risco, pois seu diagnóstico é freqüentemente não reconhecido nas fases iniciais da doença. A adrenalite tuberculosa era a causa mais freqüente na maioria dos casos descritos inicialmente, mas, na atualidade, a doença de Addison auto-imune está presente em uma grande porcentagem de pacientes com insuficiência adrenal primária. No presente trabalho, apresentamos a prevalência das diferentes causas, manifestações clínicas e achados laboratoriais, incluindo a determinação de anticorpos anticórtex adrenal e anti-21-hidroxilase em pacientes acompanhados com insuficiência adrenal primária seguidos nos Ambulatórios das Divisões de Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP (FMRP-USP).
Assuntos
Humanos , Doença de Addison , Doença de Addison/diagnóstico , Doença de Addison/tratamento farmacológico , Doença de Addison/imunologia , Doenças Autoimunes/diagnóstico , Doenças Autoimunes/tratamento farmacológico , Doenças Autoimunes/etiologiaRESUMO
Avaliamos as concentrações de GH, IGF-1 e IGFBP-3 em 10 pacientes com acromegalia em atividade, antes e após tratamento com octreotida subcutânea (OCT-sc) e LAR (OCT-LAR). Verificamos o valor preditivo dos testes agudo e de curto prazo (após 21 dias) na resposta do GH e IGF-1. As avaliações de médio prazo foram realizadas após 6 meses de tratamento com cada formulação. Os valores de GH (µg/l; IFMA), nadir de GH no oGTT e IGF-1 (µg/l; IRMA) pré-tratamento foram 13,9±6,3; 11,4±6,3; 717±107, respectivamente. Os tratamentos de 21 dias com OCT-sc ou OCT-LAR reduziram os níveis de GH (2,9±1,1 e 4,4±1,2) e IGF-1 (491±80 e 512±80). Redução após 6 meses de tratamento foi similar com as duas formulações: GH basal (2,8±0,9 e 1,9±0,5), nadir GH-GTT (1,6±0,4 e 1,6±0,5) e IGF-1 (583±107 e 515±83). A IGFBP-3 não foi bom parâmetro para avaliação destes pacientes. O teste agudo não foi indicador da ocorrência de efeitos colaterais. Os testes, agudo e de curto prazo, foram capazes de predizer a resposta do GH ao tratamento crônico com a OCT-sc e OCT-LAR.
Assuntos
Adulto , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Acromegalia/sangue , Acromegalia/tratamento farmacológico , Octreotida/administração & dosagem , Preparações de Ação Retardada , Hormônio do Crescimento/sangue , Injeções Subcutâneas , Octreotida , Valor Preditivo dos Testes , Fatores de TempoRESUMO
A dosagem do cortisol salivar, que avalia a fraçäo livre do hormônio, tem se tornado cada vez mais popular, com vários ensaios comerciais disponíveis. Neste artigo avaliamos criticamente os diferentes ensaios disponíveis para dosagem de cortisol salivar e suas aplicaçöes em situaçöes fisiológicas e patológicas. Esta técnica tem se mostrado útil para o estudo do ritmo circadiano do cortisol e para a avaliaçäo de insuficiência adrenal, nos primeiros dias de vida de recém-nascidos a termo e pré-termo. Adicionalmente, tem sido utilizada para avaliar o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) em alteraçöes da funçäo cognitiva, em situaçöes de estresse, ansiedade, depressäo, síndrome do pânico, na avaliaçäo da privaçäo de sono em pacientes trabalhadores noturnos e naqueles com fadiga crônica. Recentemente, a dosagem de cortisol salivar têm sido empregada no diagnóstico da síndrome de Cushing (SC), inclusive em crianças: sua dosagem às 24:00h apresenta sensibilidade diagnóstica superior a todos os outros parâmetros para detectar pacientes com a condiçäo, mesmo naqueles com hipercortisolismo intermitente ou leve. Utilizando a dosagem do cortisol salivar, avaliamos a acurácia diagnóstica do teste de supressäo com dexametasona (DEX, 8mg e 24mg) no diagnóstico diferencial da SC. Nossos dados sugerem que a medida do cortisol salivar, quando comparada ao cortisol plasmático, melhora a acurácia diagnóstica do teste de supressäo com altas doses de DEX, mesmo utilizando critérios mais rigorosos. É importante que o pesquisador e o clínico estejam cientes das possíveis diferenças geradas pelos diferentes ensaios, para interpretarem adequadamente os intervalos de referências. Os ensaios para cortisol salivar devem ser padronizados e interpretados com base em valores de corte, obtidos em cada laboratório, utilizando amostras de controles normais da populaçäo, de obesos e de pacientes com pseudo-Cushing e SC comprovada. Os laboratórios de pesquisa ou laboratórios comerciais devem, desta forma, realizar a validaçäo de seus ensaios para dosagem de cortisol salivar, tornando-os mais disponíveis à prática clínica
Assuntos
Humanos , Anti-Inflamatórios , Hidrocortisona , Saliva , Sistema Hipotálamo-Hipofisário/fisiopatologia , Anti-Inflamatórios , Dexametasona , Hidrocortisona , Síndrome de Cushing/diagnósticoRESUMO
Os critérios diagnósticos dos distúrbios do metabolismo de glicose foram estabelecidos pela Organizaçäo Mundial de Saúde (OMS)/National Diabetes Data Group (NDDG) no início da década de 1980. Em 1997, a American Diabetes Association (ADA) sugeriu novos critérios diagnósticos, baseados na interpretaçäo da glicemia de jejum. Neste estudo, 56 indivíduos foram submetidos ao teste de tolerância à glicose oral (oGTT) (75g) e aplicamos ambos os critérios diagnósticos para estimar a prevalência de distúrbios de metabolismo de glicose. Dos 56 indivíduos, 11 (19,6 % - grupo 1) foram considerados intolerantes pelos critérios da OMS/NDDG e seis (10,7 % - grupo 2), como glicemia de jejum alterada (GJA) pelos novos critérios da ADA. Comparamos variáveis clínicas e bioquímicas (idade, índice de massa corporal, pico de insulina durante o oGTT, área sob a curva de insulina durante o oGTT e concentrações séricas basais da proteína carreadora dos fatores de crescimento insulina-símiles 1 (IGFBP-1) entre ambos os grupos, näo observando diferença significativa em nenhuma das variáveis (43 ± 13 x 46 ± 4,4 anos, 29,5 ± 3,2 x 27,2 ± 2,6kg/m², 153,7 ± 100,7 x 171,3 ± 145,6µUI/ml, 12.040 ± 8.488 x 13.970 ± 12.170 e 14,4 ± 9,3 x 19,4 ± 11,8ng/ml, respectivamente, p = NS). Entretanto, quando comparamos estas mesmas variáveis entre o grupo de indivíduos considerados normais pelos critérios da ADA e intolerantes pelos critérios da OMS/NDDG (n = 8, grupo 3) e o grupo de indivíduos considerados normais por ambos os critérios (n = 42, grupo 4), observamos que näo houve também diferença em relaçäo à idade (42 ± 15 x 38 ± 10 anos, respectivamente, NS); entretanto o grupo 3 apresenta índice de massa corporal (IMC) (29,5 ± 3,9 x 24,5 ± 3,5kg/m², respectivamente, p < 0,02), pico de insulina durante o oGTT (115,2 ± 29,1 x 84,4 ± 56,5µUI/ml, respectivamente, p < 0,02) e área sob a curva de insulina durante o oGTT (9.112 ± 2.323 x 6.649 ± 4.438, respectivamente, p < 0,007) com valores médios superiores ao grupo 4. O grupo 3 apresentou ainda concentrações séricas basais de IGFBP-1 com valores em média inferiores ao grupo 4 (14,9 ± 10,1 x 28,9 ± 17,6ng/ml, respectivamente, p < 0,03)
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Glicemia , Diabetes Mellitus , Sociedades Médicas , Teste de Tolerância a Glucose/normas , Organização Mundial da SaúdeRESUMO
A suspeita clínica de síndrome de Cushing leva obrigatoriamente a uma avaliaçäo laboratorial, baseada nas dosagens de cortisol e de ACTH. Entretanto as dosagens basais destes hormônios näo säo suficientes para confirmar o diagnóstico, sendo necessários testes dinâmicos que estimulem ou inibam o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA). A adequada interpretaçäo das dosagens requer o conhecimento dos princípios básicos da regulaçäo do eixo HHA, o meio e a forma (ligada ou livre) onde o hormônio será quantificado, além das características dos ensaios empregados. Numa primeira fase do diagnóstico laboratorial, é feita a documentaçäo do hipercortisolismo endógeno, através de dosagens salivares, urinárias ou séricas de cortisol, em amostras coletadas em horários apropriados e/ou após uso de dexametasona em doses baixas (1 mg). Numa segunda fase procede-se ao diagnóstico etiológico da síndrome de Cushing empregando-se basicamente dosagens de ACTH e de cortisol após uso de doses maiores de dexametasona. Muitas vezes a complexidade da patologia exige o uso de testes funcionais mais sofisticados, como o emprego de CRH, chegando até à necessidade de cateterismo do seio petroso inferior com coleta de amostras para a dosagem de ACTH. Apresentamos também o esquema utilizado na Divisäo de Endocrinologia e Metabologia da Faculdade de Medicina de Ribeiräo Preto para a confirmaçäo da existência de síndrome de Cushing e determinaçäo de sua etiologia.
Assuntos
Humanos , Técnicas de Laboratório Clínico , Síndrome de Cushing/diagnóstico , Hormônio Adrenocorticotrópico , Diagnóstico Diferencial , Hidrocortisona , Síndrome de Cushing/etiologiaRESUMO
No presente estudo avaliamos a reserva neuro-hipofisária de arginina vasopressina (AVP) e a sensaçäo de sede por meio do estímulo osmótico com infusäo de soluçäo salina hipertônica (NaCl 5 por cento; 0,06 ml/kg/min/120min) em oito indivíduos normais e em 11 pacientes portadores de diabetes insípido (DI), sendo nove com DI central (DIC), um com DI central parcial (DIP) e um com DI nefrogênico (DIN). O grupo controle apresentou uma elevaçäo das concentraçöes de AVP plasmática com pico máximo médio de 4,5 pg/ml (intervalo: 2,4 a 8,0 pg/ml) ao estímulo osmótico, com correlaçäo positiva (r=0,63; p<0,0001) entre as concentraçöes plasmáticas de AVP e osmolalidade plasmática (pOsm). O limiar osmótico de liberaçäo de AVP encontrado foi em média de 278 mOsm/kg. Os pacientes com DIC näo apresentaram elevaçäo da concentraçäo plasmática de AVP frente ao aumento da pOsm (basal de 0,5 e pico de 0,8 pg/ml). O paciente com DIP apresentou uma resposta reduzida da AVP (<2,0 pg/ml) e no paciente com DIN a AVP elevou-se a concentraçöes suprafisiológicas (>20 pg/ml). O limiar osmótico de sede foi 280 mOsm/kg nos grupos controle e DIC. A "plotagem" do pico máximo de AVP e da pOSm permitiu diferenciar os pacientes com DI do grupo controle. Concluímos que o teste de infusäo de soluçäo salina hipertônica com dosagem de AVP plasmática é um método útil para a investigaçäo do eixo neuro-hipofisário permitindo o diagnóstico diferencial dos tipos de DI. Além disso, este teste avalia o limiar da sede.
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Humanos , Masculino , Feminino , Criança , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Arginina Vasopressina/sangue , Diabetes Insípido/diagnóstico , Solução Salina Hipertônica , Protocolos Clínicos , Diagnóstico Diferencial , Estatísticas não Paramétricas , Sede/efeitos dos fármacosRESUMO
O desenvolvimento e a popularizaçao de novos e sensíveis imunoensaios para determinaçao do hormônio de crescimento humano (GH), leva-nos a questionar se existe correlaçao entre as concentraçoes plasmáticas de GH determinadas por radioimunoensaio (RIE) e pelos novos imunoensaios e se há necessidade do estabelecimento de novos níveis de corte nos testes de estímulo para diagnóstico de deficiência de GH (DGH). Com o objetivo de responder a estas questoes, foram analisadas 480 amostras de plasma, obtidas de 27 crianças com baixa estatura, submetidas a testes farmacológicos, e de 46 pacientes adultos com diagnóstico de hipopituitarismo ou acromegalia (basais e testes farmacológicos). O GH plasmático foi determinado simultaneamente por RIE e por método imunofluorométrico (IFMA). Observamos uma correlaçao positiva entre as duas determinaçoes (r = 0,94, p < 0,001), nao existindo diferença estatisticamente significativa entre ambas. Considerando-se os valores obtidos pelos dois métodos nas amostras correspondentes aos picos do GH plasmático nos testes farmacológicos das crianças com baixa estatura, nao observamos mudança no diagnóstico, quer se considere como critério níveis de corte de 7 ng/mL ou 10 ng/mL. Estes resultados indicam nao ser necessário o estabelecimento de novos níveis de corte para o diagnóstico da DGH por testes de estímulo. Entretanto, discrepâncias potenciais na quantificaçao do GH por diferentes métodos recomendam que o endocrinologista realize prévia comparaçao entre métodos na interpretaçao dos testes de DGH.
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Humanos , Criança , Adulto , Deficiências Nutricionais/diagnóstico , Hormônio do Crescimento Humano/sangue , Estatura , Fluorimunoensaio , Hormônio do Crescimento Humano/deficiência , RadioimunoensaioRESUMO
O hormônio de crescimento urinário (U-GH) noturno foi determinado durante três noites consecutivas em 40 crianças normais, voluntárias, com estatura entre os percentis 10 e 90 e em 29 crianças com estatura abaixo do terceiro percentil, diagnosticadas como baixa estatura constitucional e/ou familial (BEC) ou deficientes de GH (DGH) de acordo com os critérios diagnósticos clássicos. O U-GH foi também determinado durante a realizaçäo dos testes farmacológicos (hipoglicemia ou L-dopa) nas crianças com baixa estatura. Observou-se uma grande variabilidade inter e intra-individual (CV=38 por cento) na excreçäo do U-GH, tanto em crianças normais quanto em crianças com BEC e com DGH. Näo houve diferença entre o sexo masculino e o feminino nas concentraçöes do U-GH (3,1 x 3,6 ng/noite, NS). Os púberes apresentaram maior excreçäo que os impúberes (4,1 x 2,3 ng/noite, p<0,01) e observou-se uma correlaçäo positiva do U-GH com idade (r=0,28, p<0,005). As crianças com DGH apresentaram menor excreçäo de U-GH que crianças normais impúberes (1,1 x 2,2 ng/noite, p<0,0005) e que crianças com BEC (1,1 x 2,2 ng/noite, p<0,001), porém näo houve completa discriminaçäo entre os três grupos. A sensibilidade e especificidade diagnósticas foram respectivamente de 81 por cento e 69 por cento para um ponto de corte de 1,6 ng/noite. Houve correlaçäo positiva entre o U-GH noturno e a resposta do GH plasmático aos testes farmacológicos (r=0,67, p<0,0001), porém a determinaçäo do U-GH durante os testes nao auxiliou na discriminaçäo dos grupos. Considerando determinados pontos de corte (1,2 e 2,5 ng/noite) e coleta de três amostras consecutivas, acreditamos que o método pode ser utilizado como "screening" na avaliaçäo da baixa estatura, reduzindo a indicaçäo de testes farmacológicos.
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Humanos , Masculino , Feminino , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Estatura , Transtornos do Crescimento/diagnóstico , Hormônio do Crescimento Humano/urina , Transtornos do Crescimento/urina , Hormônio do Crescimento Humano/deficiênciaRESUMO
O objetivo foi a comparaçao dos métodos semi-quantitativo visual e o de "cluster" na análise dos pulsos de cortisol e de GH em 16 crianças. Foram coletadas amostras de sangue a intervalos de 20 minutos durante 24 horas. GH e cortisol plasmático foram determinados por RIE. As médias das concentraçoes plasmáticas, os picos máximos e a soma das amplitudes dos pulsos durante as 24 horas foram semelhantes e correlacionados (r=1 a r=0.96; p < 0,0001) entre os dois métodos, tanto na análise da secreçao de GH como de cortisol. A menor correlaçao entre os métodos ocorreu com o número de pulsos de cortisol detectados (r=0,56; p < 0,05). Concluimos, que a análise de pulsos hormonais pelo método de "cluster" mais precisa, versátil e ágil, além de computadorizada; e deverá ser preferencialmente utilizada. Entretanto, o método semi-quantitativo visual deve ter um papel coadjuvante e complementar, minimizando os "efeitos de margem" da análise de "cluster".
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Humanos , Criança , Masculino , Adolescente , Algoritmos , Hormônio do Crescimento/metabolismo , Hidrocortisona/metabolismo , Hormônio do Crescimento/sangue , Hidrocortisona/sangue , RadioimunoensaioRESUMO
A caracterizaçao do CRH ovino (oCRH) trouxe novas perspectivas para o diagnóstico diferencial da síndrome de Cushing (SC). Aplicamos o teste de estímulo com oCRH (l mug/kg peso, IV em bolo) para estudo da reserva hipofisária (ACTH) e adrenal (cortisol) em 17 indivíduos controles normais (CN) e 32 pacientes com SC (doença de Cushing [DC] n=24; adenoma adrenocortical [AA] n=6 e secreçao ectópica de ACTH [SE] n=2). Os CN elevaram significantemente seus níveis de ACTH (basal: 28,9 + 12,7; pico: 59,3.ñ 17,6 pg/ml; média ñ DP) e de cortisol (basal: 10, 1.ñ3,4; pico: 18,3 ñ 5,1 mul/dí) após o oCRH. Os pacientes com DC apresentaram níveis basais mais elevados de ACTH (61,7.ñ 58,2 pg/ml) e de cortisol (22,2 ñ 12,5 mug/dl), que se elevaram significantemente após o oCRH (l8l,3 + l32,9 pg/ml e 37,9 + l7,5 mug/dl, respectivamente). Os pacientes com AA apresentaram níveis de ACTH basais (7,4 ñ 3,1 pg/ml) e no pico da resposta (l6,O ñ l3,1 pg/ml) menores que os dos CN e DC. Os níveis basais de cortisol (l9,6 + 6,9 mug/dl) foram maiores que os dos CN, mas nao mudaram após o oCRH (l9,8 ñ 5,7 mug/dl). Os dois pacientes com SE mostraram níveis basais altos de ACTH (307,7 e 102,8 pg/ml) que se elevaram (para 582,4 e 785,4 pg/ml) com o oCRH. Em um o cortisol aumentou de 17,7 para 30,2 mug/dl, mas no outro nao houve mudança (de 6,3 para 6,2 mug/dl). A resposta ao teste foi considerada positiva quando o pico de ACTH foi > 37,7 pg/ml e /ou o incremento de cortisol foi > 2O por cento, o que aconteceu nos CN, DC e (excepcionalmente) em um paciente com SE. A resposta do cortisol ao oCRH mostrou sensibilidade de 100 por cento e especificidade de 87,5 por cento na discriminaçao entre SC hipofisária e extra-hipofisária, em comparaçao com os 75 por cento conseguidos com a supressao pela dexametasona em doses elevadas (8 ou 16 mg em dose única). A eficácia diagnostica é aumentada com a associaçao dos dois testes. Assim, o teste de estímulo com oCRH é útil e prático na determinaçao do diagnóstico diferencial da SC.
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Humanos , Animais , Masculino , Feminino , Criança , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Hormônio Adrenocorticotrópico/sangue , Sangue/efeitos dos fármacos , Hormônio Liberador da Corticotropina/farmacologia , Hidrocortisona/sangue , Síndrome de Cushing/diagnóstico , Neoplasias do Córtex Suprarrenal/diagnóstico , Adenoma Adrenocortical/diagnóstico , Tumor Carcinoide/diagnóstico , Tumor Carcinoide/metabolismo , Dexametasona/farmacologia , Diagnóstico Diferencial , Neoplasias Pulmonares/diagnóstico , Neoplasias Pulmonares/metabolismo , Sensibilidade e Especificidade , Ovinos , Síndrome de ACTH Ectópico/diagnóstico , Neoplasias do Timo/diagnóstico , Neoplasias do Timo/metabolismoRESUMO
Em 1958, a descriçao original da síndrome de nelson, incluia a presença de um tumor hipofisário secretor de ACTH, após o tratamento da doença de Cushing pela adrenalectomia bilaterial. Entretanto, hoje, reconhece-se que uma adenoma hipofisário está presente em cerca de 90 por cento dos casos de doença de Cushing, antes de qualquer tratamento. O objetivo desta revisao foi atualizar o conceito e os critérios diagnósticos da síndorme de Nelson. A etiopatogenia dos tumores corticotróficos e a resistência aumentada à retroalimentaçao negativa dos glicoforticóides nao estao totalmente esclarecidas. Embora os tumores da síndrome de Nelson sejam mais agressivos, aparentemente nao existem diferenças de natureza genética ou de processamento dos peptídeos derivados da POMC, entre os adenomas oriundos da doença de Cushing ou da síndrome de Nelson. Os limites biológicos se superpoem. Porém, é de interêsse prático o estabelecimento dos limites e critérios diagnóticos entre a doença de Cushing pós-adrenaloctomia e a síndrome de Nelson, principalmente para determinar a ocasiao da reexploraçao cirúrgica da hipófise. A primeira tem tumores geralmente nao visualizados, menores que 5mm e níveis plasmáticos de ACTH geralmente menores que 1000pg/ml. Na segunda, so níveis de ACTH sao iguais ou maiores que 1000 pg/ml, aos 12 meses pós-adrenalectomia, aumentando rapidamente para 2000 pg/ml ou mais, após o 2§ ano e apresentando-se, através do CT, como tumores em crescimento e iguais ou maiores que 8 mm. A evoluçao científico-tecnológica levou a uma convergência dos conceitos e dos limites diagnósticos entre a síndrome de Nelson e a doença de Cushing. (Arq Bras Endocrinol Metab 1994; 38/1:47-51).
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Humanos , Criança , Adolescente , Adulto , Hormônio Adrenocorticotrópico/sangue , Síndrome de Cushing/complicações , Síndrome de Nelson/complicações , Adrenalectomia , Síndrome de Cushing/sangue , Síndrome de Nelson/sangueRESUMO
Os autores apresentam os aspectos clínicos e bioquímicos de ll pacientes com a forma nao clássica da deficiência de 21 -hidroxilase. Os fenótipos variaram desde a ausência de sintomas a um amplo espectro de manifestaçoes clínicas (pubarca precoce, hirsutismo, irregularidade menstrual, infertilidade e clitorimegalia). O diagnóstico foi firmado através da dosagem plasmática da l7OHP basal elevada quando comparada ao grupo controle (média ñ EPM) (697 ñ 267 vs 70 ñ 8 ng/dl) e sua resposta exagerada ao estímulo com ACTH exógeno (4.198 ñ 494 vs 164 ñ 21 ng/dl). As concentraçoes basais de cortisol (ll ñ 1,4 ug/dl foram semelhantes às do grupo controle (12 ñ O,7 ug/dl), porém com resposta subnormal após ACTH (20ñ 1,2 vs 30 ñ 1,5 ug/dl). Em condiçoes basais a concentraçao plasmática de ACTH foi normal (28 ñ 5 vs 22 ñ 2 pg/ml) indicando um estado de equilíbrio entre esta deficiência parcial da síntese de cortisol e a secreçao hipofisária de ACTH. Os níveis de andrógenos variaram desde normais até elevados para sexo e idade. A androstenediona esteve aumentada em todos os pacientes.